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sábado, 27 de novembro de 2021

AV. ATLÂNTICA




 Velhos tempos da mão-dupla e do estacionamento com duas rodas sobre a calçada. 

Hoje está melhor. 

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

LAGOA ANOS 60 E 70

As fotos de hoje são para esclarecer alguns pontos citados nos comentários do "post" de ontem.

Em mais uma foto do acervo D´, vemos da esquerda para a direita o esqueleto do antigo prédio que ficou tantos anos enfeiando a Lagoa até ser demolido. No morro vemos o que restou da favela da Catacumba e o tobogã do Ricardo Amaral bem no terreno onde hoje há um posto de gasolina, cuja cúpula já pode ser vista nessa foto. Como o pessoal do tobogã não queria propaganda negativa por conta dos acidentes no local, enviavam os pacientes não para o Hospital Miguel Couto, mas para uma clínica particular em Ipanema. Cheguei a atender vários destes acidentados nesta clínica. 

Com o aterro incompleto vemos uma época em que o aspecto da água neste trecho era horrível.  A pequena faixa de aterro à esquerda foi uma tentativa de se aumentar ainda mais a parte aterrada, mas funcionários exemplares da SURSAN, como o nosso prezado Jayme, impediram que isto fosse adiante, pois empresários paulistas queriam se aproveitar para ali fazer um "shopping", na base do "aterra primeiro e depois se tenta legalizar".


Nesta foto, do Arquivo Nacional, vemos a área em frente à antiga pedreira da Lagoa, por volta de 1970. A duplicação das pistas da Epitácio Pessoa e a construção do Viaduto Augusto Frederico Schmidt tinham ficado prontas havia pouco. Instalaram vários equipamentos de diversão aí, tais como uma pequena pista de "kart", pedalinhos e mini-golfe. Lá no fundo, junto ao Corte do Cantagalo, o famoso posto de gasolina da Ipiranga, que tantos anos ali ficou (houve uma época, nos anos 60, que exemplares do Jornal do Brasil eram distribuídos gratuitamente a todos que por lá passavam, envoltos num tira amarela com o logotipo da Ipiranga). Ao fundo, os grandes prédios da Gastão Bahiana já estavam de pé. No último prédio à direita vocês podem me ver, fotografando a Lagoa.

Mais uma foto do acervo D´mostrando o campo de futebol de salão que existia antes da duplicação das pistas da Av. Epitácio Pessoa e, ao fundo, a pedreira da Lagoa. Havia explosões duas vezes ao dia, uma pela manhã e outra à tarde, que interrompiam o tráfego da Av. Epitácio Pessoa por dez minutos de cada vez.


Pouco tempo depois esta foto do acervo D´mostra as obras de duplicação da Av. Epitácio Pessoa em final de conclusão e já temos o terreno da pedreira ocupado por uma concessionária Volkswagen, acho que a Auto-Modelo. No mesmo local funcionaram mais adiante uma concessionária Honda, de motos, e a Lagoa S/A, revendedora Ford. 

O AG, saudoso comentarista do SDR, contou de um excelente anúncio de oportunidade feito para esta revendedora Ford pelo Helio Kaltman. No dia da renúncia do Nixon, a Lagoa S/A saiu na manhã seguinte com o anúncio: "Faça como os americanos. Troque por um Ford".

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

LAGOA - ANOS 70

Logo após a duplicação da Av. Epitácio Pessoa havia um estacionamengo entre as pistas e era habitual o estacionamento com duas rodas sobre a calçada. Aliás, por toda a Zona Sul era assim.

Slide do acervo D´ digitalizado.

Ao fundo vemos as luzes do Jockey Clube numa época em que as corridas noturnas se realizavam às segundas-feiras e às quintas-feiras.

Slide do acervo D´ digitalizado.

Vemos a pista da Av. Epitácio Pessoa, ainda não duplicada, em frente à curva da Rua Gastão Bahiana, com um ônibus e um lotação das poucas linhas que serviam à Lagoa. Ao fundo, junto ao Corte do Cantagalo, a Praça Corumbá, ainda com poucas casas (uma delas do Senador Filinto Muller) e muita mata. No cruzamento, complicado do Corte, ficava um posto de gasolina Ipiranga. Nesta época, de pouco movimento na Lagoa, neste trecho só passavam três linhas de ônibus: uma era a Rocinha-Mourisco, via Corte; outra a Ipanema-Estrada de Ferro, também via Corte; e a Jacaré-Ipanema, que fazia ponto final na Praça Corumbá, mas não cruzava o Corte. Ía e voltava por Ipanema. Quanto aos lotações, somente duas linhas: a Largo do Machado-Ipanema, circular, e a Estrada de Ferro-Ipanema. Ambas não subiam pelo Corte, mas seguiam até o Humaitá (uma ia pela São Clemente e outra pela Voluntários da Pátria, ambas ainda com mão-dupla).

A bela e grande praça em frente ao Corte do Cantagalo seria destruída para construção do Viaduto Augusto Frederico Schmidt. 

Foto do acervo D´.


 Vemos a rampa do Viaduto Augusto Frederico Schmidt ainda em construção. A bela praça já tinha sido destruída. Muitas amendoeiras foram retiradas. Como curiosidade vemos um fusca azul-calcinha tendo no teto a indicação de táxi.

Slide do acervo D´ digitalizado.

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

AQUI É O "VOANDO PARA O RIO?"

Foto de 1939 mostrando a ponte de desembarque junto ao terminal da Panair. Segundo o semi-desaparecido FlavioM os aviões são Sikorsky S-43, modelo apelidado de "Baby Clipper", em comparação com o quadrimotor Sikorsky S-42, que era apelidado na PanAm de "Brazilian Clipper".

No fundo (à frente da barca da Cantareira, seria a "Terceira"?), um dos encouraçados brasileiros (Minas Geraes ou São Paulo), que foram, durante algum tempo, os maiores e mais armados navios de guerra do mundo.

Bem ao fundo a pedreira onde fica (ficava?) o Estaleiro Mauá, em Niterói.


Quanto à esta foto tenho poucas informações. Terá sido obtida no mesmo dia da anterior? O JBAN ou algum outro especialista em aviação poderá dar mais detalhes. 


Hidroavião no Rio de Janeiro em 1939, em foto de John Phillips, do acervo Time-Life. Ao fundo a Ilha Fiscal. Os grandes hidroaviões que faziam voos intercontinentais com dezenas de escalas foram rapidamente aposentados por uma nova geração de aeronaves, sendo a alavancagem tecnológica causada pela Segunda Guerra fator determinante.

terça-feira, 23 de novembro de 2021

ESTAÇÃO DE BONDES DA RUA BARROSO (RUA SIQUEIRA CAMPOS)

Foto da Estação de Bondes em Copacabana, em 1894. Os bondes para Copacabana percorriam as ruas da Passagem, General Polidoro e Real Grandeza e passavam defronte do Cemitério de São João Batista, em Botafogo. Depois de atravessar o Túnel Velho e desembocar na Ladeira do Barroso (atual Rua Siqueira Campos), seguiam em direção à estação final de Copacabana. Construída em estilo chalé, ficava na esquina das atuais Av. N.S. de Copacabana e Rua Siqueira Campos, defronte da hoje Praça Serzedelo Corrêa.

Dois anos antes, segundo os jornais, "A elegante estação, toda de madeira, situada na esquina da Rua Siqueira Campos com a de N.S. de Copacabana, recebeu em 06/07/1892, às 14h30min, a comitiva de dez bondes especiais que tinham partido da Rua Gonçalves Dias pouco depois das 13h, para a viagem inaugural até Copacabana."(apud C. Dunlop). 


Em seus primeiros tempos como bairro, Copacabana só tinha caminhos arenosos, por onde circulavam as carroças empregadas no pequeno comércio de areia fina. Toda a área compreendida entre as dunas e a encosta dos morros era constituída de areais semeados de alagadiços e brejos. A principal vegetação consistia em cajueiros, pitangueiras, jambeiros e massarandubeiras.

O acesso era por três caminhos: pela trilha do Forte do Leme; pelo Morro do Cabrito, costeando a Lagoa Rodrigo de Freitas; ou pela estrada de meia rodagem de Vila Rica. Depois veio o Túnel Velho.

Quando da inauguração do prédio de madeira foi lavrada a seguinte ata:

"Aos seis dias do mês de julho de 1892, neste lugar denominado Copacabana, da freguezia da Lagôa da Capital Federal, estação terminal da linha da Cia. Ferro-Carril do Jardim Botânico, presentes os Exmos. Srs. Marechal Floriano Peixoto, Presidente da República, Ministros da Guerra, da Marinha e do Exterior, Presidente e mais Membros da Intendência Municipal, Dr. Engenheiro Fiscal e seus ajudantes, General Estevâo José Ferras, Dr. Barão de Ribeiro de Almeida, Coronel Malvino da Silva Reis, Dr. José Cupertino Coelho Cintra, gerente da Companhia, e mais pessôas gradas, foi inaugurado o tráfego da linha ferro-carril, depois de preenchidas as formalidades regulamentares e de ter sido inspecionada e aprovada pelo Sr. Dr. Engenheiro Fiscal dos Carris Urbanos e Suburbanos, por parte da Intendência Municipal. E, para constar, eu, Frederico Augusto Xavier de Brito, servindo de Secretário "ad hoc", lavrei êste têrmo que assino com as autoridades e cidadãos que a êste ato compareceram." (apud C. Dunlop).

Estação de bondes na Rua Siqueira Campos, esquina de Avenida N. S. de Copacabana, em 1921. Nesta ocasião a urbanização já estava 100% concluída neste trecho, da pavimentação até a arborização, passando pela rede de bondes e iluminação elétrica nas vias. Vemos também a rede de cabos telefônicos e de baixa tensão. Os transformadores já eram embutidos em volts subterrâneos até a Rua Tonelero, onde a rede passava a ser aérea com os transformadores nos postes. Impressionante, como bem lembra o Decourt, a diferença com o ocorrido em tantos bairros, haja vista a Barra da Tijuca.

Foto da Revista Fon-Fon de 1910 mostra a Praça Malvino Reis, atual Praça Serzedelo Correia, em Copacabana. A praça foi aberta pela Companhia do Jardim Botânico, recebendo o nome de Malvino Reis em homenagem a um dos diretores da referida Companhia. Em 1917 teve o nome mudado para Serzedelo Correia, general do Exército e político de relevo, tendo sido Ministro da Fazenda e Prefeito do Distrito Federal.


Nesta fotografia de Gervásio Batista, de 1955, vemos o tradicional "Ponto de 100 réis", na esquina da Avenida N. S. de Copacabana com a Rua Siqueira Campos, sendo demolido. Neste espaço foi construído o Centro Comercial de Copacabana. O "Ponto de 100 réis" ficava numa das esquinas da Praça Serzedelo Correa, local central do bairro, onde está a Igreja Matriz e onde, nos primeiros tempos de Copacabana, ficava a ramificação dos bondes que vinham pelo Túnel Velho e se dirigiam para o Leme ou para a "igrejinha" do Posto 6.

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

PALACETE MARTINELLI

No último post mostramos o palacete do banqueiro Custódio de Almeida Magalhães, projetado e construído pelo arquiteto Thomas Georg Driendl, na Av. Oswaldo Cruz nº 149, Flamengo. Hoje vemos fotos de Gyorgy Szendrodi e do acervo Time-Life mostrando o palacete após sua venda.

Conforme conta o sumido e prezado Marcio Bouhid, que tinha o fotolog “Lanterna Mágina”, no provedor Terra, este palacete mudou de mãos por volta de 1917. Comprado pelo Comendador Giuseppe Martinelli (o mesmo do edifício Martinelli em SP), o castelinho em estilo alemão foi totalmente reformado e modificado pelo arquiteto Antonio Virzi. 




A obra, que começou em 1919, nunca ficou completamente pronta. Por uma superstição do novo proprietário, que acreditava que morreria ao concluir a obra, a casa era sempre mantida inacabada. A riqueza de detalhes, os excessos decorativos e as inúmeras esculturas encontraram seu fim em 1976, quando o palacete foi demolido. Podemos ver, à esquerda, a escultura inspirada no "Discóbolo de Miron".

O terreno de 36 mil m2, no Morro da Viúva, hoje é a área de lazer do Condomínio Martinelli. A demolição teve o "nada a opor" de Lúcio Costa, na época responsável pelo órgão de preservação.


Segundo nosso amigo Gustavo Lemos, sobrinho-neto do banqueiro Custódio de Almeida Magalhães, falecido em 1917, a casa foi vendida pela viúva do banqueiro, Suzana Hirsck, para o Comendador Martinelli.

Foi nesta casa que aconteceu o famoso escândalo Barreto Pinto, que era o deputado casado com a filha do Martinelli. Ele foi fotografado de cuecas e por causa disso foi o primeiro deputado cassado da história da República por falta de decoro parlamentar. Segundo Barreto Pinto ele foi enganado por Davi Nasser e Jean Manzon, pois o repórter de “O Cruzeiro” garantira que publicaria a foto mostrando-o somente da cintura para cima. 


O palacete foi comprado por Sergio Dourado, que ali fez subir um prédio de 25 andares, quatro blocos e manteve a capela "do tempo do Comendador". Nos fundos do palacete, havia um túnel no morro com um elevador até o alto onde foram construídas quadras de esporte, jardins, fontes e até uma capela. Este espaço faz parte do edifício de 25 andares e é acessado por moradores e seus convidados.


Consta que o imenso patrimônio do Comendador foi dilapidado por um herdeiro. Incluía mais de 20 casas em Botafogo, terrenos como o de onde foi instalado o antigo Hotel Meridien em Copacabana, etc.


Antonio Virzi o arquiteto de obras famosas no Rio, como o prédio do Elixir Nogueira (Glória), cinema América (Tijuca), casa Villino Silveira (Glória), mansão Schmidt Vasconcellos (Copacabana), casa Villot (Copacabana), nasceu em Palermo, na Itália. No Brasil chegou por volta de 1910 e casou-se com Lívia Rocha Miranda, de família da alta sociedade carioca. Isto lhe abriu as portas para início de sua impressionante carreira no Rio.


Foi lamentável a demolição da maioria das obras de Virzi. Nosso amigo Decourt certa vez comentou que “Virzi é esquecido solenemente pela grande Imprensa, que só pensa numa unanimidade burra, que já teve seu tempo e deveria entregar os projetos públicos a uma nova geração. No Rio infelizmente pouca coisa nova surge, nem parecendo a efervescente cidade dos anos 10 ao início dos anos 70 do século passado, palco de brilhantes projetos, muitos passados despercebidos como seus autores, outros impiedosamente demolidos.”