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sábado, 29 de maio de 2021

INSTITUTO OSWALDO CRUZ

A história da Fundação Oswaldo Cruz começou em 25 de maio de 1900, com a criação do Instituto Soroterápico Federal, na então bucólica Fazenda de Manguinhos, Zona Norte do Rio de Janeiro. Inaugurada originalmente para fabricar soros e vacinas contra a peste bubônica, após mais de 100 anos de grandes serviços prestados à Ciência, a Fundação Oswaldo Cruz muito vem contribuindo no combate à pandemia do Covid. 


O prédio em construção.  

Escadaria, jardim e a Baía de Guanabara, vistos do Castelo da Fiocruz Ao fundo, vê-se o cais por onde chegavam materiais para a construção e os funcionários.


Uma vista aérea do Instituto Oswaldo Cruz, em 1920. Podemos ver o núcleo arquitetônico da Fundação Oswaldo Cruz formado pelo Pavilhão Mourisco, o Quinino, a Cavalariça, o Pavilhão do Relógio (ou Pavilhão da Peste) e o Aquário (este já destruído). Segundo G. Sanglard, a arquitetura neomourisca singulariza o castelo não apenas em relação às demais construções do conjunto, mas como um dos mais destacados edifícios civis construídos para a Saúde no início do século XX no Rio de Janeiro.

O Pavilhão Mourisco, como é mais conhecido o prédio central da Fiocruz, começou a ser construído em 1905, pelo arquiteto português Luiz Moraes Júnior, com base em desenhos do próprio Oswaldo Cruz. O elevador do prédio central da Fundação Oswaldo Cruz é o mais antigo ainda em funcionamento no Rio de Janeiro. Foi instalado em 1909 pela Companhia Brasileira de Eletricidade Siemens-Schuckert Werke, a um custo total de 63.544 marcos. Com estrutura em ferro fabricada pela metalúrgica alemã Krupp, com cerca de 28,4m de altura de elevação, foi projetado para fazer quatro paradas.

Próximos ao Pavilhão Mourisco, erguem-se dois outros prédios em puro e sóbrio estilo inglês: o Pavilhão do Relógio, de 1904, e o da Cavalariça para Animais Inoculados, de 1904. O primeiro destaca-se pelo relógio de quatro faces, que ainda funciona. O segundo, pela beleza das janelas com sacadas e gradeamento art-nouveau.







 

sexta-feira, 28 de maio de 2021

PRAIA DA SAUDADE

A Praia da Saudade, antigo Porto de Martim Afonso de Souza, ficava onde hoje é o Iate Clube do Rio de Janeiro. Anteriormente já tinha sido chamada de Praia do Suzano e Praia de Santa Cecília. Em 1868 foi rebatizada como Praia da Saudade. A rua em frente, que se chamava Rua da Praia da Saudade, em 1922 recebeu o nome de Avenida Pasteur.

Na foto de Juan Gutierrez, de 1892, com vista para a Baía da Guanabara, é mostrada a Praia da Saudade e Praia Vermelha. Esta simpática Praia da Saudade veio a desaparecer alguns anos depois quando o Fluminense Yatching Club, que funcionava nas instalações do Fluminense, em Laranjeiras, foi transferido para a Praia da Saudade. Nesta nova sede, frequentemente ampliada, havia cabines de banhos de mar, antes do acesso a Copacabana ter sido facilitado. Funcionou também, durante muito tempo, um estande de tiros, neste espaço do clube. A Praia da Saudade foi definitivamente aterrada em 1934/1935, quando ali foi construída uma pista de pouso de aviões, que durou até o início da 2ª Guerra Mundial (face a acidentes, foi descontinuada). Um projeto de ampliação para o Fluminense Yatching Club foi feito por Niemeyer, mas o projeto não foi seguido à risca, sendo as ampliações feitas sem um plano específico. O clube passou a se chamar Iate Clube do Brasil e, por volta da década de 1960, Iate Clube do Rio de Janeiro, denominação que tem até hoje.


Esta foto de Malta mostrando a Praia da Saudade, tem como data o ano de 1908. Nesta época a Praia da Saudade ganhou um cais, as ruas foram pavimentadas e as obras da Escola de Guerra foram concluídas. O que pode causar uma certa estranheza quanto à data é que neste ano de 1908 aconteceu a Exposição do Centenário da Abertura dos Portos, cuja inauguração deu-se em 11 de agosto. Mas consta que, como sempre acontece por aqui, os pavilhões foram construídos às pressas. E assim como foram construídos, desapareceram logo. 



Esta foto da Praia da Saudade mostra o Instituto Nacional dos Cegos e Hospital dos Alienados.



Postal de A. Ribeiro. Coleção Klerman Wanderley Lopes. Praia da Saudade. Imagem do começo do século XX mostrando a Praia da Saudade, na Avenida Pasteur, que foi totalmente aterrada numa área de mais de 80 mil metros quadrados, para a construção do atual Iate Clube do Rio de Janeiro. Sucessivas "doações" de diversos Governos permitiram que esta área fosse privatizada. Nesta foto aparece a antiga mureta que existia mureta neste pedaço. 




Quem concedeu o terreno da Praia da Saudade para a construção do Iate Clube foi o Prefeito Alaor Prata. Da esquerda para a direita vemos três grandes prédios: o primeiro é o do CPRM, que seria inicialmente destinado à Faculdade de Medicina e que, depois de servir como um dos pavilhões da Expo de 1908, foi utilizado pelo Ministério da Agricultura. O segundo é o do Instituto dos Cegos, atual Instituto Benjamin Constant, construído em terreno doado por D. Pedro II. O terceiro é o do Hospício, que funcionou neste prédio até 1944, quando foi transferido para o Engenho de Dentro. O término das obras para transformação do Hospício na Reitoria da Universidade do Brasil deu-se em 1952. Conta o Professor Leme Lopes, ilustre psiquiatra, que em 1944 as condições do prédio eram péssimas e se não fosse Pedro Calmon, que defendia o valor histórico e artístico do prédio, os inimigos do hospício demoliriam o prédio. A fotografia mostra ainda toda a área do Morro do Pasmado, sem os arranha-céus que hoje quase o escondem.

quinta-feira, 27 de maio de 2021

AV. ATLÂNTICA COM RUA REPÚBLICA DO PERU

Nesta foto de Malta, de 1928, enviada pelo prezado JRO, vemos a Rua Nove de Fevereiro, aberta em 1917 em terrenos da Empresa de Construções Civis, pelo seu Diretor-Presidente, o Dr. Antônio de Paula Freitas. Recebeu este nome por conta da data do combate da Armação, em Niterói (09/02/1894)), na Revolta da Armada, contra o Governo de Floriano Peixoto.


Em 1938 a rua teve seu nome alterado para República do Peru, homenageando o país vizinho, que proclamou sua independência em 28/07/1821. Na foto podemos ver a quadra perto da Avenida Atlântica, com a Pedra do Inhangá até junto ao meio-fio, à direita. Ao fundo, a "Agulhinha de Copacabana", também conhecida como "Pedra do Cão", “Leão de Copacabana” ou "Pico do Inhangá
”.

Este é o palacete do Dr. Cícero Pena, construído em 1912, na esquina da então Rua 9 de Fevereiro (hoje Rua República do Peru) com a Av. Atlântica, que foi doado à Prefeitura para funcionar como escola pública. Em 1912 Copacabana já contava até com distrito de esgotos e elevatórias, além da rede que era construída quando as ruas eram abertas. Copacabana já tinha água encanada desde a virada do séc. XX. A água vinha do sistema de reservatórios de Botafogo e Flamengo e na época já se reclamava que com o crescimento do bairro que o fornecimento ficava irregular nos dias mais quentes da "estação calmosa".  

 

Posteriormente o prédio original foi reformado e permanece assim até hoje, tendo sido a atual construção tombada, pois o Prefeito queria vender o terreno, em recente polêmica. A questão da falta d´água se agravou muito no período do "boom" imobiliário de Copacabana nos anos 50 e 60, o que levou os moradores a terem caixas d´água dentro de casa, além de instalarem bombas para sucção da pouca água disponível. Alguns chegavam a coletar a água da chuva para diminuir a escassez.

Esta foto, do acervo do prezado Jason, mostra a esquina da República do Peru com Av. Atlântica provavelmente nos anos 70. A Escola Cícero Pena está na esquina onde está o fotógrafo. Na esquina onde há o anúncio da Alitalia funciona um “Manoel&Joaquim”.

 

quarta-feira, 26 de maio de 2021

LEME

Vemos o trecho da Praia do Leme antes de ali ser construído o "Caminho dos Pescadores", de onde se tem um belo panorama de toda a Praia de Copacabana.



O Leme junto ao Forte. Depois da estação de bondes/bar da Brahma neste local funcionou de 1945 até a década de 1970 a Sociedade Pestalozzi.

Sempre foi um risco o mar batendo nestas pedras do Leme. Um caso famoso, embora não único, foi o do marido da bailarina Ana Botafogo, Graham Bart, que morreu após ser colhido por uma onda.

Na década de 1970, no lugar da Sociedade Pestalozzi foi construído o Edifício Regina Feigl Regine Feigl, na Av. Atlântica nº 270, que vemos em foto de meu amigo Manolo, logo após sua inauguração. Acho que o arquiteto foi Bertoldo Pogrebinschi.  A construção tem 3 andares de garagem e era um dos mais altos de Copacabana à época.  

 

terça-feira, 25 de maio de 2021

CARROS

AcervoRouen. Um Peugeot 404, um Opel, outro Peugeot 404 e um da mesma marca, porém modelo 403.

No fundo misturam-se europeus e americanos : do lado esquerdo um Karmann Ghia parece que conversível e um Chevrolet Impala 1961; na esquerda um belo Ford Victoria 1956.

Vemos ao fundo os dois galpões da Marinha e o Mosteiro de São Bento.

Acervo Rouen. Cais do Porto em 1962. Os carros importados sem documentação OK eram apreendidos logo na chegada ao cais do porto e ficavam aguardando ao relento, às vezes até anos para liberação ou leilão.

Podemos ver ao fundo os antigos guindasdes ingleses que durante anos se fizeram presentes neste local. Vemos em primeiro plano vários Chevrolet Belair 1956.

O estacionamento defronte à Casa França-Brasil. Um show de veículos.


 A Praia de Ipanema num dia concorrido poucos anos antes do "império dos fuscas".


Um grande engarrafamento defronte da loja "O Príncipe", que veste hoje o homem de amanhã, em 1961.  


segunda-feira, 24 de maio de 2021

CHAPELARIA "A RADIANTE"



Em meados do século XX o comércio elegante do Rio de Janeiro localizava-se no Centro da Cidade. Entre as lojas mais conhecidas estava a chapelaria A RADIANTE, na Rua Sete de Setembro. Durante muito tempo o chapeleiro-chefe foi o Sr. Tavares, que fabricava os chapéus no jirau da loja.

Conta P. Vasconcellos que a chapelaria foi inaugurada em 1929 (as fotos são de uma época mais recente, vide as lâmpadas fluorescentes) pelo comerciante português Eugênio M. Pires, desenhada e executada pela firma do italiano Salvador Storino. Para decoração, o piso de ladrilhos hidráulicos foi trazido de Portugal e os cristais e espelhos vieram da Bélgica, assim como as folhas-de-flandres que foram moldadas para o teto.

As paredes foram tratadas com relevos irregulares até a altura das vitrines e, a partir daí, tornavam-se lisas. O colorido dos ladrilhos e o verde brilhante das paredes refletiam-se nos espelhos e nas vitrines onde chapéus e outros enfeites exibiam a última moda. Era "a única chapelaria tradicional e artesanal do Rio de Janeiro que sempre seguiu o hábito de buscar inspiração nas revistas francesas".

O letreiro e a caixa registradora originais da inauguração da loja destacavam-se na decoração. No jirau, os chapéus foram fabricados, por mais de sessenta anos, utilizando-se os modeladores e as ferramentas da época de criação da chapelaria.

A Radiante” sobreviveu até 1999. Depois disso o espaço foi aproveitado pela Casa Cavé. O prédio da Cavé, original, é o da esquina da Rua Uruguaiana. Quando a Radiante (no nº 137 da Sete de Setembro) fechou a Cavé se transferiu para lá e ficou aguardando o processo de tombamento do seu prédio original para iniciar a restauração, e modernizou a loja no lugar que anteriormente era “A Radiante”, preservando o letreiro original, as vitrines da entrada, alguns painéis de ladrilhos nas paredes e mais pouquíssima coisa, contrastando com os letreiros de preços, balcões/vitrines e mesinhas de granito modernoso. Ou seja, tentou preservar o próprio prédio, mas descaracterizou o outro, em prol do "bom atendimento".

Contam que Carmem Miranda chegou a trabalhar de balconista n´A Radiante. E que era a loja preferida por Tom Jobim para comprar os chapéus.

domingo, 23 de maio de 2021

FLAMENGO

Ontem o Flamengo conquistou mais um tricampeonato. Hoje veremos milhares de torcedores rubro-negros vestindo suas camisas e comemorando o feito.

Não sei explicar exatamente o que é ser apaixonado por um clube de futebol. É puramente emocional. Se adoro o Flamengo, independente de seus dirigentes ou jogadores, as escolas de samba nada me dizem.


Muito já se escreveu sobre o que leva à esta paixão. Da emoção de estar numa arquibancada cheia, lado a lado com desconhecidos, e ter uma sensação de pertencimento que se renova a cada jogo. Os que gostam de futebol entenderão isto. Os que não, que não são melhores ou piores, jamais poderão entender.

O Flamengo tem a maior torcida do Rio e, se por uma lado desperta admiração, por outro lado tem uma grande rejeição, a ponto de alguns dos torcedores adversários confessarem que torcem mais para que o Flamengo seja derrotado do que para o seu próprio clube vencer.



 Levar o filho ao estádio para torcer juntos é uma das maiores alegrias de um pai. É assim e sempre será, penso, ao menos enquanto existirem estádios, times, pais, filhos. Esta frase foi escrita outro dia pelo Leo Aversa. 

É a mais pura verdade. Se tenho saudades imensas das vezes que meu pai me levou a um jogo, tive a enorme alegria de ser abraçado por meu filho numa final do Campeonato Brasileiro: "Pai, obrigado por me ter feito Flamengo!

E uma alegria maior ainda quando meu neto entrou em campo com o time do Jorge Jesus e depois assistiu ao jogo entre meu filho e eu.