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quinta-feira, 25 de agosto de 2022

ÔNIBUS - CERMAVA

 Hoje as primeiras cinco fotos, muito interessantes, foram enviadas pelo Mauroxará e mostram várias etapas de construção de uma carroceria de ônibus pela Cermava.

Estas fotos resgatadas pelo Mauro quando foram jogadas fora na ocasião em que a fábrica CAIO de São Paulo comprou a empresa Carrocerias Cermava, fundada em 1950, e que tinha sede no Rio de Janeiro, no bairro de Piedade, na Rua Coronel Almeida nº 53.

Segundo o Mauroxará, o nome CERMAVA era junção das letras dos nomes dos sócios: ele conheceu o Sr. Luiz Massa (o M) e o Sr. Alberto Pires (um dos A”).

É curioso ver a prancheta dos desenhistas. Hoje estariam todos trabalhando numa tela de computador. 

Havia regra da ABNT que determinava: Altura do primeiro degrau dos ônibus = 55cm do piso da rua. Altura do meio-fio = 30cm do piso. Isto dava uma diferença de 25cm com o carro vazio, caindo para 23cm ou 22cm com passageiros. Dizem as más línguas que os empresários levavam os ônibus para a vistoria com os pneus arriados para ficar dentro do exigido. Quem consegue galgar os degraus dos nossos ônibus está automaticamente apto a correr uma maratona. 


Havia muitas fábricas de carroceria e praticamente nenhuma resistiu ao tempo. Algumas delas: CAIO, Cermava, Carbrasa, Metropolitana, Bons Amigos, Vieira, CIRB, Ciferal, Eliziário, Nielson, Marcopolo, Pilares, Continental, Kronos, Cribia, Sagres.


Para se proteger dos muitos buracos que enfeitam as nossas ruas, os donos de ônibus colocam um sobre-feixo na traseira e por isto os carros pulam nos buracos. Muito diferente da maioria dos países europeus, por exemplo, onde você esquece que está num ônibus de tão silenciosos que são. Têm até horário para passar afixado nos pontos de parada.


A Cermava iniciou suas atividades produzindo lotações e micro-ônibus sobre chassis importados. Em maio de 1956 seus dois primeiros papa-filas, construídos para a paulistana CMTC (que já possuía 35 em circulação), foram apresentados à população carioca; assim como os fabricados pela Caio, tinham duas portas largas, capacidade para 200 passageiros – 58 sentados e 152 de pé – e utilizavam chassis fornecidos pela Massari. Fazia a linha S8, a Méier-Pavuna. Na foto vemos um da linha Lins-Urca.

Na foto acima, um dos ônibus feitos pela Cermava. Poucas coisas são tão ruins no Rio como o serviço dos ônibus, pois além de veículos impróprios para este fim os motoristas são pessimamente treinados e têm péssimos hábitos na direção. É uma violência no modo de dirigir impressionante aliada a um desconforto para subir nos ônibus.  Talvez único lugar no Brasil onde exista um bom serviço de transporte de ônibus é em Curitiba.




 

18 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    O tema vai bombar entre os ditos busólogos. Durante muito tempo, ao passar pela Avenida Brasil, via os ônibus da Ciferal na sua fábrica. Recentemente foi fechada uma fábrica em Xerém, Duque de Caxias. Agora todas as encomendas têm que ser feitas fora do estado, no Espírito Santo ou no sul do país.

    Os ônibus do Rio são em sua esmagadora maioria montados em chassis de caminhão. Em outras cidades os chamados "pisos baixos" são vistos com mais freqüência, inclusive em corredores viários. Aqui alguns gatos pingados sobrevivem em parcas linhas.

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  2. O serviço de ônibus de São Paulo nos últimos anos melhorou bastante em relação aos do Rio. Ônibus novos. Motor traseiro e tipo BRTs articulados. Aqui só rodam carroças e os motoristas são pessimos deixando passageiros desembarcarem no meio da rua.

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  3. É de conhecimento geral que desde os anos 60 o sistema de transporte público é controlado por uma grande organização criminosa que "mantém no bolso" juízes, promotores, prefeitos, policiais, e quem mais no âmbito do poder público se opõe aos seus propósitos criminosos. Não é sem razão que "Baratas e ratos de toda espécie" continuam a eleger vereadores, deputados, e até prefeitos. O resultado disso é que o Rio de Janeiro tem o pior sistema de transporte público entre as grandes capitais. O BRT é o maior exemplo disso e sua implementação é um somatório de corrupção, desvio de dinheiro público, fraude em licitações, superfaturamento, uso de material de péssima qualidade, e "tudo mais que o dinheiro pode comprar."

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  4. Minha esposa trabalhou na filial da CAIO (Companhia Americana Industrial de ônibus) em Olaria. A sede da CAIO era em Botucatu (SP). Depois abriram uma fábrica em Recife, conhecida como CAIO Nordeste.

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  5. Além das carrocerias citadas pelo Mauro, lembrei da Busscar e da Mascarello. Acho que ambas eram do Sul.

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  6. Uma das carrocerias mais bonitas para mim foi a da Metropolitana por volta de 1963, adotada em muitos ônibus da CTC e posteriormente em várias outras empresas.

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  7. O Rio sempre mandou mal quando se fala em ônibus. Ainda se vê carros caindo aos pedaços, sobretudo da empresa Campo Grande (antiga Santa Sofia), nas linhas 393 e 786. Curiosamente algumas empresas da baixada, S. Gonçalo e Itaguaí possuem serviços melhores que o da capital. Os serviços de ônibus de Niterói são bem satisfatórios, com frota conservada, limpa e com boa cobertura dos bairros.
    Lembro bem desses ônibus da Cermava.
    Usei muito essas pranchas para desenho e, obviamente, os acessórios, como: papel vegetal, "penas" nanquim, régua "T"...
    Como o Rio se desindustrializou nas últimas décadas... Muita coisa foi para SP e, incrivelmente, para Manaus. A última que saiu, infelizmente, foi a L'oreal.
    Pelo visto a motorização Mercedes dominava. Muito raro de se ver Scania, Volvo, e outros. O mestre Mauro pode falar melhor sobre isso.

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    1. Mercedes continua dominante, por causa dos Barata. Em seguida tem aparecido VW. Estes têm vários casos de autoincêndio nos últimos tempos, quase sempre por falta de manutenção.

      De vez em quando aparece um Volvo e muito mais raramente um Scania. Agrale é mais raridade ainda.

      Sobre encarroçadoras, praticamente só sobraram no Rio: Caio, Marcopolo (que absorveu a Neobus) e Mascarello.

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  8. Enquanto os donos das empresas financiarem as campanhas dos políticos municipais e "presentearem" amigos dos outros dois poderes, nada vai mudar.
    O Joel tem toda razão, é tipo máfia tupiniquim mesmo.
    Pobre Rio de Janeiro ...

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  9. A coisa mais "gado" que temos e a catraca sempre que vejo aquilo penso nisso, tratamento de gado.
    Com o covid as coisas pioraram, até hoje esperamos os ônibus com A/C.
    Tinhamos que pensar nos motoristas , transmissão automática deveria ser obrigatória. Ser motorista no Rio tb não é fácil, nada que justifique a falta de civilidade que impera.

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  10. Atualmente as empresas de ônibus se organizaram em "consórcio" para conseguirem sobreviver e muitas delas foram à falência. A evicção de linhas foi tal que várias linhas tradicionais simplesmente desapareceram. As linhas que circulam de áreas de milícia foram as mais atingidas pois tiveram além de tudo que enfrentar a concorrência de Vans clandestinas e ataques de milicianos.

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  11. Boa tarde Saudosistas. No Rio temos a pior frota de ônibus, de trens, de barcas, de taxis, de ubers, de governadores, de políticos, de população e os piores eleitores do País, visto que os problemas de transporte são devidos aos nossos governadores e políticos, quem os elegeram foi a população do Rio, logo não adianta reclamar com o bispo.

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    1. Desde criança escuto barcas até São Gonçalo. Vou morrer s ver.
      Sobre nossos representantes sem palavras, só lixo, mas elegemos eles e Para piorar não cobramos.

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    2. Lino, chegaram (não eu) a eleger um "bispo" como prefeito e deu no que deu...

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  12. “ Para se proteger dos muitos buracos que enfeitam as nossas ruas” kkk

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  13. Os ônibus não são tão ruins. Aqui temos a passagem mais barata e não se esqueçam que a pandemia descapitalizou todo mundo. O prefeito ainda dá uma ajuda mensal aos donos das empresas e eles reclamam de barriga cheia.

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  14. Na verdade, a Caio sempre esteve ligada a Cermava. Basta ver que o Sr. Massa, um dos sócios principais da Caio era o diretor presidente da Cermava em sua fundação.
    Poucos anos depois, a Caio assumiu o controle acionário de fato.
    O Sr. Massa é, se não me engano, avô do Felipe Massa, ex-piloto da Formula 1.
    Todos os ônibus das fotos são do mesmo modelo, que é o Caio Coach do final dos anos 50. Alguns apelidaram de Caio Goiabada, pois achavam parecido com uma lata de goiabada.
    O carro da 106 está na esquina da Fabio da Luz com a Dias da Cruz. Ali é Meier ou Engenho de Dentro, mas nunca Lins.

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  15. Cena 1- O descarrilamento de um bonde em 2011 que deixou seis mortos e mais de vinte feridos e que ocorreu em razão do péssimo estado de conservação do material rodante, foi devidamente apurado pelo Delegado da 7 D.P, o Inquérito foi encaminhado ao MP, e as investigações apontaram como responsável direto o então Secretario Estadual de Transportes, o Deputado Julio Lopes. Apesar de intimado várias vezes pelo MP, o Secretário "andou" para as intimações, o Processo foi sendo "empurrado com a barriga, e o culpado acabou sendo o .... motorneiro que faleceu no acidente. Cena 2 - Em 1998 o então Governador Marcello Alencar determinou a troca dos trilhos, realinhar o trajeto, e reinstalou os cabos de energia, para reativar o ramal da Rua Francisco Muratori entre a Rua do Riachuelo ela Rua Almirante Alexandrino e que foi desativado em Janeiro de 1966, mas "movimentações políticas" envolvendo a Fetranspor e seus "asseclas". culminaram com a supensao das operações, e o ramal continua inativo. Simples assim...

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