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sábado, 26 de maio de 2018

DO FUNDO DO BAÚ: CENSURA



Hoje é sábado, dia da série "DO FUNDO DO BAÚ". E de lá saem estas cópias de primeiras páginas do JB há 50 anos.
 
Eram ideias do Alberto Dines, falecido esta semana, para driblar a censura imposta pelo governo militar.
 
A primeira é do dia seguinte à decretação do AI-5, que endurecia a ditadura. A solução foi, no quadradinho dedicado ao tempo, colocar o clima do país naquele momento.
 
Outra primeira página criativa foi em 73, quando da deposição de Salvador Allende, ocasião em que os censores proibiram os jornais de dar manchete sobre o assunto. Pois Dines editou uma insólita primeira página, apenas com o texto de uma reportagem dando informações sobre a crise no Chile e o suicídio de Allende, sem nenhuma manchete.
 
Outras vezes o JB saía com colunas em branco na primeira página, significando textos censurados.
 
Nos últimos tempos da ditadura ficou famosa a Dona Solange, à frente de patéticas proibições de notícias. De quadros do programa do Chacrinha à proibição de exibição no Brasil de companhia de balé russa, tudo tinha que ter aprovação prévia.
 
Com isto quanta coisa ficou debaixo do tapete!

sexta-feira, 25 de maio de 2018

CAMELÔS




As fotos de hoje, dos anos 60, mostram que os camelôs há muito tempo ocupam as calçadas do Rio.
 
Pelo menos, naquela época, procuravam não obstruir toda a calçada, deixando espaço para os pedestres passarem.
 
O problema é complexo e de difícil solução. Muitos argumentam que são trabalhadores procurando ganhar a vida em época de desemprego alto. Entretanto, por outro lado, onde fica a ordem pública, qual é a origem das mercadorias, o quanto esta atividade prejudica os comerciantes legalizados?
 
Qual deveria ser a postura da Prefeitura e a de todos em relação a esta situação?
 

quinta-feira, 24 de maio de 2018

LARANJAS



 
A primeira foto é de 1960 e mostra o portão da Quinta da Boa Vista, na vizinhança do Maracanã. Quem frequentava os estádios de futebol e não se lembra dos vendedores de laranja junto à entrada? Alguns tinham até uma máquina de descascar a laranja, que retirava a parte externa da casca.
A foto serviu para ilustrar uma reportagem que dizia que o canal da Av. Maracanã estava necessitando uma limpeza, pois os vendedores de laranja, em dias de jogos, ocupavam a Quinta da Boa Vista e os arredores do estádio e depois despejavam os restos das laranjas no Rio Maracanã.
As duas últimas fotos mostram as quase desaparecidas carrocinhas de venda de laranjada.
PS: e hoje, com a greve dos caminhoneiros, a perspectiva é de não ter laranja ou o preço estar nas alturas.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

LIMPA-PRAIA


 
Em 11/12/1958, com o início de funcionamento da máquina “limpa-praia”, a Prefeitura informou que o problema da sujeira na praia estaria resolvido:  importada dos Estados Unidos por doze milhões de cruzeiros,  esta máquina "limpa-praia" (Barber Greene), apesar da propaganda não deu certo.
A primeira foto, do Acervo da Última Hora, mostra a tal máquina em frente aos hotéis Lancaster e Ouro Verde (que tinha um ótimo restaurante), na Avenida Atlântica perto da Rua Duvivier.
Na parte inferior da máquina o aspecto é de trator, mas enquanto caminha pelo terreno arenoso espirais metálicas colocadas à frente reúnem areia que é recolhida por caçambas giratórias até o alto de um tubo. Aí, então, a areia é lançada para a parte posterior da máquina caindo sobre uma peneira vibrante que deixa passar o material silicoso retendo os detritos, finalmente recolhidos em um depósito.
O primeiro a conduzir a máquina foi o Prefeito Sá Freire Alvim e o primeiro “lixo” colhido foi uma moeda de 50 centavos.
Os cariocas logo deram apelidos à máquina, tais como “Maysa”, "Engole Tudo", "Deixa que eu levo" e "Dengosa", em razão de sua lentidão operacional, além de “Pavão”, este em homenagem ao famoso beque central do Flamengo que “limpava a área”.  
Lembro dela trabalhando perto da Constante Ramos, em frente ao edifício Guarujá e ao Rian, peneirando a areia. Pouco tempo depois estava enferrujada e, sem conservação, foi abandonada.
Em março de 1960 a vereadora Ligia Lessa Bastos já cobrava explicações da Prefeitura sobre a máquina que fora removida para a oficina da Secretaria de Viação e Obras, na Rua Marquês de Sapucaí nº 87. Apesar das promessas, não voltou a funcionar.
Voltou-se, então, para o peneiramento manual, até que poucos anos mais tarde compraram uma outra máquina, como vemos na segunda foto, de 1967 e do Acervo do Correio da Manhã, desta vez empurrada por um tratorzinho. Com modernizações, ela é usada até hoje pela Comlurb.
Em conversas sobre o assunto, o Decourt sugere que “deveria haver algum tipo de bomba para jogar água salgada nas praias com grande extensão de areia, como Copacabana, pois a água do mar mata quase todos os fungos e vermes da areia, principalmente aqueles que vivem junto com os cocôs de pombo, outra praga urbana do Rio, como os camelôs e os flanelinhas...”.

terça-feira, 22 de maio de 2018

ALFÂNDEGA



 
As fotos são do prédio onde atualmente funciona a Casa França-Brasil, na Rua Visconde de Itaboraí.
Inaugurado em 1820 para sediar a primeira Praça de Comércio do Rio de Janeiro, muito pouco durou o que era então uma espécie de Bolsa de Valores da época naquele local. Decorridos quatro anos, já no contexto do Brasil independente de Portugal, foi transformado por D. Pedro I em Alfândega, que assim funcionou até 1944. Como última utilização antes de tornar-se a Casa França-Brasil, foi sede do 2º Tribunal do Júri, entre 1956 e 1978.
Encomendado em 1819 por D. João VI a Grandjean de Montigny, arquiteto da Missão Artística Francesa, a obra em si é um documento histórico importante. Trata-se do primeiro registro do estilo neoclássico no Rio de Janeiro, tendência que viria então a popularizar-se, dando à cidade, marcada por suas casas coloniais, um tom mais cosmopolita, à moda europeia.
Em 1938 o prédio foi tombado pelo Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional — atual IPHAN.
Esta obra de Montigny passou por diferentes usos, sendo que em  1946 chegou-se a pensar na sua demolição, segundo noticiou o “Correio da Manhã”: “O Ministro da Fazenda encaminhou ao da Viação, solicitando o seu pronunciamento, o processo em que a Prefeitura do Distrito Federal trata da demolição do antigo prédio da Alfândega no Rio, onde funcionam diversas repartições subordinadas àquela Secretaria do Estado”.
Em 1949 o Serviço de Subsistência da Marinha ocupou suas instalações.
Na década de 50, pouco antes do 2º Tribunal do Júri se instalar no prédio,  foi preciso o Banco do Brasil retirar os volumes (arquivos do Banco Ítalo-Germânico), sob sua guarda, que ocupavam o antigo prédio da Alfândega. Os volumes eram muitos e encerravam bens e valores dos chamados súditos do Eixo, sequestrados ao tempo da última grande guerra mundial e o Banco do Brasil era o depositário. O “Correio da Manhã” escrevia que “a guerra tinha acabado há nove anos. Não havia mais Eixo, e os ditos súditos, então considerados inimigos, já não o eram. Mas sobre os seus bens e valores incidia interminavelmente o confisco. Não se atava, nem se desatava. Para solucionar o caso compôs-se uma comissão. Foi ela, e o fatos o comprovam, um primor de inércia e burocracia. Por isso mesmo, absolutamente inútil.”
Em 1984 a atual vocação da Casa França-Brasil começou a ser traçada. O antropólogo Darcy Ribeiro, então Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, combinou recursos brasileiros e franceses no ano seguinte para restaurar a construção e resgatar as linhas arquitetônicas originais projetadas por Montigny. As etapas para a criação do centro cultural e o trabalho de restauração atravessaram a década de 1980.
Em 29 de março de 1990, foi inaugurada a Casa França-Brasil.
PS: como foi o Dieckmann que enviou a última foto imagino que já tenha identificado todos os automóveis...
 

segunda-feira, 21 de maio de 2018

ENGARRAFAMENTOS



 
Vemos nas fotos exemplos dos constantes engarrafamentos que acontecem no Rio.´
 
É certo que a topografia da cidade, espremida em boa parte entre o mar e a montanha, não ajuda, mas a falta de educação, de planejamento, de disciplina, em muito contribui para o caos no trânsito.
 
Em recente viagem ao exterior pude mais uma vez observar como funcionam bem as faixas de pedestres, com os carros dando passagem sempre que há pedestres para atravessar, bem como as rotatórias, feitas para evitar a implantação de sinais de trânsito.
 
Mas aqui no Rio o que vemos com frequência é obstrução dos cruzamentos, ultrapassagens pela direita, estacionamento em local proibido, fila-dupla, pisca-alerta ligado como se fosse lanterna acesa, uso indiscriminado de buzina, etc.
 

domingo, 20 de maio de 2018

URCA


Arrastões, assaltos, tiroteios na Urca foram destaques nos jornais de ontem. Apesar das instalações militares, de só ter uma saída, de ser um bairro pequeno, nada disto evita que um dos últimos locais tranquilos do Rio escape da violência generalizada.
 
Que o governador se omita, há muito tempo já sabemos disto. Que os responsáveis pela intervenção na Segurança não prestem conta à população do que estão fazendo é uma surpresa desagradável.
 
Esta violência que não exclui ninguém, insuportável, não terá solução?