Vemos o
Pavilhão de Regatas, construído na época de Pereira Passos, nos primeiros anos
do século XX, na Praia de Botafogo. Como
os orçamentos para a construção foram caríssimos, Passos importou a estrutura na
Antuerpia, na Bélgica. Vieram no vapor “São Paulo”. A iluminação elétrica do
Pavilhão de Regatas ficou a cargo da firma Siemens & Halske. Nesta época o
remo era o esporte que atraía o maior público no Rio.
Nosso
comentarista Eleuterio Miranda, irmão do falecido General Miranda, assim
comentou esta foto: " ROWING - Com extraordinaria concurrencia do que de
mais distinto e elegante possue a sociedade carioca, realizou domingo ultimo,
num dia de luminoso sol bafejado por uma viração benigna a vida sportiva do Rio
de Janeiro, a Federação Brasileira das Sociedades do Remo a sua magnifica
regata para a corrida do Campeonato do Rio de Janeiro. Como attesta a
photogravura hoje estampada, estiveram repletas as archibancadas e o pavilhão
destinados aos convidados e à direcção da regata. No mar feria-se o prelio das
sociedades de remo e era grande tambem a animação e além das barcas
"Mauá", com os sócios do Club de Regatas Boqueirão do Passeio,
"Segunda", com os do Club de Natação e Regatas, "Quinta",
com os do Club de Regatas de Icarahy, e "Sexta", com os do Grupo de
Regatas Gragoatá, cruzaram-se com os rebocadores dos clubes de Regatas do
Flamengo, Internacional, Vasco da Gama e S. Christovão, muitas lanchas com
familias em toilettes alegres, escaleres remados por aspirantes, alumnos da
Escola Militar e marinheiros de guerra e guigas guarnecidas de robustos
amadores de regatas. Ao longo do caes da Avenida de Botafogo extendia-se longa
fila de curiosos em um vae-vem incessante, logrando todos um espectaculo
infinitamente bello favorecido pela amavel temperatura e pelo pittoresco do
local a que a linda enseada proporciona um scenario imponente dotado pela
natureza das mais ricas tonalidades"
As pessoas ficavam aglomeradas diante da murada de pedra do cais de Botafogo durante um dia de regatas. Ao fundo, a igreja da Imaculada Conceição, projetada pelo Padre Clavelin e inaugurada em 1892. As regatas passaram a ser oficialmente disputadas a partir de 1851, transformando-se em ponto de encontro da população carioca no início do século XX. Inaugurado em 24 de setembro de 1905, teve o C.R. Vasco da Gama como o primeiro campeão.
Em 1931 o
Pavilhão de Regatas foi demolido. Estava velho e necessitando de urgentes
consertos, pois sua manutenção deixava a desejar. Outro motivo para a demolição é que consideraram que
no local onde estava situado não correspondia às exigências do serviço para que
fora designado. A Prefeitura estudava a construção de outro, em estilo moderno,
num lugar mais apropriado, talvez à altura da Av. Pasteur. Mas este projeto não foi adiante. O novo Estádio de Remos só foi concluído na década de 50, na Lagoa.
O Pavilhão de Regatas também era utilizado em inúmeras ocasiões para festas com música. Seja em atividades políticas, festas de carnaval como "batalha de confetes", comemorações como a chegada do Dornier DOX ou procissões marítimas.
Muito diferente do que hoje. Confesso que mesmo não ter vivido essa época fico saudoso ao ver o estilo esmerado com que era tratado a enseada. Bons tempos, não?
ResponderExcluirBom Dia! Como disse faz poucos dias, a minha experiência com remos não passou dos barquinhos que existiram na Quinta da Boa Vista.Vou acompanhar os comentários por certo aprenderei muito. Faltam 40 dias.
ResponderExcluirOlá, Dr. D'.
ResponderExcluirEntre a demolição do pavilhão de Botafogo e a construção do Estádio de Remo da Lagoa, onde eram disputadas as regatas? Em Botafogo mesmo?
Algumas rivalidades da época de remo foram absorvidas pelo futebol. Outras rivalidades no futebol têm origens diferentes.
Em dias de regatas, a enseada de Botafogo era uma festa. Viver naqueles tempos era bem melhor. O Pavilhão era lindo.
ResponderExcluirMauro Marcello, viver naqueles tempos não era melhor, era muito melhor, e isso é incontestável. Basta observar que as proles no passado eram grandes e isso se devia ao fato que o "custo de vida" permitia. À um chefe de familia era normal "sustentar condignamente" a mulher e uma prole numerosa. Ensino público de qualidade, hospitais públicos de boa qualidade, e um sistema judiciário composto de "pessoas encarnadas", tornavam a vida "boa de se viver".
ExcluirJoel, vou além, era normal sustentar condignamente a mulher, bem como a filial.
ExcluirBom dia a todos. Meu tio avô contava quando eu era criança, que pela manhã ia assistir as regatas, falava que na plateia se apostava tudo que acontecia na prova, desde qual o barco venceria a prova, e diversas apostas de uma situação da prova, qual saltaria na frente na largada, quem estaria na frente no meio da prova, quantas remadas por minuto a equipe do barco daria nos últimos 100 ou 200 metros finais da prova. Depois de terminada todas as provas, ele e seus amigos inseparáveis, Madureira Velho e Baiano, pegavam o bonde e vinham almoçar na Praça XV para depois irem assistir ao jogo do Vasco onde quer que o time jogasse. Eu criança escutava essas histórias e ficava maravilhado.
ResponderExcluirIgual ao Maracanã onde se apostava qual time entraria primeiro, quem teria o primeiro lateral ou corner, quem faria a primeira falta ou gol, etc.
ExcluirEram os chamados "boleiros".Centroavantes como Silva,Roberto Miranda, Flávio Minuano,Roberto Dinamite,e Zico,pagavam menos.Não acontecia só Maracanã.Em dias de grandes jogos muitas bancas de jogo do bicho em subúrbios como Madureira,Bangu,Del Castilho,Pilares,Olaria e outros lugares,promoviam as apostas.
ExcluirEra chamado de bolo, normalmente 5 jogadores de cada time, naquela época se colocava o nome e o número da camisa, e fazia-se o mão no saco. Quem acertasse o jogador que fizesse o primeiro gol levava o dinheiro todo. As vezes acontecia do primeiro gol ser feito por um jogador que não estava entre os 5 escolhidos de cada time, aí ficava valendo para o segundo, quando terminava zero a zero ou não tinha um segundo gol, o dinheiro era devolvido.
ExcluirEstrutura de ferro e beira mar não são compatíveis.
ResponderExcluirNa foto 6 parece ter mais gente atrás do pavilhão, talvez assistindo discurso de inauguração, por exemplo.
Farra com dinheiro público vem de longe...trazer a estrutura da Bélgica não deve ter sido barato...imagina as propostas dos brasileiros então para a construção.E não durou nem 30 anos..Com certeza o metal foi para sucata,a preço de banana...Alguem ganhou mto $$
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