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sábado, 14 de março de 2020

DO FUNDO DO BAÚ: GRIPE




 
Hoje vivemos uma situação dantesca em que os quadros macabros se reproduzem, produzindo o pavor e a loucura como se o juízo final fosse chegado, surpreendendo no momento oportuno os sábios modernos.
A infecção explodiu aqui no Rio de um modo geral, contaminando todos á uma, depois de ter seguido uma rota certa como Hespanha, Portugal, Dakar. Logo foi trazida da Europa, porém o modo como se propagou, demonstra ter sido pelas camadas aéreas – não ha contestação alguma, tanto que variando as correntes conductoras espalhou-se o mal pelo mundo inteiro.
As manifestações desta grippe são como envenenamento, uns mais felizes attingidos apenas superficialmente logram curar-se em poucos dias, outros porém, a febre vae degenerando em typhica, o sangue sobe ao cerebro, a língua reseca e no desfecho todos os cadaveres estão denegridos – os que escapam são attingidos por uma tosse pertinaz, uma fraqueza extrema que redunda em pneumonia – ha hemorrhagias, pela boca, nariz, ou ouvidos, accessos de loucura, ou casos fulminantes.
Famílias inteiras estão sendo dizimadas, principalmente as que vivem em condições mais vulneráveis. Os corpos estão sendo deixados na rua, onde permanecem alguns dias até serem recolhidos, ampliando o cenário de devastação. Há falta de serviço de transporte, alta dos preços e escassez de alimentos. A doença já atingiu metade da população do Rio, estimada em 700 mil pessoas, deixando a cidade vazia e silenciosa. Já chega a mais de 10 mil as mortes no Rio.
PS: nos próximos dias teremos um grande teste para a população do Rio. Que todos lavem as mãos, se vacinem contra a gripe, evitem aglomerações, usem álcool gel com frequência, sigam as instruções do Ministério da Saúde, não entrem em pânico, fiquem em casa. Boa sorte.

sexta-feira, 13 de março de 2020

RUA TEIXEIRA DE MELO




 
Hoje vemos várias fotos da Rua Teixeira de Melo, em Ipanema. Aberta em 1917, inicialmente foi chamada de Rua 4 de Dezembro. Começa na Av. Vieira Souto e termina junto à Rua Barão da Torre.
Na primeira foto o fotógrafo estaria na atual Praça General Osório.
Na segunda foto podemos ver os trilhos por onde passava o bonde de nº 14, o "General Osório", no trecho imediatamente antes de atravessar a Rua Barão da Torre para fazer a volta no sopé do morro (é curioso observar na foto que no trecho final o trilho era único).
Este bonde fazia o seguinte trajeto: Tabuleiro da Baiana - Senador Dantas - Luís de Vasconcelos - Augusto Severo - Largo da Glória - Russel - Praia do Flamengo - Tucumán - Senador Vergueiro ou Marquês de Abrantes - Praia de Botafogo - Marquês de Olinda - Bambina -São Clemente - Real Grandeza - Túnel Velho - Siqueira Campos - N. S. de Copacabana - Francisco Sá - Gomes Carneiro - Visconde de Pirajá - Teixeira de Melo - Praça General Osório.
Na terceira foto, tirada a partir do morro, vemos à esquerda o prédio onde hoje está uma loja da Hortifruti e onde, por décadas, funcionou a oficina do Manuel. À direita, escondido pelas árvores, também há uma construção que tem mais de cem anos, onde funciona um bar na esquina, ao lado de uma loja de bicicletas e depósito de gelo. É um trecho de sobreviventes.
A última foto, de Malta, mostra o bonde Ipanema, registro 195, na parada junto à Praça Ferreira Vianna, atual Praça General Osório, num bairro quase deserto naquela época. Acho curiosíssimo aquele banco de espera colocado junto ao meio-fio. Não se vê o Chafariz das Saracuras que foi instalado nesta praça em 1911, seja porque não estivesse lá, seja porque ficasse fora do ângulo do fotógrafo. O trajeto do bonde na época era: "Via Cattete - M. Abrantes - R. Passagem". À direita, um anúncio de "Tennis - 200 réis".
A foto é muito interessante, porque mostra dois típicos "chalets" praianos, muito comuns nas orlas das praias cariocas nas primeiras décadas do século XX. Em Copacabana foram logo demolidos, mas em Ipanema e no Leblon ainda permaneceram alguns exemplares até o início nos anos 60. Muitos eram de inspiração normanda, inspirados nos chalets de montanha, enquanto outros tinham como características comuns janelas amplas, alpendres para se aproveitar a brisa marinha, telhados com sótão para isolar a casa do calor e pisos elevados com porões habitáveis, que permitia isolar a casa da umidade do terreno.

quinta-feira, 12 de março de 2020

GYMNASIO ANGLO-BRASILEIRO







 
Vemos a propaganda do Gymnasio Anglo-Brasileiro instalado em 1911 na Chácara do Vidigal. Contam Cau Barata e Claudia Gaspar que o terreno, situado a 300 pés acima do nível do mar, tinha soberba vista sobre o oceano. O cenário era grandioso, com floresta virgem e com o mar ao lado. A água era abundante e a mais pura possível, suprida por inúmeras fontes e riachos que por ali corriam. Uma piscina ao ar livre fora construída sob uma cachoeira.
Como se vê no prospecto os jogos atléticos constituíam uma das características do colégio, que funcionava em regime de internato.
Não estando ainda aberta a Av. Niemeyer chegava-se lá pelo alto, por via da antiga Estrada do Brigadeiro Vidigal, aberta antes de 1814, passando pela Chácara do Céu.
 Em 1912, o proprietário do colégio, o inglês Charles Weeksteed Armstrong, obteve permissão para completar a estrada abandonada aumentando-a em 400 metros, a fim de melhorar o acesso ao colégio. A obra ficou pronta em 1913, executada pelo engenheiro Ricardo Feio que não só abriu o corte do Leblon, como construiu cerca de 1000 metros da atual Av. Niemeyer.
Em 1915, o comendador Conrado Nieymeyer, grande proprietário de terras na praia da Gávea, hoje praia de São Conrado, completou o percurso e o ofereceu à Prefeitura em 1916.
A história deste local começou em 1891, quando a Companhia Viação Férrea Sapucaí iniciou a construção de uma estrada-de-ferro ligando a Zona Sul (então o bairro de  Botafogo) com Angra dos Reis. A obra, após os primeiros metros, não foi adiante, só sendo retomada em 1911, quando ali se instalou o Colégio Anglo-Brasileiro.
Esta avenida, guardadas as proporções, é tão bonita quanto a Costiera Amalfitana. No entanto, no lugar de lugares como Amalfi e Positano, temos o Vidigal degradado por uma enorme favela que não para de crescer e logo mais adiante a enorme favela da Rocinha.
Os prefeitos seguintes, Carlos Sampaio e Alaor Prata fizeram melhoramentos inclusive com a construção da Gruta da Imprensa.
Anos depois a Av. Niemeyer seria palco do primeiro circuito automobilístico de rua no Rio de Janeiro, sendo conhecido como Circuito da Gávea ou Trampolim do Diabo, alcunha resultante de uma resposta do corredor polaco-argentino Carlos A. Zatuszek, em 1934, a um reporter de rádio, quando este lhe indagou como era correr nessa pista: "É como andar sobre um trampolim do diabo". A partida era no final do Leblon, em frente ao Hotel Leblon, subia pela Av. Niemeyer e descia pela Rocinha e Marquês de São Vicente, com a chegada no ponto de partida, 20 voltas depois (223,2 km). A 1ª corrida foi em 1933, tendo vencedor Manoel de Tefé, com a impressionante velocidade de 67 km/h.
PS: o livro dos autores citados, "A Fazenda Nacional da Lagoa Rodrigo de Freitas", é muito interessante. Recomendo.

quarta-feira, 11 de março de 2020

POSTO TEXACO - AV. ATLÂNTICA








 
Um dos locais mais fotografados da Praia de Copacabana foi o Posto Texaco perto da Rua Sá Ferreira, junto ao Hotel Miramar e ao famoso Edifício Ferrini.
 
O Ferrini, construído nos anos 20 na Sá Ferreira foi ao chão em meados dos anos 70. O Posto Texaco, provavelmente instalado nos anos 50, acabou um pouco antes do Ferrini, tendo durado em torno de 20 anos na Av. Atlântica.
 
 
 

terça-feira, 10 de março de 2020

POSTOS DE GASOLINA


 
A primeira foto mostra um dos mais antigos postos de gasolina ainda em funcionamento na Zona Sul. Fica na Gávea, entre a Rua Bartolomeu Mitre e a Avenida Rodrigo Otávio, junto à Praça Santos Dumont. Era Atlantic e agor virou Ipiranga.
A segunda foto mostra o Posto Petrobrás da Catacumba, que foi construído em 1968, a partir de projeto de Dilson Gestal Pereira, Waldyr A . Figueiredo, Paulo Roberto M. de Souza e Alfredo Lemos. Na época foi uma inovação, pois foi construído entre as pistas da Avenida Epitácio Pessoa recém duplicada. Neste posto havia, inclusive, uma sala para exposições de artes plásticas, que não sei se ainda existe.

segunda-feira, 9 de março de 2020

POSTOS DE GASOLINA



Alguns postos de gasolina que desapareceram deixaram saudades.
 
A primeira foto mostra o Posto Ipiranga, na esquina do Corte do Cantagalo com a Avenida Epitácio Pessoa, em 1959. Este posto era o único estabelecimento comercial além do Bar Lagoa, em todo o trecho entre o Jardim de Alá e o Corte do Cantagalo.
No final da década de 1960, aí abastecia de gasolina e tratava com carinho o meu primeiro fusca. Nesta época, nem todos tínhamos telefone, dada a dificuldade de se obter uma linha. Nem lembro de quantas vezes fui usar o telefone público do posto, daqueles antigos, com ficha telefônica comprada no balcão. Durante muito tempo este posto Ipiranga distribuiu um exemplar do JB para seus fregueses, uma novidade na época. O posto sobreviveu até os anos 90, quando foi demolido para dar lugar a um arranha-céu. O automóvel parece ser um Skoda 1951 modelo 1101.
Na segunda foto vemos o famoso “Postinho”. A foto serve para lembrar do início dos anos 60 no trecho final da Avenida Vieira Souto, quase chegando ao Jardim de Alá. À esquerda vemos as dragas que há décadas trabalham para manter desobstruída a comunicação entre o mar e a lagoa. À direita vemos o Posto Esso, o famoso "Postinho" (vou ver se acho a descrição que o Conde di Lido fez de suas aventuras por aí e, se achar, coloco nos comentários). Na Epitácio Pessoa, logo após o “Postinho”, ficava o Bar e Restaurante Alpino e do Bar e, mais adiante, na esquina da Visconde de Pirajá ainda permanece o Restaurante Garden.
A terceira foto mostra uma propaganda do Posto Vila Isabel, do acervo do Rouen, também desaparecido.

domingo, 8 de março de 2020

DOMINGO


 
Eram boas as opções para um cineminha na tarde de domingo em 1963.
 
"20 quilos de confusão", no saudoso "São Luiz" no Largo do Machado, além de ser uma comédia leve tem a adorável Suzanne Pleschette para ser apreciada.
 
No "Art-Palácio" tem uma "Cleópatra", não aquela com Elizabeth Taylor e Richard Burton, mas com a simpática Pasquale Petit.
 
No "Metro" tem um "O filho de Spartacus" que deve ser uma "bomba". Estrelado pelo Steve Reeves, que fazia filmes de Tarzan.
 
Acho que vou ao "Caruso" assistir "Hatari", minha namorada vai gostar também. E vou repetir na segunda-feira, no mesmo "Caruso". Entrará em cartaz "Os pássaros", de Hitchcok. E o "Caruso" tem a vantagem de depois do filme ir lanchar no "Lopes".
 
Para os que gostam de um épico "El Cid" é a pedida. Com Charlton Heston e Sophia Loren.
 
O filme do Jerry Lewis está passando muito longe.
 
Os viciados em cigarro podem ir ao "Paris-Palace" ver "As amantes do rei" e aproveitar o fumódromo que há no fundo da sala.
 
Para quem gosta dos livros de Graham Greene a pedida é ver Laurence Olivier em "O poder e a glória" no Bruni-Copacabana e, depois, lanchar na "Cirandinha".