Hoje vamos dar uma olhada naquele trecho da Lagoa perto do Túnel Rebouças, mais ou menos paralelo à Rua Fonte da Saudade. As fotos foram enviadas pelos prezados Carlos Ponce de Leon Paiva (talvez da "Manchete") e GMA (do acervo do "Correio da Manhã", hospedado no "site" do "Arquivo Nacional"), além de fotos do "site" da "Pequena Cruzada".
Nossos agradecimentos a ambos.
FOTO 1: Vemos a área perto da Igreja de Santa Margarida Maria, na Lagoa, em meados da década de 60, quando estava prestes a acontecer a abertura do Túnel Rebouças. Já vemos o primeiro grande prédio deste trecho da Avenida Epitácio Pessoa, logo após o prédio menor da Obra do Berço.
Havia na Lagoa e na Fonte da Saudade uma série de casas muito bonitas que, depois, foram substituídas por prédios de apartamentos. Bem aqui à direita, a casa da professora Heloísa, mestre de inglês de tantos alunos. As aulas eram numa sala sobre a garagem da casa dela, em pequenas turmas de cinco alunos.
Mais à direita ainda, neste trecho, funcionou durante anos a CCP - Clínica de Cirurgia Plástica do Dr. William Bonhôte, que durante anos trabalhou no Serviço de Ortopedia do Dr. Arnaldo Bonfim.
FOTO 2: Nesta foto, já da década de 70, mais edifícios já substituíam as casas. A da professora Heloísa foi das primeiras a desaparecer.
À direita vemos a "Pequena Cruzada", uma instituição católica que começou a funcionar em 1921 no Catete para apoiar a população carente. Em 1930 recebeu do Prefeito Prado Junior a doação de um terreno na Lagoa, na Epitácio Pessoa, junto à Rua Vitor Maúrtua, onde permanece até hoje.
FOTO 3: Em 1933 as obras da construção da nova sede estavam em andamento. A inauguração se deu em maio de 1935. Poucos anos depois o prédio começou a apresentar defeitos estruturais, tendo que ser demolido. As internas tiveram que ser transferidas para Petrópolis, enquanto aguardavam nova construção na Lagoa.
Em 1947 foi inaugurado parte do novo prédio e a instituição voltou a funcionar na Lagoa. Nos anos 60, para gerar renda, foi cedido parte do terreno para a construção de um posto de gasolina Esso, hoje funcionando como Ipiranga. Com o valor da locação onstruiu-se um auditório, a casa do zelador e um salão de festas com o qual se passou a obter também uma nova renda.
A "Pequena Cruzada" continua em funcionamento com o lema de " instituição que visa a inclusão social por educação em tempor integral, com a profissão de fé de sua padroeira Santa Therezinha."
FOTO 4: O prédio da "Obra do Berço", de 1937, foi o primeiro projeto executado de Oscar Niemeyer. Localizado na esquina da Rua Cícero Goes Monteiro com a Av. Epitácio Pessoa, perto da Igreja de Santa Margarida Maria, fica num quarteirão onde só haviam casas até os anos 60.
O prédio foi construído sobre pilotis em dois blocos, um de quatro pavimentos e outro com dois andares e um terraço-jardim que serve como local de recreação e se comunica com o terceiro pavimento do bloco mais alto.
Segundo nos conta L. Cavalcanti, o edifício foi projetado em estrutura de concreto armado, contendo os elementos fundamentais da gramática moderna: estrutura livre, planta livre, fachada livre, pilotis e terraço-jardim. A fachada noroeste foi protegida da insolação por "brise-soleils" móveis verticais, emoldurados por pequeno friso à sua volta.
A Obra do Berço foi fundada em 1928 por Marianna Sodré e Lysia Cezar de Andrade. Começou em Laranjeiras oferecendo serviço ambulatorial de pré-natal e puericultura, fornecendo leite e enxovais para bebês. Em 1938, inaugurou sede própria na Lagoa, onde está desde então. A creche teve, durante muitos anos, em seu grupo de diretoras, ex-alunas do Sacré-Coeur de Jésus, entre elas minha madrinha.
FOTO 5: Este trecho da Lagoa, vizinho ao prédio da "Obra do Berço", antes da abertura do Túnel Rebouças, tinha pouquíssimo movimento de veículos.
FOTO 6: Estamos em 1955. O poste à esquerda está na esquina da Epitácio Pessoa com a Fonte da Saudade, onde há décadas há um posto de gasolina.
FOTO 7: Na década de 1970 houve uma explosão de construção de edifícios na região. O trecho, atualmente, tem um trânsito caótico, sempre engarrafado, tal o número de veículos que se dirigem para o Túnel Rebouças.