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terça-feira, 19 de abril de 2022

FEIRA DA PROVIDÊNCIA


O cartunista Ziraldo é quem faz todos os cartazes da Feira desde a primeira edição em 1961. Ele foi convidado pessoalmente por Dom Hélder para fazer o material principal de divulgação.

Esta pequena flâmula da Feira da Providência de 1964 é do acervo da tia Nalu. Esta edição aconteceu no Parque Lage.

A primeira foi em 1961 dentro do clube Piraquê (não havia muita gente e fazia muito frio na noite em que fui). Em 1962 foi no clube da Hipica, a de 1963 foi no Iate (quando aproveitei para subir no Pão de Açúcar, a de 1964 foi no Parque Lage (onde pela primeira vez colaborei, numa barraca de venda de Coca-Cola, e de 1965 em diante foi nas margens da Lagoa. Inicialmente ficava no trecho entre a Hípica e o Piraquê. A partir de 1972 foi realizada na “Belém-Brasília”, trecho da Borges de Medeiros construído entre o Estádio de Remo e o Piraquê, ao lado do Jockey Clube.

Mais de uma vez fui responsável por uma barraca que sorteava discos (comprava-se um número de 1 a 20 e rodava-se uma roleta que era usada nas quermesses do Santo Inácio. Quem acertasse o número podia escolher o LP). Na ocasião fiz parceria com uma loja famosa que existia na sobreloja do Centro Comercial de Copacabana e, com uma carta de D. Helder, cederam-me centenas de LPs em consignação. Vários namoros e alguns casamentos tiveram seu primeiro encontro naquela barraca que atraía o público jovem.

No período pré-feira conseguimos vender mais de 1000 rifas nos colégios católicos da Zona Sul para concorrer a 5 LPs importados, coisa difícil de conseguir na década de 60. Entre eles, lembro-me bem, "Revolver", dos Beatles.

Gente muito fina dirigia a Feira naquela época: lembro-me do Orlando Travancas, grande amigo da família D´, responsável pela parte financeira e que na primeira metade da década de 60 foi "o nome" do Imposto de Renda. D. Marina Araújo foi a incansável diretora da Feira por décadas. A responsável pelo Setor Jovem era D. Ilma. Desde o final dos anos 70, com a mudança para o Riocentro, nunca mais fui.


Esta foto do acervo de O Globo mostra um aspecto da Feira da Providência de 1966. Perto da igreja de São José da Lagoa havia este "barco" que funcionava como uma pista de dança. Era a área do Setor Jovem, onde ficava nossa barraca de sorteio de discos.


Esta foto do acervo de O Globo mostra a Feira da Providência em 1974, já no trecho da Borges de Medeiros entre o Estádio de Remo e o Piraquê. Neste ano a avenida já estava asfaltada e em bom estado. No ano de 1972 ainda havia muita lama neste local, o que complicou muito o conforto dos visitantes.


Piotr Ilowiecki, um grande fotógrafo amador que tem muitas fotos do Rio da década de 70, fotografou as barracas que ficavam junto ao muro do Jockey Clube durante a Feira de 1974.

10 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    Sempre fui na feira no Rio Centro. Alguns sempre torceram o nariz pela mudança de local há 45 anos, mas pelo menos acabou com o problema de a cada ano ser realizada em um local diferente.

    Algumas edições tiveram duração de mais de uma semana, sempre cheias. Inclusive ocupando pelo menos dois pavilhões.

    Mais recentemente, até antes da pandemia, estava restrita a um pavilhão e dividindo espaço com outros tipos de barracas. O ingresso e principalmente o estacionamento estavam proibitivos. Durante a feira muitas linhas de ônibus tinham seus itinerários estendidos até o Rio Centro. Desde 2016 praticamente só há o BRT e raras linhas convencionais.

    Depois de muito tempo, deixei de ir na edição de 2021, por vários motivos. Nem lembro qual foi a primeira edição que eu fui, mas foi ainda quando morava em Madureira...

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  2. Fui uma vez à Feira da Providência quando criança em 1965 e me lembro bem. A iniciativa "em tese" era boa, mas outros fatores comprometeram a sua finalidade precípua. Até os anos 60 e 70 a Igreja Católica tinha forte influência nada sociedade brasileira e a Feira da Providência era um evento concorrido. D.Helder Câmara era uma figura polêmica em razão de suas iniciativas e de suas posições políticas.

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  3. Bom dia a todos Saudosistas. A Feira era uma data importante no calendário festivo da cidade, principalmente na época das restrições das importações, mas para a garotada da minha época o bom mesmo era poder paquerar as garotas fora do seu bairro. Tenho uma grande lembrança da festa de 1975, onde eu encontrei a Maria Clara uma menina que estudava na minha faculdade, porém não era da minha turma, de vez em quando nos falávamos rapidamente na faculdade, eu estava interessado nela, mas faltava uma boa oportunidade de estar com ela, acabou acontecendo neste dia e acabamos saindo da festa como namorados. Fui depois já casado a algumas festas no Rio Centro, logo que passou a ser organizado neste local, mas já naquela época o trânsito ficava caótico, a volta para casa era um martírio, esse foi um dos problemas que me fizeram deixar de ir a Barra por mais de uma década, agora vou semanalmente pelo menos duas vezes por causa dos netos.

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  4. Só fui à Feira da Providência umas duas vezes, já no Riocentro, na década de 1980.

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  5. Boa tarde! Até hoje não sei porque homenagear D.Helder no largo dos Pilares e não na Cruzada S.Sebastião que era onde ele atuava.

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  6. O cartunista Ziraldo também é um personagem polêmico. Artista extremamente talentoso, comunista notório, foi beneficiado em 2008 com a "bolsa ditadura", e condenado em 2011 por "Crime contra a propriedade imaterial". Foi acusado de ser "homofóbico" por declarações em desfavor de homossexuais. Em suma, um espertalhão. ## De todos os "pecados" de Dom Helder Câmara, o mais polêmico foi a inauguração da Cruzada São Sebastião no Leblon. Não pela iniciativa louvável, mas pelo local escolhido, pois se já era impróprio na época, atualmente é "no mínimo inadequado'.

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  7. Fui uma vez no Riocentro.

    O Brasil precisa de mais e muitos D. hélders e ziraldos...

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  8. Dom Helder era um santo. Dedicou sua vida aos pobres e a Deus. No Brasil basta olhar para os necessitados para ser taxado de comunista!

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  9. Feira boa era a da Borges de Medeiros. Me lembro de um estande do exercito com "tiros de canhão" num alvo simulado e uma tirolesa em cima do Picadeiro da Hípica. A restrição de importações favorecia a compra de produtos importados baratos e a azaração era um sucesso. Bons tempos.

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  10. Feira da Providência só conheci no RioCentro tb.

    Nem lembro a última vez que eu fui.

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