Foto enviada pelo Helio Ribeiro. Vemos o bonde da linha 76-Engenho de Dentro, nº 1914, cujo itinerário era Praça XV, Primeiro de Março, Rosário, Visconde de Itaboraí, Arsenal de Marinha, Visconde de Inhaúma, Marechal Floriano, Praça Duque de Caxias, Estrada de Ferro, Presidente Vargas (lado par), Praça da Bandeira, Pará, Senador Furtado, Amapá, General Canabarro, São Francisco Xavier, 24 de Maio, Silva Freire, Viaduto, Souza Barros, Praça do Engenho Novo, Arquias Cordeiro, Doutor Padilha, Oficinas, Abolição, Largo da Abolição, Suburbana, Largo de Pilares. Um trajeto e tanto!
A foto é rica em
detalhes da década de 60 como o carrinho de entregas, o "burro sem
rabo", a elegância do senhor de terno com um lencinho no bolso, o próprio
bonde, o furgão, etc.
Noutra foto enviada
pelo Helio Ribeiro vemos o reboque 1563 sendo puxado por um bonde em cujo
letreiro traseiro está escrito "Engenho de Dentro". Um pouco mais à
esquerda vemos o bonde de nº de ordem 554. Na foto aparecem poucas mulheres,
uma delas toda de branco levando um guarda-chuva. Os homens, quase todos de
chapéu. À esquerda um belo poste de iluminação e, mais ao fundo, postes com
fios telefônicos ou telegráficos, não sei.
Reboque 1563 e 554
Lins Vasconcellos na Praça da Bandeira, a rua em frente é justamente o
Boulevard São Cristóvão. Ao longe, veem-se as palmeiras da avenida Presidente
Vargas. A rua à esquerda é a Elpídio Boa Morte. Meio escondida, um pouco à
direita do centro da foto, vê-se a rua Joaquim Palhares. Os telhados de dois
galpões, bem como a chaminé e uma construção alta à direita das palmeiras,
faziam parte da imensa garagem de bondes que havia ali, em área atualmente
ocupada pelo conjunto residencial Martin Luther King.
A construção do conjunto de Viadutos das Forças Armadas modificou o eixo das pistas de rolamento entre a Praça da Bandeira e a Presidente Vargas. Os prédios da rua Elpídio Boa Morte que aparecem nas foram arrasados e em seu lugar está a pista de descida do viaduto dos Marinheiros. ## A erradicação gradual das linhas de bonde da Guanabara foi gradual e obedeceu a um cronograma, e de acordo com esse cronograma as linhas de bonde da região do Grande Méier, e entre elas a 76, foram desativadas em Março de 1965. Em Maio e Julho de 1964 foram realizadas pelo Tenente-Coronel da Aeronáutica Américo Fontenelle duas grandes alterações no trânsito do centro, as quais suprimiram algumas linhas, alteraram diversos trajetos, e criaram linhas provisórias, entre as quais a "Praça da Bandeira - Tijuca e a Praça da Bandeira - Isabel.
ResponderExcluirOlá, Dr. D'.
ResponderExcluirA primeira foto também mostra a curiosidade do garoto, provavelmente com a propaganda, além de uma propaganda na parte superior das massas Boa Sorte. Dessa marca só lembro da farinha de trigo, ainda no mercado.
A segunda foto mostra um local muito alterado. O biscoito ou outro especialista vai identificar os veículos.
O 1914 foi uma das vítimas do quebra-quebra de 30/05/1957. A foto postada é de 1963, com o bonde já ostentando a proteção lateral em placa inteiriça metálica.
ResponderExcluirNa segunda foto, à frente do Engenho de Dentro está um bonde bagageiro da linha Mattoso. É dos pequenos. Havia um modelo maior.
ResponderExcluirA linha Engenho de Dentro era uma das mais antigas. Tinha um trajeto aproximadamente tão extenso quanto a Piedade, porém menor que as duas linhas da Penha e a Cascadura (a mais extensa de todas).
ResponderExcluirMestre Hélio, nesta época já saia algum ramal para os bairros de Jacarepaguá? Se sim, imagino que partia de Cascadura ou Madureira, procede?
ExcluirNa última foto, à esquerda vemos um Standard Vanguard, carrinho muito comum nas ruas. À direita, ultrapassando o bonde, parece ser um Oldsmobile 1957. Com a palavra obiscoitomolhado.
ResponderExcluirOs carros da linha 76 eram sempre com reboque. Somente aos domingos de manhã é que rodavam carros motor sem reboque. Na foto 1 vemos um carro que me parece ter saído de uma reforma. Como está sem reboque,pode ser que seja um domingo,mas o furgão de entregas diz que não.
ResponderExcluirNa segunda fotografia, bondes sem números das linhas, pré-1943, se não me engano. Uma beleza de fotografia.
ResponderExcluirA terceira fotografia é dominada pelo Standard Vanguard, já de 1950, com saias nas rodas traseiras. O Vanguard é um sedã de porte médio, com motor de 2 litros, que teve bastante sucesso no Brasil. Era espaçoso o suficiente para 6 pessoas.
Atrás dele um Chevrolet 51-52 e, ao lado do bonde, um Chevrolet 1957, modelo 210, mais simples que o famoso Bel-Air.
Bom dia Saudosistas. A foto 2 é estupenda, rica em detalhes das edificações, das pessoas transitando pela rua, dos automóveis da época, bem como a resolução e a conservação da foto.
ResponderExcluirImagino que a vida de cobrador de bonde com geral pendurado não devia ser fácil.
ResponderExcluirNão cheguei a pegar essa época, somente os de Santa Teresa.
A linha Engenho de Dentro originalmente partia da estação do Méier e ia até o Engenho de Dentro, e era operada pela Companhia Ferro-Carril do Cachamby. Isso nos idos de 1880. Em 1886 a Companhia Ferro-Carril de Vila Isabel comprou a Cachamby e estendeu a linha até a estação ferroviária do Engenho Novo, onde fazia conexão com a linha de mesmo nome. Nos anos 1900 foi construido o viaduto de ferro sobre as linhas da Central do Brasil, permitindo aos bondes passarem de um lado para o outro sobre a via férrea. Em algum momento, a linha Engenho de Dentro passou a ir até a Praça XV. Nos anos 1920 já era assim como descrito na postagem.
ResponderExcluirConsultando minhas fontes, constatei que já em 1911 a linha Engenho Novo já existia saindo da Praça XV.
ResponderExcluirA esquina que aparece no meio da segunda foto e à direita é a da Rua do Matoso, onde nos anos 30 foi construído o prédio de apartamentos onde no térreo existe a Confeitaria Cometa. Atravessando a rua do Matoso o prédio fronteiriço também foi demolido nos anos 30 e construído um prédio que abrigando um restaurante que sofreu um incêndio há alguns anos e continua destruído até hoje. A partir da segunda esquina, a da Joaquim Palhares, houve nos anos 60 um "entortamento" da via para o lado direito e toda a calçada, inclusive a da garagem dos bondes, demolida e "recuada" para a construção do Condomínio Martin Luther King e para o acesso à Avenida Paulo de Frontin. Pelo traçado antiga da rua Mariz e Barros até a Paulo de Frontin seguia-se em linha reta.
ResponderExcluirTemos ainda a questão de que a Rua Elpídio Boa Morte dava acesso ao grande terminal ferroviário de Alfredo Maia na Rua Figueira de Melo. Da rua Figueira de Melo só se conhece o trecho entre o Campo de São Cristóvão e a Francisco Eugênio, mas ela termina exatamente na Elpídio Boa Morte. Eu era muito pequeno mas lembro de vestígios de trilhos na Figueira de Melo em direção à Elpídio Boa Morte. Fica a dúvida se em algum momento do passado esses trilhos tinham acesso à Praça da Bandeira. Passo a bola para o Hélio...
ResponderExcluirO trajeto conforme descrito na postagem teve uma modificação no final dos anos 50: na Praça da Bandeira ele passou a seguir pela Mariz e Barros, General Canabarro, e São Francisco Xavier. O motivo foi o início das desapropriações de imóveis nas ruas Senador Furtado, Amapá, Teixeira Soares, e rua Pará, em razão do início das obras da Radial Oeste que teria seu trecho inicial concluído em 1962.
ResponderExcluirJoel, 13:03h ==> sim, havia trilhos de bonde ligando a Figueira de Melo ao Boulevard São Cristóvão. No mapa de trilhos de 1935, eles não atravessavam a Elpídio Boa Morte. Porém, em foto bem mais antiga, vi um bonde da então Companhia Vila Isabel passando por baixo do viaduto da Central ali na Figueira de Melo.
ResponderExcluirE naquele trecho da Figueira de Melo quase na esquina da Elpídio Boa Morte e salvo engano, havia um depósito da CCPL. Mais adiante e até o início dos anos 60 o número de casas na Francisco Eugênio era impressionante após o muro de Barão de Mauá. Na foto panorâmica de ótima resolução de 1930 não é possível perceber trilhos de bonde atravessando o canal fada a grande concentração de casas, mas certamente em algum momento os trilhos chegaram ao Campo de São Cristóvão.
ExcluirWagner Bahia, 12:09h ==> prezado, a Cia. Ferro-Carril de Jacarepaguá inaugurou em 23/12/1875 o trecho entre Cascadura e o Campinho; em 1882, operava duas linhas: uma entre Cascadura e o Largo do Tanque e a outra entre este e a Porta d'Água, também chamada de Freguesia. Em 1911, a Light pegou a concessão da companhia de Jacarepaguá e no final de 1912 ambas estavam eletrificadas.
ResponderExcluirEsses dados obtive do site do Marcelo Almirante.
Não sei o ano em que foram inauguradas as linhas Taquara e Freguesia tais como elas ficaram depois, mas a primeira referência que tenho a elas é na relação de linhas de 1922. Porém, faltam-me informações do período 1911-1922.