Estas duas fotos foram garimpadas na Internet pelo Nickolas. O local é
a Av. Presidente Vargas na altura da Rua Uruguaiana, com destaque para a Casa
da Borracha no local onde hoje funciona a loja do McDonald´s.
Vemos a ornamentação feita por Fernando Santoro, Davi Ribeiro e Adir
Botelho para o carnaval de 1966, que constaria de imensas rodas-gigantes
coloridas e iluminadas pela Av. Presidente Vargas.
Segundo o projeto, na região da Candelária haveria caleidoscópios
simulando o sistema solar e dodecaedros com o sol, balões, torres; na Praça
Onze seriam 3 balões e torres gêmeas; na Av. Rio Branco o tema seria "A
grande cobertura" que abrigaria pássaros e flores; na Praça Mauá ficaria a
Torre do Sol; na Cinelândia o motivo seria o Jardim da Fantasia e no Tabuleiro
da Baiana haveria um carrossel.
O trabalho vencedor recebeu o nome geral de "Fantasia em Sol
Maior".
Embora o projeto recebesse muitos elogios a apresentação do mesmo foi
considerada pelos jornais da época de muito mau-gosto: "É o sol, aquele
que se derrama sobre o mar de Copacabana, se infiltra em pequenos raios nos
barracos do morro, faz-se inteiro em reflexos dourados quando se perde pelos
lados da Gávea, etc, etc".
O projeto previa 54 rodas-gigantes, 3 imensos balões com 8 metros de diâmetro, 20
torres, uma torre do sol com 26
metros de altura, 10 girassóis com 20 metros de diâmetro, entre
outras coisas.
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A grande sacada do governo Brizola no meu entender foi a construção do sambódromo ,que organizou de vez os desfiles das escolas de samba.
ResponderExcluirEssa decoração de 1966 ficou pela metade do que fora prometido,fora os problemas com o transito.Quanto ao carnaval de rua era mais civilizado.Havia os grandes blocos tradicionais como o Bola Preta Cacique de Ramos ,Bafo da Onça entre outros.
Acho que o Dr. D´ se aposentou pois os textos andam mais longos e caprichados para nosso benefício.
ResponderExcluirBonitas fotos garimpadas pelo Nickolas (não sei como ele faz isto pois procuro na internet e não encontro nada inédito).
Os dois fuscas eu posso identificar. Deixo os outros carros para os especialistas.
Bom dia. O carnaval nessa época ficava à cargo da Secretaria de Turismo, que manejava as verbas destinadas à decoração, subvenções, e premiações devidas às escolas de samba, frevos, ranchos, e grandes sociedades. Cada dia de desfile era destinado a cada uma dessas modalidades. Eram verbas infinitamente mais modestas e adequadas à realidade. Hoje em dia, a Liesa agrega interesses escusos bem diversos das finalidades carnavalescas. As grandes cervejarias patrocinam muitas entidades e organismos que participam desse "butim", onde a vítima é sempre o contribuinte. Hoje tem as cotas das escolas, dos políticos, do tráfico, das autoridades estaduais, da milícia, dos atravessadores, etc, com o comando supremo de tudo sob a égide da Rede Globo. Todo mundo leva, enquanto o imbecil do folião e do desfilante paga toda essa farra. Uma gentalha que mora em favela, vive mal, come pior ainda, mas gasta seu tempo e dinheiro para ter "70 minuto de glória", enquanto as escolas pelas quais desfilam, muitas delas em mãos de traficantes, políticos, ou as duas coisas, só faturam...
ResponderExcluirCarnaval de 1966! Ocasião em que fui concebido. Veria a luz em novembro do mesmo ano.
ResponderExcluirFui verificar o calendário de 1966. Realmente aproveitaram a ocasião. Nasci quase que exatamente 9 meses após o carnaval...
ExcluirVoltando à civilidade, vemos ainda os trilhos dos bondes recentemente erradicados, bem como prédios residenciais dos anos 20 e 30, ainda do tempo da General Câmara e da Senador Euzébio, bem como diversos aspectos de uma época de transformações. Quanto à civilidade da época, dispensa-se maiores comentários, haja vista que em 1966 não havia juizado de plantão, uma das razões que significava que muitas vezes quem fosse preso no carnaval só poderia ser libertado na Quarta Feira de cinzas. Nos crimes afiançáveis como lesão corporal, o procedimento era o mesmo, sem contar que o Artigo 59 da Lei das Contravenções penais {vadiagem} cujo procedimento era sumário e se iniciava na própria delegacia, era aplicado frequentemente, e o acusado ficava preso por até três meses na própria D.P. Isso gerava um temor incrível nas pessoas, que naturalmente respeitavam as instituições. Não custa lembrar que vivíamos em 1966 em uma época de ditadura militar, cujos "benefícios" eram bem conhecidos pelos recalcitrantes, desordeiros, e assemelhados...
ResponderExcluirJoel, naqueles tempos era famosa a "operação Tamborim", realizada pela Polícia Civil que "coletava" todos que estivessem "dando sopa" ( termo usual da época)nas ruas, com a aplicação do delito de vadiagem. Como dito a atração da Quarta Feira de Cinzas, com cobertura da imprensa, era esperar o bloco "O Que Eu Vou Dizer Quando Chegar Em Casa", formado por bêbados, mendigos e um ou outro vagabundo "pé-de-chinelo".
ExcluirLembrei da figura de um bebum do Castelo que tinha o apelido de "Mangueira". Mal o carnaval começava ele já tinha de cor o samba enredo da verde-rosa mas logo estava entre os detidos da "Operação Tamborim", só saindo na quarta feira. Parecia que desde que começou a tal "Operação" o sujeito nunca mais vira sua escola de coração. Frustrado, bebia mais ainda. Um dia a tal "Operação" acabou mas o "Mangueira" morreu antes sem nunca mais ter visto sua escola de samba desfilar.
Nota: Essa história é real e motivou uma crônica.
Sem contar com o bloco "chave de ouro" que saía na quarta-feira de cinzas e que era reprimido pela polícia. Acho que o carnaval só perdeu. Os eventos eram previamente autorizados pela Delegacia de diversões públicas. Esse festival de veadagem em que se transformou o carnaval era impensável. Veadagem em excesso era porrada e cadeia. Havia bailes familiares como os do Ginástico Português, do Tijuca Tenis, entre outros, onde famílias inteiras podiam frequentar sem sobressaltos. Era realmente um outro tempo.
ExcluirJoel sempre existiu gay no carnaval, inclusive com baile próprio e concurso de fantasias, inicialmente era realizado no teatro Recreio, com a demolição do mesmo foi transferido para o cine São José na Pça Tiradentes, nos anos 70 existia na sexta feira pré carnaval o Berro do Paulistinha, patrocinado pelos banqueiros de bicho Zinho e Manola que fechavam a Av. Gomes Freire no trecho Constituição e Visc. do Rio Branco, e realizavam um concurso de fantasias para gays e travestis.
ExcluirOs trilhos dos bondes estavam lá mas não vejo a rede aérea, que já fora retirada. Nesta época não havia circulação de jornais na época do carnaval e eu esperava as notícias na quarta-feira de cinzas. Era também o dia de comprar a Manchete e a Fatos e Fotos para ver as fotografias dos bailes com mulheres maravilhosas. Nesse tempo o país ainda era muito católico e eu detestava pois lá em casa era dia de jejum.
ResponderExcluirNo foco: parabéns ao Rio de Janeiro pelo aniversário. Mesmo com tantas mazelas ainda é uma cidade espetacular na minha opinião.
Obrigado por lembrar do aniversário do Rio, Marcelo. Esquecimento imperdoável do "Saudades do Rio".
ExcluirA última linha de bonde a circular na Presidente Vargas foi a 78 Cascadura, em Maio de 1965. Outras linhas que circulavam nessa época, Alto da Boa Vista, Taquara, Freguesia, e os bondes da Ilha e de Campo Grande, não vinham ao Centro da Cidade.
ExcluirBom dia a todos.
ResponderExcluirSerá que já dá para desejar Feliz Ano Novo ou ainda tem que esperar a Páscoa?
Essas garimpagens do Nickolas, tais quais suas colorizações, sempre nos deixam de queixo caído.
Em tempo: parabéns ao aniversariante ilustre, apesar de tudo.
Lembrou bem o Joel sobre os foliões que ficavam presos até quarta-feira de cinzas.Muita gente andava com carteira profissional no bolso para mostrar que tinha emprego e não era "vadio".Imaginem hoje quantos "vadios"teriam no Brasil.
ResponderExcluirA decoração do quarto centenário no ano anterior ficou tão famosa e imagino que em 1966 o pessoal ficou mais exigente e reclamou dessas apáticas rodas. Com o sambódromo acabou-se esse tipo de enfeite e mais o monta e desmonta de arquibancadas por empresas especializadas, que, segundo a oposição aos chaguistas, dava algum por fora para as autoridades do governo Chagas Freitas e seu "biônico" indicado à Prefeitura do Rio. O cinzento e a falta de decoração no sambódromo seriam exatamente para não competir com o colorido das escolas de samba. Acho que só para contrariar o governo Moreira Franco colocou alguns estandartes na arquibancada em 1987 e esse ano percebi que alguns camarotes tinham enfeites pelo lado de fora. Em tempo: devido aos acidentes na passarela do samba já estão falando que o local está obsoleto, provavelmente com intenção de gastar uma boa grana com melhorias ou, pior, construir novo em outro local.
ResponderExcluirComo hoje é dia da apuração das notas podemos lembrar que a escola de samba campeã de 1966 foi a Portela. Na 2ª divisão venceu a São Clemente e na 3ª venceu a Em Cima da Hora, que conheço como a escola de samba do Sergio Cabral, o pai, e a agremiação andou em baixa mesmo quando o filho era governador. Na época desfilavam também os Ranchos e as chamadas Grandes Sociedades, que lembro de ouvir falar, mas não sei dizer como eram.
ResponderExcluirAgora começa a quaresma, período em que o "povo de rua" prevalece. É tão forte a sua presença que até as imagens de santos nas igrejas católicas ficam cobertas. É tempo de tragédias, desastres, e muitos acontecimentos ruins.
ResponderExcluirNa foto de baixo vemos dois Fuscas, um veteraníssimo Studebaker, uma Vemaguete e um táxi Chevrolet também das antigas.
ResponderExcluirPelas primeiras informações parece que a Unidos da Tijuca contratou advogados do Flu. Como a Paraíso do Tuiuti também vai se salvar porque ninguém vai ser rebaixado, o caso faz lembrar o Brasileirão de futebol ano 1996, quando o Bragantino se livrou no "pacote" do tricolor carioca.
ResponderExcluirEstou assistindo a apuração dos desfiles das escolas de samba e embora não torça para nenhuma em especial, torço contra algumas, e em especial aquela situada em uma favela que abriga um importante entreposto de venda de drogas e é presidida por um deputado. É muita redundância para o meu gosto...
ResponderExcluir"Minha Portela querida tu és razão da minha própria vida. Se algum eu me separar de ti muito vou sentir."
ResponderExcluirCom esses versos do samba de Picolino da Portela homenageio a escola que frequentei em outros tempos, a primeira a ter a iniciativa de trazer parte de seus ensaios para a zona sul do Rio. Foi na quadra do Botafogo FR, no Mourisco, que ajudei a fundar e organizar a Ala do Estudante da Portela, a primeira ala de escola de samba a ter seu próprio samba, e por mim composto. Parece que o Lino é outro portelense e deve estar satisfeito depois de tanto tempo sem obter a vitória. Parabéns a todos os integrantes e fãs da azul e branco de Madureira/Osvaldo Cruz.
Como curiosidade vale lembrar que eram tempos difíceis, os chamados "anos de chumbo", e houve quem brincasse dizendo que no dia do desfile atrás da Ala do Estudante viria a Ala do DOPS. O detalhe é que certo dia de fato apareceram umas figuras no ensaio se identificando como tal. Tinham ido para checar que história era aquela. Ficaram sentados lá só observando mas no final, depois de tanta cerveja de graça e tanta mulata bonita, acabaram caindo no samba, cantando e batucando nas mesas.
ExcluirMauricio Mattos e Jorge Esplanada faziam parte desta ala?
ExcluirExatamente. O Maurício que é ou foi dono da revista Rio, Samba, Carnaval foi o autor da ideia da ala. E o Jorge Fausto dos Santos, também conhecido como Jorge Esplanada, ou Jorge Cascata foi o coautor do samba. Eu criei a melodia e parte da letra e o Jorge fez a outra parte. O Cascata, como era chamado, foi o maior repentista/improvisador de samba que conheci. Era divertido leva-lo aos pagodes e apreciar os desafios com os bambas. Era praticamente imbatível no improviso mas não conseguia compor uma música completa. O samba foi composto no meu apartamento no Castelo. Até há pouco tempo tinha dois plásticos confeccionados para divulgar a ala. Outro detalhe é que em um dos anos de existência da ala foram usados tamancos fabricados na oficina/sapataria do português conhecido como Zé Sapateiro, na Praça Itália. A antiga sapataria do Zé ficava em um dos boxes do restaurante do Calabouço. Mais alguma dúvida, Portelense Curioso ou só queria mostrar que também conhecia o assunto?
ExcluirEm tempo: Como o nome do Jorge Esplanada foi mencionado aproveito para registrar que ele foi uma das figuras mais folclóricas que frequentaram o Castelo. São tantas as histórias e "causos" em que ele foi o protagonista que seriam necessários vários capítulos para relatar sua trajetória. Em duas vezes que viajei para Cabo Frio ele me acompanhou mas fazia questão de dormir no carro dizendo que ele, que também trabalhou de lavador de veículos, estava assim acostumado. Quando alguém dava uma festa ou recepção ele trabalhava como garçon e até bancou o mordomo certa vez. Encantava a todos com sua capacidade de improviso e assim ganhou uma estadia em um hotel da região dos lagos onde, enquanto servia o café da manhã, fazia um improviso para as senhoras hospedadas.
ExcluirMas também tinha seu lado "171" quando precisava de dinheiro para sustentar seu vício nos "burrinhos". Mas aí já é outra história.
Como brasileiro, eu vejo os rios de dinheiro empregados no carnaval, centenas de milhões de Reais. Enquanto isso, faltam hospitais, faltam escolas, falta segurança, falta moralidade, falta seriedade, mas o principal é a passividade, a tibieza, e a pusilanimidade de um povo "hiena", que vive endividado, mora na favela, não tem educação, vive doente, com o perigo iminente de ser assassinado, mas está comemorando o carnaval e a vitória da Portela.
ResponderExcluirDra. Evelyn não apareceu para contestar o resultado e o desfecho do desfile.Ela deve estar vibrando com a Portela!
ResponderExcluirTravesso, estou meio devagar, tive febre na segunda e terça de carnaval e meu pique ainda está diminuído!
ResponderExcluirGostei muito da Portela ter ganho, tenho um carinho especial por ela, uma das mais tradicionais,não é afetada, não vive de modismos e estrelas do momento, tem base e raízes, não ganhava há 33 anos! Todo ano esforçam-se e não levam...Estranhei e registro o amadurecimento finalmente das outras escolas, mormente aquela que tem nome de um pássaro, que é clássica em protestar TODAS as vezes que não ganhou o campeonato, sugerir que o jurado foi comprado, que dormiu, que houve favorecimento para escola tal. Mas quando ganham, e estranhamente ganharam 5 ( cinco) anos seguidos( como assim?!), aí nada disso é colocado, interessante essa via de "mão única"! Louve-se Paulo Barros por esse campeonato há tanto tempo esperado!
Duas teses no meio carnavalesco comprovaram-se: A campeã desfilou no segundo dia, e quem ganha o estandarte, no caso Mangueira, não é a campeã! Quantas vezes essas duas máximas confirmaram-se ao longo desses anos?
A festa hoje foi completa em Madureira...
ResponderExcluirhttp://oglobo.globo.com/rio/madureira-esta-em-festa-com-suas-duas-escolas-campeas-20998896