As primeiras fotos de
hoje, do AGCRJ, mostram aspectos da construção da igreja de Santa Margarida
Maria, na Lagoa.
Sua história teve início
na segunda metade do século passado. Naquela região existia na época a Capela
da Congregação dos Sagrados Corações, situada na Rua Almeida Godinho, uma
transversal da Rua Fonte da Saudade. Em 16 de junho de 1939 foi fundada, por
decreto do Cardeal Leme da Silveira Cintra, a Paróquia Santa Margarida Maria da
Lagoa, sem que houvesse ainda uma igreja para sua sede. A nova Paróquia foi
fundada no dia consagrado ao Coração de Jesus tendo a sua instalação ocorrida
no dia 18 de junho na capela da referida congregação, sendo confiados a seus
religiosos a administração espiritual da mesma. Seu território foi desmembrado
das Paróquias de Nossa Senhora da Conceição da Gávea e de São João Batista da
Lagoa.
A pedra fundamental da nova igreja foi lançada no dia 8 de novembro de 1942. No dia 28 de abril de 1944 a igreja em construção foi designada como sede da paróquia, tendo sua obra sido concluída em 1956, ficando o dia 16 de outubro dedicado a padroeira da igreja, Santa Margarida Maria. A construção foi realizada pela firma F.I. Lemos, Arquitetura e Construções, de propriedade de Fernando Iehly de Lemos, arquiteto que fez o seu projeto.
Em 1948, o Pe. Euzébio
Van Den Aardweg, tomou posse como pároco e deu início às campanhas de
arrecadação de recursos para impulsionar as obras. Os sete primeiros párocos da
Paróquia Santa Margarida Maria pertenceram à Congregação dos Sagrados Corações,
sendo todos eles holandeses, tendo sido o último o Pe. Teodósio Grondhuis que
foi pároco de 1982 a 1993, quando voltou para a Holanda.
É impossível passar por
estas redondezas e não vislumbrar esta igreja de estilo neocolonial com a sua
limpa e equilibrada fachada, edificada sobre uma base elevada em relação a rua.
Esta altura lhe confere uma certa suntuosidade franciscana, composta ainda pela
sua larga escadaria de granito com 9 degraus que dão acesso a sua fachada
principal com 3 portas, sendo a central a maior todas em madeira escura com
talhas regulares.
Igreja de Santa Margarida
Maria (era famosa, nos anos 60, a missa de domingo às 18 horas: um
"point" fenomenal para encontrar as meninas da Fonte da Saudade, da
Lagoa, Jardim Botânico e Humaitá). À direita, a Rua Fonte da Saudade (na época,
havia casas magníficas, hoje substituídas por grandes edifícios: as duas casas
da esquina da Rua Baronesa de Poconé eram espetaculares). Ao fundo, o início da
construção dos grandes edifícios que, atualmente, ocupam a região. O Túnel
Rebouças, nos primeiros tempos, funcionava com uma só pista em cada sentido e
sem iluminação. Anos mais tarde, após um período com duas pistas em cada
sentido, foi eliminado o acostamento e construída a terceira pista em cada
sentido. O entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas, até então uma grande tranquilidade,
se transformou, com o progressivo aumento do trânsito de veículos, no caos que
é hoje, sempre com engarrafamentos monstruosos.
Olá, Dr. D' e bom retorno.
ResponderExcluirAcompanharei os comentários.
Talvez esta seja a Igreja mais conservada do Rio de Janeiro. Sempre está com a pintura em dia. A aludida lenda carioca aconteceu com um primo, que ali casou e tempos depois separou-se.
ResponderExcluirCasa separa
ExcluirEstas duas postagens, sobre a Av. Pasteur e a Igreja de hoje, trouxeram boas informações, além da beleza das fotografias. Isto, claro, depois das férias do blogueiro...
ResponderExcluirNas fotos da Avenida Pasteur, um galicismo visual com a presença de um raro Peugeot 403 (encomenda do Rouen?), Rural, Oldsmobile e Austin A-40 no posto da Anglo-Mexicana, que eu não me lembrava, ou nunca soube...
Não tenho nada a acrescentar ao texto. Apenas fiquei admirado com a citação do nome da garota Helia. Até hoje só conheci uma pessoa com esse nome: uma colega da escola primária. Certamente não são a mesma pessoa, pois a que conheci era uma garota magrinha, de cor negra, moradora no morro da Formiga, na Muda.
ResponderExcluirTambém tive uma colega do primário chamada Magali. Nome não muito comum, porém mais fácil de encontrar do que Helia.
Na zona sul as coisas são bem diferentes.
ExcluirCom exceção das igrejas mais famosas do Rio, ou de arquitetura fora do comum como a de São José ("logo ali") as demais nunca me chamaram a atenção até a idade adulta. E como essa ficou meio escondida nas últimas décadas, para quem só passa nas vias principais, continuou fora do "campo de visão".
ResponderExcluirNo dia 16 de outubro a Sta. Margarida Maria sofre uma forte concorrência da Sta. Edwiges, considerada a padroeira dos endividados, o que atrai uma parcela cada vez maior de católicos.
ResponderExcluirAcompanho amiúde as matérias publicadas neste blog e vejo que há muitas publicações sobre igrejas católicas. Faço uma sugestão ao administrador: Por que não publicações sobre Centros de Umbanda, Candomblé,"mesa branca, templos budistas, sinagogas, universo em desencanto, e igrejas evangélicas?
ResponderExcluirPoucas fotos interessantes dos locais citados. Favor enviar fotos do Rio Antigo destes locais. Serão publicadas sem problemas.
ResponderExcluirConcordo. Fotos de igrejas católicas são postadas porque além de antigas possuem bonita arquitetura. O que não se pode dizer (em termos de beleza arquitetónica) de centros de umbanda ou kardecistas ou de candomblé ou de templos evangélicos em geral ou da Universo em Desencanto. Esta última, por exemplo, ocupava uma porta num imóvel caindo aos pedaços aqui perto de casa, aliás com várias portas, cada uma com um comércio distinto. Nunca foi demolido porque pelo PA nada poderá ser construído no local.
ExcluirQuanto a templos budistas e sinagogas, o Luiz já disse tudo.
O blog está aberto a todas as contribuições referentes ao Rio Antigo, sem distinção de raça, cor, ideologia, tamanho, país, religião, preferência sexual, altura, peso, etnia, etc
Tem a Catedral Mundial da Fé da Igreja Universal na Avenida Suburbana. É uma construção de grandes dimensões e muito bem cuidada. Em um anexo foi construída uma réplica em miniatura da Jerusalém dos tempos bíblicos.
ExcluirExceção da regra meus pais se casaram nessa Igreja em 1957 e só se dissolveu o casal quando ele faleceu em 2019. Lá fui batizado e meus 3 irmãos pelo Padre Leme Lopes .Frequento as vezes ; muito bem conservada, já recebeu uma vez a visita de Roberto Carlos. O carismático pároco dos anos 90, padre Moretto e sua peruca eram uma simpatia.
ResponderExcluirDesde que a pandemia começou aqui no RJ, março de 2020, praticamente não saí de casa. Ontem, enfim, fiz um passeio pela Lagoa. Bem cedo estava vazia, mas após as 10h já havia um bom número de pessoas, muitas sem máscara. Foi a deixa para me retirar.
ResponderExcluirA parte do Lagoon estava mais tranquila, alguns remadores treinando, mas não havia regata pelo campeonato Carioca.
Na volta, em direção ao Rebouças, mostrei a Igreja citada ao meu filho, de 13 anos. Nem tem como não reparar nela. Há um sinal de trânsito em frente, que nos faz olhá-la sem desviar o olhar.
Guilherme, as provas de campeonato estadual de remo são disputadas somente em um domingo do mês. A primeira regata ocorreu em 30/05/21.
ExcluirObrigado pela informação, Mauro!!
ExcluirNão sei o que o Luiz acha mas a Catedral Mundial da Fé está fora do objetivo do blog na minha opinião. Foi construída em 1999 e não é Rio antigo.
ResponderExcluirBom dia a todos. Para mim o melhor desta área são os prédios do início do século passado que sobreviveram ao bota abaixo da região. Do resto a Cidade e o Estado vão se afundando rapidamente, sem a menor perspectiva de mudança de rumo. Veremos como ficará o Centro da Cidade após o controle da Pandemia.
ResponderExcluirSalvem a Casa do Mago e a vizinha dela, as únicas que sobraram do desmanche do casario original do final da R.Humaitá.
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