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sábado, 9 de dezembro de 2017

FACULDADE NACIONAL DE MEDICINA (III)







A primeira foto é uma vista da Faculdade ainda nos primeiros tempos, com apenas dois andares.

A segunda foto mostra uma flâmula da Associação Atlética da Faculdade Nacional de Medicina. Até a década de 60 estava na moda ter flâmulas dos mais diversos tipos. Os jovens as pregavam nas paredes de seus quartos.

A seguir temos uma flâmula da Comissão de Trote. A Nacional de Medicina tinha um dos trotes mais pesados. Os calouros eram vítimas de balões cheios de água, tinham as cabeças raspadas (escapavam os casados e as moças), eram levados para a Praia Vermelha para o “bife à milanesa” (molhados tinham que rolar na areia), tinham os sapatos retirados e misturados com os de centenas de outros calouros, eram pintados, obrigados a desfilar sem camisa unidos por uma corda através das presilhas das calças e por aí vai. Só eram “libertados” após o dia 13 de Maio. Às vezes recebiam uma “Declaração de Veteranos”:

“AOS ÍNFIMOS CRANIOTABELÉTICOS CALOUROS”: Nós conclástones veteranos, da onissapientíssima e literata turma da veneranda Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, declaramos:

1)      A partir de seu ingresso nesta casa, o calouro será submetido a severa tricotomia e periódicos exames bamboleiéticos, sem distinção de raça e cores (pele, política e religião), segundo o ártico 2º§ 3º - Hipiatria Muar).

2)      Submeter-se-ão ao trote na Hebdômane Muur, no qual os custilogospóricos e máximos veteranos, com seus poderes balsamino-adstringosporéticos os despojarão de seu periquécio coprolítico, vícios psicoputrefalalgicos e oligofrenia bulufática.

3)      Com este tratamento estarão detoxicados de substâncias oncofogênicas dos miolos e eternamente agradecidos aos satrapáticos macróbios.

4)      Serão libertados do jugo e incorporados à “plêiade dos excelsos” no dia 13 de Maio.

“Os Máximos Veteranos Broncáticos”.

Vemos ainda uma mania dos anos 60, aquele plástico descolado com água e preso aos fichários pretos que todo estudante portava.

Por fim, a carteirinha de identificação do aluno e a famosa boina da FNM.

Continua amanhã.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

FACULDADE NACIONAL DE MEDICINA (II)





 
A primeira foto, colorizada pelo ex-aluno Eduardo Bertoni, mostra a entrada da Faculdade, ornamentada para a inauguração, em 12/10/1918. Sempre se utilizou esta entrada, que dava para a rua sem saída entre a Av. Pasteur e o sopé do morro. Esta entrada era voltada para o terreno onde seria construído o Hospital, que nunca saiu do papel. A entrada principal, voltada para a Avenida Pasteur, só era utilizada em raras ocasiões solenes.
Durante minha época de Faculdade, neste terreno em que não foi construído o Hospital, havia o restaurante e a quadra de esportes. Depois foi ali construída a Escola de Guerra Naval. Todos nós, entre eles o amigo Eduardo Bertoni, que frequentamos esta Faculdade, ao vermos a foto sentimos muita saudade. A portaria, que durante décadas foi comandada pelo Magalhães, compreendia esta escada e um amplo saguão que levava até ao pátio interno. Nos intervalos das aulas era por aí que ficávamos.
O prédio, inicialmente com dois pavimentos (depois foi construído mais um), tinha 100 metros de frente e 80 de fundos. Conta o Prof. Doyle: "A face do prédio que dava para esta pequena rua possuía 16 janelas altas, com venezianas de ferro. No meio da fachada estava a entrada, elevada em relação ao nível da rua e a ela chegava-se por uma escada com dez degraus de granito, ladeados por um corrimão, também de granito. O pé direito do primeiro andar era de seis metros. Ultrapassado o portal entrava-se no amplo saguão, onde havia a estátua de Asclépius, deus da Medicina na mitologia grega ou Esculápio na mitologia romana". O prédio, também lamentavelmente, foi demolido em 1973, com a transferência da Faculdade de Medicina para a Cidade Universitária do Fundão. Restou um espaço que está vazio até hoje!
As comemorações pela inauguração da Faculdade foram logo perturbadas pela chegada ao Rio da chamada "gripe espanhola", uma das mais destrutivas da história. No Brasil provocou 300 mil óbitos, 18 mil na cidade do Rio. O ápice da epidemia ocorreu na semana seguinte à inauguração. Um fato curioso derivado da epidemia foi a "aprovação por decreto". Fernando Magalhães comentou: "Este episódio foi degradante e dolorosamente significativo. Passara a epidemia mortífera mais rápida e, em menos de um mês, devastara e desaparecera. Matou aos milhares, mas a sua maior hecatombe foi este decreto nefasto. Concedeu-se exame para tudo. Em preparatórios, analfabetos foram aprovados em latim; na instrução superior surgiram velhos egressos, desiludidos do título, e que voltaram encanecidos aos mesmos lugares que haviam abandonado quando novos e incapazes." Leitão da Cunha submeteu à Congregação o seguinte voto, aprovado por unanimidade: "A Congregação lamenta que o Congresso Nacional tenha aprovado o projeto chamado dos estudantes e cujas consequências importam na completa desmoralização do ensino.”
Na segunda foto vemos a faculdade com seu aspecto à época da inauguração, com dois andares apenas. O edifício, segundo Ferreira Rosa, dotado de excelentes salas de aula e provido de laboratórios magníficos, tem dois pavimentos sobre uma área de 80 metros de frente por 100 de fundos. No primeiro andar o arquiteto empregou a Ordem Toscana; a Ordem Coríntia no segundo. Uma balaustrada arremata a fachada e, em vez do telhado, tem terraços transitáveis. Há um pátio interno octogonal, ajardinado, de lindo aspecto, com 1310 metros quadrados de superfície.
Na terceira foto vemos o pátio interno que, como conta o Prof. Doyle Maia, "tinha árvores que davam sombra aos bancos de pedra propícios para um namoro, conversa fiada ou uma esticada para um cochilo enquanto esperava-se o começo das aulas. Quem ficava até mais tarde na Faculdade e passava pelo pátio no início da noite não pode ter se esquecido do canto de centenas de pardais que no fim do dia procuravam abrigo nas árvores nele existentes, entre as quais existia um loureiro, trazido de Epidaurus, por Aloysio de Castro. O espaço do pátio era octogonal, cercado em todos os lados pelo edifício da Faculdade.
Na quarta foto vemos que em dois lados opostos do pátio havia uma larga escada de granito que levava ao segundo andar. A escada era em dois lances, o primeiro, largo, dividia-se em dois mais estreitos e divergentes. Uma das escadas ficava sobre o local onde estava o bar. A outra, na face oposto do edifício. Na década de 40 foram iniciadas obras de ampliação através da construção de novo andar, que desfigurou o prédio, com salas inadequadas, de pé direito muito baixo, ao contrário do existente na construção inicial. Para os que tivemos o privilégio de frequentar a Faculdade Nacional de Medicina, a visão deste pátio nos traz à memória momentos inesquecíveis e muita saudade dos colegas e amigos.
A quinta foto é uma maquete do foi o prédio da FNM.
Continua amanhã.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

FACULDADE NACIONAL DE MEDICINA (I)





 
A primeira foto mostra o belo prédio da Faculdade Nacional de Medicina, na Praia Vermelha. Nesta quinzena, quando minha turma comemora 45 anos de formatura, farei uma série sobre este prédio e nosso tempo na Faculdade. Para isto tomarei por base os escritos de meu professor de Histologia, Dr. George Doyle Maia, autor de dois excelentes livros sobre a Faculdade, as fotos dos acervos do Professor Bruno Lobo e de vários acervos sobre o Rio de Janeiro, além de fotogramas sobre a demolição do prédio obtidas do video de Anderson Abreu. De resto, história e memória sobre aqueles tempos.
De 1919 a 1972, 53 turmas passaram pela FNM da Praia Vermelha, sendo a minha a última delas. A partir daí a Faculdade passou a funcionar na Ilha do Fundão.
Com Wenceslau Braz como presidente da República, em 04/05/1916 foi lavrado o contrato de construção do edifício da Faculdade pelo arquiteto Jannuzzi. O projeto aprovado previa a construção de três edifícios, incluindo um hospital, mas só um foi erguido.
A segunda foto mostra o terreno onde seria construída a Faculdade.
Na terceira foto vemos o início da construção, próxima ao mar. Inexistiam os aterros que permitiriam a criação do bairro da Urca.
A quarta foto mostra a solenidade do lançamento da pedra fundamental.
Na quinta foto a Faculdade começa a tomar forma, já esboçado o espaço octogonal do futuro pátio interno.
Continua amanhã.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

CASTELINHO







 
Hoje revisitamos o Castelinho, em Ipanema, com três fotos do Pedro Tinoco e as outras do Zsolt Németh (as fotografias do Zsolt foram tiradas pelo pai, Ferenc Németh, com uma Leica de 35mm). A família do Zsolt é da Hungria e emigrou para o Brasil em 1949. Os Németh, após a quarentena na Ilha das Flores (hoje área restrita da Marinha), moraram no Castelinho até 1951.
O Castelinho foi construído em 1904 pelo cônsul sueco Johan Edward Jansson, com os materiais mais nobres disponíveis para o acabamento da residência. Ficava na Avenida Vieira Souto, perto da Rua Joaquim Nabuco.
Consta que em 1919 a propriedade foi comprada por Tonico Machado que, em seguida, a revendeu à família Catão. O Castelinho foi demolido em 1965.
A casa tinha três andares, poço de água, horta e galinheiro! O "Jornal do Brasil" de 26/01/1909 noticiou: "O Sr. J.E. Janssson, cônsul geral da Suécia, ofereceu anteontem, em seu elegante palacete em Ipanema, uma festa verdadeiramente encantadora, em honra à oficialidade do cruzador "Fylgia", ora em visita ao Rio de Janeiro. Às nove e meia da noite teve início a festa por concerto em que se fizeram ouvir distintas amadoras. Pouco depois seguiram-se as danças, ao som da orquestra de marinheiros nacionais e da fanfarra do "Fylgia". À 1 hora da madrugada foi servida lauta e profusa ceia, no terraço do palacete, que apresentava belíssimo aspecto. O belo palacete achava-se esplendidamente ornamentado e iluminado"

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

AVIÕES




 
O tema hoje são aviões. A primeira foto é no Santos Dumont e pouco sei sobre este avião. Quem sabe os especialistas podem ajudar. As outras são no Aeródromo de Manguinhos, inaugurado em 1936, e que ficava ao lado da Avenida Brasil, em frente ao Instituto Oswaldo Cruz.
Hoje a área do Aeroporto de Manguinhos é ocupada pela Vila do João, que faz parte do Complexo da Maré. Criado com o apoio do governo de Getúlio Vargas, incentivador da aviação brasileira, o Aeródromo de Manguinhos, oficialmente Aero Club do Brasil, formou as primeiras gerações de pilotos do país. Criado em 1911, o aeroclube teve como primeiro presidente de honra e sócio-fundador o aviador Alberto Santos Dumont. Na década de 1960, o aeroclube se transferiu para o Aeroporto de Jacarepaguá, na Barra da Tijuca.
Na edição de 29 de março de 1934, o jornal O GLOBO publicou reportagem com o título “Azas! Para o novo campo Aero Club do Brasil”. Anunciava que decreto do presidente Vargas destina recursos para as obras de construção do aeroporto nos “terrenos da baixada de Manguinhos”.
Nas comemorações da Semana da Asa em 1935, o jornal noticiava o “desfile aéreo sob o céu de Manguinhos”, com a participação de aviadores do Exército e da Marinha. Em setembro de 1936, uma sexta-feira, publicou outra reportagem com o título “Manhã de aviação em Manguinhos”. Informava que no domingo seguinte, no Campo de Manguinhos, seria apresentada a Escola Brasileira de Aviação Civil e realizada a prova de “brevet” da sua primeira turma de pilotos.
Durante mais de quatro décadas, o campo de pouso de Manguinhos foi usado como aeroporto. Em dezembro de 1959, nas proximidades do aeroporto, um avião da Vasp se chocou com uma aeronave de treinamento da FAB e deixou mais de 40 mortos. Os destroços dos aviões caíram sobre seis casas no bairro de Ramos, matando também moradores. A tragédia, a maior da aviação brasileira na época, criou dúvidas sobre os riscos do tráfego aéreo em Manguinhos interferir em vôos dos aeroportos do Galeão e Santos Dumont.
Após o fechamento do Aeroporto de Manguinhos no início dos anos 70, seus hangares e torre de controle foram demolidos. Em 1982, na área do antigo aeroporto, o governo federal construiu 1.500 casas para pessoas que moravam em palafitas da favela da Maré. O novo bairro, batizado de Vila do João — em homenagem ao então presidente da República, o general João Figueiredo (1979-1985) —, fica próximo à Ilha do Pinheiro, ligada ao continente através de aterros.
 Vemos fotos de aviões Bücker Jungmann que foram entregues em 1939 no Aeródromo de Manguinhos, em solenidade com a presença do Presidente Getulio Vargas. Estes aviões foram adquiridos de acordo com o decreto-lei nº 678, para auxílio da aviação civil do Brasil. Ao Aero Club do Brasil foram entregues 3 destes aviões: PP-AED, PP-AEE e PP-AEF.
Na foto das moças aviadoras no aeródromo de Manguinhos estaria a Sra. Leda Baptista, casada com o tenente Oscar Batista? Ela foi uma das que conquistaram "brevet" de piloto aviador em 1939, segundo o Correio da Manhã.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

ONDE É?



 
Hoje o "Onde é?" está um pouco mais difícil, já que os comentaristas do "Saudades do Rio" têm identificado com facilidade as fotos propostas.
 
A terceira foto me parece que já foi publicada.

domingo, 3 de dezembro de 2017

PRAIA DE BOTAFOGO


 
Estas duas fotografias da Praia de Botafogo mostram o habitual desrespeito dos cariocas pelas leis.
 
A primeira por atravessar as pistas da Praia de Botafogo fora dos locais indicados e a segunda por ignorar solenemente o aviso de "praia interditada".