O Hospital Estácio de Sá, instalado na colina onde outrora funcionou o
antigo Asylo da Velhice Desamparada, foi inaugurado em 26 de outubro de 1935
com as presenças do Presidente da República Dr. Getulio Vargas, do Ministro da
Educação Dr. Gustavo Capanema, do representante do Prefeito do Distrito
Federal, entre outras autoridades.
O endereço era Av. Estácio de Sá nº 4, telefone 22-3853.
No lugar do antigo edifício ergueu-se uma adaptação moderna e majestosa
para funcionamento do novo nosocômio. Ali se instalaram diversas cadeiras de
Clínica Médica da Faculdade de Medicina, com oito enfermarias e 120 leitos.
O Hospital, com este nome, teve vida curta, pois no início da década de
1940 ali começou a funcionar o Hospital Central da Polícia Militar do Estado do
Rio de Janeiro, que está lá até hoje.
Segundo o JB, em 1934 o Dr. Castro Araújo, diretor de Assistência
Hospitalar, solicitou ao Interventor Pedro Ernesto o imediato calçamento da
rampa de entrada a fim de permitir a passagem das ambulâncias para o hospital
em obras.
Em fevereiro de 1935 foi nomeado o Prof. Ugo Pinheiro Guimarães para a
direção da cadeira de Propedêutica Cirúrgica. No seu primeiro ano de
funcionamento ali aconteceu o 5º Curso de Conferências de Clínica Médica, com
as seguintes palestras: "Arterites diabéticas" - Prof. Helion Póvoa;
"Metabologia" - Prof. Annes Dias; "Coma diabético" - Dr.
Silva Teles; "Alimentos" - Dr. Josué de Castro; "Síndromes
ósseas nos desvios de metabolismo" - Dr. Dauro Mendes; "Cardiopatias
e metabolismo" - Dr. F. Filgueiras, entre outras.
Sob a direção do Prof. Mário Kröeff, o Hospital Estácio de Sá foi a
primeira entidade médico hospitalar brasileira totalmente voltada para o
diagnóstico e tratamento do câncer no Brasil, em 1938.
Foto do acervo de Achylles Pagalidis.
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O Hospital da Polícia Militar é uma referência no Rio de Janeiro em várias especialidades médicas. Durante décadas, desde pelo menos os anos 60, a Ortopedia era considerada uma das três melhores da cidade para se fazer Residência Médica. Nomes como Francisco Godinho e José Raul Chiconelli eram grandes destaques entre seus pares.
ResponderExcluirBom dia. Infelizmente esse hospital se encontra em péssima situação devido a vários fatores, sendo os principais o enorme efetivo da corporação, a corrupção, e o consequente sucateamento. A Polícia Militar possui um efetivo de cerca de Quarenta Mil homens, algo impensável em 1940. A fusão do estado da Guanabara com o Estado do Rio em 1975, aumentou bastante o efetivo da corporação sem que os investimentos tivessem a mesma proporcionalidade. Já em 2013, os indícios de corrupção eram flagrantes, com a prisão de oficiais de alta patente da corporação envolvidos com desvio de material de verbas. Até um antigo comandante em chefe da Pmerj foi indiciado. Com a "crise" financeira que vive o Estado do Rio, a situação piorou. A corrupção é o maior dos males do Brasil e quando envolve a saúde pública ou privada, mostra o quanto o país precisa caminhar para se livrar desse mal. No passado, o Rio de Janeiro possuía ótimos hospitais públicos, cujo acesso era fácil. Os hospitais particulares eram poucos e a preços acessíveis. Não existiam planos de saúde até os anos 80 e a população era razoavelmente atendida. Meu pai era servidor da Polícia Federal e em 1980 ficou um Mês internado no Hospital dos Servidores do Estado na Gamboa, devido a uma fratura. O tratamento foi de primeira e planos de saúde eram desconhecidos. Mas a partir de 1985 "as coisas mudaram" por razão sabidas por todos e chegamos ao atual estado caótico. Mas como sempre diz um notório comentarista aqui "neste sítio", o local não é próprio para tais assuntos. E vamos aproveitar o "Desfile das Campeãs". Afinal é para isso que vive o brasileiro...
ResponderExcluirFalou uma grande verdade.Acabaram até com o IASERJ,dos funcionários municipal e estadual.
ExcluirCorrigindo: "E de verbas".
ResponderExcluirBom dia. Local onde nasci. Ainda tenho fotos desse hospital do final dos anos '40. Além do meu pai que também serviu nesse local tenho dois tios ainda vivos que reformaram quando estavam lotados nessa instituição. Lembro de um médico de sobrenome Terra que foi diretor do HPM.
ResponderExcluirPor favor, se ainda tem fotos tão raras, procure o hospital para doá-las. Faça contato com o centro de estudos.
ExcluirBom dia a todos.
ResponderExcluirInfelizmente houve coisas que realmente mudaram para pior.
Estive uma única vez nesse hospital e realmente acredito que era bem melhor que hoje. Enfim, torço para que dias melhores surjam.
Luiz. Você disse de que aí foi o primeiro hospital a tratar de câncer no país, mas confesso de que fiquei com dúvida.
O INCA ( Instituto Nacional do Câncer), ele foi criado no Governo Vargas, acho que em 1937.
Foi por pouco tempo que o Hospital Estácio de Sá foi referência para câncer?
Este Serviço de Câncer durou pouco no Hospital Estácio de Sá, já que foi criado em 1938 e no início dos anos 1940 o hospital foi transferido para a PM. Chamou-se em 1941 de Serviço Nacional do Câncer, dirigido pelo Dr. Mario Kroeff. Em 1944 Kroeff fundou na Penha o Asilo dos Cancerosos que, após sua morte, passou a se chamar Hospital Mario Kroeff (nos últimos anos foi dirigido pelo meu colega de MBA, o Dr. Hiram Lucas).
ExcluirVelhice desemparada é sem dúvida o caso do brasileiro que recebe a aposentadoria do INSS.
ResponderExcluirNão sei se lenda ou verdade mas constava que o ilustre Dr. Ugo Pinheiro Guimarães havia reprovado em exame oral a um aluno que em seguida se suicidou. A partir deste momento nunca mais reprovou ninguém.
ResponderExcluirEm 23/10/2005, dia do plebiscito do desarmamento, houve na rua onde eu morava a execução de um médico da PM. As características da morte dele foram muito estranhas. Eu observei atentamente as reações das oito guarnições de PM que compareceram ao local, em pouquíssimo tempo, o fato de não isolarem a área e de displicentemente pegarem cápsulas dos projéteis e até colocarem em cima da capota do carro (desfazendo a cena do crime). Nos dias seguintes colhi informações adicionais de moradores e fiz um relato completo para o Disque Denúncia, através de carta. Sempre achei que houve queima de arquivo ou vingança na jogada. Pelo visto, a vítima não era bem vista na corporação. Era uma pessoa de classe média baixa, possuidor de um Palio branco modelo bem antigo (dentro do qual foi executado), morando num prédio bem simples. Mas acho que meu relato deu em nada.
ResponderExcluirAno passado foi denunciado que o Fundo de Saúde da Polícia Militar foi vítima de um desfalque de mais de 4 milhões de reais.
ResponderExcluirA polícia militar é um excrescência que está na contramão da modernidade. De um lado oficiais que tudo podem, são detentores de inúmeros privilégios e regalias. De outro lado, praças que são submetidos a inúmeras covardias e perseguições, sempre sob o látego de um covarde e anacrônico regulamento disciplinar. Apesar de tudo isso, a grande magoa dos coronéis é a realidade de não passarem de agentes e auxiliares de Autoridade, já a Autoridade Policial é o Delegado de Polícia.
ResponderExcluirMuito interessante esse resgate, desconhecia por completo! Fiquei um pouco perdida em relação a entender quais instituições funcionaram em construções distintas, ou quais que conseguiram aproveitar ao menos a edificação anterior. Então o Asilo foi totalmente demolido, para o Hospital Estácio, que por sua vez também foi totalmente demolido para surgir o HPM na construção que é hoje, bastante peculiar, nas cores azul e branca, e com aquele arco na fachada, lembra um forte/castelo. Estive lá uma vez, para inscrição para prova de residência médica!
ResponderExcluirHélion Póvoa foi da minha faculdade.Fiquei na dúvida se ainda é vivo.
Hiran Lucas encontro na ANM.
Gostaria muito de ter mais fotos do NOSSO hospital.
ResponderExcluirBoa noite, alguém saberia informar em que cartório eram registrados os nascituros da década de 40 que nasciam neste hospital? Estou tentando encontrar o registro do meu falecido pai.
ResponderExcluirFui Cirurgião do Hospital a partir de Outubro de 1963 e a partir de 1970, constituiu uma entidade médica respeitada no Rio de Janeiro, quer pela sua eficiencia, quer pelo seu atendimento humanizado. Sinto que esteja assim. Cel PM Med Antonio Pelosi
ResponderExcluirSalve Dr. Pelosi, um abraço do filho do Dr. Israel.
ResponderExcluirDo Flamengo.
ResponderExcluirQue maravilha encontrar aqui um pouco da memória do hoje chamado HCPM. O hospital completa hoje 80 anos , segundo a placa de inauguração que consta fixada num busto de bronze . Vim pesquisar sua história, pous fiquei sabendo do antigo nome hospital Estácio de Sá e encontrei este relato. Soube já foi um convento no passado e o hospital foi gerenciado por freiras. Será verdade isto?
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