Reportagem da “Revista da Semana” em 1926 chama a atenção dos cariocas para o então desconhecido “Retiro da Saudade”, localizado pouco antes da Curva do Calombo, na Lagoa.
A reportagem
dizia que da Av. Epitácio Pessoa distinguia-se apena um parapeito elevado com a
inscrição “Retiro da Saudade”. Segundo o texto “foi a única coisa bonita feita
pelo Sr. Alaor Prata. Entretanto é bonita a valer. Uma longa latada (espécie de
grade horizontal), uma pérgola elegantemente atirada sobre elegantes colunas,
um largo espaço sob a ramada destinado a mesas de bar e restaurante,
ancoradouros simétricos no seu paralelismo avançando sobre a lagoa, passeios
acompanhando lá em baixo a curva da avenida com bancos de pedra para descanso e sobre tudo isso as folhagens e os arbustos que começam a florir.”
Esta foto de 1927, da Revista da Semana, mostra o jogo de water-polo disputado em frente ao “Retiro da Saudade” e vencido pelos “players” do C.R. Icarahy sobre os adversários do Clube Internacional de Regatas.
Foto de 1929, da Revista da Semana, em reportagem que dizia: “(...) sereias fugitivas ao olhar curioso dos homens, que se animam a sahir das aguas para engalanar o deserto “Retiro da Saudade”. Por que é que este local poético, tão lindo na sua graça, na elegância das suas columnas, no recorte dos seus ancoradouros, na polychromia dos seus alegretes, vive sempre deserto?”
Foto da década de 30 no “Retiro
da Saudade”. Na foto vemos um remador, com uma camiseta não identificada, a
bordo de um barco que não parece ser de regatas. Será que a jovem aceitou o
convite para um passeio?
Fico imaginando se hoje funcionasse um belo restaurante, com mesas no terraço para desfrutar da paisagem. Seria algo assim como os restaurantes que margeiam os canais de Veneza. Se tivesse ido adiante o projeto de haver gôndolas no Jardim de Alá o programa seria completo.
Alguém já comentou que neste local funcionava um restaurante chamado Restaurante da Curva do Calombo”, mas talvez tenha sido um nome informal.
No final dos anos 30 o local aparentemente
foi doado para o Club de Regatas Botafogo e é onde hoje funciona a garagem de
barcos do Botafogo de Futebol e Regatas.
Foto do local serviu de
capa para a "Carte Touristique de Rio de Janeiro" ou "Pianta
Turistica di Rio de Janeiro", publicado pela Prefeitura do Distrito
Federal em 1955, durante a Administração do Prefeito Alim Pedro.
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirContinuamos fora da minha jurisdição, mas sempre aprendendo alguma coisa.
Ficarei acompanhando os comentários.
Hoje é aniversário de Petrópolis. Ontem, várias homenagens e missas lembraram o mês terrível pelo qual a cidade passou. Ainda há quatro pessoas desaparecidas, a maioria estava nos ônibus tragados pelas águas.
Sem dúvida recentemente o local serviu de palco para festas privadas. Com o cuidado para não "quiosquar" a orla da Lagoa é uma boa opção. Perto da namoradeira e do jardim Françoise Forton.
ResponderExcluirA prefeitura batizar aquele "puxadinho" como jardim é uma ofensa à memória da atriz.
ExcluirPelo menos ela é lembrada.
ExcluirSegundo o JBAN, que atualmente rema lá no Botafogo, ainda há resquícios dos atracadouros que aparecem no fundo da foto. Em um deles fica estacionada a lancha do Botafogo.
ResponderExcluirO carramanchão ou pergolado ainda está por lá.
Muito foi concretado para acomodar as instalações do clube.
Chamam a atenção, na 2ª foto, as pedras na Curva do Calombo, nenhuma construção. Na 4ª foto, ao fundo, a grande construção seria a Fabrica de Tecidos que existiu na área da Rua Fonte da Saudade?
ResponderExcluirPor que o nome de Retiro da Saudade? Isso lembra algum asilo para velhinhos.
ResponderExcluirTalvez por conta da vizinha Fonte da Saudade.
ExcluirBom dia Saudosistas. Mais uma bela descoberta, o local seria bem agradável, para uma boa OM num fim de tarde. Vou acompanhar os comentários dos amigos.
ResponderExcluirSr. Gerente: não é carramanchão, mas caramanchão.
ResponderExcluirPor oportuno: a estrutura do caramanchão é bastante leve e uma ótima opção para construção em terraços, parques, jardins, sítios ou fazendas. Diferente do pergolado que é uma armação que além das plantas pode ter coberturas diferentes como telhas, vidros ou até mesmo de madeira.
E eu que achava que era tudo igual. Há tempos, pesquisando sobre casas no interior, percebi que a moda agora nas casas de quem pensa que tem dinheiro, é o pergolado.
ExcluirMuito grato pela correção, Sr. Corretor Ortográfico.
ResponderExcluirO redator d’A revista da semana poderia ter escolhido outro símile que não “sereias” para designar as beldades da quarta foto: as sirenas (ou sereias), que deviam sua forma meio-humana e meio-peixe a um castigo de Deméter por terem cuidado mal da filha desta, foram condenadas a atrair os navegantes marinhos com seu canto irresistível e fazê-los naufragar.
ResponderExcluirSeria melhor que o autor da reportagem se referisse às ninfas da ilustração como “límnides”, essas sim, semideidades que reinavam sobre os lagos e lagoas – e tinham forma inteiramente humana (honni soit qui mal y pense).
(Aguardo a manifestação do colega Corretor Ortográfico quanto à minha concordância do infinitivo em “atrair” e “fazer”.)