A Avenida
Atlântica, desde que foi concluída no início do século XX, sofreu diversas
destruições através dos anos, como em 1915, 1918, 1921, 1958, 1963, entre
outros. Somente na década de 60, com o alargamento da faixa de areia e a
duplicação das pistas, houve o fim das grandes ressacas. Lembro bem da ressaca
de 1963, quando as águas chegaram a atingir a Praça Serzedelo Correa, onde me
refugiei sobre os bancos. Também na esquina da Rua Santa Clara, foi grande a
preocupação dos funcionários da Biblioteca Thomas Jefferson, onde nosso prezado
Conde di Lido era sócio, com livros chegando a boiar na rua. No Leme, até o
Frei Marcos Mendes de Faria, pároco da Igreja N. S. do Rosário, foi abençoar o
mar para que as águas se acalmassem. A bela foto de hoje mostra até onde
chegaram as águas numa das ressacas, colocando em risco as belas mansões à
beira-mar e exigindo o reparo da rede aérea de eletricidade e telefone.
Esta ressaca
da foto acima parece ser a de 1918, quando decidiu-se duplicar a avenida e
dotá-la de uma amurada, algo que não havia na primitiva pista de 1910/1911. Os operários da Light e CTB deveriam estar
tentando recuperar a rede aérea rompida, pois em alguns trechos a destruição do
mar chegou até os jardins das casas levando inclusive os postes da iluminação
pública.