Como
esta casa quase não tem fotos disponíveis em livros e na Internet, mostramos
hoje uma pintura garimpada pelo Achilles Pagalidis, com a dedicatória “A la
Sra. Dª Carmen Tadareo”, É um óleo sobre tela de José Pinelo Llull, 1910.
A
casa Bernardelli, ficava na esquina da Rua Belford Roxo com a Av. Atlântica, no
Lido.
A
praça do Lido já foi chamada de Praça Bernardelli e Praça Vinte e Seis de
Janeiro.
Conta
o Decourt que a primeira urbanização da praça, realizada entre os anos de 1912/1913,
constava apenas de jardins e um curioso terraço que a isolava da praia. Nos
anos houve a demolição deste terraço e a praça ganhou a urbanização que chegou
até o início dos anos 60.
A
casa, uma das pioneiras no bairro, construída antes mesmo da Av. Atlântica ter
suas obras iniciadas e da Av. N.S. de Copacabana, neste trecho, ainda ser um vasto
areal, era notada de longe nas fotos até o final dos anos 20, quando com o
aumento das construções na Av. Atlântica e o fim da pendenga judicial que
bloqueva a ocupação de grande parte do Posto 2, começou a ser escondida e
passar desapercebida.
Com
a morte de Rodolpho Bernardelli em 1931 e a avançada idade de seu irmão Henrique,
os boatos sobre a venda ou demolição da residência começaram, principalmente
com as obras nos terrenos fronteiros para a construção de um grande cinema na
Praça do Lido no final dos anos 20. Entretanto, este cinema nunca se concluiu e
é praticamente desconhecido, só sendo visto em algumas fotos de Malta, que
acompanhava a construção de suas fundações.
Com
a morte de Henrique em 1936, era dada como certa a demolição da casa, que ficou
fechada por muitos anos, gerando na comunidade de Copacabana um pouco comum,
naquela época, desejo preservacionista da residência. O tema foi debatido pela Imprensa,
inclusive na revista Beira-Mar. Os moradores queriam preservar a casa, não só
em lembrança dos dois brilhantes artistas, como também pelo significado que a
casa tinha em relação à ocupação do bairro. Muitos queriam que nela fosse
instalada uma escola.
Mas
os apelos foram em vão e, no final dos anos 40, a casa, em relativo mau estado,
foi ao chão pelas mãos da Construtora Corcovado, a que mais destruiu o bairro
no período.
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