As
fotos de hoje mostram o Túnel Novo e o famoso “mata-paulista”, o bonde que
vinha na contra-mão.
Copacabana
era um grande areal praticamente desabitado até o final do século XIX, quando
se iniciou o serviço de bondes, com a abertura do Túnel Alaor Prata (o Túnel
Velho), em 1892, e o Engenheiro Coelho Cintra (o Túnel Novo), em 1906. Foi
inaugurado como “Túnel Carioca”, mas era conhecido como “Túnel do Leme” até
receber o nome atual em 1937.
A
outra galeria do Túnel Novo, a Marques Porto, só em 1949.
Para
incentivar o uso de bondes para visitar Copacabana a Cia. Jardim Botânico
imprimiu no verso dos cupões de passagem alguns versos, logo apelidados pelos
cariocas de "Conselhos de Higiene Poética":
"Pedem
vossos pulmões ar salitrado?
Correi
antes que a phtisica vos algeme,
Deixae
do Rio o centro infeccionado,
Tomae
um bonde que vá dar ao Leme.”
“Teve
em Copacabana a Natureza,
Ao
faze-la, tais mimos, tal riqueza,
Que
nada nos deixou a desejar.”
“Entediados,
deixae teatros e ceias,
Ide
fitar-lhe as rochas e as areias,
E ouvir o oceano em noites de luar!”
“Graciosas
senhoritas, moços chics,
Fugi
das ruas, da poeira insana.
Não
há logares para pic-nics,
Como
em Copacabana.”
“Elegante
moçaime do alto amor!
'Dandys'
de fina luva e bom havana!
Para
um 'flirt' não há ninho melhor
Do
que em Copacabana.”
“Noivos
que o céu gozais em pleno juízo,
Almas
que a mágoa nem de leve empana,
Quereis
de vossas noivas no sorriso
Ler
a maior felicidade humana?
Prometei-lhes
morar num paraíso Róseo – em Copacabana.”
“Viveis
do sonho? Ide enlevar em cismas
A
alma que em vossos corações se aninha:
Vereis
a vida por estranhos prismas
Sobre
os rochedos pardos da Igrejinha.”
“Ide
a Copacabana
Espairecer
sobre as areias lisas.
Ali,
esquecereis da vida humana
O
fel travoso, que rebaixa e dana,
Ao
perpassar das salitradas brisas.”
“Ó
pais que tendes filhos enfezados,
Frágeis
e macilentos e nervosos,
Afastai-os da manga e da banana.
À
beira-mar! Aos ares salitrados!
E heis de vê-los rosados e viçosos.
Para Copacabana!"
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