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Hoje
temos 3 fotos da Rua Marquês de Sapucaí, antigas Rua Visconde de Sapucaí e Rua
Bom Jardim. Começa na Rua da América e termina na Rua Frei Caneca.
A
primeira foto é, provavelmente, da década de 40, e foi enviada pela tia Nalu.
Este tipo de construção dominava a área (uma velha casa térrea, na direita um
sobrado, e na esquerda um pequeno prédio com inspiração “art-déco”. Muito foi destruído
na ocasião da construção do Viaduto São Sebastião, durante a gestão Negrão de
Lima, embora algo tenha sobrevivido até a construção do Sambódromo, no governo
Brizola, quando quase tudo foi abaixo. Nesta foto, na fotografia original é possível
ler a plaquinha com o nº 171 na parede, na altura do pedestre. No pórtico da
casa à direita se lê o nº 173. Se a numeração não mudou o trecho seria entre a
Rua Benedito Hipólito e a Avenida Presidente Vargas.
Na
parede lateral do imóvel à direita, há uma inscrição quase ilegível, mas que, usando
recursos do Photoshop, talvez possa estar escrito “Fábrica de Cerveja”, na
linha de cima, e “Brahma”, na linha de baixo. Também chama a atenção as janelas
laterais do nº 173 dando para o terreno do nº 171. Aquele portão provavelmente
protege uma servidão que leva ao nº 171 que deve ficar lá atrás, depois do
prédio de nº 173. Mas há uma plaquinha na direção da cabeça do pedestre que, em
alta, pode-se ler “171”.
A
segunda foto, do acervo do Correio da Manhã, tal como a terceira, é de meados
da década de 50 e mostra uma enchente na Rua Marquês de Sapucaí.
Já a
terceira foto, de 1960, mostra obras da galeria da Rua Marquês de Sapucaí,
vitais para o escoamento das águas pluviais que afetam as ruas Catumbi e
adjacentes. À esquerda, o Café e Bar Amarante. À direita, o caminhão de
entregas da Sanitária Águia.
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Na enchente, um Pontiac Chieftain 1953. Nunca entendi muito dessa marca, mas, por sorte, em 1953 só havia um modelo de 4 portas, o Chieftain. O outro modelo era um cupê com um nome chamoso:Catalina. Conhecida com a marca do índio, Chieftain era um subtítulo adequado, que, em alguns anos da década de 1950, acendia uma cabeça de índio âmbar no escudo do capô. E reconhecível pelas linhas paralelas no capô e na tampa da mala.
ResponderExcluirNa foto do caminhão da Sanitária Águia, um Buick 47-48, já velhusco, quase some na poeira das obras.
Sempre achei que as numerações nas fotos da Prefeitura significavam os imóveis que seriam derrubados.
Quem tem menos de 45 anos não tem ideia do que foi a região. A Marquês de Sapucaí desapareceu literalmente e para quem não sabe, terminava após cruzar os trilhos da Central, já nas faldas do morro do Pinto. A postagem de hoje mostra o quanto foi devastada essa região. Se observarem a foto 3, vão ver que no alto do morro, é possível perceber o prédio que aparece na postagem de ontem.
ResponderExcluirEsta é uma daquelas ruas que mudaram completamente com a construção de viadutos ou túneis. O favorecimento aos automóveis fizeram que recantos agradáveis como a Paulo de Frontin desaparecessem. Outro absurdo foi o viaduto da rua Bela onde os carros passam pelas salas de visitas dos moradores. Recantos como a praia de Botafogo antes do túnel do Pasmado, a Lagoa antes do Rebouças, Laranjeiras antes do Catumbi - Latanjeiras, a Raul Pompeia e a Pompeu Loureiro antes dos respectivos túneis. Enfim, é o progresso junto com o aumento da população. Sábios são os europeus que evitam ter megalópoles.
ResponderExcluirBom dia a todos.
ResponderExcluirA primeira foto é típica daquelas pré-demolição do Malta indicando quais imóveis iriam abaixo.
A primeira foto é dos anos 40. A vestimenta do pedestre e a construção em "pó de pedra", comum no Rio a partir do final dos anos 20 já mostra sinais de desgaste.
ExcluirO Malta fotografou até os anos 40. E os filhos seguiram o padrão do pai...
ExcluirAté a outrora tranquila Ilha do Governador sofre com a desenfreada construção de viadutos. Investiram-se milhões de Reais para a construção de pistas e viadutos para o BRT. Passa UM ÔNIBUS a cada quinze minutos. Acho que alguém foi beneficiado com e$$a história toda....
ResponderExcluirOs europeus evitam também que a população cresça em demasia, pois fica incontrolável sustentar tanta gente.Fotos muito boas pra quem não conheceu em loco tal ruas.
ResponderExcluirQual o bonde que trafegava por esse local?
Bom dia a todos. Fotos interessantes de um local que conheci bem quando era adolescente. As casas mostradas na foto 1, ainda hoje existem algumas idênticas na R. Carmo Neto, Laura de Araujo e Julio do Carmo próximas a Marquês de Sapucaí. O problema é que esta região nos dias de hoje está totalmente degradada, as casas se tornaram cabeças de porco devido as invasões. Todas estas obras para dar passagem aos carros e também ao Metrô, transformaram completamente esta região. Como disse recentemente e hoje novamente observado pelo mestre Plínio, deveria ser proibido cidades com populações acima de 1,5 a 2 milhões de habitantes.
ResponderExcluirTenho idéia de onde possa estar em função do Sambódromo.Pelo visto,na oportunidade ainda era um local habitável,mas hoje é complicado.Por ali funcionava a cervejaria Brahma,confere?Tem um cara de sapo na segunda foto salvo engano.
ResponderExcluirBoa tarde a todos.
ResponderExcluirAlguém sabe que edifício é esse na foto Nº 2?
É mesmo a Fábrica da Brahma. Amanhã público detalhes com fotos.
ExcluirObrigado Luiz. Apesar de que ela está bem estranha nessa foto.
ExcluirConheci algumas casas e prédios cinzentos como o da foto. Existia um na rua Laura de Araújo onde funcionava um "Rendez vouz" bastante concorrido. Era um rua "mista" onde havia residências familiares. Bem diferente da Júlio do Carmo, da Afonso Cavalcante, da Pinto de Azevedo, e da Pereira Franco. Havia seguramente cerca de duzentas casas de tolerância na região. A maioria era de "moças" do interior do país e do norte. Em uma época em que a penicilina era desconhecida, muitos homens tiveram sua saúde arrasada. Hoje em dia com a liberação sexual, esses estabelecimentos estariam fadados ao fracasso.
ResponderExcluirWolfgang, seria a antiga fábrica da Brahma.
ResponderExcluirObrigado Paulo. Como eu disse ao Luiz: A foto da fábrica está bem estranha para mim. Nem parece de que é.
ExcluirCasa de tolerância seria onde se abrigam os políticos?
ResponderExcluirFf. Na votação da Alerj, como era esperado, os deputados presos já tem os 36 votos necessários para que sejam libertados. Como se vê, " o poder emana do tráfico".
ResponderExcluirJoel, já estão na rua ! Pensem o que quiserem, mas inverteram-se os fundamentos básicos neste país .
ExcluirO que aquele titubeante voto de Minerva causou.
ResponderExcluirBoa noite pessoal. Excelente Blog. alguém sabe quando foi construída a Marques de Sapucaí.Cândido José de Araújo Viana o Marques de Sapucaí morreu m 1875, a rua foi construída no império ainda?
ResponderExcluirTanto quanto sei a Marquês de Sapucahy é a junção de duas antigas ruas, a Visconde de sapucahy e a R do Bom-jardim, e que existiam nos anos de 1870, por isso no tempo imperial. Estou a pesquisar o meu trisavô que viveu no Rio dos anos de 1860 a 1890 e os negocios dele eram nessas ruas também. Já agora será que encontro fotos dessa época e dessas ruas? Maria Sousa
ResponderExcluirO imóvel à direita na foto 1 é, provavelmente, a Fábrica de Calçados Robalinho. O Almanak Laemmert mostra a fábrica no número 177 da Sapucaí desde 1922; a empresa faliu nos anos 60.
ResponderExcluirNão sei se o Marcos Viggiani ainda lê o blog, mas aqui vai: segundo Brasil Gerson, a Rua do Bom Jardim (seu nome original) foi aberta em 1840. O fato de a rua ter sido nomeada, consecutivamente, Visconde e Marquês de Sapucaí sugere que a homenagem ocorreu em vida, quando ele ainda era visconde. Paulo Berger, no "Dicionário Histórico das Ruas do Rio de Janeiro", confirma a suspeita - a rua recebeu o nome em sessão da câmara de 28/01/1871. Araújo Viana só recebeu o título de marquês em 1872 e morreu em 1875.
O Anônimo de 2019 disse que a Marquês de Sapucaí é a junção de duas ruas. Não, mas talvez seja a junção com uma rua... O trecho da futura Bom Jardim entre as ruas de São Pedro e do Saco já aparece, sem nome, na planta de De La Michellerie (1831), indicando que, mesmo sem o reconhecimento oficial como logradouro, já havia algo no local. Em direção ao Catumbi, então, só havia o Mangal de São Diogo, que apenas começava a ser aterrado.
Por fim, não entendi o comentário do Joel. A Sapucaí foi devastada, mas sua delimitação é exatamente a mesma desde a sua abertura: da Rua do Saco do Alferes (Rua da América) até a Rua do Conde (Frei Caneca). Ela ainda termina - tecnicamente, começa - nas faldas do Morro do Pinto.
Bom dia.
ResponderExcluirO professor Jaime reclamava do viaduto do BRT na Ilha há oito anos. Bons tempos...
Posso estar errado mas acho que a fábrica da Brahma foi demolida depois dessa postagem.
É compreensível a preocupação do Prof. Jaime, porém a opção seria restringir ao BRT uma faixa das pistas já existentes para a passagem desse mesmo ônibus a cada 15 min. Ou seja se correr o bicho pega...
ExcluirJá questionar o próprio BRT seria outra história.
Há pouco mais de dez anos houve uma proliferação de pontes, arcos e viadutos estaiados no Rio e esse foi um deles.
ExcluirEsse lado ímpar realmente deve ter sumido antes mesmo da construção do viaduto. E tinha também o trecho entre a Pres. Vargas e a Linha da Central e ali a desaparecida Rua General Pedra era uma de suas transversais.
ResponderExcluirConforme comentou o Innominato, a Rua Marquês de Sapucaí começa no Santo Cristo e o lado par continua com as únicas residências, comércio e oficina de pequeno porte no famoso logradouro do samba.
Para quem está no lado Santo Cristo da Sapucaí mal deve ouvir as baterias das escolas de samba desfilando no trecho da Cidade Nova.
O Globo publicou, há 11 anos, uma matéria sobre esse trecho da rua (disponível em https://oglobo.globo.com/rio/a-marques-de-sapucai-que-fica-bem-longe-do-sambodromo-11755711).
ExcluirMuito boa a matéria.
ExcluirO edifício Eco Sapucaí, nº. 200 da rua, substituiu o prédio da Brahma e a princípio só tem escritórios, sem apartamentos residenciais e/ou lojas.
ResponderExcluirMorreu hoje aos 82 anos Jards Macalé.
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