Esta foto colorida, garimpada pelo Nickolas, mostra um aspecto da v. Rio
Branco por volta de 1960. Um dos destaques é o prédio do Teatro Nacional de
Comédia, à esquerda.
O TNC foi criado no governo de Juscelino Kubitschek, pelo Decreto nº 38912 de 21/03/1956 e tinha o objetivo de facilitar a representação de obras clássicas e modernas, nacionais e estrangeiras, a fim de torná-las acessíveis a todas as camadas sociais. Era um tempo em que a Cultura era devidamente valorizada.
Inicialmente apresentou peças em teatros como os da Maison de France e
do Serrador. No final dos anos 50 o Teatro Nacional de Comédia comprou e
remodelou o prédio onde funcionou o Cinema Parisiense, na Av. Rio Branco. O
preço de aquisição foi de 36 milhões de cruzeiros.
No novo prédio o Teatro Nacional de Comédia teria 300 poltronas, ar
refrigerado, 3 palcos giratórios, numa profundidade de nove de fundo por oito
de boca e catorze de urdimento. O projeto foi de Paulo Alberto Rodrigues. O
endereço é Av. Rio Branco nº 179, onde hoje funciona o teatro Glauce Rocha. O
prédio está tombado definitivamente desde 24/06/1994.
Segundo o INEPAC, atualmente, além do teatro original com plateia,
balcão e varanda, o edifício abriga a Sala Glauber Rocha, o salão Memória
Aluísio Magalhães e, no térreo, a livraria Carlos Miranda. Nos demais andares,
funcionam as repartições administrativas ligadas ao teatro. A difícil
implantação em terreno triangular foi habilmente resolvida internamente. A
grade da fachada oblíqua resolve maravilhosamente a esquina. Transforma o que
era uma confluência esconsa da velha rua com a Avenida Rio Branco em um todo
dotado de sentido urbanístico.
A criação do Teatro Nacional de Comédia foi o coroamento do esforço por
um espaço dedicado especialmente à comédia em um período de brilhantes
temporadas nos palcos cariocas.
Sua sala de espetáculos recebeu o nome de Machado de Assis e duas peças
dele foram apresentadas no dia da inauguração: “Não consultes médico” e “Lição
de Botânica”.
Além de
Glauce Rocha, o elenco das duas peças contava com nomes como Paulo Goulart, Teresa
Raquel, Diana Morell, Isabel Teresa, Sebastião Vasconcellos, Magalhães Graça,
Beatriz Veiga, Suzana Negri, Elizabeth Gallotti, direção de Armando Couto, com
cenários e figurinos de Napoleão Moniz Freire.
A
inauguração foi em 20/12/1960 com a presença do Ministro da Educação e Cultura,
professor Clóvis Salgado, do diretor do Serviço Nacional de Teatro, Dr. Edmundo
Muniz, entre outros.
A seguir
viria a ser encenada a peça “Boca de Ouro”, de Nelson Rodrigues.
Esta é a capa da publicação “Programa em Revista”, que divulgou a peça de Maria Wanderley Menezes, uma autora apaixonada por temas bíblicos.
Aspecto do prédio do Cinema Parisiense (1907-1953), que ficava na antiga Rua Chile, atual Rua da Ajuda, esquina com a Av. Rio Branco.
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirExcelente aula. Tinha visto a primeira foto e é bem interessante. Há poucos anos ainda havia decoração de carnaval na Rio Branco (e em outros pontos), geralmente com propaganda de cerveja ou operadoras de celular. Diferente da vista na primeira foto.
Se a primeira foto é de 1960, à direita o Avenida Central estava em construção.
Anos depois, o TNC (sigla complicada em tempos de internet) não virou o Cineac Trianon? Ou eram muito perto.
A terceira foto provavelmente seria censurada em alguns sites.
As fotos d’o “David” de Michelangelo, obra que alguns qualificam como a mais bela obra de arte já feita pelo Homem, já foram censuradas no Brasil, fato glosado por Stanislaw Ponte Preta num de seus “Febeapás” (e do qual aproveitou-se uma confecção, à época, para promover as vendas das cuecas “Zorba”, pois a estátua, assim vestida, podia ser exibida).
ExcluirPara que não falemos apenas do torrão pátrio, lembro a este conciliábulo que numa exposição de arte patrocinada pelo governo italiano, em Dubai, em 2020, a estátua d’o “David” no seu tamanho natural (5,05m) foi exposta somente da cintura para cima, ficando o resto sepultado num buraco.
A moralidade ainda é forte nos países islâmicos. A ideia de um órgão genital masculino, ainda que minúsculo e exposto em praça pública, é algo que Alah jamais perdoaria. Qualquer ofensa ao Alcorão e o responsável arderia no mármore do inferno. Não creio que Dubai ou qualquer país árabe seja adequado para exposições de arte.
ExcluirE a Rua Melvin Jones?
ResponderExcluirAcho que é praça, perto do antigo Banerjão, atual Alerj.
ExcluirA maior parte da Rua Chile desapareceu em 1905 com a abertura da Av. Rio Branco, restando um pequeno trecho entre a Rua São José e a Av. Rio Branco, que recebeu o nome de Rua Melvin Jones em 1962. Acho que não existe mais, passando a haver uma Praça Melvin Jones perto do Buraco do Lume.
ExcluirAcho que esse pequeno trecho se chama agora Rua da Ajuda, onde fica a Leiteria Mineira.
ExcluirExato
ExcluirNão consegui identificar (estou no smartphone) aquela figura na janela do Fusca café-com-leite entrando na avenida. Aliás, nesta época já existia essa cor (acho que chamavam de "ocre") para o Fusca?...
ResponderExcluirFF- lebrei que antigamente o dia de hoje, segunda feira após o carnaval, começava o ano...
Bom 2022 a todos...rsrs
Estou com um tablet e também não identifiquei a "figura". Parece alguém com a cabeça para fora da janela. Pode ser algo arrumado dentro do fusca que ficou grande demais e parte teve que "viajar" do lado de fora...
ExcluirAli também funciona instalações da Funarte. O nome da livraria, "Carlos Miranda", é uma homenagem ao seu antigo diretor. Seu auditório, além das peças, foi local de palestras, seminários e cursos especializados, um dos quais, de Direito Autoral, participei. Entre seus acervos havia coleções de programas de outras salas de espetáculos do RJ, além dos da própria instituição. A quem interessar: https://www.funarte.gov.br/wp-content/uploads/2016/08/Teatros-do-Rio-do-s%C3%A9culo-XVIII-ao-s%C3%A9culo-XX-Jos%C3%A9-Dias.pdf
ResponderExcluirRio Branco enfeitada para o Carnaval. Quando criança, ficava encantado com a decoração de Carnaval da Rio Branco. Sinto muita falta das árvores de Natal do Aterro (mais do que da árvore da Lagoa). Pelas minhas andanças por aí, percebi que o Rio é uma das poucas cidades cuja prefeitura não enfeita a cidade no Natal (pelo menos uma mísera arvorezinha!).
ResponderExcluirO Estado da Guanabara possuía um Departamento de Certames que era incumbido organizar a decoração externa nas datas e ocasiões especiais.
ExcluirO Cineac Trianon ficava onde hoje existe o prédio ao lado do TNC. Nesse prédio também ficava o estúdio da gravadora Phillips, onde o Tamba Trio gravou seu primeiro LP. Eu fui um dos poucos privilegiados a assistir a algumas dessas gravações.
ResponderExcluirBoa tarde Saudosistas. Decoração da Av. Rio Branco, tanto no Carnaval quanto no Natal, transformavam o Centro da Cidade nestas ocasiões. Criava uma sensação de expectativa pela chegada destes eventos. Uma das coisas que sinto falta nos carnavais atuais, é justamente a falta de decoração das avenidas. As decorações de carnaval da Av. Pres. Vargas, eram muito bonitas, algumas se tornaram famosas como a do 4º Centenário.
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