Total de visualizações de página

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

LAGOA




Na foto superior vemos a Avenida Epitácio Pessoa, na Lagoa, em seu trecho paralelo à Rua Fonte da Saudade. Ao fundo, o prédio do Hospital da Sul América e o trecho da Avenida Borges de Medeiros, paralelo à Rua Jardim Botânico. A fotografia é de 1955 e mostra esta bela região ainda só com casas, diferentemente de hoje, quando está repleta de edifícios.
 
Até o final dos anos 70 era comum os sócios da Sociedade Hípica Brasileira, do Jockey Club e do Clube de Regatas do Flamengo (onde também havia uma seção hípica) passearem nos fins-de-semana, a cavalo, em torno da Lagoa Rodrigo de Freitas. Após a abertura do Túnel Rebouças, com o conseqüente aumento do tráfego de veículos, estes passeios se tornaram impraticáveis. O último a desistir, já quase nos anos 70, foi um senhor a quem todos se referiam como o "general": cabelos e bigodão brancos, sempre de mangas compridas, botas de montaria, porte militar, óculos escuros, passeava solitário quase todos os dias de manhã. Na foto, dois irmãos aficionados da equitação, ele, atualmente, um dos mais famosos obstetras do Rio de Janeiro.
 
Na foto inferior vemos os irmãos defronte à casa de nº 708 (numeração antiga) da Avenida Epitácio Pessoa, que ficava logo após a Rua Montenegro (hoje Rua Vinicius de Morais), em direção ao Corte do Cantagalo. Era uma época tranquila, de conversas à beira do portão, onde os vizinhos todos se conheciam. Até a década de 60, em todo o trecho entre o Jardim de Alá e o Corte do Cantagalo, as casas tinham muros baixos, varanda e dois andares. A calçada era como hoje, ampla, com grandes gramados.
 
Os cavalos da foto são PSI (puro-sangue inglês), bem diferentes daqueles cavalinhos de aluguel que havia no Jardim de Alá.
 
Com o tempo a maioria das casas da orla da Lagoa foi sendo substituída por arranha-céus. Pena que não houve uma padronização do gabarito no local o que gerou alguns absurdos com prédios altíssimos.
 

26 comentários:

  1. Lembrei agora de uma informação do Gustavo Lemos sobre a época dos cavalos em torno da Lagoa: algumas casas na Gávea e no Horto tinham cocheiras. Até o início dos anos 60 existiam cocheiras na rua Lineu de Paula Machado. Uma do Haras São José e Expedictus, no mesmo local onde foi erguido o Teatro Fênix, e outra bem na esquina da General Garzon, que pertencia ao Haras Mondesir. Além dos cavalos de corrida, as famílias Guinle/Paula Machado e Peixoto de Castro tinham montarias para passeio nestes locais.

    ResponderExcluir
  2. A Lagoa era uma tranquilidade só. Pouca gente, a Epitacio não era ligada à Borges de Medeiros, não havia sinais de trânsito, se podia passear a cavalo sem problemas. Muita saudades de todas essas casas. Poderiam implodir aquele edifício altíssimo entre o Parque da Catacumba e a curva. É um estropício.

    ResponderExcluir
  3. Perdemos, infelizmente, em qualidade de vida. Este é o fato.

    ResponderExcluir
  4. Bom Dia ! No início dos anos 60 comprei meu primeiro "beiçudo". Era um tordilho PSO de 12 anos,capado. Como o preço estava no meu alcance,afoitamente fechei negócio.Ao conduzi-lo para casa, me senti o próprio Zorro montado naquele cavalo branco.Ao mostrar o bicho à um amigo ele olhou demoradamente o animal e disse.Por esse preço,com certeza ele tem algum defeito.Naquela época, o que hoje é a Avenida P.M.L.King, era a Estrada Velha da Pavuna,descalça e bastante larga e com raras construções. Era o local onde todos os Domingos, quem tinha cavalo ia passear. Foi onde descobri que ele era um tremendo Trotão,e nada o fazia trocar de passo.

    ResponderExcluir
  5. Lembro-me bem de vários grupos de cavaleiros passeando pela Lagoa nos anos 60. O último já nos anos 80 foi o tal "general" com sua camisa cáqui de mangas compridas. Às vezes ia acompanhado de um outro cavaleiro. Vendo o portãozinho da casa vemos como o Rio mudou. Hoje a casa teria um muro e uma grade alta.

    ResponderExcluir
  6. Bom dia. Como mudou a Lagoa! Se tornou um local de transito complicado, e cujo acesso se tornou problemático. Ir à zona sul via Lagoa atualmente é uma tarefa árdua atualmente e requer paciência. Uma pena, já que, excetuando-se as favelas existentes na época, a Lagoa era quase paradisíaca. ### Mauroxará, a atual Avenida Pastor Martin Luther King, chamava-se Avenida Automóvel Clube, que começa em Benfica, na Rua São Luiz Gonzaga e termina no Largo da Pavuna. A estrada Velha da Pavuna, que tem o nome atual de Avenida Ademar Bebiano, começa na Pastor Martin Luther King em Del Castilho e termina na mesma avenida na altura de Inhaúma.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Continua sendo Automóvel Club na Baixada.
      A São Luiz Gonzaga é o trecho inicial da Estrada Real de Sta Cruz que liga a Quinta da Boa Vista à fazenda Real de Sta Cruz. Foi fracionada em várias denominações. São Luiz Gonzaga>>Suburbana>>Ernani Cardoso>>Intendente Magalhães>>Mal. Fontenelle e finalmente Av Santa Cruz.

      Excluir
  7. Fotos paradisíacas de uma época em que a cidade era, realmente, maravilhosa, coisa que, tirando a beleza natural, deixou de ser há muito tempo...
    E a isso dá-se o nome de progresso. Quanta ironia !

    ResponderExcluir
  8. Indo para a praia era obrigatório cumprimentar D. Julita quando ela estava no portão. Pouco antes desta casa fica o Edifício Lombardia onde nos anos 60 morou uma das musas de Ipanema, a Duda. Se coincidia dela sair na hora em que passava, o dia ficava mais luminoso.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A minha infância foi toda no bairro da Lagoa ganhei muito asuquinha dos cavaleiros na rua sacopan onde me criei.

      Excluir
  9. Para os que adoram a vida moderna e têm ojeriza pela de antanho, essas fotos devem lhes causar asco. Nada de carros, nem de poluição, nem de arranha-céus, nem de assaltos à beira da lagoa. Vizinhos fofocando sentados em cadeiras na porta de suas casas, crianças brincando soltas nas calçadas, cachorros correndo de lá para cá... Ô coisinha deprimente!!! Viva a época moderna, com seus celulares, TV's de 200 polegadas, metralhadoras, PCC, CV, ADA, arranha-céus de 50 andares, ruas entupidas de carros, engarrafamentos, assaltos e arrastões à luz do dia, facadas e tiros a dar com o pau, etc, etc. Vida vibrante, emocionante, com surpresas a cada passo, sem rotinas pré-estabelecidas, onde a gente sai de manhã e não sabe se estará vivo ao anoitecer, onde a gente entra na empresa pela manhã e não sabe se vai receber um pé na bunda à tarde, onde você não sabe nem o nome do seu vizinho, quanto mais conversar com ele, onde cada membro da casa tem sua própria TV, computador e celular, dispensando a conversa e a interação com os pais e irmãos (que chatice aturá-los!!), onde pais matam filhos (e vice-versa) diariamente, onde você passa 2 anos sem comer ovo porque a ciência diz que faz mal, e depois descobre que não comer é que faz mal, e o vilão da vez (ou do ano) passa a ser o adoçante de stévia..... Enfim, uma emoção a cada minuto!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Helio Ribeiro, você em razão em todas as suas colocações. Infelizmente nenhuma modernidade compensa a tranquilidade e a vida pachorrenta de outrora. Você ainda tem o privilégio de morar em uma vila remanescente desse tempo.

      Excluir
    2. De volta para o futuro.22 de fevereiro de 2017 às 12:42

      Pelo que estou vendo,tem razão o comentarista Do Contra quando diz que tem muita gente respirando e vivendo no bolor.É o alimento preferido das viúvas e pensionistas milionárias,velhos ranhetas contemporâneos de Getúlio Vargas e de Carmem Miranda,e arautos da monarquia.Viva o laptop,o netfix,e o ar condicionado.

      Excluir
  10. Joel de Almeida. Você está certo, as duas vias corriam em alguns trechos quase paralelas,até o Engenho do Mato,onde uma acabava na outra, separadas pelo leito da Rio Douro.

    ResponderExcluir
  11. Faço minhas as palavras do Hélio Ribeiro. Que chatice aquele tempo, não ?

    ResponderExcluir
  12. Morei aí perto, onde havia 3 grupos de 3 prédios. Toda tarde havia futebol no campinho de futebol de salão às margens da Lagoa e depois muito bate-papo nas portarias. Todo mundo "descia" para conversar, namorar, conviver. Hoje, quando passo por lá não vejo nunca ninguém pelas calçadas.

    ResponderExcluir
  13. Motorista, depois da Av Santa Cruz é a Rua Artur Rios e Cesário de Melo, até chegar a Santa Cruz.

    O texto do Hélio está primoroso. Há muitas coisas boas nos dias de hoje, que nos trazem conforto e maiores recursos a alimentos e medicamentos, melhoria, sobretudo, para os mais pobres; mas temos que admitir que perdemos em muito em qualidade de vida, digo vida de verdade, em contato com as coisas realmente importantes.

    ResponderExcluir
  14. Pelo visto o comentarista Helio e muito a favor.Nao sei como ele manda mensagens para este fotoblog.Imagino que use sinais de fumaça ou faça tudo através telegrama.Parece que tem um carro a gasogenio e adora aquele motorzinho do dentista.Nunca saiu do RX e levanta a cada 5 minutos para trocar os 3 canais da sua TV.Preto e branca.Adora a falta de agua e sem manteiga,come pão com rosca.E depois ainda reclamam porquê sou Do Contra.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É do tempo dos acendedores de lampião,do entrudo,e do Zé Pereira.Do tempo das suíças e da "mosca de Milão",da cataplasma,da rezadeira,do tempo em que se velava defunto em casa de família.Do tempo de "Vosmicê e de "vossuncê,do espartilho e da "toalhinha íntima".

      Excluir
    2. Nooooooooooossa! Tais brincando!

      Excluir
  15. Ganhamos muito em termos de descobertas científicas mas perdemos muito do bem-estar de antigamente. Serão incompatíveis o desenvolvimento e o humanismo?

    ResponderExcluir
  16. Interessante, foi nesse trecho da primeira foto que uma vez vi populares em correria de "pega ladrão" entre os carros devagar quase parando, em 1980. Nunca mais vi nada igual e hoje o pessoal tentaria voltar pela contra-mão, mesmo sem troca de tiros. Sobre a modernidade, a humanidade tem grande poder de adaptação ao meio, mas desconfio que se houver apagões (blackout) quase a noite toda, principalmente no verão, muita gente vai tentar o suicídio. Pelo menos nos anos 60 de falta d'água e luz, e de muito mosquito, ou se lia um jornal, revista ou livro a luz de vela, ou se contribuía, entre 4 paredes, mas também em qualquer lugar escurinho, para o aumento da população. Falar nisso o aedes aegypti continua dando goleada na modernidade. Nos velhos tempos pós Oswaldo Cruz, o combate a mosquitos era justamente por conta da velha conhecida febre amarela, que voltou ao noticiário outro dia, porém deu uma sumida essa semana, talvez por conta de não o turismo no carnaval ou antes era alarmismo.

    ResponderExcluir
  17. Inimaginável ter existido um momento assim na Lagoa. Devia ser ótimo viver nessa época. Creio que essa foto saiu no SDR-Terra.

    ResponderExcluir
  18. Casal de amigos da familia tinha cavalos na Hipica e às vezes organizavam um passeio com a criançada da Lagoa até Ipanema, subindo pelo Jardim de Alah e chegando à praia pra dar uma galopada até o Leblon. Grandes passeios.

    ResponderExcluir