O prezado Mauricio Lobo, do Tempore Antiquus, com frequência nos brinda
com publicações sensacionais. Aqui vai mais uma dele: Uma reportagem sobre uma
viagem para a imperial cidade de Petrópolis. Não é de hoje que este hábito é seguido por
inúmeros cariocas. E, há quase 90 anos, isto é feito pela Estrada
Rio-Petrópolis ou Rodovia Washington Luis.
Na sua edição de março de 1938,
nossa já conhecida revista "Illustração Brasileira" subia a serra para
mostrar esta bela estrada. Fiquem com o belo e divertido texto da referida
revista:
"RIO-PETROPOLIS é uma rodovia maravilhosa, ligando duas cidades
encantadoras. Entre a Capital Federal e o elegante refugio de veraneio, só
poderia haver uma estrada, como a Rio-Petropolis. As paisagens são bellissimas.
De um lado e do outro, trechos de florestas, despenhadeiros, grotões. águas
correntes, casas que se aninham no seio da montanha. Entre uma curva e outra,
painéis distantes da Serra dos Órgãos e vagos panoramas longínquos do Rio de
Janeiro. E atravez de uma infinita successão de paisagens encantadoras,
estende-se a enorme fita de concreto, por onde passam, dia e noite, os
automóveis e os pesados caminhões.
À medida que a estrada avança na
subida da montanha, a temperatura vae-se tornando mais pura e fresca. A gente
sorve com alivio os ares puros dessas altitudes a que se mistura o balsamico
perfume das mattas. E quem apreciar a volúpia do perigo, póde arriscar umas
tiradas á Pintacuda, attento aos inspectores de trafego, inimigos profissionaes
da velocidade.
A Rio-Petropolis possue encantos com que fascina tanto os espíritos
contemplativos, como aquelles para os quaes a acção é tudo."
Na foto 4 a
legenda da revista era: “É preciso attender as exigencias da fiscalização do
trafego. A parada na fronteira do Distrito Federal com o estado do Rio é obrigatória”.
O Gustavo Lemos, após identificar o automóvel como um BMW 315/1 de
1935, chamou a atenção para a coincidência de ser o mesmo modelo que apareceu
numa foto do Concurso Sherlock do “Saudades do Rio”. Assim, a foto 5 mostra
esta foto, que é da segunda metade dos anos 40 e fica junto a um conjunto de
casas que hoje forma um condomínio chamado “Jardim Mary”, em Lins de
Vasconcelos. É como se fosse uma vila que começa na altura da Rua Allan Kardec
nº 50. Seria o mesmo automóvel?
|
Bom dia. Lembro dessas fotos, em especial a que aparece o guarda. Um reparo: Quem identificou o local da última foto salvo equívoco foi O Mauroxará e o local não é o Lins de Vasconcelos e sim o Engenho Novo.
ResponderExcluirNinguém acertou na ocasião, Docastelo.
ExcluirComo eu disse, salvo equívoco.
ExcluirMuito bom.Gostei do "fita de concreto".Também dos " inspectores do trafego".O texto nos faz voltar a outros tempos,mas a subida a Petrópolis ainda guarda uma aura de bons fluidos.Ainda vale a pena ...
ResponderExcluirBom dia. Belíssima sequencia de fotos, e em especial a da estrada em si. Quanto às outras fotos, os policiais da "Força Pública" vestem ainda um uniforme que, como todos as vestimentas adotadas no Brasil nesse período, se inspiram militar francesa de 1906.Resta saber se são do antigo D.Federal ou do velho Estado do Rio. Quanto à foto mencionada pelo Docastelo eu vou discordar, pois não parece ser a região do Engenho Novo, a da Rua Allan Kardek, pelo fato da mesma não possuir duas pistas. Parece ser a região de Brás de Pima ou Irajá, embora possa lembrar a Visconde de Santa Isabel, na Altura do antigo Zoológico.
ResponderExcluirNa época também achei mas essa foto foi publicada com menção ao condomínio (um tipo de vila) Jardim Mary que fica na rua Allan Kardec, 50. Veja no GSV.
ExcluirDicastelo, vou passar hoje à tarde na rua Allan Kardek e tirar essa dúvida, pois tenho algo para resolver no Méier.
ExcluirBelletti descreveu bem. A Rio -Petropolis apesar do abandono ainda tem seu charme.Quanto a dúvida da foto ser tirada no Lins ou Engenho Novo Bras de Pina ou a Visconde de Santa Isabel, o fato é que reina uma absoluta tranquilidade no local,que causa inveja aos dias de hoje, na cidade.
ResponderExcluirBom dia a todos.
ResponderExcluirVi a postagem e achei que o Dr. D' fosse postá-la durante o fim de semana, para lembrar das idas a Petrópolis.
Há décadas não passo pela estrada, mas no começo do ano minha irmã foi em Petrópolis.
A inauguração da estrada em 1928 "mudou o polo" da cidade. Até então a entrada de Petrópolis era pela antiga Rio Petrópolis galgando a serra da Estrela, estrada usada desde o Século XVII, também acompanhada de perto pela E.F. Leopoldina. A região do Quitandinha era conhecida como os "fundos da cidade". A construção da Estrada do Contorno nos anos 50, cuja entrada na cidade era pelo Bingen, e o fim do tráfego ferroviário para a cidade em Novembro de 1964, tráfego esse que já cambaleava há quase dois anos, fizeram com que o tráfego ficasse dividido entre as duas estradas de rodagem. Com a construção da Rio Juiz de Fora nos anos 80, a velha estrada ficou só com o trânsito de subida, o que fez que o desgaste aliado à quantidade de carros e caminhões tornasse a estrada precária. A duplicação, ora em andamento, parece "obra de igreja". Seria interessante a reativação da ferrovia, o qual eu sou um dos autores do projeto, que data de 1984. Mas as prefeituras que surgiram na baixada fluminense após 1988 aliadas às mafias de empresários de ônibus, fizeram com que o projeto parasse...
ResponderExcluirA identificação do BMW foi magistral. O outro carro é um Plymouth 1937.
ResponderExcluirO carro atrás do BMW é um Opel Super Six 1937.
ExcluirO local onde estão os policiais era em Vigário Geral. E pode ser a Polícia Rodoviária Federal criada em julho de 1928 pouco antes da inauguração da Rio-Petrópolis. No trecho que passa pelo perímetro urbano de Caxias a rodovia agora tem o nome do Presidente Kennedy.
ResponderExcluirBom dia a todos.
ResponderExcluirPostagem interessante.
Sempre fiquei a pensar como é notável o trabalho de Engenharia. Fazer uma coisa dessas dá um trabalhão! Imagine naquela época.
Vendo os dois Guardas, automaticamente lembrei-me daqueles filmes e histórias do Tarzan, com aqueles Guardas da selva. Lembrei também dos militares ingleses na Índia.
A subida da serra, embora bem menos tranquila, ainda é um prazer. À medida que se sobe, o ar fica mais fresco, a paisagem mais bonita com as flórêzinhas coloridas à beira da estrada. Pena que não há mais hortênsias.
ResponderExcluirJá a descida, ao contrário, é desagradável. O bafo quente da baixada, os engarrafamentos, enfim, a realidade carioca...
O guarda na foto parece saído das aventuras de Gunga Din. Essa saiu do fundo do baú dos gibís de antanho.
Tia Nalu,"bafo quente da baixada" é falta da Calango!
ResponderExcluirMuito boa sequência de fotos, bom texto, boas complementações dos comentaristas. Isto tudo é que faz o Saudades do Rio ser um sucesso e merecer sempre uma visita. Agora que estou de volta ao Rio e com mais tempo livre é parada obrigatória diariamente. Esta obra de duplicação da subida está indo mais devagar que obra de igreja. As observações do Dieckmann e do Gustavo sobre automóveis são dignas de uma enciclopédia.
ResponderExcluirParabéns ao ilustre comentarista LINO COELHO pelo aniversário (se é que é hoje, pois tenho aqui registradas duas datas diferentes no mês de abril). Coisas que só acontecem com torcedores do Botafogo.
ResponderExcluirEm Memorial de Aires Machado de Assis fala em pegar a barca para a Petrópolis, pesquisando, cheguei até a informação: Passo a vocês, se interessar.
ResponderExcluirhttp://www.museuimperial.gov.br/downloads/Binder1.pdf
O caminho novo foi concluído em 1725, e permaneceu até 1854 com a chegada do trem.
Os viajantes pegavam a barca na Praça XV, atravessavam a Baía de Guanabara, subiam o Rio Inhomirim, descansavam e se alimentavam na Fazenda da Mandioca. Daí subiam a pé ou em lombo de burro até a Fazenda do Córrego Seco onde está localizado hoje o Centro de Petrópolis.
Leia no Almanaque de Petrópolis.
Se alguém quiser se aventurar, esse caminho ainda está aberto. Partindo de Caxias e seguindo pela Presidente Kennedy, chega-se ao Corte oito, passa-se em frente à Casa do Alemão na W.Luis até Santa Cruz da Serra, daí toma-se a antiga Rio Petrópolis até Fragos, Vila Inhomirim, até o Alto da Serra, ao lado do conjunto do BNH, no início da Rua Teresa. Daí todos conhecem. Só não aconselho fazer esse caminho atualmente devido às inúmeras favelas dominadas por traficantes ao longo desse trajeto.
ResponderExcluir´PS: O livro, muito interessante, foi publicado para distribuição nas escolas e contém inúmeras fotos, incluindo ferrovias, a do antigo Porto de Mauá e a Estação em Petrópolis.
ResponderExcluirA Avenida Presidente Kennedy era um pedaço da antiga estrada para Petrópolis, que fora do Distrito Federal começava na divisa de Vigário Geral com Duque de Caxias.
ResponderExcluirEsta estrada está numa reforma que perdura mais de dez anos. Como muitas coisas no Brasil, pior ainda na baixada, está jogada. A Igreja do Pilar, que dizem que D. Pedro II foi batizado, está em estado de abandono.
Há alguns anos atrás a sede da prefeitura de D. Caxias foi transferida para o Jardim Primavera. Rapidamente fizeram o prédio e colocaram um portentoso obelisco em frente. Soube-se depois que esta manobra era pra evitar a emancipação do distrito de Campos Elísios, onde fica a REDUC.
A baixada tinha Três municípios na Década de 80: Nova Iguaçu {1836}, Caxias {1943}, e S. João de Meriti {1947}. Após a malfadada constituição de 1988, foram criados Nilópolis, Mesquita, B.Roxo, Magé, Japeri, Guapimirim, e Paracambi, isso APENAS NA BAIXADA FLUMINENSE. Isso aconteceu com o objetivo de criar e fortalecer currais eleitorais com toda a estrutura pertinente: Câmara de vereadores,"procuradoria", guarda municipal, assessoras, e é claro, tráfico de drogas, miséria,e banditismo, sem o principal que é a arrecadação de impostos. Comandados por notórias "raposas" {eufemismo para outros qualificativos" da região, que se alternam após mandatos no legislativo estadual. São o sustentáculo político da quadrilha que está assolando o Rio de Janeiro.
ResponderExcluirPeralta, ó implicante guri, é preciso despachar a Calango Fresh Air para uma temporada na baixada.
ResponderExcluirJoel,
ResponderExcluirNilópolis, Magé, Japeri e Paracambi já existiam antes de 1988. Dos restantes que você citou, faltou ainda dizer Queimados e Seropédica. Apenas contextualizando, os distritos limítrofes à sede do município não podem se emancipar, por isso transferiram a sede. E ainda tiveram a cara de pau de dizer que transferiram porque ali ficava o centro geodésico do município. Não queriam perder a mamata dos recursos da Reduc, que faz de Caxias uma das cidades de maior arrecadação do Brasil. E é a porcaria que é... daí imagina para onde vai tanto dinheiro?...
Voltando ao foco de Petrópolis, deve iniciar a duplicação da 040. Certamente teremos um adensamento da cidade imperial.
Repararam que esse tal de Joel continua derrapando em matéria de dados? Agora esqueceu simplesmente (ou nunca soube)que o município de Magé (a cidade, inclusive) é o segundo município (cidade) mais antigo do Estado do Rio de Janeiro pois foi fundado por José de Anchieta. Isso é que dá achar que sabe de tudo sem pesquisar. Agora imagina o fã clube dele.
ExcluirFazer o que, não é "sumidade"? Nunca chegarei aos vossos pés...
ExcluirQuando era pequeno, ia com meus pais a Petrópolis em ônibus da Única, que tomávamos na rodoviária Mariano Procópio na Praça Mauá. As duas vezes que fomos de trem eu não me lembro devido à pouca idade. Do trem, eu me lembro do percurso de Petrópolis à Pedro do Rio, 4º distrito da cidade imperial. Nele eu andei algumas vezes, isso eu lembro. Do percurso do Alto da Serra até à estação central, percurso esse onde o trem andava em plena rua, eu nunca andei, embora lembre dele passando no Centro da cidade. Tudo isso terminou no dia 5 de Novembro de 1964, data em que rodou a última composição.
ResponderExcluirSão José de Anchieta foi canonizado em 03 de abri de 2014, fazendo hoje, portanto, três anos do evento. Passeava por Magepe e fazia seu apostolado junto aos índios. Milagres são atribuídos a ele desde aquela época até hoje. Na data de sua transformação em Vila Magepe teve tb o seu nome mudado para Magé.
ResponderExcluirE ela insiste e já está de volta. Cuidado, Luiz. Ela vai tumultuar de novo o SDR.
ResponderExcluirBoa tarde a todos !
ResponderExcluirA duplicação da BR-040 no trecho da serra, está parado a cerca de 2 anos, se não me falha a memória. Nenhuma pulga se movimenta por ali.
Parabéns ao Lino que hoje aniversaria! Deve estar bebemorando, tomando todas permitidas por Deus...
...há cerca de 2 anos...(é claro !)
ResponderExcluirLino Coelho, muito sucesso para você nesse dia muito especial. Forte abraço.
ResponderExcluirBoa noite a todos. Chegando agora do almoço, com muita comemoração e principalmente bebemoração. Agradeço a lembrança ao Dr. Luiz D', e aos amigos virtuais e os já conhecidos do SDR e do SEMPRE, pela data do meu aniversário. Um abraço para todos. Amanhã eu comento as fotografias, ainda tem mais uma comemoração em família, com o meu filho e minha nora, o figueiredo apanha mais resiste.
ResponderExcluirConcordo com o Plinio que as complementações dos comentaristas foram esclarecedoras para a boa postagem .Aqueles policiais são bem diferenciados para o Brasil e acabei me lembrando do Jim das Selvas(KKK).Petrópolis é sempre interessante.
ResponderExcluirLino,muita saúde,felicidades e muitas OM.....
Parabenizando o prezado Lino, a quem admiro: tranquilão, folião, sem afetaçôes, na dele, apartidário, bem humorado!
ResponderExcluirHolbery não fez anos por esses dias?Parabéns!!!