Grandes
cartunistas tiveram o futebol como inspiração, como o Henfil e o Lan, por
exemplo. Outros três, cujos trabalhos são publicados hoje, também brilharam:
Luiz
Sá, autor também dos antigos bonequinhos críticos de cinema d´O Globo e colaborador
assíduo da revista Tico-Tico, com seus personagens Reco-Reco, Bolão e Azeitona.
Otelo
Caçador, publicava na última página do Caderno Esportivo d´O Globo, sob o
título de "Penalty" ("penalty não é coisa que se perca").
Entre outras coisas, criou o "diploma de sofredor", que pode ser
visto acima, para ser preenchido e ofertado a um torcedor rival. Otelo brilhou
nas páginas d´O Globo durante anos, fazendo gozação com tudo relacionado ao
futebol. À semelhança do "escrete da rodada" tinha o seu
"escrete de pernas-de-pau" (onde havia lugar cativo para qualquer
jogador que perdesse um "penalty"). Criou também o "placar
moral", onde colocava o resultado que achava justo para determinada
partida (ali o Flamengo nunca perdia). Havia também, se não me engano, o Troféu
Bela Vista, para os times grandes perdedores – o Bela Vista fez uma excursão à
Europa e perdeu todos os jogos. Era um concorrente do Ibis).
William
Guimarães, que publicava os gráficos dos gols no "Esporte Ilustrado",
semanário que circulou no Rio com grande sucesso na década de 50. Numa época de
poucos recursos de TV, seus gráficos davam uma boa ideia do acontecido na
rodada. Estão desenhados gols de Valdo, Paulinho (2), Escurinho, Robson, Indio
(2), Gulherme (2), Ademir (2), Parodi, Zezinho, Cosme, Gringo (2), Washington,
Benedito, Robertinho, Décio. Era a forma de rever os gols do fim de semana,
naquela época ainda sem televisão. Era tempo dos jogos no Maracanã e, também, nos
campos de Figueira de Melo (São Cristóvão), Bariri (Olaria), Teixeira de Castro
(Bonsucesso), Conselheiro Galvão (Madureira), Kosmos (Portuguesa), Niterói
(Canto do Rio), Moça Bonita (Bangu), Gávea (Flamengo), Alvaro Chaves
(Fluminense), São Januário (Vasco), General Severiano (Botafogo) e Campos Sales
(América).
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