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sábado, 2 de julho de 2022

DO FUNDO DO BAÚ - CAIXA DE PRIMEIROS SOCORROS

Hoje é sábado, dia da série "DO FUNDO DO BAÚ". O “post” é parecido com “A botica da vovó”, publicado anteriormente.

Esta caixa e o conteúdo dela são do acervo do saudoso amigo Richard e foi levada pelo pai dele quando foi com a FEB para a Itália.

Como todos sabem o longevo Professor Pintáfona sempre se cuidou bastante, o que lhe permitiu chegar aos dias de hoje gozando de uma saúde invejável, de posse de todas as faculdades físicas e mentais. Além de uma caixa semelhante que fica aos cuidados de Mme. Simmons, durante toda a vida usou medicamentos da Pharmacia e Drogaria Granado, na Rua 1º de Março nº 12. Entre eles, os "productos medicinaes, compendiados em o Pharol Medicinal", como a Maravilha Curativa do Dr. Humphreys, à base de Hamamelis Virginica; os homeopáticos Coryfolium, Nux Vomica e Phosphorus; as pastilhas de leite de magnésia - Milma, e a Malvona; Vick Vaporub, à base de cânfora, o Chophytol, à base de alcachofra, para distúrbios digestivos, o Optalidon, para dores de cabeça.

As Pílulas de Vida do Dr. Ross, xarope Tussaveto, pastilhas Biolaymo, Linimento de Sloan; Bromil, Pondicilina, emplastro Sabiá, cigarros Gonzaga (de Estramôncio ou Beladona, para asmáticos) e Astringosol ("Tereza é uma princesa, lava a boca com Astringosol").
Bolinhas de tetracloroetileno (Lab. Laffi) para tênias, xaropes Benadril e Ambenil; Curitibina, Mistol, Pilulas do Dr. Mc Coy, Guaraina.

Peitoral Pinheiro (usado até hoje pelo Rafael); Neo-Riodine, Arhéol, Kola Astier; Urodonal, para os rins; Grindélia de Oliveira Júnior, Colubiasol. Rugol, Hidrolitol, Vinho Reconstituinte Silva Araújo, Pastilhas Valda, Rhum Creosotado, Lugolina, Cilion. Odorono (desodorante), Odorance (perfumava o hálito), Alginex, Untissal (unguento), Magnésia Fluida de Murray, sal amargo (sulfato de magnésio), cataplasma de Antiphlogistyne, Neo-Rhumex (injeção para gripe), injeção de ouro (também para gripe), Eucaliptyne (também).

OtoSulfa (com um pedacinho de algodão, para não escorrer de volta), Ambodryl (irmão do Benadryl), Trilafon, Ipecacuanha, Elixir João da Silva Silveira, Elixir Dória, Elixir 914, xarope Queiróz, Salsaparrilha do Dr. Ayer, Pilulas do Abade Moss, Pílulas de Lussen.



 

quinta-feira, 30 de junho de 2022

CENTRO


O “post” que estava preparando para hoje não ficou pronto a tempo. Por isto plagiei, descaradamente, um antigo “post” da tia Milu (muito especial porque não é da Urca...).

Vemos a Igreja de São José e o antigo Terminal Rodoviário Erasmo Braga, que foi substituído pelo edifício-garagem Menezes Cortes, inaugurado em 1º de maio de 1973. À esquerda, fora da foto, o Palácio Tiradentes.

A foto mostra carros da época parados no sinal, no tempo em que se parava no sinal. Entre eles um “Teimoso”. Em meados da década de 60, surgiram diversos modelos "depenados" de fábrica: Pé-de-Boi, Teimoso, Pracinha, Alvorada, etc. Os carros eram baratos e vendiam muito. As fábricas cobravam muito caro pelos acessórios originais, que foram retirados para baratear os carros.

 A sensação de amplitude sem o Menezes Cortes é muito grande.

quarta-feira, 29 de junho de 2022

EDIFÍCIO STANDARD


Revisitamos hoje o Edifício Standard, na Av. Presidente Wilson. Esta foto foi colorizada pelo Conde di Lido.

Os pais de nosso amigo Nelson Derani Gurgel se conheceram quando trabalhavam neste edifício. E ele relembra alguns aspectos:

 - Os gabinetes da presidência da companhia se localizavam no último andar.

- Havia um restaurante para funcionários dentro do prédio (de administração particular) em que a comida era tão ruim que apelidavam o prato do dia de "bonzo".

- Garçons circulavam por todo prédio, devidamente paramentados, duas vezes por dia, servindo cafézinho aos funcionários.

- Havia uma agencia do Citibank dentro do prédio para uso exclusivo dos funcionários.

- Frequentei o Ed. Standard de 1956 a 1983 e onde meu pai tomava o lugar do administrador do edifício quando ele tirava férias. A Standard Oil, depois Esso, tinha um capricho e xodó especial por este edifício, que era um mundo à parte, cheio de "prestadores de serviços", como os vendedores de gravatas, engraxates e até "corretor zoológico" exclusivo.

- Nos quase trinta anos que visitei o prédio ele era sempre impecável na limpeza, controle e organização.

O Edifício Standard em outra colorização do prezado Conde di Lido. A foto deve ter sido feita do alto do Edifício Lafond. Hoje funciona no local uma instituição do IBMEC. Foi, durante anos, conhecido como "o prédio da Esso", nome da marca que se popularizou neste país como símbolo de distribuidora de produtos derivados do petróleo. Uma curiosidade, notada pelo JBAN, que poucos se dão conta, é que "ESSO" é simplesmente como se pronuncia "S.O." (Standard Oil) em inglês.


O Edifício Standard no início dos anos 30, ainda em construção. A Av. Beira Mar em primeiro plano, com o enrocamento e a sequência das tradicionais rampas utilizadas pelos clubes de regatas situados na Rua Santa Luzia (eram quatro). Em segundo plano a Av. Pres. Wilson ainda com a edificação que anos mais tarde seria demolida para dar lugar ao moderno prédio da Embaixada, e posteriormente Consulado, dos EEUU. 


Foto garimpada pela Conceição Araújo. O projeto foi do arquiteto Robert Prentice. Foi dos primeiros edifícios no Rio de Janeiro a receber ar-condicionado central. 

Foto do acervo do Gustavo Lemos, o desfile do Colégio Aldridge, em frente ao Edifício Standard, no final dos anos 30. Entre as alunas a tia Lea, irmã do pai do Gustavo. À esquerda o antigo Pavilhão dos EUA da exposição de 22, demolido no início dos anos 50 para a construção da Embaixada americana.


Eram comuns os desfiles escolares nesta região nos anos 30. Aqui vemos o Batalhão do Colégio Santo Inácio em desfile na Semana da Pátria de 1936.


Esta foto foi postada pelo Rouen. É de janeiro de 1958 e estamos no inicio da área de escritórios da cidade, final da Av. Rio Branco (mais tarde “Downtown”). Temos ainda lotações que em breve seriam suprimidos do trânsito, eram da marca Mercedes, Deutz e alguns Chevrolets (detalhe para o que aparece em primeiro plano com bagageiro). Como construção temos o belo Ed. Standard da Esso, que está passando por uma reforma. 

Também temos atrás dele o prédio da Embaixada dos Estados Unidos (hoje consulado) e outro belo exemplo déco o Ed. Novo Mundo. 

(Publicação de Hoffman und Campe Verlag - Hamburg)



Foto do acervo de Gyorgy Szendrodi, do início dos anos 70. O belo “oval da Esso” pontificava sobre o Edifício Standard. O anúncio da Iberia estava instalado no Edifício Pan-América (Av. Calógeras nº 6). 


Foto do acervo de M. Rouen. No alto do prédio existiram vários luminosos a saber: STANDARD, STANDARD OIL CO., ESSO EXTRA MOTOR OIL, ESSOLUBE, ESSO simplesmente as letras, ESSO no oval azul e finalmente ESSO no fundo quadrado vermelho.


Foto do acervo de M. Rouen também dos anos 80.



terça-feira, 28 de junho de 2022

PRAIA VERMELHA


Autocromo garimpado pelo prezado Henrique Hübner mostra a Escola Militar da Praia Vermelha. Em 1698 foi projetada a Fortaleza da Praia Vermelha pelo engenheiro Gregório de Castro Morais. Em 1857 a Escola Militar passou a ser sediada no prédio da fortaleza, onde ficou até 1907 quando foi para Realengo.

Em 1908 o prédio foi extensamente reformado quando da Exposição Nacional em homenagem ao centenário da Abertura dos Portos no Brasil.

Após a exposição o antigo quartel da fortaleza foi convertido em sede do 3º Regimento de Infantaria, unidade de elite do Exército. Vemos à direita o saudoso prédio da Faculdade Nacional de Medicina e perto do mar o prédio do 3º Regimento de Infantaria.

Em 1935 neste local ocorreu a Intentona Comunista. Os soldados dali chefiados pelo capitão Agildo Ribeiro iniciaram o movimento, mas a revolta foi sufocada em poucas horas. O prédio foi demolido pouco depois.

As próximas fotos foram garimpadas pela prezada Conceição Araújo, uma incansável pesquisadora do Rio Antigo nas páginas das revistas disponíveis na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional.



Nesta foto de 1938 vemos como estava o local que, na ocasião, era tema para o “projeto de ajardinamento da Praça Major Ribeiro Pinheiro”. 

Segundo a Revista Municipal de Engenharia “tais serviços, que resultaram de um entendimento havido com o Ministério da Guerra, culminaram com a demolição do 3° Regimento de Infantaria, e se acham em franco desenvolvimento, como bem demonstram as fotografias anexas tomadas antes das obras de desmonte e em sua fase atual. Colaborando com tal vulto, o Ministério da Guerra já deu início à construção da sede do Estado Maior e da Escola Técnica do Exército."


As duas últimas fotos mostram o projeto para a praça que já foi chamada de Praça Major Ribeiro Pinheiro e Praça Adalberto Ferreira, tendo recebido a denominação de Praça General Tibúrcio depois de 1938.



No centro da praça fica o monumento em homenagem aos Heróis de Laguna, episódio da Guerra do Paraguai.


segunda-feira, 27 de junho de 2022

IGREJA DA PENHA


Já falamos várias vezes sobre a igreja da Penha, mas apareceram novas fotos interessantes. E são chocantes se compararmos como era o local antigamente e como está atualmente.

Será que este Cruzeiro ainda existe? Será que foi ele que deu origem ao nome da favela Vila Cruzeiro?

A foto nos mostra um batizado na Igreja da Penha nos anos 50. Hoje em dia as formalidades foram abandonadas e não mais se veem crianças com camisolões ou pais de terno e gravata.  E a degradação da região no entorno da igreja, com inúmeras favelas, torna um risco ir nesta igreja.

Bela imagem da Igreja da Penha, valorizada pelo Buick 1948. Esta escadaria esculpida na pedra é uma obra extraordinária. Antigamente eram comuns pessoas subindo de joelhos a escadaria. Seria o Buick do Monsenhor que aparece na foto?


A primeira ermida foi levantada neste local em 1635. Passou por diversas remodelações, entre as quais a de 1728, com a construção da escadaria de acesso, que foi duplicada em sua largura em 1913. A capela foi demolida em 1871 para a construção de uma igreja maior. A festa da N.S. da Penha se realiza todo mês de outubro. Segundo o Joel, E.F. Rio D´Ouro em dias de festa mantinha trens especiais no "Ramal da Penha", que corria ao longo de Estrada Vicente de Carvalho e que foi erradicado no final dos anos 20. A Leopoldina também mantinha trens especiais nos dias de festa. A afluência de fiéis era imensa.

Outros tempos: Até um mata-mosquito em ação. 

Como conta o Irajá, atualmente não é difícil ir à Igreja da Penha, pois para subida do penhasco estão disponíveis três lances de plano inclinado. Mas subir pelas escadas é sempre muito agradável em gradativamente se ir tomando a visão da baía de Guanabara e a quase totalidade da Baixada de Irajá. Não sei se ainda ocorre o principal festejo religioso da Festa da Penha, que é a grande procissão pelas ruas do bairro, a qual, segundo os organizadores, contava com a presença de cerca de inúmeras congregações das igrejas e paróquias vizinhas. Para os não católicos o evento era uma apreciação das grandes tradições existentes há mais século. 

Apenas por orientação, geograficamente a Penha, como os vizinhos Olaria e Ramos, pertence a Baixada de Irajá, a qual corresponde ao território ocupado por 38 bairros. Em se falando em igreja da Penha, ela pertenceu, até o início do século XX, à Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação de Irajá. A Matriz de Irajá, igreja barroco-jesuítica do início do Século XVII (1613), é a mais antiga Matriz em sua volumetria original da Cidade do Rio de Janeiro e segunda no Estado. Em 2013 comemorou o seu quarto centenário.


Esta igreja era um símbolo de uma zona suburbana que não existe mais, encravado na realidade de decadência, populismo habitacional e violência.

Segundo o Wagner, os fiéis católicos da região hoje se deslocam em maior volume para a Paróquia do Bom Jesus, na verdade uma grande igreja na Av Brás de Pina. As missas da Penha ocorrem em maior frequência na igreja "de baixo", que fica no sopé antes da escadaria. O percurso até este local, que também já é entrada da comunidade da Merindiba, inicia no portal de entrada e segue pela elevação do morro. 

A Igreja da Penha nos remete às famosas festas da padroeira no mês de outubro. Era uma das festas religiosas católicas mais aguardada e celebrada no Rio até final dos anos 60. A festa fazia com que pessoas de todos os pontos da cidade se deslocassem para lá. Era uma semana de festejos, missas e procissões. Sempre impressionava as pessoas que pagavam promessas subindo de joelhos os 365 (um para cada dia do ano) degraus. Era o dia de ganhar cata-vento colorido, cavalinho de madeira e comer jujuba, picolé de coco, algodão doce (criança nem pisca os olhos vendo o algodão "surgir do nada"), do refresco no copinho em cone de papel na base de metal, da maçã-do-amor, da pipoca. As barraquinhas de prendas e os cordões de lâmpadas, os leilões (se leiloava inclusive um leitão vivo na promessa de garantir a ceia de Natal). Os namorados trocavam juras de amor e pediam músicas pelo alto-falante do arraial.

Tudo acabou. Infelizmente.