Total de visualizações de página

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

LAGOA




Dois esportes eram muito comuns na Lagoa nos anos 50 e início dos anos 60: motonáutica e esqui aquático. Ambos perturbavam os moradores de uma então silenciosa Lagoa, pois os motores das lanchas faziam um barulho ensurdecedor. Hoje em dia raramente são vistas lanchas e apreciadores destes esportes por ali.
Nesta primeira fotografia vemos uma prova de motonáutica. À direita vemos a embarcação de Paulo Hugo e, à esquerda, a de Heitor Costa, participando de uma competição. O desaparecimento dali destas provas talvez tenha sido por pressão dos órgãos de Meio Ambiente, já que o barulho dos motores perturbaria a fauna local, embora ainda reste parte de uma estrutura para manobras de esqui aquático nas imediações da Rua Aníbal de Mendonça.
O “1º Circuito da Lagoa”, de motonáutica, realizou-se em 03 de julho de 1955, em frente ao Sacopã. Participaram Paulo Hugo, Píndaro Borba, Moacyr, Homero, Dr. Roy Claxton, Mauro Forjaz, Heitor Costa, Pinheiro Pires, Domingos Lopes, Anuar Góis, entre outros.  Havia provas para hidroplanos de diversas classes e barcos de motor central. Em dezembro do mesmo ano aconteceu a Prova Motonáutica “Pres. Juscelino Kubitscheck”, na Lagoa, com transmissão pela “Emissora Continental”, sob o comando de Waldyr Amaral (de cuja equipe faziam parte, na época, Doalcei Camargo, Jorge de Souza, Avelino Dias, Teixeira Haizer, Geraldo Borges, Geraldo Castro, Moysés Simas, Celso Garcia, Benjamim Wright, Zaldre Campos).
A segunda foto, de Jader Neves, de 1956, mostra uma demonstração de esqui aquático comandada por Mauro Forjaz. Participaram da demonstração, Moema, Leticia Bretas, Suely, Eneida e Marilia Forjaz. Ao fundo o Clube Monte Líbano.
A terceira foto também é de esqui aquático. Os clubes Piraquê, Caiçaras e Iate Clube tinham departamentos de esqui aquático na época das fotos. A quarta foto é de participantes da exibição de esqui aquático.
Quanto à Lagoa, a partir de um trabalho realizado por Mario Moscatelli, o de recuperação do manguezal nas margens da Lagoa, houve um significativo aumento do número de aves, com o aparecimento de biguás, garças, socós, frangos d´água, entre outras. A recuperação prometida pelo Eike deu no que deu, como todos sabem.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

CHUVA





 
E afinal houve um temporal em 2019. Ventos de mais de 100 km por hora e muita chuva transformaram a Zona Sul e a Zona Oeste em um caos, como já se viu várias vezes através dos tempos.
 
É claro que há uma parcela de culpa da Prefeitura, pois a cidade está abandonada, mas, desta vez, foi um daqueles episódios que podem acontecer em qualquer lugar.
 
Por aqui, mesmo com janelas trancadas e muitas toalhas, muita água se infiltrou para dentro de casa não se sabe por onde.
 
Partes da ciclovia Tim Maia se foram. Árvores caídas, bolsões de água, ruas interrompidas. O dia promete ser muito complicado. 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

COUNTRY CLUB



 
A primeira foto é uma vista aérea do local onde se encontra o Country Club, em Ipanema, já com diversas quadras de tênis, na primeira metade do séc. XX. Foto de Holland. As demais são dos anos 50, da revista Manchete.
Em 1916, um grupo de ingleses e americanos, a maior parte deles funcionários da Light e da Botanical Gardens, fundaram na Rua Prudente de Morais nº 1597, o “The Rio de Janeiro Country Club”. O embrião do Country foi o extinto “Copacabana Tennis Club”
O terreno do Country Club é limitado pela Av. Vieira Souto (engenheiro famoso) e pelas ruas Prudente de Morais (presidente após Floriano Peixoto) e Henrique Dumont (pai de Santos Dumont). O quarto lado do clube é em direção à Rua Anibal de Mendonça (herói do tenentismo), mas não a alcança.
O Country, com sua maioria inicial de estrangeiros, foi decisivo para a colonização de Ipanema. O trecho da praia em frente ao clube era tido como impróprio para o banho de mar e os filhos dos associados iam de carro até o Arpoador, fazendo com que, até 1930, o inglês fosse a língua dominante ali. Por causa do Country, a Light levou a linha do bonde até o Bar 20 (pertinho do Jardim de Alá), em 1922.
O tênis é o esporte mais praticado ali. A par de ser um clube de elite, com um número limitado de associados, quando a fúria imobiliária passou sobre Ipanema nos anos 70, seus 12 mil metros quadrados de área verde na quadra da praia continuaram incólumes.
A ascensão do Country se deu com a decadência da Light e os seus membros vinculados à Empresa foram sendo substituídos por membros do então conhecido como “high society”. Mais tarde foi sendo invadido pelos novos ricos e, aparentemente, hoje sua representatividade social é muito menor do que foi no passado.
Para se ingressar no Country o pretendente se submete ao antipático sistema da “bola preta”. Usam-se bolas vermelhas (favoráveis ao ingresso do novo sócio), bolas brancas (neutras) e bolas pretas (vetando o ingresso). Bastam três bolas pretas de membros do Conselho Deliberativo (acho que são 30) para recusarem quem quer que seja, importante ou não.
Contam que atualmente é um clube “chato” e envelhecido.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

CARROS






 
As fotos de hoje, para satisfação dos apreciadores, estão relacionadas com automóveis.
Iniciamos com três fotos do acervo do prezado Pgomes, onde carros do avô dele, Luiz, são mostrados: salvo engano, são um Packard, um Ford 1934 Fordor (embora este modelo usualmente não tivesse estepe no para-lama) e um Citroen 11 Legere.
As três últimas fotos são do acervo da Julia Cunha. Ela é uma antiga comentarista do "Saudades do Rio" e era, na ocasião, guia de turismo. As fotos mostram a inauguração da Officina General Polidoro, que seria uma concessionária Ford, da qual o avô dela era sócio e, curiosamente, em uma das fotos aparece o avô do Pgomes.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

LAPA




 
Nesta foto, dos anos 30, vemos a Praça dos Governadores, atual Praça João Pessoa, na confluência da então Rua Gomes Freire (viraria avenida em 1940) com a Avenida Mem de Sá. Bem ao fundo temos parte dos Arcos da Lapa.
Podemos observar o ritmo vagaroso da cidade naquela época, com o bonde de registro "361", da linha "Barcas", com todos os passageiros de paletó, dirigindo-se para a Praça XV. Na lateral do bonde um anúncio da peça teatral “O Boccacio”, de Franz Supée, no Teatro República, com a “vedeta” Clara Weiss como protagonista.
Mais atrás, o bonde de registro "385", da linha "Praça da Bandeira", com o motorneiro coçando o queixo, avaliando se ocorreria uma colisão.
À esquerda, mulheres em seus vestidos compridos observam a vitrine de uma loja de roupas. Mais uma vez vemos o hábito de utilizar "sombrinhas" para proteção contra o sol. Observar também o belo poste de luz na esquina.
Alguns desse sobrados devem existir até hoje, alguns recuperados, outros ainda em péssimo estado.
A região da Lapa, Mem de Sá, Gomes Freire e adjacências poderia ser um bairro interessante, que juntasse boemia, artes, velhos casarões, etc, mas após uma tentativa de melhora nos últimos anos parece que voltou a ser uma região problemática.
Conta Berger que, apesar das obras de demolição do Morro do Senado terem sido iniciadas em fins de 1900, foi na administração de Pereira Passos que o seu arrasamento se completou. Foi então que Passos construiu uma importante via diagonal que ligava a Lapa à Tijuca e São Cristóvão, à qual deu o nome de Av. Mem de Sá.

domingo, 3 de fevereiro de 2019

DOMINGO DE PRAIA


 
Antigamente, com o calor que está fazendo, domingo era dia de ir para a praia ali perto do Castelinho e do Arpoador.
Alguns iam com barracas, esteiras, toalhas, boia de câmara de pneu. Outros iam calçados com uma sandália japonesa (hoje seria uma havaiana), um "short" samba-canção comprado na Casa José Silva, uma camisa antiga de manga curta e de abotoar (porque ninguém ia à praia sem camisa) e óculos ray-ban.
Um pouco de Pasta de Lassar no nariz, pé-de-pato da Balnéa para pegar jacaré de peito, raquetes de frescobol compradas na Superball.
Comprar um Chica-Bon ou uma casquinha do vendedor que vinha com aquela matraca. Perguntar as horas para os poucos que levavam relógio, evitar pisar no óleo que os navios derramavam, pular as línguas negras, observar que bandeira esta hasteada nos Postos de Salvamento, de vez em quando ajudar puxando a rede do arrastão.
Já hoje em dia é uma aventura perigosa.