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sábado, 28 de agosto de 2021

AS MOTOCICLETAS

Um elegantíssimo motociclista e sua moto Wanderer, nas primeiras décadas do século XX, no Rio de Janeiro. Suspensão zero, apenas as molas do selim. Pneus com dimensão interna de 16" ou 17”. 

Foto do pai do prezado Gustavo Lemos, Aluízio Lemos, na Curva do “S” na Estrada da Gávea. Ano de 1948 durante a disputa da final do Campeonato Brasileiro de “Subida de Montanha”. A moto é uma Triumph Tiger 500. Curioso observar a posição do piloto, tão diferente da posição dos atuais motociclistas. Já comentaram que isto se devia à pouca aderência dos pneus de então. Se os motociclistas se inclinassem mais a queda sereia certa.

Foto de autoria de Hugo, pai do prezado JRO, feita em 1947 no Arpoador. Nela aparecem Afranio Lemos, D.Rose, mãe do Zé Rodrigo, na moto de seu marido, e na outra moto Arlindo Pereira Carneiro.

 O Arpoador era o “point” dos motociclistas nesta época. As motocicletas eram, a partir da esquerda, uma Victoria 350, uma DKW DS 350 e uma NSU 500. Era comum colocar o nome da moto sobre o paralama dianteiro, como vemos: "La Conga" e "Tabu".


Foto enviada pelo prezado Gustavo Lemos (para uma das etapas do "Concurso Sherlock Holmes) e colorizada pelo Conde di Lido.O local é a Rua Souza Lima, em Copacabana. Em primeiro plano temos um BMW e ao seu lado uma Norton Manx. A BMW está com a descarga livre e devia fazer um barulhão. As duas motos eram o sonho de consumo dos jovens da época, os anos 1940.

Foto da “Última Hora”. Apresentação de motos da Polícia Militar em frente à 12ª DP na Rua Hilário Gouveia, em Copacabana, nos anos 50. Mais ao fundo, na esquina da Hilário com a Barata Ribeiro, funciona uma espantosa loja de roupas que, contam as más línguas, pertence também ao já citado Gustavo Lemos, embora ele negue categoricamente. Num dos prédios funciona atualmente o famoso “Pavão Azul”, onde são destaques as pataniscas e os risotos de camarão e de polvo.As motos são da marca Harley Davidson, talvez de 900cc. 


Foto enviada pela prezada e desaparecida Tia Lu. À direita vemos novamente D. Rose, mãe do Zé Rodrigo, na moto de nome "Tabu", que era do pai dele. A moto é uma Norton.  Foto em torno de 1940, na Avenida Niemeyer.


E para terminar a CB400 do sumido JBAN.

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

CAJU


A Ponta do Caju. Óleo sobre tela de autoria de Teixeira da Rocha. Era uma região belíssima, de praias com areias branquinhas e água cristalina, onde não era rara a visão do fundo da Baía, tendo como habitantes comuns os camarões, cavalos-marinhos, sardinhas, e até mesmo baleias”, escreveu o cronista C. J. Dunlop.


Vemos hoje a região da Praia do Caju, perto do Cemitério de São Francisco Xavier. Segundo C. Gaspar deve o nome aos cajueiros abundantes nessa ponta da cidade. Além de colônia de pescadores e humilde zona residencial, foi o primeiro balneário da cidade, frequentado pela família real, quando D. João VI adquiriu ali uma quinta, equipando-a com cais e capela, para tratar-se no Caju com banhos de mar. Na época o mar era cristalino, as areias brancas e a lama medicinal. Mas D. João entrava no mar dentro de um caixote especial, que ficava semimergulhado na água. Ao longo do século XX mudou muito por conta das obras do cais do porte e da ponte Rio-Niterói. A Casa de Banhos de D. João VI foi tombada e hoje é mantida pela COMLURB.


O Caju. Foto da Brasiliana Fotográfica. Esta área foi palco de um grande aterro nos anos 50 e 60, transformando totalmente o aspecto da região. A bela região de outrora foi degradada, sendo substituída por cemitério, Arsenal de Guerra, depósitos, atividades portuárias inclusive envolvendo a lama decantada da City. Posteriormente as ampliações do porto, a indústria da construção naval, a construção da Ponte e a expansão da favela, mudaram completamente a geografia do local.  



Foto da Colônia de Pescadores existente no local. O Caju era a "praia" de São Cristóvão, bairro onde ficava o Palácio e a nobreza. As ruas de São Cristóvão terminam no Caju, como Rua Bela, Olímpio de Melo, etc. A construção da Av. Brasil alterou muito o local. Este morro é onde fica a Rua Tavares de Guerra e a Rua General Gurjão, local da Casa São Luiz para velhice.  Fundada em 1890, a Casa São Luiz é referência em residencial para a terceira idade, sendo a Casa de Idosos mais antiga do Brasil.


quinta-feira, 26 de agosto de 2021

PRAÇA JOSÉ DE ALENCAR - FLAMENGO

Foto de Malta mostrando a Praça José de Alencar, perto do Largo do Machado, em 1906. Segundo Brasil Gerson, a Praça José de Alencar sempre se chamou Largo do Catete (ou da Ponte do Catete), porque era nele que estava a Ponte do Salema, substituída por outras até a época de Pereira Passos, que foi quem converteu o Rio Carioca num riacho subterrâneo. Depois deram-lhe o nome de Ferreira Viana e, em 1897, o do romancista do Guarani, ao inaugurar-se nela o monumento a ele dedicado e esculpido por Bernardelli. Nesta praça ficava o Hotel dos Estrangeiros (talvez de onde foi tirada a foto). À direita vemos a torre da Igreja da Glória no Largo do Machado, inaugurada em meados do século XIX.

De 1850, temos esta bela gravura de Alfred Martinet mostrando o Hotel dos Estrangeiros. Dos grandes estabelecimentos da história da hotelaria carioca, nenhum outro até o momento conseguiu conjugar a fama do bom tratamento dispensado aos hóspedes, com a presença de um século no mesmo local. O Copacabana Palace aproxima-se disto.

Poucos anos depois da gravura acima temos esta estupenda foto de 1865 feita por Leuzinger.


O Hotel dos Estrangeiros ficava no nº 1 da Praça de José de Alencar,  Telephone nº 498. Um anúncio dizia: "O mais importante do Brasil e o que rivalisa em commodidade, asseio, conforto e tratamento com os melhores hoteis da Europa e da America. Dispõe este estabelecimento de 120 quartos de 1ª ordem; contem um grande salão de jantar, salão de recepção, sala de leitura e bilhares, salão para banquetes comportando 300 talheres, primorosos jardins e arvoredo, lindos terraços para recreio, excellente serviço de banhos quentes, frios e duchas dos systemas os mais aperfeiçoados. Posição única na Capital. Bonds da Companhia Jardim Botanico de 2 em 2 minutos, a todas as horas do dia e da noite. Preços razoaveis." 



Este outro anúncio, em francês como era hábito na época, destacava a proximidade com estação de bonde e carruagens. Além de banhos quentes e frios bem perto ficava o estabelecimento de hidroterapia do Dr. Julio Brandão e instalações para banho de mar. A Cia. do Sr. Mendes fornecia transporte mediante aluguel. Havia comida especial para pessoas adoentadas. Perfeita higiene.

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

SOCCORROS POLICIAES

Temos hoje dois postais sobre como funcionava a Polícia na primeira década do século passado. Neste primeiro vemos um cidadão na Praia do Flamengo junto ao novo poste telefônico para chamar a Polícia. Ao fundo vemos o carro de socorro com os policiais vindo do Morro da Viúva. Muito já se especulou como funcionava, hoje temos a resposta.

Em 1908, assumindo o comando da Força Policial, o General Antonio Geraldo de Souza Aguiar, devido ao pouco número de policiais na tropa, foram instalados estes aparelhos pela cidade a fim de dar mais segurança à população. Acontecendo uma ocorrência era dado aviso ao quartel mais próximo para a saída de um carro com os policiais.

O telefone era acionado pelo policial de ronda da área ou pelos moradores das vizinhanças do mesmo, que tinham a “chave do cidadão”.  Esta chave era fornecida a cidadãos de idoneidade comprovada. A chave ficava presa à caixa para, nos casos de rebate falso, ser apurada a responsabilidade da pessoa que o deu.

As caixas também serviam para controle dos policiais de ronda, pois o oficial do dia da estação mais próxima poderia ligar para eles acionando o “tímpano avisador” e acendendo a lâmpada, ambos vistos no poste.

Nos quartéis havia um aparelho receptor que registrava o sinal dado, bem como a hora em que foi feito.

Este primeiro postal ilustra a capa do livro “O Cotidiano Carioca no Início do Século XX”, Cohen e Gorberg. 


Soccorros Policiaes

Chave do Cidadão

331

Força Policial

Rio de Janeiro

Este era o posto policial responsável pelo socorro à região do Flamengo/Botafogo e adjacências. Ficava onde é hoje a casa do Comandante da PM, na Av. Oswaldo Cruz.  Nota-se à direita o muro da divisa com a Travessa Acaraí e a escadaria de acesso à caixa que existe até hoje. 


Durante a Exposição de 1908 eram publicados no “Correio da Manhã” os nome dos que estavam de serviço no “Posto de Soccorros Policiaes”, bem como os nomes daqueles que recebiam as “Chaves do Cidadão”.


Foto da caixa existente nos jardins do Palácio do Catete. Acervo Monsieur Rouen.

terça-feira, 24 de agosto de 2021

IPANEMA - RUA GOMES CARNEIRO

Esta foto da fronteira entre Ipanema e Copacabana já intrigou muita gente, dada a extensa duna que aparece. O Decourt deu uma aula sobre o assunto: “A foto de hoje explica a razão da elevação do terreno no encontro de Copacabana com Ipanema, na altura da rua Francisco Sá e Gomes Carneiro.

A elevação bem acentuada que hoje notamos e que muitos pensam que é acarretada pela proximidade no Morro do Pavão é na realidade uma enorme duna que existia no local e que se estendia até praticamente o Arpoador, na Rua Francisco Otaviano. Há muitos vestígios que podem ser notados até num grande condomínio na esquina das ruas Bulhões de Carvalho e Francisco Otaviano, o conjunto foi construído numa das partes finais da duna e é significativamente mais alto que a pista e a calçada da rua.

A grande duna retardou a urbanização de boa parte do Posto 6 e acredito ser a responsável pela volta que o ramal de bondes de Ipanema dava, pois o ramal contornava a duna pelo Arpoador e orla de Ipanema, sendo mais barato ir pela Rua Francisco Sá, como aliás ocorreu a partir de 1934.

A foto nos mostra a duna já parcialmente domada, a Rua Rainha Elizabete já está aberta, mas vemos que as ruas Joaquim Nabuco e Júlio de Castilhos ainda têm seu traçado encoberto pela areia, parecendo que a última é completamente intransitável.

A duna também absorve longos trechos das Ruas Bulhões de Carvalho, Conselheiro Lafayette, Gomes Carneiro e até mesmo um pedaço da Av. Visconde de Pirajá.

É interessante notar que algumas ruas ainda não tinham sido abertas, como a Canning, toda dentro da duna e o trecho da Bulhões de Carvalho que margeia o morro do Pavão até a Rua Sá Ferreira.

A foto ainda nos mostra no topo a primeira urbanização da Praça Gal. Osório, com jardins retangulares e duas aléias que se encontravam no Chafariz das Saracuras. Na parte inferior direita temos a elevatória do 4º Distrito da City Improvements, onde hoje temos a moderna elevatória André de Azevedo e o Parque Peter Pan, sendo o velho prédio em estilo inglês da elevatória antiga sendo usado como escola pública, embora sua fachada, em virtude do alargamento da Rua Raul Pompéia seja de estilo modernista.

Na parte esquerda superior vemos as areias da Praia de Ipanema.”

 

Foto de Malta, enviada pelo ilustre Fidelino Leitão de Menezes. Vemos a Rua Gomes Carneiro, em Ipanema. Antiga Rua Goulart, começa na Av. Vieira Souto e termina na Rua Bulhões de Carvalho. Tem o nome atual em homenagem ao General Gomes Carneiro, participante da Guerra do Paraguai. Vemos claramente que essa região ficava em cima da grande duna mostrada na foto anterior. A rua é de areia e fofa, sem dúvida nenhuma sendo intransitável para qualquer veículo sobre rodas da época.  A rua, hoje repleta de edifícios, tinha casas com muros baixos, estilo que resistiu até o final da década de 50 aproximadamente.


Foto do acervo da Ana, amiga do Tumminelli. Vemos a tranquila rua Gomes Carneiro, em 1959. É impressionante que mesmo às portas da década de 60 várias casas ainda existiam no bairro. Na imagem acima a foto foi tirada para a praia. à esquerda notamos que não existia ainda a pequena Rua Apolo XI (aualmente Rua Teresa Aragão), que liga as ruas Rainha Elizabeth e Gomes Carneiro.  À direita, no alto, a Praça General Osório.


segunda-feira, 23 de agosto de 2021

ILHA E BAR DOS PESCADORES - BARRA DA TIJUCA

Nesta foto do acervo de Monsieur vemos o complexo “Ilha e Bar dos Pescadores” no final dos anos 60. Era ainda a época em que a Barra da Tijuca era considerada “pecaminosa”. Poucos anos depois, com a construção da Auto-Estrada Lagoa-Barra começou o grande desenvolvimento da região, que virou uma cópia mal feita de algo que é ruim por natureza. O modelo de Miami e de todo os Estados Unidos com freeways e avenidas onde o transporte individual reina soberano.

À esquerda o limite do campo do Itanhangá Golf Club e à direita o terreno onde mais tarde seria construído o Marina Barra Clube.

Neste local as atrações eram um pequeno zoológico e duas grandes lanchas, além da apresentação de cantores conhecidos, fora a comida, considerada das melhores quando se trata de produtos do mar. Consta que criavam tartarugas que podiam ser escolhidas pelos fregueses para ir para a panela.


Vemos uma publicidade de 1966 do Bar dos Pescadores, local este em terra firme em frente à “Ilha e Bar dos Pescadores” da foto anterior. Podemos ver no estacionamento uma mistura de carros nacionais e estrangeiros. Desde um belo Ford Victoria 1956, um Citroen, um Peugeot 404, um Panhard Dyna 1948 (segundo o Prof. Jaime), além dos carros nacionais como Fuscas, Kombi, DKW.

O telefone do estabelecimento tinha o prefixo 27, o que é curioso, pois esta estação atendia principalmente o bairro de Ipanema e parte de Copacabana.

 


Este anúncio, já dos anos 80, anunciava atrações como Agnaldo Timóteo, Angela Maria e Nelson Gonçalves, que revezavam com outros nomes como Cauby Peixoto. Um comentarista do “Saudades do Rio”, cujo nome não estou autorizado a divulgar, diz que após jantar na “Ilha dos Pescadores” acabava a noite numa boate vizinha chamada “Hangar”, que funcionava dentro de um C-82.


 

domingo, 22 de agosto de 2021

DOMINGO NO QUITANDINHA

Nesta fotografia de Kurt Paul Klagsbrunn vemos o Hotel Quitandinha, na década de 50. Em 1939, Joaquim Rolla comprou parte do terreno da antiga Fazenda Quitandinha e encomendou ao arquiteto italiano Luis Fossati um projeto para a construção do maior cassino da América Latina. A construção começou em 1940 e foi inaugurada em 1944. Pouco depois, em maio de 1946, o Governo Dutra proibiu o jogo, dando início ao processo de falência de Rolla, um dos homens mais ricos do Brasil, na ocasião. Em 1963, o hotel se transforma num clube, o Santa Paula Quitandinha Clube. Acho que atualmente funciona neste local algo relacionado com o SESC.

Vejam só o que um folheto de propaganda da época dizia a respeito do Hotel Quitandinha: 

Quitandinha, unique in South America, is admirably situated in the mountains near Petrópolis. Riding, boating, swimming and sports of all kins are allied to the comforts of a luxurious modern hotel. 

Quitandinha, unique en Amérique du Sud, est admirablement située dans les montagnes près de Petrópolis. On y pratique tous les sports en jouissant du confort d'un hôtel de gran luxe. 

Quitandinha, einzigartig in Südamerika, ist wundervoll in den Bergen bei Petrópolis gelegen. Zur Gelegenheit für allerlei Sport gesellt sich dort der Komfort eines luxuriösen Hotels.



Nas duas últimas fotos, do acervo do “Saudades do Rio – O Clone”, vemos uma família passeando no Quitandinha. Seria da família a Dodge SW 1950? Os outros carros seriam um Pontiac e um Cadillac?