Hoje é sábado, dia da série "DO FUNDO DO
BAÚ". E do baú do Gustavo Lemos recebi este cartão postal enviado em 1969
pelo Emerson Fittipaldi para o pai do Gustavo:
"Aluizio, estou aprendendo bastante, com a macacada aqui na Europa. As
corridas são bárbaras. Abraços a você e a família, Emerson".
No e-mail, Gustavo dizia: "Em 1968 Emerson Fittipaldi abandonou uma vitoriosa
carreira no Brasil para aventurar-se no automobilismo europeu. Este cartão
postal enviado para o meu pai em 09/01/1969, mostra o jovem Emerson ainda
batalhando para conseguir um lugar ao sol. Disputou sua primeira corrida de
Fórmula Ford em 07/04 deste mesmo ano. Teve uma carreira meteórica, chegando à
Fórmula 1 no ano seguinte e conquistando sua primeira vitória na categoria em
15/10/1970 nos EUA.
A concessionária Puma do meu pai (Lemos & Brentar) era o ponto de apoio
aqui no Rio da Equipe Fittipaldi, formada pelos irmãos Wilson e Emerson. O
piloto sempre visitava meu pai quando vinha ao Rio e graças a essa amizade
assisti a muitas provas de Fórmula 1 do paddock. Emerson abriu as portas do
mundo do automobilismo internacional para todos os pilotos que vieram a seguir.”
O texto de identificação do cartão postal diz: “Monza: <<Gran Premio
d´Italia F 1 1968>> Brabham Repco F1 – 1968 di Silvio Moser; motore 3000
cm3, 8 cilindri a V di 90 gradi, 2 valvole, 2 assi a camme, 319 cv., 7500 giri,
650 Kg. di peso, pneumatici Good-Year."
Pergunta que não quer calar: hoje em dia um cartão-postal desses, enviado pelos Correios, sem envelope, chegaria ao destinatário no Rio?
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirEsta é uma verdadeira relíquia. Estamos prestes a comemorar os 50 anos do primeiro título de Emerson Fittipaldi na F1. Pode ter certeza que muito colecionador vai crescer o olho nesse postal...
Falando em F1, daqui a duas horas começa a transmissão na TV dos treinos para o GP da Itália. Muitas homenagens foram e serão prestadas pela morte da rainha. Das dez equipes, sete têm sede na Inglaterra. Fora os pilotos britânicos e de ex-colônias.
PS: retificando, a transmissão do treino começa às 10:30. Amanhã a transmissão da corrida que começa às 09:30...
ExcluirEm tempo, sobre a pergunta do último parágrafo, usariam um outro meio ou, se ainda assim mandassem um postal, provavelmente estaria perdido ou extraviado em algum centro de distribuição.
ResponderExcluirHoje pode-se mandar por outras empresas.
Guardadas as devidas proporções, seria como hoje o remetente fosse o Felipe Drugovich, piloto brasileiro que pode ser campeão hoje da F2, último degrau antes da F1. Por sinal, ele seria o brasileiro com mais condições para ser o próximo piloto brasileiro na F1...
Um filho do Emerson já é piloto reserva da Haas e disputou algumas corridas em 2021.
Não seria neto do Emerson ?
ExcluirMesmo abandonando o Felipe conseguiu o título.
ExcluirTem filho, neto... É tanto parente que confunde as ideias.
ExcluirEsclarecendo, Emerson tem tanto filho e neto no "meio automobilístico". Um é piloto de testes da Haas e o outro piloto de categorias inferiores, não necessariamente nesta ordem... As idades deles são relativamente próximas.
ExcluirPara ser preciso o Emerson não teve nenhum filhO ligado ao automobilismo, os 2 citados são irmãos filhos da filha Juliana , o Cristian que acho que já parou era filho do Wilson
ExcluirPara ser mais preciso ainda, o filho de Emerson Fittipaldi, que tem o mesmo nome do pai, disputa uma categoria intermediária entre a F4 e a F3 na Europa. Disputou algumas corridas na F4 da Dinamarca porque o regulamento de lá permite na sua idade, ao contrário de outros países.
ExcluirSegundo o Gustavo, a concessionária do pai e do seu sócio Albino Brentar no Jardim Botânico, foi durante muitos anos ponto de apoio de diversas equipes de competição de outros estados e também do exterior. Os dois foram grandes entusiastas do automobilismo e representaram os irmãos Fittipaldi aqui no Rio. Em 1967 ficaram tão empolgados com a nova categoria Fórmula Vê, que encomendaram quatro carros Fitti Vê para venda, ajudando a viabilizar a categoria antes do seu lançamento. O carro Fitti Porsche, que vc cita em seu link, correu pela primeira vez aqui no Rio, pouco antes do Emerson embarcar para a sua aventura na Europa.
ResponderExcluirEra famosa a fachada da Lemos & Brentar, à época em que ainda era concessionária Volkswagen. Ficava na Rua Jardim Botânico nº 705, telefone 286-1722. Não havia ninguém que passasse por ali e não notasse aquela metade de Fusca pendurado na porta da famosa oficina. Tempos depois penduraram um Puma. Conta o Gustavo: "O fusca foi pendurado em 1959 e ficou até 1968, quando foi substituído pelo Puma. O Fusca foi comprado de uma seguradora e estava com o outro lado completamente destruído. A Lemos & Brentar começou como uma oficina chamada Auto Super, com três sócios. Meu pai, Aluizio Lemos, em 1957 comprou a parte de dois e formou a sociedade com Albino Brentar. A finalidade era ter uma oficina e depósito de carros para sua locadora de automóveis, que só tinha Fuscas, na época ainda importados. Aluizio terminou a sociedade na locadora e resolveu explorar a oficina, que era especializada em VW (Fuscas e Kombis). Em 1960 foram nomeados concessionários autorizados VW e assim permaneceram até 66. Em 68, com o lançamento do Puma com mecânica VW, Jorge Lettry, que era sócio da fábrica e amigo de Aluizio e Albino, ofereceu a representação da marca ainda incipiente e com produção e mercado pequenos. A parceria deu tão certo, que a L&B tornou-se o principal distribuidor da marca após a Comercial MM de São Paulo, que pertencia a dois sócios da fábrica. O Puma foi colocado na fachada em 68 e foi um presente da fábrica. Mais algumas informações: uma parte da oficina ficava em um galpão ao fundo uma vila na Rua Lopes Quintas. Quando Aluizio e Albino ocuparam os imóveis ao vizinhos na Jardim Botânico passaram o galpão para dois amigos, que montaram uma oficina especializada em Gordini e depois Corcel: Lair de Carvalho e Fernando Feiticeiro. Com a dimunuição das vendas do Puma no início dos anos 80, Aluizio e Albino resolveram trazer para o Jardim Botânico a revenda de motos Honda que tinham na Gávea: a Setemo. A L&B funcionou até 1986, quando foi vendida para a Auto Modelo, que tinha uma concessionária VW na Lagoa e cujo dono resolveu fazer uma incorporação no terreno, onde antes funcionava uma pedreira."
ResponderExcluirUma pergunta simples de responder: provavelmente não! É interessante lembrar que esse tipo de cartão expõe seu conteúdo e a privacidade das informações nele contidas. Quanto a Emerson Fittipaldi não custa lembrar que sua tentativa de produzir seu próprio carro e competir com sua própria marca lhe foi fatal e seu fracasso foi "retumbante". Fazer frente às grandes marcas européias e Norte-americanas foi algo que nunca poderia dar certo.
ResponderExcluirLembrou a Gurgel. Não sei como a Embraer conseguiu um lugar ao sol.
ExcluirBom dia Saudosistas. Hoje é dia de aprender um pouco sobre a história do automobilismo brasileiro. Vale salientar que a primeira vitória na F-1 do Emerson Fittipaldi, em Watkins Glen nos USA, também serviu para dar o título da temporada para o piloto Jochen Rindt seu companheiro de equipe, morto poucas semanas antes no autódromo de Monza.
ResponderExcluirAutomobilismo sempre foi um esporte caro e para pessoas com muito dinheiro para desperdiçar. Não é um esporte que socialize as pessoas em um país de tantos contrastes sociais. Jovens de periferia jamais terão oportunidade de dirigir um veículo esportivo porque não há um incentivo.
ResponderExcluirIncentivo para jovens dirigirem carros de corrida ?
ExcluirNão meu caro anônimo, automobilismo é para utilização de dinheiro privado, de quem se dispuser a tanto.
Incentivos devem ser dirigidos a áreas de atividades complementarmente distintas.
Longe de mim querer polemizar, mas é injusto que jovens em situação de carência não possam ao menos ter acesso à uma CNH facilitado ou mesmo subvencionado pelo Estado. Seria um incentivo ao primeiro emprego.
ExcluirIsso é completamente diferente de " ... jovens de periferia jamais terão oportunidade de dirigir um veículo esportivo porque não há incentivo."
ExcluirEstávamos falando do esporte automobilismo.
Você, caro anônimo, mudou rapidamente de assunto ...
Não mudei o assunto. Para dirigir um veículo é preciso uma habilitação.
ExcluirNão necessariamente. Pilotos menores de idade podem dirigir dentro de autódromos, mas não nas ruas. O que eles precisam é de uma licença especial para cada categoria. Algumas categorias também exigem uma idade mínima. O atual campeão da F1 começou a correr na categoria com menos de 18 anos. Hoje não poderia.
ExcluirInteressante também o carimbo do correio: Wimbledon. O cartão postal é italiano, mas o grande Emerson Fittipaldi o enviou da Inglaterra, sendo o selo uma ilustração da St. Paul’s Cathedral. Dá para se ver o preço do selo, 9 pence. Como é anterior a 1971, é necessário converter-se os 0,09 do antigo shilling para o sistema decimal: isto seria equivalente a 21 pence atuais (R$ 1,28 ao câmbio de hoje). Mas atualmente o envio de um cartão postal da Inglaterra para o Brasil custa £ 1,85, o que é R$ 11,32. Apesar do aumento de 780%, continua bem barato... Parabéns pela publicação e ao Gustavo Lemos pela relíquia. (Henrique Oliveira)
ResponderExcluirQuanto à pergunta que não quer calar, na época em que eu era gente e viajava muito, costumava mandar postais para toda a família e amigos. Todos chegaram. O único problemático foi o enviado de Moštar, cidade da Bósnia e Herzegovina, que apesar de estar com o selo de "via aérea" levou uns três meses para chegar.
ResponderExcluirO empreendimento temerário dos Fittipaldi lhes rendeu falência e as dívidas do grupo são impagáveis.
ResponderExcluirEu acho que é hoje mesmo, o meio século do primeiro título do Emerson na F1. A conferir.
ResponderExcluirAssisiti na TV Tupi alguns duelos dele contra o Luiz Pereira Bueno na Fórmula Ford, no circuito original de Jacarepaguá, início de 1970, se não me falha a memória.
Emerson deu há pouco uma volta no circuito lembrando os 50 anos do título.
ResponderExcluirLembro de ouvir pelo rádio (!) a transmissão da corrida de 1972 em Monza que deu o primeiro título mundial ao Emerson.
ResponderExcluirEstava em Petrópolis na casa de amigos, a comemoração foi com Bohemia (a original).
Hoje, 10 de setembro, exatos 50 anos.
ResponderExcluirem 1969 eu morava em Paris e havia uma grande comunidade brasileira lá. Por 2 vezes fomos para a Inglaterra ver corridas do Emerson na F3, se não me engano a categoria. Era uma odisséia. Trem até Calais, ferryboat até Dover ( se não me engano), trem de novo até a Victoria Station em Londres e outro até Silverstone. Valeu muito a pena. Emerson foi uma das pessoas mais simpáticas e generosas que conheci. Se reunia com a gente em reuniões maravilhosas. Depois tinha a volta. Tudo muito cansativo, mas recompensador.
ResponderExcluirComentaram sobre a Gurgel e, coincidentemente, ontem eu vi um BR 800. Ô carrinho feio. Na época já era feio e anacrônico. É impressionante como o brasileiro não se esmerava em fazer algo com qualidade; acho que isso melhorou um pouco de uns vinte anos pra cá. Realmente não sei como a Embraer sobreviveu, cresceu e se firmou no mercado.
ResponderExcluirAssim como o Conde tenho um amigo que em setembro de 1969 foi numa caravana de brasileiros de Paris a Londres para ver um GP de fórmula 3 em Brands Hatch que o Emerson venceu. Não havia o túnel do Canal da Mancha e nem o Eurostar. Era trem de Paris até Dauville, uma travessia de navio até Brighton e outro trem atá a Victoria Station. De lá o metrô para Brands Hatch.
ResponderExcluirPor falar em meio século passado, lembro que em 1972 enterraram em algum lugar no Rio uma cápsula do tempo para resgate agora, em 2022.
ResponderExcluirEsqueceram dela ou o advento da internet com todos os alfarrábios disponíveis tornou esse tipo de coisa desinteressante.
Em 2019 abriram uma dessas, a que ficava na calçada entre as pistas da Av. Franklin Roosevelt, próxima à esquina da Av. Marechal Câmara. Como trabalhei muitos anos no IRB, passava por ela diariamente, tinha curiosidade sobre a cápsula “empedrada” e gostei de ver a matéria que O Globo publicou, com informações interessantes sobre o ano de 1969. Se alguém tiver interesse, posso mandar o artigo por email. E vai o link mostrando o local do pequeno “monolito” que guardou a cápsula entre 1969 e 2019. (Henrique Oliveira)
Excluirhttps://www.google.pt/maps/@-22.9092704,-43.1697469,3a,48.8y,235.64h,93.39t/data=!3m6!1e1!3m4!1sWPqiWtnG7fN2p6wlp9datg!2e0!7i16384!8i8192
Está faltando ao Saudades do Rio contar com a funcionalidade acrescentar fotos aos comentários da mesma forma que o Instagram.
ResponderExcluirO Saudades do Rio usa o software Blogger, que não permite adicionar fotos junto com comentários.
ExcluirFF: outro fato também acabou de completar 50 anos e vi muito pouca, para não dizer nenhuma, lembrança. O atentado terrorista em plena olimpíada de Munique.
ResponderExcluir11 reféns, 5 terroristas e 1 policial mortos.
ExcluirIsrael possui expertise no combate à ações terroristas. Em 1976 repetiu o feito no aeroporto de Entebbe. Diga-se de passagem que a tecnologia bélica e as ações terroristas, bem como o seu combate, são os principais produtos exportados por Israel.
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