O Hotel Avenida,
construído pela Light em 1911, era um dos edifícios mais populares da Avenida
Rio Branco e um dos pontos mais movimentados da cidade. No térreo funcionava
uma estação circular dos bondes (mais tarde transferida para o Tabuleiro da
Baiana, no Largo da Carioca) que trafegavam pela Zona Sul da cidade pertencentes
à Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico.
Chamada de Galeria
Cruzeiro devido à existência de duas passagens em cruz, ela permitia o embarque
e desembarque dos ilustres passageiros com conforto e segurança. Além disso,
oferecia bares, restaurantes, cafés e leiterias.
A Galeria Cruzeiro também
foi um dos principais cenários do carnaval carioca, concentrando os foliões que
chegavam nos bondes lotados e ruidosos.
O Hotel Avenida foi
demolido em 1957/1958 para dar lugar ao Edifício Avenida Central, após vários
ocupantes do hotel, que lá moravam, travarem uma pequena batalha judicial que
atrasou o início das obras em uns 2 anos desde o anúncio que o hotel iria ao
chão.
Na época "empreendedores"
defenderam a demolição doprédio histórico, patrimônio de uma cidade, com
argumentos como “É um prédio velho, cheio de ratos, ultrapassado, feio,
inexpressivo, atravancador do progresso".
Em outras cidades, como
Paris, é claro que também existiram os especuladores vorazes que queriam a
demolição do Hotel Lutèce, por exemplo, para erguer um caixotão de vidro e
cimento. Mas lá o "pau comeu" e os espertalhões não tiveram moleza. Aqui
a lei do dinheiro falou mais alto.
Quando nos lembramos que
até o Parque Lage quase foi transformado numa série de espigões, ideia do
Roberto Marinho, o pasmo é rotina. E neste episódio, justiça seja feita ao
Lacerda, por pouco não se cometeu outro crime contra a cidade.
Sem dúvida, nosso Rio de
Janeiro, sempre foi apetitosa carniça para alguns. Os exemplos são muitos.