Em mais uma foto
garimpada pelo Nickolas Nogueira vemos a Praia Vermelha.
Segundo Claudia Gaspar
conta em seu magnífico “Orla Carioca”, citando Rosa, 1905, p.8, “As arêas
quartzosas que cobrem esta praia provêm da decomposição de gneiss ferruginoso e
d´haí o oxydo de ferro que as tinge de vermelho. E também de granadas
almandinas e numerosos granulosinhos pretos e opacos de ilmenito ou ferro
titanado”.
Claudia Gaspar ainda
assinala que alguns estudiosos acreditam que a área onde se situa a Praia
Vermelha outrora foi ligada à Enseada de Botafogo, fazendo do Pão de Açúcar e
do Morro Cara de Cão uma ilha. A Praia Vermelha seria apenas um canal entre os
morros da Urca e da Babilônia.
Nesta foto da revista Manchete vemos a Praia Vermelha de outro ângulo. Podemos observar que, à esquerda, ainda está de pé o prédio da Faculdade Nacional de Medicina, posto abaixo numa decisão absurda do Governo da época. Nem mais vou comentar sobre isto, tantas as vezes que já escrevos por aqui.
A Praia Vermelha era local de passeio quase diário para nós, alunos da FNM. Após o almoço no "bandejão" da faculdade ou de um sanduíche no Bar Laguna, esperávamos o começo do turno da tarde na Praça General Tibúrcio.
Esta foto já foi publicada no antigo "Saudades do Rio" e é de autoria de José Medeiros. A repetição aqui é porque agora foi estupendamente colorizada pelo Reinaldo Elias. Vemos a cantora Dulce Nunes, na década de 1950, tomando um Crush, na Praia Vermelha, na Urca. Ao fundo o Círculo Militar. Aparentemente a moça está onde hoje funciona a Escola Municipal Gabriela Mistral. Esta moça se chama, de solteira, Dulce Bressane. Vencedora de um concurso de beleza, da época. Ela estrelou o filme Estrela da Manhã e se casou com Bené Nunes.
Estrela da Manhã é o título do filme brasileiro de 1950 que teve seu argumento escrito por Jorge Amado, foi musicado por Dorival
Caymmi, que também atua ao lado de Paulo
Gracindo, Fregolente, a italiana Doris Duranti e Dulce Nunes.
O filme foi dirigido por Jonald (Oswaldo Marques de Oliveira), com fotografias de
Rui Santos e direção musical de Radamés Gnatalli.
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirNão sei se o comentário anterior foi enviado. Estou com algumas dificuldades com o tablet hoje.
Área fora da minha jurisdição. Estive uma vez no IME, à noite, na formatura do doutorado da minha irmã. Nem lembro em que ano.
Volto mais tarde.
Fui muitas vezes a essa praia de bicicleta, pois achava que era a única praia segura pra deixar a bike na areia, mergulhar e encontrá-la no mesmo lugar. O Caminho do Bem Te Vi (ou Pista Cláudio Coutinho) é um dos melhores lugares do Rio para se fazer uma caminhada. Da praça, lembro que um dia, um milico entediado com a absoluta falta do que fazer, mandou destruir o jardim da praça.
ResponderExcluirFrequentei muito a região nos tempos da Discoteca Noites Cariocas, e anos mais tarde os bailes de dança de salão na Churrascaria Roda Viva. FF: em muitas regiões controladas pela milícia a qualidade do sinal da internet é muito ruim e instável. Às vezes "o barato sai caro".
ResponderExcluirMinhas filhas estudaram o primário nessa escola. Depois seguiam para o Forte da Urca onde um dos tios era comandante da unidade. Em anos mais recentes fui seminarista da ECEME - Escola de Comando e Estado Maior do Exército.
ResponderExcluirComo curiosidade a Praia Vermelha também fazia parte do chamado circuito de "corridas de submarinos", com a vantagem de ser mais segura por ser área militar.
Bom dia Saudosistas. Um local que gosto muito, antes da pandemia ia muito caminhar na pista Claudio Coutinho, ao restaurante do Clube Militar comer pizza a noite, gostava de andar na calçada da mureta da Praia, aliás esse local ficou insuportável nos finais de semana a tarde e a noite, com centenas de pessoas e ambulantes bebendo e comendo sentados na mureta, com o som dos carros fazendo um barulho infernal, imagino o que devem sofrer os moradores dessas avenidas. Não sei como os moradores ainda não acionaram a justiça para acabar com essa fanfarra.
ResponderExcluirSempre considerei essa praia mal proveitada, lugar lindo, sem violência pelo fato dos EB estar ai. Pão de açucar ao lado. Não existe nem um Quiosque nessa Praia.
ResponderExcluirDeveria existir um estacionamento sub. aumentar a faixa de aréia, o lugar merece pelo visual. Sinalizar melhor o caminho Claudio Coutinho e a Trilha.
Uma viagem minha seria aquela pista do leme pela pedra chegar até a urca. Mas parece que maltratar o turista é mais interessante.
Escutei vários historiadores contar que na maré alta e com vento, realmente o mar chegava a baía de Botafogo, agora esgoto de Botafogo.
Com o objetivo de tomar banho de mar, fui apenas uma vez à Praia Varmelha. Achei muito perigoso, por causa do retorno das águas e do declive forte do leito da praia.
ResponderExcluirO idioma português é interessante: você pega um texto do século XVI e consegue entender boa parte. O mais difícil costuma ser decifrar a caligrafia do autor. Já se pegar um texto de inglês daquela época, não vai entender patavinas.
ResponderExcluirHelio, verdade. Se você pegar a carta de Pero Vaz de Caminha é possível entender bem; se não toda, mas pelo menos uns oitenta por cento...
ExcluirCarta de Pero Vaz de Caminha
Excluir"Posto que o capitam moor, desta vossa frota e asy os outros capitaães screpuam a vossa alteza a noua do achamento desta vossa terra noua que se ora neesta nauegaçam achou, nom leixarey tambem de dar disso minha comta avossa alteza asy como eu milhar poder aimda que pera o bem contar e falar o saiba pior que todos fazer."...
HAMLET
ACT 1, SCENE 1. Elsinore. A platform before the castle.
FRANCISCO at his post. Enter to him BERNARDO.
BERNARDO
Who’s there?
FRANCISCO
Nay, answer me: stand, and unfold yourself.
BERNARDO
Long live the king!
FRANCISCO
Bernardo?
BERNARDO
He.
FRANCISCO
You come most carefully upon your hour.
BERNARDO
‘Tis now struck twelve; get thee to bed, Francisco.
FRANCISCO
For this relief much thanks: ’tis bitter cold,
And I am sick at heart.
BERNARDO
Have you had quiet guard?
FRANCISCO
Not a mouse stirring.
BERNARDO
Well, good night.
If you do meet Horatio and Marcellus,
The rivals of my watch, bid them make haste.
FRANCISCO
I think I hear them. Stand, ho! Who’s there?
Enter HORATIO and MARCELLUS
HORATIO
Friends to this ground.
MARCELLUS
And liegemen to the Dane.
FRANCISCO
Give you good night.
MARCELLUS
O, farewell, honest soldier:
Who hath relieved you?
FRANCISCO
Bernardo has my place.
Give you good night.
Exit
Na grafia arcaica o "u" e o "v" se confundiam.
ExcluirPraia Vermelha, para mim, é um recanto de nostalgia, e por causa do aspecto da Praça General Tibúrcio, com seus monumentos e edifícios do entorno, acho que foi um dos primeiros estímulos para eu me interessar pelo Rio antigo.
ResponderExcluirPor ser a praia preferida dos meus pais aqui no Rio, sempre me levaram muito lá quando criança. Já brinquei muito naquela pracinha perto da escola municipal.
Me chamava a atenção os militares em ronda bem como os trailers que ficavam frequentemente estacionados no entorno, coisas que eu não costumava ver em outras partes da cidade.
Já um pouco mais velho, vieram os passeios de bicicleta, bem como as caminhadas na pista Cláudio Coutinho e a trilha para subir o morro da Urca. Bons momentos que ainda pretendo reviver mais vezes.
Quem não gostava da Praia Vermelha eram os calouros de Medicina. Eram levados, durante o trote que ia de março até 13 de Maio, para o “bife à milanesa” Eram obrigados a entrar no mar vestidos e depois rolar na areia.
ResponderExcluirSempre achei esses trotes uma idiotice.
Acho que foi a praia do Rio que mais vezes meu pai me levou.
ResponderExcluirLembro inclusive que ainda moleque, queria uma prancha de surf e meu pai me deu uma de isopor.
E lá fomos a praia da Urca, na primeira onda que peguei, ela partiu ao meio.😂😂
Praia muito simpática, mas que nos fins de semana deve ficar insuportável, como todas. Outro dia vi filme de linchamento na praia do Cassino da Urca. Fui a uam festa de casamento faz tempo no Círculo Militar. FF: Hoje vi no 101 canções que tocaram o Brasil, do craque Nelson Motta , referencia a "DORA" . Apareceu uma foto da casa de vila em que ele morou quando se mudou para o Rio em 1938, na Rua Professor Saldanha. A pequena vila está lá até hoje.Há descrições sobre o relevo do Rio, de que a lagoa rodrigo de Freitas seria alguma bacia na base das montanhas, ou algo assim. A pedra da Gávea tem 450 milhões de anos. Viu muita coisa.
ResponderExcluirO bicho está pegando na Tijuca e adjacências. Assassinatos, roubos a joalherias, saidinhas de banco, entre outros. E outros se preocupam com qualidade de sinal de internet...
ResponderExcluirEstou usando provisoriamente um tablet que foi do meu irmão e ocorreu uma incompatibilidade da versão do Chrome para autenticar o login do Blogger na hora de fazer o comentário mais cedo. Mas vi que a vontade de darem pitaco alheio foi grande...
Anônimo das 13:53h tem razão. No século XVI já existia o inglês mkderno. Mas se voltarmos ao século XIII, ainda é possível entender a maior partd de texto em português. Já o inglês é incompreensível. Vide abaixo inglês:
ResponderExcluirThe Lord's Prayer (Our Father)
Fæder ure
ðu ðe eart on heofenum
si ðin nama gehalgod
to-becume ðin rice
geweorþe ðin willa on eorðan swa swa on heofenum.
Urne ge dæghwamlican hlaf syle us to-deag
and forgyf us ure gyltas
swa swa we forgifaþ urum gyltendum
ane ne gelæde ðu us on costnunge
ac alys us of yfle.
Português:
O Testamento do D. Afonso II (trecho, datado de 1214)
En’o nome de Deus, Eu rei don Afonso pela gracia de Deus rei de Portugal, seendo sano e saluo, temẽte o dia de mia morte, a saude de mia alma e proe de mia molier raina dona Orraca e de me(us) filios e de me(us) usassalos e de todo meu reino fiz mia mãda p(er) q(ue) depos mia morte mia molier e me(us) filios e meu reino e me(us) vassalos e todas aq(ue)las cousas q(ue) Deu(us) mi deu en poder sten en paz e en folgãcia. Primeiram(en)te mãdo q(ue) mu filio infante don Sancho q(ue) ei da raina dona Orraca agia meu reino enteg(ra)m(en)te e en paz. E ssi este for morto sen semmel, o maior filio q(ue) ouuer da raina dona Orraca agia o reino entegram(en)te e en paz. E ssi filio barõ nõ ouremos, a maior filia que ouuermos agia’o…
FF: "Há que ser ter cuidados com telhados alheios quando o nosso é de vidro"...
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