Hoje é sábado, dia da série "DO FUNDO DO BAÚ". E do baú do
Rouen sai esta foto mostrando jovens em frente ao Cine Paissandu, tendo um belo
Puma participando do encontro.
Na esquina havia o Bar Cinerama, hoje Garota do Flamengo. Bem ao lado
do cinema ficava a lanchonete Oklahoma, onde as discussões pós-filme se
estendiam pela madrugada. A Oklahoma
tinha um das piores pizzas do Rio, mas era a única coisa aberta na região após
a meia-noite.
O Cine Paissandu, localizado na Rua Senador Vergueiro nº 35-F tinha,
originalmente, 742 lugares. Foi inaugurado em 15/12/1960 e funcionou até
15/04/1973. Depois se transformou no
Studio-Paissandu e no Estação Paissandu.
O cinema tinha de diferente, além da programação e clientela, o
"fumoir", com janelões para a platéia. Perdia em qualidade do som e
da imagem, mas era disputadíssimo, pelo simples fato que podia se fumar neste
salão anexo. E como se fumava! De tudo...
Conforme nos conta A. Gonzaga, em "Palácios & Poeiras", o
Cine Paissandu "foi palco dos "filmes-cabeça" dos anos 60,
designação que englobava tanto fitas comuns quanto obras com grandes pretensões
estéticas, política e/ou sociológicas. A mística do lugar surgiu em função dos
freqüentadores e da programação, pois o cinema nada tinha de especial.
Criou-se, inclusive, um diferencial de comportamento, com as famosas sessões de
meia-noite e os Festivais Brasileiro de Cinema Amador, mais conhecidos como
Festivais JB-Mesbla. Virou emblema da geração que queria mudar o país e o
mundo".
Baluarte da contracultura durante
o regime militar, o cinema formou, nos anos 1960, a Geração Paissandu,
rótulo que agrupava jovens cinéfilos e intelectuais de esquerda incapazes de
perder os longas de Jean-Luc Godard, Louis Malle, Michelangelo Antonioni,
François Truffaut e outros cineastas autorais.
Era moda naquela época ser sócio da Cinemateca do MAM e ter assinatura
dos "Cahiers du Cinéma".
Bom dia. Não tive oportunidade de assistir a nenhum filme nesse cinema, pois minha "área de atuação", com raras exceções, sempre foi a Tijuca. Parece que a partir da década de 60, houve uma diminuição de espaço das salas. Não se inauguravam mais salas de grandes dimensões como acontecia até os anos 50. Os cinemas atuais tem proporções exíguas. Nos Shoppings, é comum uma sala ter capacidade de até 80 ou 100 pessoas.
ResponderExcluirA foto deve ser de, no máximo 1975, tanto pela indumentária dos jovens quanto pelo modelo da Puma. Período "complicado", de Herzog e Stuart Angel, e essa aglomeração de supostos "estudantes" era um caldo de cultura para acontecimentos "mais graves".
ResponderExcluirBom dia. Lembro de ir algumas vezes ao Cine Paissandu atraído não pelo modismo mas por determinadas produções do cinema francês. Nunca frequentei os bares próximos pois nessa ocasião já era frequentador da boemia do Leme e dos bares de Copa. E quando queria variar para o tal "papo cabeça" ia ao Luna Bar. Por óbvio chamou minha atenção o Puma GTE, que o Gustavo poderia determinar o ano. A propósito, como registrei em outra ocasião, o pessoal que como eu possuía um Puma conversível costumava dizer que o GTE era comparado a quem morasse na Av. Vieira Souto...de fundos. A gozação era inevitável, assim como é difícil não rir dos que aqui criticam essa marca que fez tanto sucesso simplesmente porque deviam ser na época, como talvez ainda sejam, um bando de duros e/ou endividados que mal podiam sustentar um carrinho usado.
ResponderExcluirEra frequentador assíduo do Paissandu mas confesso que poderia os filmes em três categorias quase iguais: os que gostei, os muito chatos e os que não entendi. Após o cinema a melhor opção era ir ao Lamas. Na Oklahoma fui uma vez para nunca mais. Admirava o Puma e o Interlagos mas não tinha grana.
ResponderExcluirBom dia.O destino dos cinemas espalhados pela cidade é conhecido de todos,pois algumas viraram farmácias e a maioria se transformou em Templos da Fé.
ResponderExcluirFrequentei,muito a zona sul apedar de ser Tijucano pois tinha muitos parentes por lá. Fui ao Paissandu apenas uma vez,e nunca mais voltei.
ResponderExcluirNa zona sul preferia o Rian entre outros.
Meu irmão Wilson e eu gostávamos de provocar nossos amigos que freqüentavam o Paissandu. Dizíamos que eles não entendiam nada do que viam e que os diretores, que faziam cenas sem pé nem cabeça de propósito para curtir com as nossas caras, deviam morrer de rir com as elucubrações saídas das mentes dos espectadores.
ResponderExcluirAnos mais tarde ganhei um livro com a autobiografia do Luiz Buñuel, um dos ídolos da geração Paissandu. Fiz questão de ligar para meu irmão e às gargalhadas contar sobre a história das duas atrizes, uma loura e uma morena, desempenhando o mesmo papel em um dos primeiros filmes do diretor. A turma do Paissandu dizia que a loura era a representação suave da personagem e que a morena era a manifestação do lado obscuro e misterioso. O que aconteceu foi que uma das atrizes desentendeu-se com o diretor e simplesmente abandou as filmagens. Buñuel, em começo de carreira, não tinha dinheiro para contratar outra atriz e refilmar suas cenas. Limitou-se a arranjar uma substituta e prosseguiu com as filmagens. Como as cenas não são filmadas em ordem cronológica e sim por locação, as duas se alternavam na tela. Enquanto isso, a galera viajava no Oklahoma depois do filme...
RSRSRSRSRSRSRS
ExcluirBom Dia ! Adaptando um ditado popular aos dias de hoje,ficaria mais ou menos assim: (- Estejas com os sossegados e serás um deles, ou junta-te aos baderneiros e ficarás pior que eles.) No meu tempo de jovem,embora fosse moda, nunca perdi meu tempo fumando maconha nem andando na contra-mão com pensamentos e atitudes de ideologia esquerdista.Gostava mesmo era de "amarrar uma mina" e leva-la para um local onde pudesse "analisar o seu curriculum". Este mesmo ditado adaptado à minha cabeça fica assim: (Junta-te aos bem sucedidos e logo serás um deles, ou junta-te aos pobres e passarás necessidades iguais as deles.)
ResponderExcluirAtualmente a cidade está mais civilizada. Apesar dos abusos da SEOP, não se vê mais carros em cima de calçadas e meio fio como na foto, mas o número de carros cresceu sem que haja oferta de vagas nas ruas. Atualmente é quase impossível estacionar nessa região. Com a criação das guardas municipais e a da determinação constitucional para que o município seja o responsável pela organização e pelo gerenciamento do transito nas cidades, a sensação de ordem é maior, apesar dos abusos da prefeitura no sentido de arrecadar com multas de transito.
ResponderExcluirBom dia a todos. Esse fundo do baú me trás algumas recordações agradáveis, mas não devo partilhá-la aqui. Fui algumas vezes a este cinema, nos anos 70 porém muito mais com segundas intenções (nunca fumei maconha)do que propriamente para assistir ao filme, na época de vestibular com os amigos da turma. Já quanto a assistir os tais filmes cabeças, só existe uma coisa no mundo pior do que ver esses filmes, é assistir uma partida de xadrex na televisão. Já o puma foi o carro dos sonhos de uma geração, onde a indústria do País ainda só fabricava carroças motorizadas, se compararmos o Puma com os esportivos Europeus da época. Mas antes que venham dizer que eu sou um frustrado por não ter possuído um, adianto que eu não tinha um Puma, mas a minha namorada tinha.
ResponderExcluirBoa tarde a todos.
ResponderExcluirJamais curti esse tipo de programação com as chamadas produções para esquerdistas.
Sempre achei esses ditos "filmes cabeças" um verdadeiro chute no saco.
Tem que estar muito fumado ou cheirado para conseguir gostar disso.
Mas... gosto é gosto e não se discute.
O grande Lino hoje quebrou a marra.KKKK Não precisava ter Puma porque a namorada tinha.Chute mais que certeiro.Um Grande espanto!!Esta é para quebrar o vaso.KKKKK.****Estes fimes cabeças eram de uma chatice sem tamanho e uns dois ou três que resolver assistir,funcionaram como bom hipnótico.O divertido eram os intelectuais discutindo aquela porcaria depois.Surreal.Aqui neste sítio naturalmente vão aparecer defensores daqueles filhotes de Marazopi,com todos respeito ao moço de Taubaté.É que sempre tem gente querendo saber de tudo e inserido no contexto.Grande espanto!!!!
ResponderExcluirSei que meu texto vai ficar pouco tempo no ar, mas não resisto a uma bola quicando: cortar comentário é poda.
ResponderExcluirTia Nalu assistiu Teorema 8 x.Diz que Eduardo Cunha e personagem.
ResponderExcluirPuma GTE 72/73. Em 74 já não tinha o refletivo no paralama traseiro. Provavelmente da cor laranja. Os frequentadores do cinema hoje são conhecidos como Geração Paissandu. Muitos filmes fora de circuito passavam aí.
ResponderExcluirBoa tarde a todos.
ResponderExcluirPrimeiro "Fundo do Baú" no novo endereço e ainda é francês... Tenho minhas desconfianças que a foto só foi tirada por causa do Puma... Tinha uma piada meio mórbida de quando um carro era esmagado, "virava" um Puma. Cheguei a ver alguns rodando na minha época de infância e adolescência.
O cinema ficava fora da minha jurisdição.
O Oklahoma mudou seu perfil, hoje tem buffet a kilo e salvo engano, opções no cardápio. Não saberia dizer sobre a qualidade das pizzas servidas. Tenho um lado afetivo aí porque até alguns anos, era no OKLAHOMA que o grupo de amigos da minha mãe( na época, liderado por uma amiga dela com 90 anos!!!) reunia-se aí para comemorar aniversários do grupo! Lamentavelmente esse grupo desfez-se, uma vez que a grande maioria foi findando...Defendi a tese de continuarmos a nos encontrar com os remanescentes( minha mãe, recém completada 88 anos na última quarta-feira, dia 04, uma grande amiga dela, com 92 anos, super lúcida e uma mais jovem que acompanahava uma que se foi...tese rejeitada)
ResponderExcluirUm dia, já há algum tempo, entrei ali para comer, mas...não fiquei bem!. Nostalgia, lembranças...!
Quem eu encontrava invariavelmente todas as vezes que eu ia lá( sempre às quintas feiras, ele tambném tinha uma reunião de um club, algo assim), e sempre vestido de branco, é o José Santa Cruz, o "Jonjoca", da antiga TV TUPI( Ele fazia dupla com "Xexéu" no programa humorístico "Café sem Concerto". Até pouco tempo ele fazia parte do Zorra.
E´lamentável que um espaço nas proporções do Cinema Payssandu permaneça fechado sem nenhuma utilização, chegando a ter teias de aranha(eu vi!).
ResponderExcluirEra da família Valansi, proprietária do Cinema Jóia( que é a mãe ou a filha dele). Depois foi administrado pelo grupo Estação, que andou cambaleante. Depois a idéia veiculada é que seria Cinematéque, transferida da Vol da Pátria, cuja entrada parecia uma "floresta". Acabou a de lá(acho que hoje talvez seja o Odorico no lugar?)e nada ocupou o espaço aqui!
É impressionante como a cultura vai encolhendo, sem reposição, a largos passos!
Em tempo: Fechou o Museu NAIF, no Cosme Velho!!! Como assim??? Em que país do mundo deixariam isso acontecer?
Chega a dar pena quando se lê um comentário do tipo 14:13. O cara além de ser um declarado invejoso que não podia ter o que os outros tinham ainda vem curtir o comentário alheio sem saber de nada do que ocorreu no passado. Para sua informação, palpiteiro, se eu disser as iniciais de uma das jovens que saía comigo naquele tempo, e até depois de casada, eu nunca mais vou poder comentar aqui. E detalhe, há somente um comentarista daqui que sabe de parte da história. Como se diz no popular o babado é muito forte. Fica na sua porque para variar você não sabe de nada.
ResponderExcluirFaleceu hoje o estadista Mario Soares. Independentemente de suas convicções políticas era do tipo que faz falta por aqui. Muita falta.
ResponderExcluirTia Evelyn,o Jonjoca fazia o Zé das mulheres contracenando com o Lucio Mauro.###O apitite do homem num é mole,até as casadas.É a idade?
ResponderExcluirJosé Santa Cruz = Jonjoca
ExcluirLucio Mauro = Zé das Mulheres
Continuo indo as lágrimas com o comentário do Lino.Já está selecionado para os melhores do ano.Bola quicando e golaço no contra pé.Não vou para o fogão porque tenho a boca.KKKKKK.Lino,manda outro..KKKKKKKK
ResponderExcluirNão lembro nem se passei nessa calçada. Trauffaut e Buñuel fizeram alguns filmes bons. Dos outros diretores citados não vi nenhum. Parabéns para a mãe da Evelyn que nasceu no dia que meu pai completou 2 anos de idade, ou seja, ele chegou aos 90 nessa última 4ª feira.
ResponderExcluirEsse cinema traz-me belas recordações. Eu e o falecido esporadicamente íamos lá e depois sempre dávamos uma esticada nos bares no entorno que de fato eram escassos. Sempre acabávamos na Parque Recreio. O melhor filme que vi foi "La Belle de Jour". Uma década depois chegamos a frequentar o Estação Paysandu que tinha um reservado destinado a fumantes que não perdiam as cenas dos filmes. Quanto o Puma na calçada simboliza com ênfase a época.
ResponderExcluirO Cinema 1, antigo Paris-Palace, também tinha sala envidraçada de onde se podia assistir os filmes. Ficava na rua Prado Junior, em Copacabana.
ResponderExcluirHoje é o Hortifruti.
ExcluirEvelyn ,em uma das recentes estadas no Rio vi de perto o Jonjoca.Foi lá no Centro perto da Colombo.Lembrei que era adolescente e o cara já era realce na TV.Esta com 8.7 e muito inteiro.Outro dia estava atuando no Zorra.Quanto ao Lucio Mauro consta que não está bem...
ResponderExcluirPaulo Roberto, agradeço os parabéns para minha mãe e retribuo para seu pai! 90 anos!!!
ResponderExcluirBelletti, encontro com ele às vezes pelos arredores, ele mora aqui no condado, provavelmente! Há dois anos, no reveillòn, a mesa dele era exatamente ao lado da minha, cumprimentei e falei da época láaaaa do Café Sem Concerto, quando ele fazia o Jonjoca!( usava um penteado com uma espécie de dois "C"na testa....) Foi muito simpático!
O Tutuca ainda é vivo? Fazia o faxineiro!Falava:"'Ah, se ela me desse bola"!
Xexéu é o Roberto Guilherme!
Quanto ao Lucio Mauro, achei meio caidinho em foto que circulou. Encontrei há muittttos anos no Hotel St. Moritz!
O documentário "Cine Paissandu: histórias de uma geração" foi realizado em 2013 e lançado em 2014. Saiba mais na nossa fanpage:
ResponderExcluirwww.facebook.com/cinepaissanduofilme/
Um abraço,
Christian