Vejam o que dizia o JORNAL DO BRASIL em 19/07/1970 sobre o projeto de
Athaydeville:
"O Centro Comercial e Residencial que Oscar Niemeyer projetou para
a Barra da Tijuca, seguindo as diretrizes do plano-piloto de Lucio Costa, é o
maior conjunto arquitetônico desse gênero já feito no mundo. Nele vão morar,
com um sossego e conforto inéditos no Rio, 80 mil pessoas em 71 torres de 34
andares, em média.
As primeiras seis torres, além do centro comercial, parques, jardins de
prédios comunitários, ficarão prontos em 1972. Nos 700 mil metros quadrados do
terreno serão construídos 18 mil apartamentos e cerca de 1000 lojas, além de
clubes, teatros, cinemas, igrejas, escolas, salão de exposições, restaurantes,
creches, supermercados e postos de gasolina para que nada falte aos moradores.
Haverá a Praça do Sol, próxima ao mar, e a Praça da Sombra, um ambiente
acolhedor ao ar livre. Os jardins tropicais serão projetados por Burle Marx. As
torres residenciais ficarão isoladas da área de comércio para maior
tranqüilidade dos moradores. Perto das torres serão construídos clubes e
piscinas para os que não quiserem tomar banho de mar. O acesso à Zona Sul pela
Auto-Estrada Lagoa-Barra estará disponível a partir de 1971.
Haverá ainda uma linha de overcrafts (veículos anfíbios) que farão o
percurso Barra-Centro pelo litoral, em 10 minutos. Na zona habitacional
Niemeyer organizou um esquema que permite independência entre pedestres e
veículos.
Os apartamentos serão de sala e um, dois, três ou quatro quartos, mas
todos, inclusive os de empregada, terão vista para o mar ou para a montanha. As
torres serão distanciadas entre si em 40 metros e terão 22 metros de diâmetro.
Serão em concreto aparente, pois Lucio Costa argumentou que a coloração do mar
e das montanhas dispensaria maiores acréscimos de cores."
Amanhã o "Saudades do Rio" dará seguimento desta história de Athaydeville.
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Bom dia. Conheci pessoalmente o advogado, empresário e político Múcio Athayde e quase trabalhei em sua organização. Recomendado por um colega ele se interessou em me contratar mas quando fui informado sobre os problemas em que seus negócios estavam envolvidos não me interessei. O link a seguir dá um resumo sobre esse cidadão. https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAcio_Athayde
ResponderExcluirLendo a reportagem e vendo a maquete fiquei com a impressão de um projeto com megalomania e muito feio. Por mais que a pílula fosse dourada na propaganda estava na cara que iria ser muito ruim morar aí.
ResponderExcluirArquitetura de comunista é assim mesmo. Só parece agradável, mas no dia a dia deveria ser um inferno. Além disso, por causa do desenho dos apartamentos, deveria ser um suplício encaixar os móveis. Sem contar a falta de ventilação.
ExcluirSe isso ai fosse adiante a Barra estaria a beira do caos, se é que não já está. Paliteiro.
ResponderExcluirImagino que Lucio Costa deva ter se decepcionado muitíssimo com o que aconteceu na Barra. Na capa do seu projeto do Plano-Piloto da Barra estava escrito: "Começa a erguer-se na Baixada de Jacarepaguá a mais bela cidade oceânica do mundo. O Rio do futuro nasce com filosofia própria, planejado, medido, calculado, imposição e consequência do Anel Rodoviário e das obras do DER na região. Traz, também, no seu bojo conceito nosso de que tal planejamento não poderia resultar do raciocínio frio de computadores. Daí a presença de Lucio Costa. Dele, a idéia, a formulação, o equacionamento. Trouxemos Lucio Costa com a certeza de que o seu gênio criaria um Rio mais humano, aliando a beleza selvagem da Baixada às necessidades e ao progresso da cidade que explodirá nos próximos 30 anos. Foi uma verdadeira conspiração de esclarecimento de Governo, na qual também participaram decisivamente o Eng. Segadas Vianna, o jornalista Luiz Alberto Bahia e o Prof. Rodrigo de Mello Franco. Ao Governador Negrão de Lima coube o toque soberano. Acolheu a idéia, deu-lhe asas. Começou então a surgir a cidade com que ele sonhava para a população desde os primeiros dias de seu Governo. É a transformação em realidade do sonho da "Cidade Maravilhosa".
ResponderExcluirPelo visto, o projeto foi para o espaço e deve ter levado quem nele apostou.Parece de fato uma coisa audaciosa.18 mil apartamento dos mais variados tamanhos,não seria um espanto?Veículos anfíbios?Muito interessante .Não conhecia esta cantilena.
ResponderExcluirLamentável tudo o que aconteceu e a Barra nunca se transformou num novo Rio. Para que isso acontecesse haveria de existir alma e tradição.
ResponderExcluirA Barra ficou sem estas torres mas parece um paliteiro com todos aqueles prédios. É o paraíso dos novos ricos que escolheram Miami como ideal. Existe algo mais cafona do aquela estátua da Liberdade?
ResponderExcluirEste empreendimento parece TRE sido mais uma picaretagem na minha opinião. Acho que a Barra foi mais uma oportunidade perdida pois muitos erros foram cometidos pela não construção dos esgotos, a falta de transporte sobre trilhos, apenas para citar alguns. E a mim impressiona a soberba dos novos ricos que ali vivem. A bordo de suas caminhonetes se acham os donos do mundo.
ResponderExcluirBom dia. A razão pela qual o verdadeiro projeto foi desvirtuado e redundou em decepção tem um nome: Política! Em 1970 os tempos eram "outros" e o Brasil não havia ainda se contaminado com a onda de populismo que viria anos depois. O local do "Athaydeville" era deserto e a perspectiva de uma Avenida das Américas como a dos dias atuais era um vago sonho. A Cidade de Deus já era um fator preocupante na época e Rio da Pedras, a "Pisa do Rio de Janeiro", ainda era um núcleo incipiente. A Barra nessa época ainda não era o sonho de consumo dos tijucanos, o que aconteceria anos depois. Os acessos eram limitados e precários até a inauguração da Lagoa Barra, o que ocorreu em 1972. O Alargamento da Via 11 ,fazendo junção com a Avenida das Américas no Alvorada, trouxe um fluxo de pessoas e de veículos ao bairro jamais imaginado pelos autores do projeto. A Abertura política e o fim do governo militar trouxeram o populismo brizolista e com ele a explosão das favelas em Jacarepaguá, que juntamente com a construção desenfreada de grandes condomínios, destruíram a vida e a ecológica nas lagoas.
ResponderExcluirNão conheço detalhes do projeto "Athaydeville" nem da saúde financeira dos empreendedores mas não creio tal projeto vingasse. Quanto aos "Hovercrafts", considero que se tal modal fosse implementado, seria como os atuais BRTs: superlotados e depredados.
Bom dia a todos.
ResponderExcluirO tema é sempre polêmico. Acho que pessoal tava numa "bad trip" quando fez a maioria dos projetos para a região da Barra, claramente rodoviaristas.
O quê o Mauro Mendonça está fazendo na matéria do JB? rsrs
Lembra as torres gêmeas da Barra, aquelas que foram invadidas certa vez.
ResponderExcluirA invasão de uma das torres está no texto de amanhã.
ResponderExcluirEu gosto da Barra e de seus moradores e mesmo daquilo que os não moradores chamam de cafona.Não posso falar mais e não sou novo rico pois nem moro lá.Na verdade a Barra é um sucesso para desgosto de muitos.
ResponderExcluirGosto não se discute. É só observar seu apelido. O fato é que a Barra deu um salto de qualidade com o metrô quando se trata de transporte coletivo. O problema é que muita gente que mora na Barra e trabalha no Centro ou outros bairros por vaidade ou qualquer outro motivo ainda insiste ir de carro. Depois ainda justifica seus atrasos culpando o trânsito.
ExcluirA Barra ainda tem na memória o caso do desabamento do edifício Palace II em 1998. Sergio Naya, o dono da construtora Sersan e responsável pelo empreendimento cujo desabamento matou oito pessoas, foi inacreditavelmente cassado dois meses depois do fato e demonstrou ser indivíduo da pior qualidade, sempre buscando fugir às suas responsabilidades, sempre se valendo-se de amizades e conluios poderosos. Morreu de causas naturais em 2009. Poucos moradores viram a cor do seu dinheiro. Que a "calunga grande" o tenha recebido e lhe reservado decentes aposentos no "quinto dos infernos". O exemplo da cassação de Naya mostra o quanto o Brasil andou para trás de 98 para cá. Eduardo Cunha, o único político cassado e preso dentre o universo de centenas de políticos denunciados por corrupção e que aguardam ansiosamente a prescrição de seus crimes, é um exemplo disso. Seus amigos e compadres, ministros do STF, trabalham cuidadosamente para que isso aconteça. O caso Naya evidencia bem claramente o covil de marginais que é o legislativo mineiro. Não é maior do que o do Rio mas fica perto...
ResponderExcluirTambém acho que a Barra, com todos os defeitos, ficou menos pior do que poderia ter ficado. Se tivesse sido ocupada antes, certamente seria pior.
ResponderExcluirAlém do Mauro Mendonça na foto, aparece o Stalin...
Dentro deste projeto havia algum "espírito socialista"?
ResponderExcluirMorar na Barra está se tornando inviável não só pelas dificuldades conhecidas como também pelo alto preço dos condomínios, nunca menos de R$ 4.000,00.
ResponderExcluirAlguns foram construídos, não?
ResponderExcluirAcho que o tal "espírito socialista" está no fato de não descreverem 100 lojas como "shopping center", se é que estariam em uma mesma edificação. Nunca conheci alguém que morasse em apartamento em andares tão altos, nem de ouvi falar. No mais era só cortar metade da quantidade de prédios e dois terços do número de andares que ficaria perfeito.
Um dos sobrinhos da Tia Nalu vai dizer que ela só não mudou para a Barra por que faltou colocarem o veículo anfíbio, que em mar aberto deve proporcionar fortes emoções.
Paulo Roberto, tia Nalu morre de medo de mar e não entraria em veículos anfíbios e nem barcos, lanchas e afins.
ResponderExcluirMas o implicante moleque Peralta, esse sim, ia adorar viajar num anfíbio pelas límpidas lagoas da região...
Tia Nalu sabe tudo de anfíbios.Especialmente o sapo....
ResponderExcluirPodem falar o que quiser, mas não consigo achar a Barra bonita nem aconchegante!
ResponderExcluirBoa noite a todos. Não conhecia este projeto integralmente, porém o que sobrou dele, uma torre completa e duas que não chegaram ao fim, já me embrulha o estômago. Já dizia um amigo meu que trabalhou comigo e dizia, mais vale meio quilo de titica perfumada, que um milhão de tijolos numa parede sólida e bem aprumada. Para mim assim são as obras de Niemayer e Lucio Costa, muita perfumaria porém na maioria delas sem adequação prática.
ResponderExcluirDra. Evelyn nâo conhece o Armazém do Café.
ResponderExcluirPeralta, o implicante, quis brincar com um sapinho colorido chamado Dendrobata. Tia Nalu, a precavida, chamou um pagé.
ResponderExcluirTravesso,
ResponderExcluirConheço de outras unidades, da Barra, não!