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sexta-feira, 28 de março de 2025

BELVEDERE DO GRINFO

Recordamos hoje uma das paixões do nosso caro amigo Rouen, o "arqueólogo do Rio": o Belvedere do Grinfo, na Rio-Petrópolis.


FOTO 1: De autoria do Rouen que conta que no início dos anos 60 estava passeando com os pais e "paramos de tarde no Belvedere, situado na BR-040, no entroncamento atual da subida com a descida, para comprar amanteigados e tomar chocolate. Achei a construção do prédio do restaurante tão futurística e tipo disco voador, muito em moda na época, que resolvi fotografá-la com a máquina do meu pai. 

Hoje em dia este tipo de arquitetura é chamada de "Pé Palito", também presente no mobiliário e objetos feitos naquela época. Infelizmente o carro do meu pai não está na foto, era um Peugeot 203 conversível, porém podemos ver o tradicional Fusca, um Simca Chambord, um dos primeiros DKW Vemaguete e um Chevrolet Belair 1951. Podemos observar as pessoas apreciando a vista, que em primeiro plano apresenta a área de Xerém. 



FOTO 2: A Variant seria dos anos 70. O outro carro parece um Chevrolet, dos anos 40 ou 50. Ou seria um Dodge. Ou nenhum dos dois?


FOTO 3: A família alugou uma Kombi Táxi e foi passear. Ao lado um belo Aero Willys 1961.


FOTO 4: Acervo da família Leite. Foto de 1959, mostrando um passeio do famoso obstetra carioca Laercio S. Leite. Esta foto é "figurinha fácil" na Internet, habitualmente sem os créditos.


FOTO 5: Parada obrigatória para quem passasse pela Rio-Petrópolis, o Belvedere sempre recebia muita gente. vemos um DKW Fissore, um Volkswagen Sedan e mais ao fundo um Aero-Willys 2600 modelo 63 e uma VW Kombi.


FOTO 6: Vemos o famoso e premiadíssimo Puma de M. Rouen. As más línguas (e como as há) dizem que é cor de rosa...


FOTO 7: Monsieur Jason V:                                                        "Un hommage particulier à l´obsession de M. Rouen".



FOTO 8: Acervo do Jason. Para Obiscoitomolhado dar uma aula.

PS: Construído no fim dos anos 1950 e inaugurado na década seguinte, o Belvedere do Grinfo está há muito abandonado.

Há uma discussão sobre a autoria do projeto. Alguns dizem que é de Philuvio Cerqueira Rodrigues, mas não há certeza.

Contam que Oscar Niemeyer se inspirou nele para o projeto do MAC-Museu de Arte Contemporânea, em Niterói.

O Belvedere foi construído no fim dos anos 50 e inaugurado na década de 60.

quarta-feira, 26 de março de 2025

DEZ FIGURAS DE IPANEMA

 

FOTO 1: Esta fotografia da Praia de Ipanema na década de 70 mostra uma situação que, hoje em dia, raramente se vê ali. Embora comum na Praia de Copacabana, este tipo de prostituição desapareceu de Ipanema há alguns anos. Nos anos 60, após uma sessão de cinema no Miramar, no Leblon, voltávamos a pé para casa e, eventualmente, trocávamos umas palavras com as "moças". Eram simpáticas.


FOTO 2: Esta performance tipo "Lady Godiva" chamou a atenção. O ciclomotor seria marca Leonette, usando motor Jawa de 3 marchas. O carro fica a cargo de Obiscoitomolhado.


FOTO 3: Este cavaleiro passeia pelo canteiro central, entre as pistas. Eram outros tempos.


 
FOTO 4: Uma amazona, com um belo animal, nas dunas de Ipanema. 


FOTO 5: Foto de Vinicius de Moraes, na década de 1960, atravessando a Av. Vieira Souto, em Ipanema, perto do Colégio São Paulo. Estaria a caminho do bar Castelinho? 

Ao fundo, sobre a calçada, um DKW e um fusca, já posicionados para a "corrida de submarinos" que diariamente acontecia naquele local (era só escurecer, que muitos casais de namorados ali estacionavam seus carros e ficavam namorando toda a noite, "vendo" os submarinos passarem. Não havia assaltos e a "ética" dos eventuais passantes não lhes permitia olhar para dentro dos carros - até porque nada veriam pois, com o "exercício" ali dentro realizado, os vidros ficavam embaçados). 


FOTO 6: As antigas garotas de Ipanema já embelezavam a praia.


FOTO 7: O menino é o Zsolt, antigo comentarista do "Saudades do Rio". A fotoas foi tirada por seu pai, Ferenc Németh, com uma Leica de 35mm. A família é da Hungria e emigrou para o Brasil em 1949. Os Németh, após a quarentena na Ilha das Flores (hoje área restrita da Marinha), moraram no Castelinho até 1951. 

O Castelinho foi construído em 1904 pelo cônsul sueco Johan Edward Jansson, com os materiais mais nobres disponíveis para o acabamento da residência. Ficava na Avenida Vieira Souto, perto da Rua Joaquim Nabuco.

Consta que em 1919 a propriedade foi comprada por Tonico Machado que, em seguida, a revendeu à família Catão. O Castelinho foi demolido em 1965. Nesta foto da família na praia, de 1950, aparece, além o Zsolt, sua irmã Suzana.  Muitas outras fotos do interior do Castelinho já foram publicadas no "Saudades do Rio".


FOTO 8: Esta fotografia foi publicada n´O Globo e mostra o escritor Lúcio Cardoso no "Veloso", na Rua Montenegro. 

Ao lado do Zeppelin, do Jangadeiros, do Castelinho, do Lagoa, do Bofetada, do Barril, do Varanda e tantos outros, era ponto de parada obrigatória na volta da praia ou para o chopinho de fim de tarde, que se estendia até de madrugada. Infelizmente, a modernidade pegou carona na música "Garota de Ipanema" e o bar mudou de nome, atraiu um montão de gente de fora e a Ipanema dos anos dourados se perdeu. 

Nesta época da foto o "Veloso" tinha até uma "bombonière" e talvez o Arlindo já trabalhasse como garçon. Destaque na foto para a placa indicando "Rua Montenegro", tal como é conhecida até hoje pela Diretoria dos FRA - Fotologs do Rio Antigo. 

E o que era a Montenegro? A Montenegro era uma rua sem nenhum sinal de trânsito, onde o ônibus elétrico chegava pela Alberto de Campos, vindo da Farme de Amoedo e se dirigia para a Lagoa.

Era onde a Duda passava todo dia no trajeto entre a praia e a casa dela, ali no edifício Lombardia, na Epitácio Pessoa. E se você perguntar "que Duda?", é porque está mesmo por fora.

Era onde se comprava refrigerante e cerveja, no único bar perto da Lagoa, o "Mosca", que em 1970 passou a se chamar "Tricopa".

Era onde ficava a primeira loja, bem pequena, do Honório, quase na esquina da Nascimento Silva. Mais tarde ele se mudou para a loja perto da Barão da Torre, onde está lá até hoje vendendo artigos fotográficos.

A Montenegro era onde o Nelson abriu uma delicatessen bem na esquina da Barão, depois fez a sorveteria Alex para o filho dele, e mais tarde ainda vendeu sua primeira loja e ficou com uma menor, quase ao lado do Honorio.

A Montenegro era onde havia "A Futurista", loja de "lingerie", cujas vitrines chamavam a atenção na esquina com a Visconde de Pirajá desde 1939. Fechou há poucos anos dando lugar a uma farmácia.

A Montenegro era onde ficava o Pizzaiolo, que teve dois endereços ali, onde pela primeira vez se fez a calçada da fama de Ipanema. Era onde se comia no Braseiro, mais barato que a Carreta, mas que também fazia sucesso.

Na Montenegro era o Veloso, parada obrigatória pós-praia, e após muito jogo de volei na rede do Dr. Sertã - se você fosse amigo do Franklin sempre conseguiria vaga.

A Montenegro era onde aconteciam festas no famoso apartamento de cobertura do Dr. Romano, bem na esquina da praia, ou no elegante apartamento, no mesmo prédio, do Dr. Simões Lopes.

A Montenegro era a casa de minha tia-avó, irmã de James Darcy, uma das pessoas com mais bom-humor que conheci e onde sua empregada da vida toda, a Dulce, fazia os melhores bolos que jamais comi.

A Montenegro era repleta de casas e de pequenos prédios como o que morava a Ana Maria, a "moça de branco", filha do Luiz de Carvalho, quase em frente à Barão de Jaguaripe.

A Montenegro era a melhor estrada do Rio, ligando a Praia de Ipanema à Lagoa.

Virou Vinicius de Moraes em 1980.


FOTO 9: Erasmo Carlos, o "Tremendão", um dos grandes artistas brasileiros, às vezes subestimado, escolheu a esquina da Montenegro com a Vieira Souto para a foto de capa de seu LP.


FOTO 10: Em foto colorizada pelo Conde di Lido vemos o famoso e modesto fotógrafo ipanemense Luiz D´ no final dos anos 60, na Pedra do Arpoador, colhendo fotos com sua Leica. Com dons premonitórios, Luiz D´ já preparava o acervo que seria publicado décadas depois no blog "Saudades do Rio".


segunda-feira, 24 de março de 2025

TROPA DE CHOQUE

 

FOTO 1: Estacionado junto ao Teatro Municipal vemos um daqueles veículos que transportavam militares dos "batalhões de choque", chamados para dissolver tumultos.


FOTO 2: A Polícia Especial foi uma unidade da Polícia Civil do Distrito Federal criada na década de 1930, durante o regime ditatorial de Getúlio Vargas. 


FOTO 3: Tropa da Polícia Especial no Largo da Carioca, em 1946, em foto de Thomas Mcavoy.


FOTO 4: Durante os últimos anos da década de 1960 até caminhões do DER eram utilizados para tentar controlar o movimento estudantil das faculdades da Praia Vermelha.


FOTO 5: Foto icônica de Evandro Teixeira. Até a cavalaria era utilizada pela tropa de choque da PM. A foto é da saída de uma missa na Candelária. Há outras fotos do Evandro, uma das quais mostrando vários padres celebrantes se colocando entre os estudantes e a tropa da PM.


FOTO 6: As passeatas estudantis de 1968 mobilizavam centenas de policiais na tentativa de evitá-las. Os tumultos no centro do Rio eram quase diários.


FOTO 7: A tropa preparada para mais uma tarde em que a "jiripoca vai piar".


FOTO 8: Ameaça de invasão da Reitoria na Av. Pasteur. Naquele ano de 1968, em certa ocasião, o Reitor Pedro Calmon, quando negociava para evitar a invasão, proferiu a frase "A Polícia só entra na Universidade se fizer o vestibular.". Uma bravata, pois a PM invadiu, levou centenas de estudantes presos para o campo do Botafogo e, depois de "tacar o terror", liberou a maioria (qualquer dia publico fotos desta ocasião).


FOTO 9: A caminho da Faculdade Nacional de Medicina. Foram tempos muito complicados. Várias vezes o predio da FNM foi cercado. Fui testemunha ocular, pois ali estudava.




domingo, 23 de março de 2025

DO FUNDO DO BAÚ: MODA (2)

 ERA UMA VEZ A MODA (2), por Helio Ribeiro

Esta postagem é continuação daquela de ontem. Hoje vamos nos deter na moda feminina. Encontrei mais problemas ao fazer esta postagem, por desconhecimento do assunto e por dificuldade de achar fotos referentes a ele.


 

1)        VESTIDOS e SAIAS

Minissaia ==> lançada por Mary Quant, foi marcante na década de 1960 e um pouco chocante/revolucionária para a moral da época.


Tubinho


Trapézio


Tomara que caia


Crepe indiano


Vestidos e saias rodadas


 

2)        OUTRAS PEÇAS DE VESTUÁRIO

Pantalonas


Calça cocota ==> qual seria a etimologia da palavra cocota? Seria derivada de “coquete”? Ou de “cocotte”, que em francês significa “meretriz”, ou do grego “kokótta”, com idêntico significado?


Bolero


Anágua ==> caiu totalmente em desuso. As mulheres mais novas nem sabem o que é isso.


Bata


 

3)        ROUPAS DE PRAIA

Maiô clássico


Maiô com franja


Maiô engana-papai ==> ou seria engana-mamãe? A frente é um maiô comum mas a traseira é um biquíni.


Maiô duas peças


Biquini


Monoquini ==> criado pelo austríaco radicado nos EUA Rudi Gernreich em 1964. Foi condenado por muitos religiosos, proibido na Rússia e criticado pelo prefeito de San Francisco como “o pior da pornografia”. Roberto Carlos criou a música “Eu sou fã do monoquíni”. Não fez muito sucesso nas praias.


 

4)        CALÇADOS

Plataforma ==> existem até hoje.


Cavalo de aço ==> provavelmente derivado da novela homônima, que fez muito sucesso em 1973.


Sandália hippie de couro


Boneca ==> usado quase exclusivamente por meninas e adolescentes, principalmente como calçado escolar.



 5)        PENTEADOS

Foram tantos que só pude escolher alguns.






----- FIM  DA  POSTAGEM  -----