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segunda-feira, 30 de maio de 2022

BOTAFOGO - 1959

As fotos de hoje, garimpadas pelo Nickolas, complementam a história daquele turista que desembarcou na Praça Mauá.

Vemos a região do Morro da Viúva, território de M. Rouen, ainda com espaços para a construção de arranha-céus. A pista da Rui Barbosa, sem as pistas do Aterro do Flamengo, ficava junto ao mar.

O turista teve azar, pois o dia nublado impediu a bela vista do Corcovado, que está coberto pelas nuvens. A orla de Botafogo ainda com poucos prédios altos.


Vemos parte das instalações do Iate Clube e, depois, a do Clube Guanabara. A favela do Pasmado aparece à esquerda da foto.

Em 1959 o Correio da Manhã propunha que esta favela deveria ser a primeira a ser removida dentro da política de controle imediato das favelas da Zona Sul, dado que “do ponto de vista turístico da cidade, continua crescendo aos olhos estarrecidos dos cariocas”.

Em 1963 a Secretária dos Serviços Sociais da Guanabara, Sandra Cavalcante, comunicou aos moradores que a favela seria removida e, de início, moradores seriam levados para as casas das vilas Aliança ou Esperança, na “Avenida das Bandeiras”, na Zona Norte. 

Em 1964 terminou a remoção de todos os 3.991 moradores da Favela do Pasmado para diversos locais da cidade, como Vila Kennedy, Vila Aliança, Parque Proletário do Leblon e Parque Proletário da Gávea.

Sob controle do Corpo de Bombeiros os barracos foram incendiados.


10 comentários:

  1. Como diz o ditado latino de mortuis nil nisi bonum dicendum est, apenas observo que a recentemente falecida ex-deputada constituinte e primeira presidente do BNH (inventora da correção monetária) tinha opções opostas para os pobres: fogo, como citado acima… e água.

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  2. Olá, Dr.D'.

    Vou tentar acompanhar os comentários. Dia de dor de cabeça com a Vivo.

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  3. Interessante a última foto, pois mostra o casario e o arvoredo existente na esquina da rua Professor Álvaro com a Praia de Botafogo e que foi demolido nos anos 60 quando foi realizado o prolongamento dessa rua. O Cine Guanabara na esquina da Rua da Passagem é bem nítido. Atualmente as entrada das ruas da Passagem e Professor Álvaro Rodrigues são divididas por um posto de gasolina. ## Sobre a remoção e o incêndio da favela do Pasmado não há o que se comentar, já que o assunto é conhecido e a remoção foi "mais do necessária".

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  4. Bom dia.
    Nas duas primeiras fotos aparece uma "ilhota" à esquerda, na altura da primeira curva; o que seria ?

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  5. Até faz pouco tempo o mirante do pasmado dava nojo, sujo, feio e ainda plantaram umas árvores que tiravam a vista. Não sei agora, estavam construindo um memórial do holocausto. Fato que gerou muita confusa por ser um espaço público.
    Sinceramente dava nojo de tão largado.

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  6. O conhecido comentarista e "suposto anônimo" em seu comentário das 07:51 tem uma certa razão. Mas Sandra Cavalcante estava certa ao remover favelas. O Rio de Janeiro não poderia suportar a quantidade de favelas que havia na época e a cidade necessitava de um ordenamento urbano e não poderia ser palco de nenhum tipo de assistencialismo ou "algo pior".

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  7. Nessa época um dos meus tios morava na Rua da Passagem e só sairia de lá quando as marretas e picaretas já estavam derrubando o sobradinho onde ele era inquilino.
    Por falar em Rouen o falecido prédio que ele gostava tanto em Botafogo ainda estava lá.
    Os conjuntos habitacionais construídos para os removidos nos governos do Lacerda e do Negrão atualmente são, de modo polêmico, chamados de favelas. Vila Kennedy, Vila Aliança e Cidade de Deus.
    E a polêmica Sandra Cavalcanti morreu em março passado, aos 96 anos. Em 1982 começou a campanha para o governo estadual como favorita e terminou em 4º. lugar, atrás do Brizola, Moreira e Miro Teixeira, que teve a Chagas Freitas empurrando. O povo já estava cansado do chaguismo.

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    1. Sandra Cavalcante foi professora de minha mãe no Instituto de Educação antes de se envolver em política. Em 1982 ela disputava com Miro Teixeira a preferencia do eleitorado até o aparecimento fulminante de Itagiba de Moura. A política assistencialista de Chagas Freitas era desprezível, e condutas como a apropriação da remuneração de servidores em troca de seu "não comparecimento ao serviço" (fantasma) ou parte dele mais conhecida como "rachadinha". Mas em momento algum Chagas Freitas se envolveu com o crime organizado tal como "se supõe" que haja esse tipo de "parceria" atualmente.

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  8. Remoção não solucionou nada. Somente afastou o problema na época, a cidade chegou lá tb.
    O corvo pagou pela língua.
    Sem contar que essas remoções ticeram um esquema das construtoras , áreas novas e livres.

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