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sábado, 6 de maio de 2017

DO FUNDO DO BAÚ - TERESÓPOLIS




Hoje é sábado, dia da série "DO FUNDO DO BAÚ". E de lá saem estas fotos da década de 70 de Teresópolis.
 
De vez em quando temos algumas agradáveis surpresas proporcionadas pela Internet. Recebi e-mail do Luiz Flavio, que disse acompanhar o "Saudades do Rio" há tempos, desde Porto Alegre. Por conta do "Fundo do Baú" da semana passada, enviou algumas outras fotos também de Teresópolis com o seguinte texto:
 
"Vendo sua postagem de sábado, 29/4, a respeito de Teresópolis, me lembrei das fotos que minha família fez em passeio àquela cidade serrana. Estou lhe enviando as melhores. Deixo a seu critério postagem ou não.
 
Somos a família Pereira Lopes, do Rio Grande do Sul. Numa das fotos em frente ao Fusca está minha mãe Glacy, o irmão mais velho, José Márcio, infelizmente falecido em 2010 por dengue não diagnosticada a tempo. Tem ainda a mais nova, Rosane. Noutra foto com o Fusca, estão todos menos a Clarissa, que não aparece nestas fotos. Lá atrás sou eu, Luiz Flávio, a irmã Rosane, a mãe Glacy, o pai Regis e o primogênito José Márcio. E, no passeio a cavalo, estão o José Márcio, mais dois amigos da família Massa que nos acompanhou naquele dia.
 
Por enquanto é isto.
 
Um grande abraço.
 
Luiz Flávio, de Porto Alegre."

sexta-feira, 5 de maio de 2017

CASA DE SAUDE DR. PEDRO ERNESTO


Esta fotografia, do Acervo do Museu da Imagem e do Som, de autoria de Malta, mostra a nova Casa de Saúde Dr. Pedro Ernesto, que tinha como endereço a Rua Henrique Valadares nº 101-107. Ali operavam médicos famosos na primeira metade do século passado, como o próprio Dr. Pedro Ernesto, Dr. Arnaldo de Moraes e o Dr. Augusto Paulino (pai de outros notáveis cirurgiões, que tive o prazer de conhecer já na segunda metade do século XX, os doutores Fernando Paulino e Augusto Paulino Filho).

Anteriormente esta Casa de Saúde funcionou na Rua do Riachuelo nº 161.

Em 17/05/1923 o “Jornal do Brasil” já dava conta da inauguração na nova Casa de Saúde Dr. Pedro Ernesto, na esplanada do antigo morro do Senado, à Rua Henrique Valadares nº 101-107, de um moderno pavilhão, chamado de Secção Agrolongo, em homenagem ao grande benfeitor, Conde de Agrolongo.

Na década de 40 foi diretor desta Casa de Saúde o Dr. Armando Amaral que foi colega de turma de meu pai. Coincidentemente, o filho dele foi meu colega de turma – mundo pequeno! Nesta época ali clinicava o famoso ortopedista Dr. Mario Marques Tourinho.

Mais adiante, entre 1938 e 1939, a Sociedade de Beneficência do Servidor Municipal adquiriu o edifício da antiga Casa de Saúde Dr. Pedro Ernesto, na Rua Henrique Valadares, para prestar assistência médica aos servidores municipais. Em meados da década de 50 o “Jornal do Brasil” noticiava o envio de um memorando ao Prefeito Alim Pedro solicitando que o atendimento dos servidores municipais passasse a ser realizado no moderno Hospital Pedro Ernesto, em Vila Isabel, na Av. 28 de Setembro. Na Casa de Saúde seria instalada a Maternidade para atendimento dos servidores.  

No local da foto existiu, anos depois, o Hospital Central do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, em instalações construídas na década de 60.

A assistência da Prefeitura, em 1932, na época em que o Rio de Janeiro era Distrito Federal, transformou-se em Sociedade Beneficiente do Servidor Municipal, como se fosse uma policlínica, e a contribuição que a mantinha era voluntária até 1944. Decreto do Prefeito Henrique Dodsworth encampou a Sociedade, transformando-a no Departamento de Assistência ao Servidor da Prefeitura, dando-lhe o nome de Hospital do Servidor.

O nome IASEG aparece em 1960, com a criação do Estado da Guanabara (Instituto de Assistência aos Servidores do Estado da Guanabara) e o nome IASERJ aparece em maio de 1975 (com a fusão dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara). Finalmente, há poucos anos o Hospital do IASERJ na Rua Henrique Valadares foi demolido para a expansão do INCA.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

LAGOA





Hoje temos quatro fotos da Lagoa dos anos 60.

Na foto 1 vemos a quadra de futebol de salão que existia em frente ao edifício nº 834, hoje nº 2120, na Av. Epitácio Pessoa, entre as ruas Montenegro (atual Vinicius de Morais) e Gastão Bahiana, na década de 60, antes da duplicação daquela avenida. Pode-se ver a fiação dos ônibus elétricos e, ao fundo, a pedreira da Lagoa, uma das casas ao lado da pedreira e a Favela da Catacumba. Nesta quadra, todos os dias a turma comandada pelo "Broa" jogava futebol - a bola, sistematicamente, caía na água e sempre havia um herói que se jogava dentro da lagoa para buscá-la (exceto quando ventava de sudoeste, que trazia a bola de volta e o jogo continuava até a chegada da chuva).

Na foto 2 temos a Favela da Catacumba, o esqueleto de um prédio que por anos permaneceu intocado e a demolição do morro junto à curva (em toda esta área, após a remoção da Favela da Catacumba, foram construídos enormes edifícios - exceto na parte central de onde está a favela, local hoje do Parque da Catacumba).

Na foto 3 vemos a praça que existia em frente ao Corte do Cantagalo. Vê-se a pista da Av. Epitácio Pessoa, ainda não duplicada, em frente à curva da Rua Gastão Bahiana, com um ônibus e um lotação das poucas linhas que serviam à Lagoa. Ao fundo, junto ao Corte do Cantagalo, a Praça Corumbá, ainda com poucas casas (uma delas do Senador Filinto Muller) e muita mata. No cruzamento, complicado, do Corte, ficava um posto de gasolina Ipiranga. Nesta época, de pouco movimento na Lagoa, neste trecho só passavam três linhas de ônibus: uma era a Rocinha-Mourisco, via Corte; outra a Ipanema-Estrada de Ferro, também via Corte; e a Jacaré-Ipanema, que fazia ponto final na Praça Corumbá, mas não cruzava o Corte. Ía e voltava por Ipanema. Quanto aos lotações, somente duas linhas: a Largo do Machado-Ipanema, circular, e a Estrada de Ferro-Ipanema. A linha Lins-Lagoa, ideal para se ir ao Maracanã, não passava por aqui - fazia ponto final junto da garagem de barcos do Botafogo, perto da Curva do Calombo. Posteriormente, o lotação Largo do Machado-Ipanema foi substituído pelo ônibus elétrico do mesmo nome. A bela e grande praça em frente ao Corte do Cantagalo seria destruída para construção do Viaduto Augusto Frederico Schmidt. Junto da margem da lagoa, todo carnaval, era construído um palco para bailes infantis. Também ali eram realizados espetáculos de fogos de artifício, geralmente patrocinados por Abrahão Medina, dono do "Rei da Voz". Ao fundo, a pedreira (duas vezes por dia soava uma sirene e o trânsito era interrompido por cerca de 10 minutos para as explosões de dinamite).

As 3 fotos iniciais foram tiradas da janela de casa. Já a foto 4, do Rockrj, mostra a região da Lagoa nas vizinhanças do Corte do Cantagalo no final da década de 50. Eram comuns as escaladas do costão junto à Rua Gastão Bahiana pela garotada da região.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

MINISTÉRIO DA GUERRA




A foto 1, de 1938, mostra a obra para a construção no novo Ministério da Guerra. As fotos 2 e 3 mostram como era o antigo, construído entre 1906 e 1910 por Hermes da Fonseca,  que funcionou até 1941, sendo o General Eurico Gaspar Dutra o último a ocupá-lo.
 
O novo Quartel-General, atual Palácio Duque de Caxias, a partir de 1941 passou a ocupar este local até a transferência da capital para Brasília.
 
Nesta região reside a nossa história, que se mescla com a do país, uma vez que o Rio foi capital do Império e Federal, até a inauguração de Brasília. Além do Ministério da Guerra, temos, em frente, o Campo da Aclamação, ou Campo de Santana, depois Praça da República. Há também a Casa da Moeda, hoje Arquivo Nacional, o Colégio Estadual Rivadávia Correia. Do outro lado da Praça da República, ainda existe o Quartel General do Corpo de Bombeiros, que data de 1864. Fora outros prédios tão antigos quanto, nas adjacências, que também são testemunhas silenciosas da história do Rio.
 
E não menos importante, aí pertinho, na Barão de São Félix, o restaurante “Senta Aí”, com sua famosa lagosta.

terça-feira, 2 de maio de 2017

PADARIAS DE BOTAFOGO



A primeira foto, de autoria do JBAN, nos permite falar da Confeitaria Imperial, tradicional loja situada na Rua Voluntários da Pátria nº 339, esquina da Rua Real Grandeza, telefone 26-0722, fundada por volta de 1920 e, também, de sua vizinha, a Padaria Bragança, do outro lado da rua, na Rua Voluntários da Pátria nº 318.

A segunda foto mostra a Confeitaria Imperial e o painel com seu lema.

Já a terceira foto, conseguida na Internet, tinha a legenda a informação de que era a Confeitaria Imperial. Fiquei em dúvida, pois o prédio parece diferente.
 
Os primeiros sócios da Imperial, Albino Silva, Clarêncio e Manoel, eram portugueses. A casa teve seu apogeu entre os anos 1930 e 1970, frequentada pela chamada alta sociedade, políticos e artistas em geral. E “concorria” com a lendária Padaria Bragança (1922-1978) – que fazia umas deliciosas rosquinhas amanteigadas –, bem defronte, na esquina do outro lado da rua.
 
Ambas testemunharam as mudanças ocorridas em Botafogo e na cidade ao longo do século XX. A Confeitaria e Padaria Imperial está na esquina do lado direito da foto. Seu “slogan”, que pode ser visto na foto 2, é "A quem serve, prudência; a quem é servido, paciência"). Há alguns anos a Imperial foi vendida e novos donos tentam manter seu sucesso. Antigamente, o "seu" Penedo era o responsável pela contas fiadas, prática quase desaparecida nos dias de hoje.
 
Na esquina demolida da Real Grandeza havia a Padaria Bragança, na Rua Voluntários da Pátria nº 318, que fabricava uma saudosa rosquinha amanteigada. Também era famoso o pão doce de côco desta padaria. Tinha cobertura de côco ralado e açúcar, com massa interna de panetone, bem fofa. Devia ser servido frio ou até gelado, como “entremet” de um daqueles lanches de domingo, com chocolate quente, chá, creme fresco e queijo prato.
 
Beatrice Portinari, desaparecida comentarista do “Saudades do Rio”, já contou que,  inspirado na Padaria Bragança, em 1932, Nássara compôs para um cliente do Programa Casé o que pode ser considerado o primeiro “jingle” da publicidade brasileira. Tudo aconteceu quando Casé foi buscar a esposa Graziela na escola em que trabalhava como professora, na Rua México. Na volta para casa decidiram descer do bonde para comprar pão numa padaria da esquina das ruas Voluntários da Pátria e Real Grandeza. À noite, ao comer o pão, Ademar ficou maravilhado. Um dos melhores que já havia experimentado. Passando no outro dia pelo local, decidiu descer e conversar com o proprietário (o JB dava como proprietário desta Padaria o Sr. Albino Costa –  é muita coincidência os donos das duas padarias se chamarem Albino. Seriam a mesma pessoa?). Alegava que um estabelecimento que fazia um pão tão bom quanto aquele, não poderia se furtar a anunciá-lo no rádio. Como o português se mostrava incrédulo, Casé ainda argumentou que o pão dali já estava fazendo fama e que, apesar de ser em Botafogo, o pão já era conhecido em Copacabana. O proprietário não quis fechar o negócio, dizendo que nunca ouvira falar de padaria anunciando em rádio e que não valia a pena. Como Casé estava decidido a dobrar o cliente fez a seguinte proposta: "O preço é o seguinte: vou colocar o anúncio no ar. Se o senhor gostar, paga, senão fica de graça", finalizou Ademar. Nássara, ao ouvir a história se inspirou na nacionalidade do cliente e fez três quadrinhas em ritmo de fado, que foram ao ar na voz de Luís Barbosa (imitando o sotaque português), acompanhado por um coro. O refrão era repetido três vezes, intercalado com as duas quadras. O proprietário ficou exultante com a propaganda e no dia seguinte, fechou um contrato de um ano de publicidade com Casé.
 
“Jingle” da Padaria Bragança:
(refrão)"Oh, padeiro desta rua
tenha sempre na lembrança.
não me traga outro pão
que não seja o pão Bragança."
 
O Programa Casé era um estrondoso sucesso no rádio, apresentado três vezes por semana. Às terças e quintas das 20h à meia-noite. Aos domingos ia do meio-dia à meia-noite.
 
Na década de 40, durante vários dias foi publicado no JB, um anúncio que dizia: “Passo freguezia de pão vendendo 500 cruzeiros diários por Cr$ 10.000. Tratar com Geraldo Carrilho na Padaria Bragança”. Em 5 de março de 1953 um ônibus da linha Castelo-Leblon, da Viação Relâmpago, colidiu com um auto da representação diplomática da África do Sul, causando afundamento de crânio do motorista do auto e, após a colisão, invadiu a Padaria Bragança derrubando duas portas e fazendo grande avaria.
 
Quanto ao ônibus, é da linha 594 e ía para o Leme. Esta pintura da Empresa Amigos Unidos era bem parecida com a da São Silvestre, tirando o vermelho. Depois mudou, trocou o azul por marrom, e atualmente é azul e branco, salvo engano.