Total de visualizações de página

terça-feira, 19 de março de 2024

LOJAS (2)

 

Inauguração da loja do Ponto Frio em Vicente de Carvalho, em 15/10/1971. Cortou a fita inaugural a Sra. Maria Carvalho, diretora da Fundação Ponto Frio.

Vemos a Rua Uruguaiana em frente à loja do Ponto Frio. Esta empresa aí se instalou em 1946 e vendia somente geladeiras importadas dos Estados Unidos já que não eram fabricadas por aqui. O nome da loja foi dado pelo abrasileiramento de uma das marcas americanas nela vendidas, a Coldpoint. Na calçada vemos a moda dos anos 70, quando já não se ia tanto de terno para o centro da cidade mas as pessoas ainda se vestiam com mais compostura. 

No tráfego engarrafado do centro da cidade, vemos um TL, um DKW, um Dodge Dart e inúmeros fuscas, alguns servindo como táxis, tal como o DKW. Acho que esta geração de táxis foi a que sucedeu à velha frota de importados, na cor preta, que dominaram o Rio até a década de 60. 


Em 24/11/1971 era inaugurada a "Ótica Foto Rio", em Ipanema, na Rua Visconde de Pirajá nº 86, lojas 1 e 2. Lá se encontravam fitas cassettes gravadas ou  virgens, aparelhagem para laboratório fotográfico, etc. Contate a Franca, que lhe mostrará todas as opções.


A "Casa das Bancas", na Rua da Carioca nº 55, era uma loja de artigos de couro, como malas, pastas e maletas 007 (lembram delas?).

Vemos também o Restaurante Hansa no nº 53. Ali, em 1969, houve um grande incêndio.

segunda-feira, 18 de março de 2024

LOJAS (1)

 


Até 1961 não havia butiques em Ipanema. A partir daí, com a Mariazinha, no Bar 20, Ipanema ditou a moda no Brasil todo. Depois vieram a Bibba, a Aniki Bobó, a Fragil, a Blu-Blu, a Company. A moda de Ipanema era feita à imagem de sua população: uma gente jovem, bonita, bronzeada, esportiva, aberta para o novo e com dinheiro para gastar. 

Na virada dos anos 70, Ipanema atraiu muitas butiques de Copacabana e Leblon, como a Richard´s. Outras que fizeram época: Boutique 12, Voom-Voom, Le Truc, Obvious, Point Rouge, Flash, Flash-Back.

Nos anos 70, entre outras tínhamos Aniki Bobó na´Francisco Otaviano 67 loja L, a Blu-Blu na Montenegro 111, Ad Libitum, Na Visconde de Pirajá 86, Godspell na Maria Quitéria 85-D, O Fruto Proibido na Visconde de Pirajá 86, a Di Roma na Montenegro 49, a Pirá-Tan-Tam na Visconde de Pirajá 444, a Sorry também na Visconde de Pirajá 444, a Thame na Visconde de Pirajá 86, onde também havia a Jumping Jack Flash e a Uaz, a Via Veneto na Visconde 111, a Zau na Visconde 611, a Echistenio na Visconde 156, a Inhapim no 188.  

A Mariazinha ficava ao lado do Cinema Astória e foi criada por Mara MacDowell e Georgiana Vaconcellos.



A Company foi uma das grandes marcas da indústria de vestuário carioca entre 1973 e 2003.  De sua loja principal na Rua Gárcia D´Ávila, 56 em Ipanema, saiam camisetas, vestidos e calças em algodão puro que eram muito confortáveis e elegantes.

Mauro Taubman, dono da loja, dizia que não se preocupava com a moda internacional ou brasileira, mas com a carioca, pois a mulher daqui é diferente de todas as outras. 

Em agosto de 1979 a Company anunciava uma nova loja a ser aberta no Shopping Rio-Sul. Em outubro de 1979 a Company anunciava no Jornal do Brasil a venda de patins americanos por Cr$ 7.500 (não sei quanto seria em moeda de hoje). Na "Company" compravam várias de nossas comentaristas, como a tia Lu. O curioso é que na mesma página deste anúncio, no dia 17/10/1979 havia a notícia que o famigerado "depósito compulsório" para viajar ao exterior (lembram dele?), cujo decreto expiraria em dezembro de 1979, seria substituído por algo que garantisse a receita para o Governo. O articulista do JB vociferava contra o que acontecia há 3 anos, violando o art. 153 da Carta Magna, pois o "depósito compulsório" impedia a viagem da maioria do povo brasileiro ao exterior. 


Nesta fotografia vemos um flagrante do centro do Rio em meados da década de 50.

"As LOJAS MURRAY S.A. oferecem a V.S. elementos para o maior conforto de seu lar e por pouco dinheiro. Geladeiras Frigidaire / Aparelhos domésticos / Rádios e Televisão / Artigos para presentes / Cristais da Boêmia / Eletrolas / Utilidades domésticas. Rua Rodrigo Silva 18-A (Esq. Assembléia), Tel: 22-9903", descrevia um anúncio.

Nas Lojas Murray vendiam-se discos importados e a sua sobreloja foi um ponto de encontro para os amantes do jazz, conforme conta Ricardo Cravo Albin. Sergio Porto, João Gilberto, Garoto, Pixinguinha, eram clientes assíduos, quase diários. Consta que este "Clube de Jazz" foi um dos berços da Bossa-Nova. 

Desnecessário dizer que, como a foto é na "Cidade", todos estão de terno. 

As Lojas Murray e a Casa Chadler ( na Rua México ) eram as representantres Frigidaire na década de 50. Tirante a Mesbla, concorrente da Casa Murray era a Casa Neno, "Serve Bem ao Grande e ao Pequeno".

O Ponto Frio ainda era quase desconhecido e o Alfredo Monteverde tentava popularizar (e conseguiu) a venda de eletrodomésticos colocando as máquinas de lavar, agitando, na calçada da Uruguaiana.

E tinha também a Tonelux na Senador Dantas e a Tele- Rio. Depois veio o Paim da Brastel que vendia "tudo a preço de banana". Casas Bahia só tinha em Sampa; mas era nanica perto do Mappin.

E falando de lojas do Centro, ali perto da Lojas Murray, na Rua da Quitanda, na esquina com a Assembleia, ficava a Veiga Som, uma das maiores lojas de equipamentos de áudio dos anos 60 e 70, que vendia só as melhores marcas, como Wharfedale, Akai, Nakamishi, Pioneer, Sansui, Quad, Sherwood, Dual, ReVox, Thorens, Altec, Mcintosh,  etc.... 

Sobre a Veiga Som, na verdade ela passou a existir como loja, alí na Rua da Quitanda com Assembléia somente no final dos anos 80. Antes, nos anos 60 e grande parte dos anos 70 ela funcionava no 5º andar na Rua da Quitanda nº 30. "Seu" Marco Antonio atendia só gente da mais alta qualidade e antes a loja se chamava Veiga & Cia. 


Lá na década de 60, antes desta febre de moda esportiva dos últimos anos, eram poucas as casas especializadas em esportes. Entre elas destacava-se a Superball, com seus 3 endereços no Rio. Fui frequentador assíduo das lojas da Marechal Floriano e da Xavier da Silveira, ali quase na esquina da Av. N.S. de Copacabana. Era onde se podia comprar camisas de goleiro com os cotovelos acolchoados, joelheiras com várias tiras de feltro branco para proteger a a face anterior do joelho, chuteiras com travas presas por pregos que freqüentemente machucavam a sola do pé. 

Os tênis, então chamados de "keds", eram de cano alto, com proteção de borracha na altura dos maléolos dos tornozelos. 

Nestas lojas encontrávamos as antigas raquetes de tênis, de madeira, com corda de tripa e aquela moldura para a raquete não empenar (ali comprei a minha primeira raquete, da marca "Procopio".

Bolas de couro, a de nº 5 a mais desejada pelos "peladeiros" - a G18 era só para profissionais. Havia bolas de borracha que eram usadas, além de em peladas, para jogar na praia.

Pés-de- pato daqueles pequenos, sempre pretos, e as pranchas de madeira, com espaço vazado nos lados para as mãos e a frente ligeiramente arqueada. 

Raquetes de frescobol havia de dois tipos: as boas, de madeira compensada, e as ruins, mais baratas e mais frágeis. 

Na Superball também se podia comprar a desejada mesa de ping-pong ou a de botão, oficial. Os botões ali vendidos não serviam para nada, apesar de virem com os escudos dos times (os bons eram de osso ou improvisados com fichas de lotação/ônibus). Os goleiros dos times de botão vendidos eram ridículos: tinham um rabo de metal que passava sob a baliza de plástico - estas balizas eram logo substituídas pelas maiores, com traves de madeira e rede de filó, e os goleiros eram feitos com caixas de fósforo com chumbo dentro (para não serem derrubados naquele estilo de chute em que o botão, após tocar na bola, derrubava o goleiro antes que a bola chegasse ao gol). 

Na Superball vendia-se, também, aquele jogo de tamborete que todo mundo ganhava e todo mundo detestava. E o saquinhos de filó com bolas de gude. Enfim, a Superball era o sonho de todo garoto.

quinta-feira, 14 de março de 2024

O RIO DE 1978

O fotógrafo americano Blake Smith, tal como outros estrangeiros que nos visitaram, como Gyorgy Szendrodi, Piotr Ilowiecki e Mark Ackley, que já tiveram fotos publicadas aqui, fez um belo registro do Rio de Janeiro no ano de 1978.

Aí vão algumas fotos dele:

Segundo os alfarrábios sobre Ipanema, a idéia da "feira hippie" foi de Hugo Bidet, em 1969, que pretendia que na Praça General Osório existisse uma galeria de arte a céu aberto, num evento chamado "Arte na Praça". 

Entretanto, logo após os primeiros domingos, chegaram os "hippies" com seu artesanato e também ali se instalaram. Com o passar do tempo tudo se desvirtuou, vindo gente de todo tipo para vender produtos industrializados com o rótulo de "artesanato". Hoje existe um mafuá que, há tempos, extrapolou os limites da Praça.

Junto a Bidet também participaram do início da feira José Carlos Nogueira da Gama, Roberto de Souza, Guilherme Bueno, Guima, Holmes Neves e Carlos Martins.


Conta Mario Peixoto que "logo após o início da feira, chamada de Feirarte, os hippies se instalaram na praça, onde o comportamento deles incomodou os costumes da época. Em plena ditadura militar, certo domingo a polícia chegou armada de metralhadora, helicóptero e tudo que tinha direito, baixando porrada e levando todo mundo em cana. A obtenção de licença para a Feirarte funcionar veio depois de um longo processo de negociação com as autoridades e muita burocracia."


Como fizeram sucesso esses "puffs" nos anos 1970.



A foto sendo de 1978 deveria aparecer com destaque o Tivoli Park, inaugurado uns cinco anos antes. Na parte de baixo está o Piraquê.



À esquerda, o saudoso "drive-in", onde poucas vezes se assistia ao filme. Alguns carros chegavam a ficar de costas para a tela...


Quase no centro da foto aparece aquele horroroso arranha-céu que ultrapassa em muito a altura do morro. Muita grana deve ter rolado para liberá-lo.

E lá no fundo, usando uma lupa, é possível me ver na janela fotografando as obras de urbanização em frente ao Corte do Cantagalo.


quarta-feira, 13 de março de 2024

segunda-feira, 11 de março de 2024

CAMELÔS

Vendedores de rua e camelôs há décadas atravancam as ruas do Rio. 
Devem ser combatidos por concorrerem com o comércio regularizado e/ou por venderem produtos de procedência duvidosa?
Devem ser tolerados porque é a forma de muitos conseguirem sobreviver fora do mercado formal?
A atuação do "rapa" é desejável e eficiente?
O que fazer com as "máfias" que dominam a cidade?


FOTO 1: A vendedora com camisa rubro-negra sugere "dê milho aos pombos". Os pombos se tornaram uma praga urbana?

FOTO 2: Aparentemente são funcionários de uma loja de frutas no Centro, que expôem mercadoria invadinho parcialmente a calçada. Nesta foto de 1960 já observamos a precariedade do calçamento de pedras portuguesas.

FOTO 3: O que atrai tantos curiosos? Algum produto contrabandeado ou uma daquelas "armações" para tirar dinheiro de tolos? Seria o jogo de "onde está a bolinha?"

FOTO 4: Outros tempos. Um elegante vendedor de canetas, de paletó, joga sua conversa e atrai compradores.


FOTO 5:  Em 1971 vendedores de panos de chão e flanelas abordam motoristas. Na época não eram agressivos como os que, atualmente, constrangem os motoristas ao lavar o parabrisa.


FOTO 6: Ação do "rapa" em 1962. Funcionários públicos apreendem guarda-chuvas. Qual é o destino dessas apreensões?

domingo, 10 de março de 2024

DOMINGO EM IPANEMA


Até os anos 60 a Praia de Ipanema era um caos mais ou menos organizado. Embora os pedestres não tivessem vez na calçada junto à praia, com o Rebouças por construir havia muito menos gente indo para Ipanema. E os prédios eram baixos, sem os arranha-céus atuais.


Aqui o canteiro central já havia sido tomado pelos carros e começavam a surgir os arranha-céus.


Meados dos anos 70 já temos uma enorme dificuldade em estacionar. Era uma época em que se estacionava sobre todas as calçadas da cidade.


Durante a semana, mesmo com alguns prédios altos, eram tempos mais tranquilos.


Aparecem os primeiros sinais de trânsito na praia.