No
século passado foram muitos os projetos para a construção de uma Cidade
Universitária no Rio de Janeiro. Entre eles o de se aterrar parte da Lagoa
Rodrigo de Freitas e o de Agache para construí-la na Urca.
Em
1948, optou-se por construir a Cidade Universitária da então Universidade do
Brasil (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro) numa ilha artificial da
Baía da Guanabara. Através de um aterro que uniu nove ilhas em frente a
Manguinhos, conseguiu-se uma área de mais de 5 milhões de metros quadrados. O
campus foi projetado para uma população de até 40 mil pessoas, havendo a
previsão de habitações para 10 mil alunos e 300 famílias de professores
Nas
fotos de hoje vemos o Plano de Alfred Agache para a Cidade Universitária
(Universidade do Brasil), na Urca, datado de 1929. Observa-se a distribuição
dos prédios escolares desde a atual Avenida Wenceslau Brás, as casas já construídas
no primeiro quadrado da Urca e o projeto entre a Enseada de Botafogo e a Praia
Vermelha, com o objetivo de sanear a primeira.
Da
mesma forma que, desde a 2º metade do séc. XIX, o Governo Imperial planejava
erigir uma universidade no que é hoje a Avenida Pasteur, o urbanista francês
Alfred Agache assim planejou. Agache foi contratado na gestão de Prado Junior
(1926-1930) para elaborar um plano de melhoramento e embelezamento do Rio.
O
campus universitário ficaria entre a Praia Vermelha, a Avenida Pasteur e o
Morro da Babilônia. A escolha recaiu ali porque era "... local salubre e
com comunicações fáceis com o Centro".
A
Praia Vermelha, propriamente, ficaria reservada para a prática de esportes,
inclusive os náuticos, e abrigaria um conjunto de habitações para estudantes,
formando um pavilhão para estudantes de cada estado brasileiro, de forma
semelhante à Cité Universitaire de Paris, segundo Mario Aizen.
No
projeto de Alfred Agache havia, também, preocupação com o estado de salubridade
da Enseada de Botafogo. A fim de evitar o aterro da enseada e salvá-la, Agache previa
"a abertura de um canal entre a piscina que ocupa a antiga Praia da
Saudade e a Praia Vermelha, na margem do oceano, restabelecendo a comunicação
que existia antigamente".
O
canal, que passaria pela Rua Heloísa Leal (atual Odílio Bacelar) ao pé do
penedo da Urca, possuiria cerca de 500 metros de extensão e provocaria uma
verdadeira limpeza da Enseada de Botafogo, com auxílio da corrente que seria
produzida por ocasião da baixa-mar entre Botafogo e o Oceano.
O
Andre Decourt também já abordou muito bem este tema em http://www.rioquepassou.com.br/2005/08/25/plano-agache-cidade-universitaria/
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