Postal do Edifício Seabra (imagem encontrada na Internet). Atendendo à solicitação feita ontem o "post" de hoje é sobre o Edifício Seabra.
O Edifício Seabra se destaca na esquina da Praia do Flamengo com a Rua
Ferreira Viana, com sua base de granito, escura, e muitas colunas e arcos. Foi
inaugurado em 1931, tem 12 andares e foi feito sob encomenda do Comendador
Gervásio Seabra, que reservou para sua família os três últimos andares, que têm uma entrada exclusiva pela Rua Ferreira Viana, com elevador particular.
Anúncio do “Correio da Manhã” em 1932. O projeto do edifício é do arquiteto italiano Mario Vodret e construído pela empresa J.A. Costa. Até o nono andar há quatro apartamentos por andar, de tamanhos variados, acessados por quatro elevadores.
Vemos o Edifício Seabra nos anos 70, já com vários arranha-céus na vizinhança.
Em 31/05/1933 o “Correio da Manhã” noticiou um grande escândalo no Edifício Seabra: “Um advogado tenta assassinar, a tiros, o commendador Gervasio Seabra, matando-se em seguida”.
Segue a reportagem: “O agredido negou conhecer o agressor. Emmaranha-se o caso. Apparecem as contradições, que o inquérito procura repôr em seu legitimo logar”.
Os policiais envolvidos foram o comissário Bias Pimentel, o delegado Belens Porto e comissário-inspetor Armando Salles. O incidente aconteceu no 10º andar. O atirador disparou duas vezes e se suicidou.
O caso ocupou os jornais por bastante tempo, pois a motivação da tentativa de
assassinato não foi estabelecida, nem a razão da entrevista. A Imprensa
criticou bastante a atuação da polícia. Pelo que li o inquérito não deu em
nada.
Nesta foto do Rouen vemos o Edifício Seabra, obra do projetista italiano Mário Vodret, que era arquiteto civil e professor ligado ao Instituto Profissionalizante de Roma. Tem o apelido de “Dakota” por lembrar o edifício Dakota, onde foi filmado o bebê de Rosemary e onde morava o John Lennon.
Foto garimpada pelo Rouen. A Societé Anonyme du Gaz do Rio de Janeiro
utilizou uma imagem do Edifício Seabra para fazer propaganda de seus
incineradores de lixo. Esses incineradores se espalharam pela cidade e não deixaram
saudade. Eram grandes e enormes fornos que queimavam, diariamente, o lixo.
Faziam barulho e geravam calor. A fumaça saía pela chaminé dos prédios poluindo
agressivamente o meio-ambiente. Felizmente, se não desapareceram totalmente,
poucos prédios ainda os usam.
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirContinuo acompanhando os comentários. O conjunto de prédios da Praia do Flamengo é muito bonito, felizmente boa parte está preservada, diferente de outros pontos da orla do Rio.
Alertado pelo Helio vi que a postagem que seria amanhã já saiu hoje por erro de programação.
ResponderExcluirVou mantê-la.
PS: o estagiário foi demitido.
Foi o fuso horário.
ExcluirO relógio do estagiário estava na hora do mundo da lua.
Edifício Dakota do bebê de Rosemary?
ResponderExcluirTô fora, quero conhecer não.
Polanski só usou exteriores do Dakota para as filmagens. Todos os interiores foram rodados em estúdio. (Fonte: internet, passim.
ExcluirNo entanto, o edifício tornou-se ainda mais famoso pelo fato de sua portaria ter sido palco do assassinato, em 8 de dezembro de 1980, de John Lennon.
O estagiário ficou tonto com a goleada do Brasil em Paris que parece ter usado o horário de lá...
ResponderExcluirConforme um folheto do Sindicato dos Guias de Turismo da Guanabara, o edifício Seabra é um exemplo da utilização de elementos da linguagem toscana em edifícios com grande número de pavimentos, o que é raro no ambiente carioca. No edifício Seabra, projetado por Mário Vodred em 1931 e concluído três anos depois, cada pavimento tem quatro grandes apartamentos, circulação social e de serviço independentes e assistidas por um conjunto de quatro elevadores. A distribuição interna das unidades, muito bem resolvida, permite amplas superfícies de fachada social para a rua e circulações de serviço avarandadas voltadas para o prisma interno. Foi o primeiro prédio do Rio de Janeiro dotado de incinerador de lixo.
ResponderExcluirNa década de 70 foi banido o uso de incineradores de lixo em prédios comerciais e residenciais da cidade.
ResponderExcluirLembro-me do "fog" que a utilização de incineradores criava na parte da manhã na Praia de Botafogo quando vários prédios incineravam seu lixo do dia anterior simultaneamente.
Como curiosidade se pode citar que o arquiteto do edifício Seabra foi quem anos antes projetou o magnífico prédio do Parque Lage que o empreendedor Henrique Lage mandou construir em 1924 para sua mulher a contralto italiana Gabriela Bezanzoni.
ResponderExcluirA propósito desses incineradores havia preocupação zero com a qualidade de ar no Rio até o final do século passado. Por outro lado era diferente na Alemanha, por exemplo. Estava numa pequena cidade visitando um amigo que estudava lá e certo dia, muito frio, nossas mulheres estavam atrasadas para sair e ele me chamou para já irmos esquentando o carro (naquela época havia isto...). Pois bem, após cinco minutos dentro do carro chegam dois policiais numa viatura, batem no vidro e dizem que fomos denunciados por uma vizinha por poluirmos o ambiente com o carro ligado e parado. Nos deram apenas uma advertência, dizendo que seríamos multados em caso de reincidência. Outro mundo.
ResponderExcluirSim, outro mundo do qual, na época, (anos 70 e 80) tínhamos em geral muito pouca informação.
ExcluirIndependente de qualquer outra consideração, a revolução dos meios de comunicação proporcionada pela dobradinha satélites & Internet, acrescida da maior facilidade de viajar ao exterior de uma parte da classe média (que é formadora de opinião), possibilitou/obrigou uma maior tomada de consciência da sociedade a respeito não só do meio ambiente como também de várias outras importantes questões.
Comigo aconteceu algo semelhante num camping da cidade de Savonlinna, na Finlândia. Eu estava na fila do check out e deixei o carro esquentando. Um rapaz atrás de mim na fila me chamou a atenção e na sua fala citou o "environment".
ExcluirFora de foco:
ResponderExcluirSe a memória não me trai, assisti ao filme O bebê de Rosemery no Cine Miramar, esquina de General Artigas com a Praia do Leblon.
A exemplo do Rian, que luxo um cinema "na praia".
Acho que o Miramar existiu até o meio da década de 70, por aí.
Deixou saudades.
A praia do Flamengo tem vários edifícios antigos de alto luxo com ótimos apartamentos além de uma das mais belas vistas do Rio.
ResponderExcluirBom dia Saudosistas. Só conheço bem a sua fachada externa, embora passasse sempre pelo local, nunca vi a sua portaria aberta.
ResponderExcluirO uso de "incineradores" nos edifícios foram banidos simplesmente porque não eram incineradores, mas sim meros queimadores de lixo. Incineradores vão a 1200 °C, deixando apenas cinzas. Estes queimadores nos prédios, além de gerar a fumaça poluente, ainda deixava resíduos. Ou seja, o pior dos mundos...
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