Vemos o Arpoador nos últimos anos
da Ipanema dourada. Pouco tempo depois, com a liberação do gabarito dos prédios
de Ipanema, tudo isto acabou.
Em 1751, o Plan de la Baye et du
Port de Rio de Janeiro já registrava a "Ponta do Arpoador". A praia
do Arpoador fica entre a Ponta do Arpoador e o encontro da Rua Francisco
Otaviano com a Rua Francisco Bhering, no início da Avenida Vieira Souto.
Deve o nome aos rochedos
debruçados sobre o mar, que serviam para arpoar baleias quando elas se
aproximavam da costa para procriar. A caça à baleia foi atividade importante no
Rio de Janeiro colonial, compondo com a produção de açúcar e o comércio de
madeira nativa a base da economia (esta pesca parece ter começado em 1644).
Na Pedra do Arpoador funcionou a Estação Rádio-Telegráfica, inaugurada em 1922.
Esta estação era subordinada ao Departamento de Correios e Telégrafos, para
prestar auxílio aos navegantes. Em estilo "art-déco", encontrava-se
sobre uma pequena plataforma que avançava nas areias da Praia do Diabo, vizinha
da Praia do Arpoador. Informações dão conta que tinha uma antena com 200m de
altura (será mesmo?), sustentada por duas torres de 35m, e ligava Ipanema a
qualquer parte do mundo. Apesar de não ser a mais bem equipada entre as nove
estações costeiras mantidas pelo Departamento de Correios e Telégrafos, era a
mais importante em virtude da relevância do porto do Rio de Janeiro. Foi
desativada em 1967.
Até a década de 1940 o local
continuava a ser um areal meio vazio. As casas davam frente para a Rua
Francisco Otaviano e fundos para a praia.
Só após a 2º Guerra Mundial a
praia passou a ser mais frequentada.
Ganhou maior popularidade nas décadas de 1950 e 1960 com a pesca submarina e o
surfe que ali se praticava. A Avenida Francisco Bhering foi fechada para trânsito
de veículos (exceto moradores) em 1983 durante a segunda gestão do Chagas
Freitas.
Os primeiros habitantes a se
fixarem no Arpoador o fizeram por volta de 1897, quando o então proprietário, o
francês Leblond, loteou sua enorme propriedade.
Em 1937, o Prefeito Dodsworth
teria feito uma piscina na área do Arpoador, de duração efêmera. O posto de
salvamento localizado na Praia do Arpoador tinha o nº 7.
A grande curtição da minha época
de adolescente (e lá vai muito tempo) era mergulhar do Saramangue (a
pedra-trampolim) da Ponta do Arpoador, lugar onde eram catados os mexilhões
deliciosos. E onde, de quando em quando, apreciavam-se as evoluções de arraias-jamantas
(possivelmente o nome da Praia do Diabo, logo ao lado, veio daí, já que essa
arraia é também chamada de peixe-diabo).
As pedras do Arpoador tinham
nome: Samarangue, Piniquinho, Pontal, Piscininha. O macete era usar uma “Alparcatas
Roda” onde adaptávamos um cadarço para proteger os pés dos mariscos.
O Arpoador se notabilizou também
pelo desenvolvimento do surfe no Rio. As primeiras pranchas eram enormes, de
bico quadrado, com dois metros de comprimento e pesavam trinta quilos - isto
por volta de 1947, quando apareceram no Rio. Em 1955 apareceu a primeira
prancha de fibra de vidro, o que permitiu que se parasse de surfar de peito ou
de joelhos, passando-se a surfar de pé. Em 1964 apareceu uma prancha menor, de
poliuretano revestido de fibra de vidro, pesando cerca de cinco quilos - foi a
explosão do surfe no Rio. Antes do surfe, a moda era pegar "jacaré" de peito ou com aquelas pranchas de madeira.
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Bom dia.Parece ser nos anos 60.Nessa época as praias de Niterói eram de uma limpeza invejável e as areias eram de um branco cintilante.A grande vantagem de Niterói é que não term o cinturão de favelas em volta.O Arpoador se tornou local de guerra das gangues que vem das favelas.Já Icaraí é de uma paz bíblica.
ResponderExcluirNiterói, uma cidade "segura". Segura pela bandidagem: http://oglobo.globo.com/rio/bairros/niteroi-uma-decada-de-violencia-urbana-18562381 / Opinião de um pastor evangélico (deve ser de outra denominação evangélica do ucraniano): http://renatovargens.blogspot.com.br/2014/04/o-crescimento-assustador-da-violencia.html
ExcluirMuitas saudades deste Arpoador com pouca gente, exceto aos domingos. Saltei uma única vez da pedra para o mar para nunca mais. É muito arriscado e não sei onde estava com a cabeça quando decidi pular. Faltou falar também das inesquecíveis corridas de submarino do Arpoador e do Castelinho. Definitivamente aquela época era muito diferente. Quanto às pranchas de madeira para jacaré quando embicavam na areia numa onda mais forte batiam na barriga e deixavam uma marca que com vergonha tentávamos esconder.
ResponderExcluirEstive aí recentemente e penso que o lugar ainda tem uma certa magia.O grande problema,debatido aqui diariamente, é a segurança . Existem os ambulantes,mas estes estão trabalhando.E muito. Os caras pegam pesado num sol de quebrar a moringa.Nada contra .Talvez pudessem ser melhor organizados.Os preços não me assustaram de um modo geral,bem parelhos com Guarapari,por exemplo....
ResponderExcluirSr. Gerente,fiquei curioso,de onde foi "extraída" a foto?
ResponderExcluirPois é, não lembro. Talvez seja uma das garimpadas pelo Nickolas.
ResponderExcluirA Dona Maria de Lourdes levou as 2 filhas gêmeas à praia, no estilo "par de jarras". Pena que o Bispo Rolleiflex sumiu, sabe tudo sobre cada dessas pedras. Já o Eusebius diria que o fim do local está próximo com a subida do nível do mar e por isso chegariam ao fim a versão moderna dos arrastões, não só no Arpoador. Uma vez também levei uma pancada do jeito que o Plínio falou, mas em outra praia.
ResponderExcluirBom dia. Realmente a segurança no local é precária. Os bandos de marginais oriundos das favelas da região e dos subúrbios tornaram o Arpoador um local de risco. Existia uma cerca que limitava os fundos de uma instalação militar que ali existe, mas depois que militares espancaram um casal de pederastas que "namoravam" naquelas pedras, o caso tomou repercussão e os militares deixaram de fazer a segurança do local. O resultado é do conhecimento de todos. Vai chegar o dia em que algumas divisões blindadas e o corpo de fuzileiros navais farão a proteção da orla marítima do Rio, e ainda assim os "favelados" levarão vantagem, caso as leis não sejam modificadas e a maioridade penal seja limitada em 12 anos.
ResponderExcluirJoel, também sou favorável à redução da maioridade penal. Não consigo entender que se conceda a faculdade de um jovem de dezesseis anos votar e ele não possa responder pelos seu atos delituosos. Quanto ao nível de redução a menos de 16 anos de idade considero complicado. O problema não são os motivos e sim as condições para recuperação desse menor, objetivo final que deve ser perseguido. Não temos instituições qualificadas para essa proposta. Em certa ocasião houve em Pernambuco uma tentativa de se recolher os menores infratores a uma instituição educacional que se propunha a aplicar a disciplina típica de instituições militares. Após um certo período de sucesso investigações posteriores descobriram irregularidades no projeto. Mas seria uma ideia a ser aperfeiçoada.
ExcluirNão sou mais o mesmo.Fiquei olhando para o chapéu....
ResponderExcluirBom Dia ! Hoje Não dá nem para ler o que já escreveram. Vou colocar as carrocerias em cima dos chassis.Devo ir até a noite.
ResponderExcluirFF: E o Vice Prefeito, heim? Teoricamente o mais preparado do alto escalão do Crivella mas devendo "apenas" 212 mil reais de IPTU! Segundo o noticiário não paga desde 2001. Quer dizer o cara se candidata a vice alcaide de uma cidade como o Rio e não se preocupou em "limpar" o seu nome? E o Crivella não sabia de nada? Não importa se está em uma lide judicial com a administração municipal. Querer fazer parte da administração dessa mesma municipalidade em débito com o principal meio de arrecadação do município seria mais ou menos como alguém devesse ao seu futuro sogro com a promessa de que casaria com a filha dele para tentar negociar depois de casado. É muita cara de pau! Essa administração Crivella parece que começou mal.
ResponderExcluirUma vergonha. Parecia que tinha preparo, mas nomeou duas merendeiras e agora esta notícia.
ExcluirMergulhar no Samarangue não era para qualquer um. Tinha que se esperar a hora certa da onda enchendo porque senão era acidente na certa. O Miguel Couto, no verão, atendia quase que diariamente a vítimas da pedra... Meu amigo Vitor Marinho, que deveria se chamar Terrestre porque no mar era um fracasso, foi se exibir para uma namorada e acabou com oito pontos na cabeça.
ResponderExcluirVerdade Candeias, eu preferia pular do Pontão e nadar o longo caminho até a praia. Era melhor pular do lado da praia do Diabo quando a onda vinha "lambendo" (deslizando) ajudando a chegar à praia.
ExcluirDocastelo, existem coisas no judiciário que só acontecem no Brasil. Não conheço o caso específico do Vice Prefeito, mas conheço a realidade da 12ª Vara de Fazenda Pública, a única a quem compete as ações referentes à débitos de IPTU. Já não bastasse a lentidão do judiciário, essa vara é "sui generis": Uma juntada de petição demora cerca de um ano para ser apreciada; após a abertura para conclusão ao juiz, uma decisão demora cerca de dois anos para ser proferida. Somando-se os recursos, embargos, etc.Diante disso, muitas ações prescrevem. Esse processo do Vice Prefeito "até que não está tão ruim". Brincadeiras à parte, esse é o quadro na maioria dos tribunais de justiça do poder judiciário mais bem remunerado do planeta...
ResponderExcluirPagamentos altíssimos e pontuais para fazer PN.
ExcluirAli a cor preferida da Tia Nalu: roxo funeral.
ResponderExcluirO vice futebol do Flamengo dançou fora de campo.Será que o time vai dançar dentro do gramado?
ResponderExcluirPassando para ver o Saudades no novo endereço. Essas plataformas Blog/Fotolog já ficaram datadas. É incrível como a obsolescência é rápida.
ResponderExcluirVamos ver se consigo vencer a preguiça e passar por aqui mais vezes.
Abraço!
Para a turma do futebol: Acabei de saber que cortaram a energia elétrica do Maraca. Depois disso dizer mais o quê?
ResponderExcluirO que dizer? A tolerância do povo brasileiro é que nos induz a uma conclusão óbvia: Deficiência genética! Etnia de quinta categoria. Mistura de pessoas de duvidosa capacidade mental e motora quantidade superlativa pode resultar nesse lúgubre resultado: O povo brasileiro.
ResponderExcluirPeralta, ó funebrento implicante, tia Nalu não gosta de roxo. Só no doce de batata roxa, que é muito bom.
ResponderExcluirQue idéia desse fotógrafo, mandar as coitadas deitarem naquelas pedras... Francamente!
Um menino da minha rua (onde eu morava quando solteira) mergulhou dessas pedras e ficou paraplégico.
Boa tarde a todos.
ResponderExcluirComo não sou frequentador de praia, não há do que eu possa comentar.
Como o texto falou na Estação de Rádio Telegráfica, me fez recordar de que a Noruega é o primeiro país do mundo a acabar com as suas rádios FM. Isso foi no final do ano passado.
Que fim terá o rádio, lembrando de que a Super Rádio Tupi, pelo visto, parece de que faliu, pois até agora não pagou dos atrasados ao pessoal, e pelo visto, não sei se pagará.
Lendo os comentários do Joel, ele me fez rir. Parece até repórter policial. Ele me fez recordar de dois caras que trabalhavam na extinta TV RIO o Carlos Alborguete e o Repórter Sem Medo, um sujeito que usava boné preto, camisa preta e óculos preto em pleno ar.
Roma irá se roer de inveja, breve teremos o nosso próprio Coliseu em ruínas, bem maior. Uh, Uh! He, He! O Maraca é nosso.
ResponderExcluirAs emissoras AM estão em extinção devido a impossibilidade de recepção num celular. O rádio digital permite muito mais emissoras na mesma faixa do espectro.
ExcluirTenho duvidas em relação ao futuro das emissoras de rádio.Parecem estar caminhando por uma estrada sem volta.Fácil ver que estão cada dia mais se associando especialmente no quesito AM_FM.
ResponderExcluirO povo brasileiro pode ser comparado a Lima Barreto, pois não pode fugir da sua real origem por mais que tente; vai se debater a vida inteira em uma atroz mediocridade sem nunca conseguir sair dela; morrerá louco devido ao seu fracasso. A única diferença é que Afonso Henrique Lima Barreto era honesto. Já o povo brasileiro...
ResponderExcluir1. A prova final do curso de Botinho, que fiz no verão de 1971, creio, consistia em sair da areia da Praia do Diabo, contornar a Pedra e chegar no Arpoador. Belo lugar.
ResponderExcluir2. SE não em engano no livro da "mui Leal e Heroica.." há 2 gravuras pertinentes ao tema; uma de um Arpoador na pedra e outro de uma caravela desembarcando escravos "contrabandeados", pois era um lugar remoto.
3. dar a volta de carro no final do Arpoador com motos paradas e aquele agito no verão era um programa.
4. hoje o local ainda é um oásis cedo; entre 7 e 9 hs.
Boa noite a todos.
ResponderExcluirHoje parece ser cruel (e é) a caçada às baleias, mas no século XVIII a iluminação era à base do óleo de baleia. Acho que também era usado em construções.
Será que as louras são gêmeas?
ResponderExcluirDra.Evelyn não apareceu até agora.Ontem ficou chateada.Liga não doutora,mais vale meio comentário seu que dez destes intrusos.Mesmo quando voce está confusa e sem tomar café....
ResponderExcluirValeu, Travesso, pelo apoio! Continuo confusa e não tomei café no show o qual fui agora!"Não temos café nesse tipo de evento"! Como assim? Café não pode não ter!Vou tentar enviar email para o estabelecimento...lindo, por sinal! Já fui outras vezes, não tinha oficialmente mas conseguiam, agora, não, não tem e não tem mesmo! Onde fica o cliente?
ResponderExcluirOs prédios à direita no alto da foto são as instalações da Bateria de Projetores do 3o GACos, Grupo de Artilharia de Costa. Projetores e caminhões.
ResponderExcluirA fábrica de óleo de baleia ficava no fim da praia do Leblon e era muito rendosa porque toda a iluminação pública da cidade era com base neste combustível. Outra aplicação importante era sua mistura com areia e conchas para criar o cimento necessário para construção das casas.
Faliu com o advento da luz elétrica. A pesca era feita por três barcos ou com as baleias do tipo "piloto" sendo arpoadas a partir das pedras da Niemeyer.
Tive a oportunidade de ver algumas baleias passarem perto da pedra do pontão no Arpoardor.
Acho que a piscininha era também chamada de piniquinho
Baleias piloto e cachalote
ResponderExcluirEra tarde de domingo, eu vestido de "banlon" cor de vinho combinando com as meias e calça preta fui com a bicicleta Merkswiss até o Samarangue. Fiquei lá por algum tempo paquerando as garotas. Ao sair pedalando, até hoje não sei como perdi o controle e pedalei direto pela pedra caindo no mar.
ResponderExcluirCreio ter sido o primeiro ciclomergulho do bairro. Quando voltei à superfície, podia ouvir as garotas rindo. Morri de vergonha e sai nadando com muita dignidade sem olhar para trás.
Nunca soube ou quis saber da bicicleta. Meus pais nunca souberam que aquele foi meu ultimo dia de ciclista, pelos próximos 20 anos.
Olá. Cheguei aqui pesquisando no Google sobre a Praia do Diabo. Gostei muito do post e dos comentários. Dá a impressão de q vários q os fizeram se conhecem pessoalmente desde a juventude. Um clima de amizade e um "saudosismo saudável". Bem legal.
ResponderExcluirEstou procurando alguma explicação p a areia preta e muito fina daquela prainha ali no Arpoador. É a Praia do Diabo mesmo? Alguém aí sabe a origem de uma areia tão diferente?
Sou carioca, mas cresci em Brasília. Por muito tempo, qdo criança e adolescente, minha família ia quase anualmente passar férias no Rio, mas eu nunca tinha ido àquela praia. Em julho passado levei minha família, passeamos pelo Arpoador, e eu e meu filho ficamos intrigados c a areia preta. Eu queria dar uma explicação p ele.
Em relação à altura da antena do Arpoador, pode ser verdade. Faz quase 40 anos que deixei o Brasil e como carioca (de Ipanema), tudo que vejo sobre o Rio desperta em mim muito interesse e uma saudade imensa. Casualmente topei na Internet com um fato, reportado pelo jornal "Correio da Manhã", com data de onde relatam que um helicóptero da FAB havia chocado com a antena acidentalmente, enquanto colhia fotos aéreas para o Instituto Militar de Engenharia. Deixo o link por curiosidade:
ResponderExcluirhttp://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=089842_07&pagfis=24035&url=http://memoria.bn.br/docreader#
...devia ser uma época boa mesmo!
ResponderExcluirEmbora o RJ sempre fosse violento.
Onde resido (PORTO ALEGRE), a coisa degringolou e como: principalmente no INTERIOR. E não era assim há 26 anos.
Meus pais frequentavam os bairros nessa época. E muitas edificações ainda permanecem.
Fui poucas vezes ao ARPOADOR.
Caso retorne à cidade/está em meus planos dar uma passada em (alg)uma praia.
Rodrigo