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sexta-feira, 29 de novembro de 2024

BOTAFOGO

Mesmo sendo Flamengo tenho grandes ligações com o Botafogo. Meu querido avô, irmão de James Darcy, era um grande botafoguense. Meu irmão é Botafogo. Meu tio Sergio Darcy, filho de James, foi presidente do Botafogo durante um período e vice-presidente na diretoria de Paulo Azeredo por muitos anos.

Desta forma desejo sucesso ao Botafogo, amanhã, na disputa da Taça Libertadores da América.


O Botafogo passa por ser o mais antigo clube poliesportivo do Brasil, haja vista que suas atividades como agremiação de regatas remontam ainda a 1886. Entretanto, apenas no dia 1º de julho de 1894, o Clube de Regatas Botagogo foi oficialmente criado e registrado. O departamento terrestre, que correspondia à época apenas ao futebol, foi criado a 12 de agosto de 1904 na casa nº 514 da Rua São Clemente. 

A foto mostra um jogo de futebol no campo que existiu entre 1904 e 1907 perto de onde existe hoje a Cobal do Humaitá.

Obras no campo de General Severiano. Durante o mandato do presidente Sergio Darcy e sob orientação do arquiteto Raphael Galvão foi realizada uma reforma do campo do Botafogo, com ampliação da capacidade do estádio para 25 mil pessoas.


Fotografia do Acervo do Museu Aeroespacial, feita por fotógrafo da Escola de Aviação Militar, mostra o campo do Botafogo em 24/10/1950. Esta foto faz parte do excepcional livro "O Rio pelo alto", de P. Pamplona. Vemos o antigo campo por onde desfilaram alguns dos maiores craques do futebol brasileiro de todos os tempos. O estádio foi inaugurado em 1913 e a última partida ali foi em 1974. Pouco tempo depois, ainda na década de 70, foi vendido para a Vale do Rio Doce.

O edifício da sede do Botafogo foi projetado por Archimedes Memória e Francisque Cuchet, em 1927.


Esta foi colorizada pelo Conde di Lido. Ao lado do campo, o prédio do Hospital Rocha Maia, inaugurado no período Passos, cujo terreno é do Botafogo Futebol e Regatas, algo que pouca gente sabe, pois o Dec. 289/36 dá ao Clube o aforamento de toda a área contígua ao seu campo, com a ressalva que a unidade de Saúde Pública ali existente permanecerá e, não sendo mais necessária, o domínio do terreno retornará ao Botafogo. 
Na realidade, toda a área antes do aforamento pertencia ao Ministério da Justiça que o cedia à Saúde e lá funcionou por anos o Desinfectório Distrital de Botafogo (Rua General Severiano nº 1), projeto do arquiteto Luiz Moraes Jr. O Desinfectório Central ficava na Rua do Resende nº 118, na Lapa.
Bem à direita desta foto colorizada a grande construção é a do Educandário Santa Therezinha, mantido pela Santa Casa e que tinha a função primordial de recolher e dar educação a órfãs abandonadas. O edifício foi projetado por Bitencourt da Silva e inaugurado em 1866. Com a saída da instituição religiosa, o prédio foi por muitos anos arrendado pelo colégio Anglo Americano, depois foi a Casa Daros e uma badalada escola do Jorge Paulo Lehmann.
Em termos de urbanismo temos muitos pontos curiosos: logo na parte inferior da foto vemos que a rua General Severiano era servida por bondes, que aparentemente seguiam até a rua da Passagem.
A própria praça Juliano Moreira, tal como as construções que a envolvem, é completamente diversa de hoje, pois havia um grande número de casas no sopé do morro de São João, que certamente foram demolidas quando da “quaduplicação” do Túnel Novo. Hoje as fraldas do morro dão diretamente na rua, a praça também praticamente não existe mais, sobrando uma pequena nesga na frente da sede social do clube. 

A primitiva Sede Social, originalmente acoplada ao estádio, foi construída no quarteirão entre as ruas General Severiano, Wenceslau Brás e Lauro Sodré, em 1926/28, sob projeto em estilo neocolonial dos arquitetos Archimedes Memória e Francisque Couchet. 

Vemos, em outro ângulo, o estádio do Botafogo provavelmente nos anos 50/60, com o antigo posto de gasolina, o Solar da Fossa e o Túnel do Pasmado já aberto.

O time do Botafogo desta época era tão bom que, além de assistir aos jogos no Maracanã, me tornei sócio para apreciar Manga, Nilton Santos, Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagalo nos jogos em General Severiano. Chegava cedo, antes de começar a partida de "aspirantes", me instalava num bom posto da arquibancada social e fingia torcer pelo Botafogo, enquanto via um belo jogo de futebol.

Nos anos 60/70 a sede do Botafogo ficava lotada aos domingos por conta das "domingueiras dançantes". Na foto podemos ver a faixa anunciando uma delas, comandada por Monsieur Limá.


Por fim duas homenagens a ilustres botafoguenses. Nesta foto vemos meu avô, assinalado com um pequeno traço em vermelho, em um jogo de amadores pelo Botafogo contra o Fluminense (o time do Botafogo se denominava "Teóricos" e o do Fluminense "Hipocráticos".


O segundo, agachado, da esquerda para a direita, é Luiz Paulo Neves Tovar que defendeu o Botafogo sempre como amador, se recusando a receber dinheiro para vestir a camisa do Alvinegro carioca. Foi tricampeão carioca do chamado "primeiro quadro de amadores" em 42, 43 e 44. No time principal, fez parceria no ataque com Heleno de Freitas. As boas atuações pelo clube carioca fizeram o treinador Flávio Costa convocá-lo para a seleção brasileira para o Campeonato Sul-americano Extra, disputado em janeiro e fevereiro de 1945 em Santiago (Chile). É considerado um dos maiores jogadores de futebol de praia do século passado.

Tovar abandonou o futebol logo após se formar em Medicina. Fui um dos grandes ortopedistas do Rio de Janeiro, tendo trabalhado no Hospital dos Servidores, no Hospital da Cruz Vermelha e no Hospital de Bonsucesso, onde foi Chefe do Serviço de Ortopedia. Nos dois últimos trabalhei com ele e aprendi muito. Grande amigo de meu pai e, por extensão, meu também.





quarta-feira, 27 de novembro de 2024

FOTOS ENVIADAS PELO GMA

O GMA, um dos grandes colaboradores do "Saudades do Rio", me enviou estas fotos bem antigas. Não sei a fonte.

FOTO 1 - LAGOA

FOTO 2 - Onde estaria o fotógrafo?


FOTO 3 - LAGOA

FOTO 4 - A legenda diz "Praia do Flamengo"...


FOTO 5 -  Expo 1922, Palácio das Festas


segunda-feira, 25 de novembro de 2024

CENTRO

Fotos de João Martins Torres, da Coleção Álvaro de Frontin Werneck, encontradas no livro "Rio-Buenos Aires".

FOTO 1: Vemos o "Escritório do Primeiro Districto da Avenida Central", no início do século XX. Este escritório da Comissão Construtora da Avenida Central ficava na Rua da Prainha, atual Rua do Acre. Uma linha de bondes (vemos na foto o destino "Santa Luzia") foi instalada provisoriamente no traçado onde seria construída a Avenida, ligando os dois extremos da obra. Aquele último prédio é o Trapiche Mauá e à direita, aquele pedaço do Morro de São Bento foi cortado e ali foi erguida a Casa Mauá.


FOTO 2: A Ladeira do Seminário em 1904. Vemos os primeiros sobrados a serem destruídos para a abertura da Avenida Central, na subida do Morro do Castelo, enfeitados com guirlandas para a solenidade de inauguração dos trabalhos de demolição. O início oficial das obras, a 8 de março de 1904, contando com a presença do Presidente da República, prefeito, ministros e outras autoridades, foi marcado pelo gesto presidencial de acionamento de uma corrente elétrica, colocando em funcionamento um equipamento de perfuração.

 Essa vertente do Castelo foi a primeira a ser derrubada, uns 15 anos antes do restante do morro, para a abertura da Avenida Central. O fotógrafo estava no Largo da Mãe do Bispo, mais ou menos em frente ao atual Theatro Municipal (que só ficaria pronto cinco anos depois).

 A rua que cruza é a antiga Rua da Ajuda ou Rua Chile, a ladeira sobe na direção de onde está a Biblioteca Nacional.

Esta obra, segundo o Jornal do Brasil de 08/03/1904, "é a causa do Rio de Janeiro, que quer ser saneado, é a causa de todos que aqui desejam exercer a sua actividade, sem a ameaça de serem victimas da febre amarella, da peste bubonica, da variola e dos demais morbus que apregôam a nossa insalubridade; é a causa do Brasil, cujos braços sempre abertos para acolher os que demandam as suas plagas, não se importa de ser julgado pela sua capital, comtanto que esta seja limpa, saneada, digna delle".

 A Gazeta de Notícias do mesmo dia, descrevia: "Dirigiram-se todos para o fundo do terreno da Rua da Prainha, onde havia um tropheo de bandeiras de todas as nações e uma placa com os seguintes dizeres: 8 de março de 1904. Sob este tropheo estava a lage de granito em que atacado o serviço de abertura da Avenida Central. A cerimonia consistiu no seguinte: o Sr. Presidente da Republica commutou a corrente eletrica de um motor Watson que acionara um perfurador, fazendo assim funccionar o martello, e o Sr. Dr. Lauro Muller segurou a broca, trabalhando o aparelho por alguns instantes".


FOTO 3: Vemos os escombros da casas típicas do Rio de antigamente, no local onde seria erguido o Teatro Municipal. Na reforma ocorrida no Governo Rodrigues Alves, comandada pelo Prefeito Pereira Passos, as obras para substituir a velha cidade colonial, anti-higiênica e de ruas estreitas, geraram muita polêmica. Foram demolidos cerca de 600 imóveis que abrigavam casas comerciais, depósitos, oficinas e habitações coletivas, para dar lugar à Avenida Central, por exemplo. Isto gerou, por um lado, um agravamento da situação habitacional da população mais pobre mas, por outro lado, a melhora das condições sanitárias ajudou a combater a temível febre amarela (que, após um século, volta a assustar em grande parte do Brasil). 

Apesar das polêmicas, dos processos, dos escândalos envolvendo muito dos envolvidos nas obras, a inauguração da Avenida Central e dos belos prédios da área da atual Cinelândia causou um impacto muito grande e, com outras obras como a Av. Beira-Mar, o Rio se transformou.


FOTO 4: As obras de demolição no local onde seria realizada a construção do novo edifício da Biblioteca Nacional. 

O Convento da Ajuda (à direita), erguido no século XVIII, conservado inicialmente, acabou sendo demolido em 1911 para dar maior visibilidade à Avenida Central e seus edifícios monumentais. 

E assim, como diz Giovanna Del Brenna, "como num passe de mágica, por obra de um punhado de personalidades heróicas e decididas, escolhidas pelo Presidente Rodrigues Alves (Pereira Passos, Lauro Müller, Paulo de Frontin, Oswaldo Cruz), uma vetusta cidade colonial de angustos becos e anti-higiênicos casarões sem beleza e sem arte some a golpes de picareta para ressurgir em poucos anos transformada, moderna, ventilada e salubre, pronta para ocupar o lugar a que tem direito entre as grandes capitais da América".

domingo, 24 de novembro de 2024

CHOPE FINAL DO ANO


Confirmada a data para a próxima quarta-feira, dia 27/11, às 19h30min, o chope no DEGRAU, na Av. Ataulfo de Paiva nº 517, pertinho do metrô Antero de Quental.

Reserva feita pelo Lino. Caso alguém ainda não tenha confirmado presença, favor avisar para ele adicionar à reserva.

As comandas serão individuais.

A mudança, que se daria a pedido do Candeias, não foi feita porque ele não poderá comparecer.