No começa da semana vimos uma foto da calçada da praia nos anos 40, perto do Copacabana Palace.
Hoje vemos a região do Posto 5, com as palmeiras da Casa do Vaticano ali atrás.
Quanta diferença.
Hoje vemos a região do Posto 5, com as palmeiras da Casa do Vaticano ali atrás.
Quanta diferença.
Onde estaria o bonde 29, da linha Barcas-Estrada de Ferro-Lapa?
Onde estaria o bonde com destino ao Arsenal de Marinha?
Vemos o bonde com destino ao Engenho de Dentro na Praça Tiradentes.
Onde estaria o bonde com destino ao Largo de São Francisco?
As três primeiras fotos foram garimpadas pelo prezado Maximiliano
Zierer, um grande pesquisador do bairro de Copacabana. Mostram a construção da
casa de Mário Freire, um dos sócios da Construtora Freire & Sodré, na Rua
Domingos Ferreira nº 168 – Copacabana.
Zierer comentou que “Se a numeração bate com a atual, no local está um
edifício verde, o Solar Lord Cochrane, vizinho ao SESC Copacabana, próximo
à Rua Santa Clara.”
Esta hipótese foi confirmada pelas netas do construtor, Marina Hermanny
Freire e Carmen Moraes.
Esta outra foto mostra uma outra casa também construída pela Freire
& Sodré: era a residência de Mme. Rosauro de Almeida, na Rua Barata Ribeiro
nº 576. Acho que não teve vida longa, pois o prédio de três andares da esquina
da Barata Ribeiro com a Raimundo Correia foi construído ocupando o lote da
esquina e o lote desta casa. E já aparece em fotos de 1930.
Logo a seguir, no nº 578 da Barata Ribeiro funcionou a partir de 1960 a
Galeria Bonino num pequeno prédio que ainda está lá, fechado após a saída da
loja da Julio Bogoricin Imóveis.
No quarteirão da Barata Ribeiro entre Raimundo Correa e Dias da Rocha,
por volta de 1950, havia muitas casas de ambos os lados da rua, como as onde
moraram Mario e Georgete Pecego no nº 590 e, em casas vizinhas, o Dr. Waldyr e
Gabriela, além da casa de D. Luizete Correa Araújo. Eu morava do outro lado da
rua em casa que já apareceu por aqui.
Nova colaboração do prezado Helio Ribeiro para o “Saudades do Rio”.
OBS:
Tecnicamente, este texto diz respeito a uma construção do tipo viaduto, porém a
imprensa da época a chamava de "ponte", por isso mantivemos este
termo.
No
ano de 1872 foi fundada a Companhia Ferro-Carril da Vila Isabel. A primeira
linha foi inaugurada em 29/11/1873 e tinha como final o antigo zoológico,
situado na atual rua Visconde de Santa Isabel. Em 1874 a linha foi estendida
até a estação de trens do Engenho Novo, onde chegava pelo lado esquerdo da via
férrea (de quem vai para os subúrbios).
Por
sua vez, em 1879 foi fundada a Companhia Ferro-Carril do Cachamby, que ao longo
dos anos criou linhas para os bairros do Engenho de Dentro, Todos os Santos,
Engenho Novo e Cachamby, saindo da estação construída na rua Arquias Cordeiro,
próximo à estação ferroviária do Méier.
Todas
as linhas da companhia Cachamby circulavam pelo lado direito da ferrovia, ou
seja, pelo lado do atual Jardim do Méier.
Os passageiros vindos pelas linhas da Vila Isabel que desejassem passar
para as da companhia Cachamby tinham de descer no final da linha do Engenho
Novo e atravessar a cancela, embarcando do outro lado nos bondes da Cachamby. E
vice-versa.
Com
a compra da Cachamby pela Vila Isabel em junho de 1886, inicialmente esse
transbordo entre linhas não era cobrado, mas no ano de 1897 a Vila Isabel
alegou grande prejuízo e acabou com essa gratuidade.
Em
1899 a Vila Isabel foi comprada pela Brasilianische Elektricitäts Gesellschaft
(BEG), que havia instalado as linhas telefônicas na cidade. A BEG encomendou 55
carros-motores e igual número de reboques a uma empresa alemã da cidade de Colônia,
a Van der Zypen & Charlier. Enquanto os bondes não chegavam, foram
instalados os geradores e a rede aérea.
Em
01 de Julho de 1905 rodou o primeiro bonde elétrico na Zona Norte, entre a
Praça Tiradentes e a rua do Matoso. A malha foi
se expandindo e em 10 de março de 1907 a tração elétrica foi inaugurada na
linha do Engenho Novo.
A
foto abaixo mostra um desses bondes alemães circulando pelo lado par da atual
avenida Presidente Vargas.
Em
1907 três companhias de bonde (exceto a de Santa Teresa) operavam na cidade: a
Companhia de Carris Urbanos, a São Cristóvão e a Vila Isabel. Em 25 de junho
desse ano as três se fundiram e em 06 de novembro a Light se tornou fiadora
dessa unificação, passando na prática a ser dona das três companhias.
Uma
das iniciativas da Light foi acabar com o transbordo de linhas no Engenho Novo.
Na falta de uma travessia ferroviária, foi decidido construir uma ponte sobre a
via férrea, ligando a rua Arquias Cordeiro à rua Vinte e Quatro de Maio, onde
esta se bifurcava com a rua Lins de Vasconcelos. A ponte seria totalmente
metálica e os bondes elétricos da Vila Isabel a atravessariam, em via dupla.
Nâo consegui descobrir a data em que ela foi inaugurada.
As
fotos abaixo mostram uma panorâmica da ponte e um close do bonde que a está
descendo em direção à rua Arquias Cordeiro.
Ocorre
que em 1921 foi feita uma elevação do leito da via férrea, no trecho entre as
estações de Sampaio e um pouco além da Engenho Novo. Com isso foi possível
abrir uma passagem sob a via férrea e os bondes que precisavam cruzar a
ferrovia não mais necessitaram passar pela ponte, tornando-a obsoleta.
Abaixo
se vê uma foto dessa passagem, erroneamente chamada de "buraco do
padre".
Finalmente,
em 1925, a Light resolveu desmontar a ponte. Como lembrança trágica da sua
existência, ficaram os suicídios e a morte do poeta e jornalista Marcelo Gama,
como narrado na notícia abaixo, que dá conta também do desmonte.
Foto do poeta Marcelo Gama.
As moças em primeiro plano,
parecem muito felizes e sorriem talvez por estarem sendo fotografadas ou por
algum comentário sobre o exótico senhor de roupão, que acaba de cruzar por
elas. Este roupão talvez seja do Copacabana Palace.
Os óculos escuros da moça da
esquerda eram típicos da época. As “tias” comentaristas estão fazendo falta,
pois poderiam falar sobre a elegância de todos que aparecem na foto, inclusive
o senhor de terno branco lá no fundo (ou seria um oficial da Marinha?) e a moça
de rosa sentada no banco.