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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

ONDE É?

O "Onde é?" de hoje contou com a colaboração de diversos comentaristas do "Saudades do Rio". Agradeço a todos.


FOTO 1 (Arquivo Nacional)


FOTO 2 (Arquivo Nacional)


FOTO 3 (Arquivo Nacional)


FOTO 4 (enviada pelo Nickolas)


FOTO 5 (Arquivo Nacional)


FOTO 6 (enviada pelo Joel Almeida)


FOTO 7 (enviada pelo Vinicius)


FOTO 8 (Enviada pelo Nickolas)


FOTO 9 (acervo O Globo)


FOTO 10 (Facebook Rio Antigo)


FOTO 11 (Enviada pelo Nickolas)



segunda-feira, 30 de outubro de 2023

TV RIO


FOTO 1: foto de Georgy Szendrodi, 1971. O logotipo da TV RIO aparece em dezenas de fotos antigas de Copacabana.

A TV RIO começou suas transmissões no Rio em meados dos anos 1950, vindo a se juntar à TV TUPI, até então única. Instalou-se no prédio que ficava na esquina da Av. Atlântica com a Rua Francisco Otaviano.

A primeira ocupação deste local foi com a famosa casa de Mère Louise. Depois foi construído, no lugar do cabaré, o prédio do Cassino Atlântico, que foi o que a TV RIO ocupou.

Uma informação que poucos sabem é que, durante algum tempo, antes da TV RIO ali se instalar, funcionou uma sede da AABB neste endereço.

Depois da TV RIO um novo prédio foi construído onde se instalaram os hotéis Rio Palace, depois Sofitel e agora Fairmont.

FOTO 2: Lá no fundo vemos o logotipo da TV RIO, em foto garimpada pelo Nickolas. Nos primeiros tempos era complicado assistir TV. Desde a instalação da antena para capturar o sinal (Copacabana, por exemplo, tinha muita dificuldade face ao Morro dos Cabritos), até à qualidade dos aparelhos. Havia que controlar o "vertical" (imagens correndo para baixo), o "horizontal" (imagens todas tremida), ver através dos "chuviscos" que apareciam na tela.


FOTO 3: Antes do aparecimento do video-tape todos os programas eram "ao vivo", muitos deles com plateia no auditório. Os imprevistos aconteciam para "delírio" dos espectadores e preocupação para os envolvidos. Às vezes havia um problema no cenário e os apresentadores de comerciais tinham que se virar, no ar, para dar tempo de consertarem.

Dentre os programas ao vivo é possível citar alguns de grande sucesso, como o TV RIO RING, com Teti Alfonso, Luiz Mendes e Leo Batista. 

O "Noites Cariocas", às sextas-feiras, com dezenas de comediantes e vedetes como Lady Hilda, Rose Rondelli, Sandra Sandré, Celia Coutinho e tantas outras. 

A "Buzina do Chacrinha", o "O riso é o limite" (com Jorge "Zé Bonitinho" Loredo, Vagareza e Siwa, Walter e Ema Dávila, Nair Belo, Nancy Wanderley), o "J. Silvestre ... Milhões" cuja primeira parte era o "Biscoitestes Duchen", onde havia seis vedetes, cada uma com uma camiseta que tinha uma das letras da marca estampada na frente (a letra "N" era a Sonia Muller, que tinha um charme especial). Alguém lembra das vedetes das outras letras?

O "Hoje é dia de rock" (aos domingos, com o Jair Taumaturgo), "Rio Hit Parade" com Murilo Néri, "Praça da Alegria" com Manoel de Nóbrega e milhares de outros como "Noite de Gala".

Um grande destaque da TV RIO foi o João Roberto Kelly e seus programas musicais.

FOTO 4: A TV Rio tinha algumas séries fantásticas, como “Peter Gunn” de Blake Edwards, com Craig Stevens, “Os Intocáveis” com Robert Stack como Elliot Ness, “Bat Masterson” com Gene Barry, “Combate” com Vic Morrow. “Aventuras Submarinas” com Lloyd Bridges, “Paladino do Oeste” com Richard Boone, “Jet Jackson”, “Além da Imaginação”, “Perry Mason”.

Contam que o Conde di Lido era fã da série “O irresistível Tab Hunter”, mas isto deve ser intriga da oposição. Para competir com o ótimo “Rin-Tin-Tin” do canal 6, o canal 13 exibia “Lassie”, que era menos interessante.


FOTO 5: O "Telejornal Pirelli", com Leo Batista e Heron Domingues era exibido às 19h55, cinco minutos antes do "rival" do canal 6, o "Repórter Esso" com Gontijo Teodoro.

Aos domingos a TV RIO exibia a inesquecível Grande Resenha Facit, a precursora das mesas-redondas esportivas, com o Luiz Mendes, Sandro Moreira, João Saldanha, Armando Nogueira, José Maria Scassa, Vitorino Vieira, Hans Henningsen, Nelson Rodrigues. Armando, Sandro e Saldanha eram os botafoguenses e davam um banho nos demais, sempre saindo vitoriosos nos debates. O único que lhes fazia frente era Nelson Rodrigues. Scassa e Vitorino, que teoricamente defendiam o Flamengo e o Vasco eram engolidos pelos outros. Hans era mais neutro e falava do futebol internacional.

Havia bons programas jornalísticos como o do Sargentelli e culturais como o Teleteatro com Sergio Britto.


FOTO 6, de Jean Manzon: Fazer uma transmissão externa na década de 50 tinha muitas dificuldades técnicas. A foto mostra a transmissão do Congresso Eucarístico Internacional de 1955. 

As senhoras de véu, exigência da Igreja Católica na época, se protegem do sol com uma daquelas sombrinhas japonesas que se abriam num movimento de 180º. Ao fundo destacam-se os luminosos da Esso, do Novo Mundo e do Mobiloil.


FOTO 7, da Última Hora: Aqui vemos uma câmera da TV RIO no Estádio de Remo da Lagoa transmitindo uma regata. A emissora dava grande apoio ao esporte. Chegou a transmitir, todos sábados à tarde, jogos do campeonato de futebol de praia (o verdadeiro, onze contra onze). Os jogos eram no campo do Maravilha, em frente ao Edifício Guarujá, na altura da Constante Ramos.

Lembro de uma transmissão interestadual que mostraria um jogo em Minas Gerais. Foram instalados uma série de transmissores pelo caminho, mas não havia como a imagem chegar, só o som. O locutor escalado era o Oduvaldo Cozzi, um mestre da transmissão esportiva, que tinha um vocabulário rebuscado. Como a imagem não chegava Cozzi ficou enchendo linguiça por muito tempo, enquanto a imagem era o símbolo da emissora. Às tantas, lembrou-se de uma antiga lenda Tupi e numa licença poética saiu-se com: "E por que chora a Mantiqueira? Chora por não receber o beijo das ondas do mar do Rio!"

E por aí foi até o término da partida que não foi vista por ninguém.

FOTO 8: Anúncio de uma programação da TV RIO. Até o "Pergunte ao João", sucesso da Rádio JB, tinha espaço na TV RIO. Naqueles tempos sem Internet, João respondia às perguntas dos telespectadores. Havia filmes, humorísticos (Epitáfio e Santinha era com Renato Corte Real e Nair Belo), novela (com artistas como Fernanda Montenegro e Sergio Brito, adaptada por Nelson Rodrigues), etc.


FOTO 9: A TV RIO cobrindo a apoteótica chegada da Seleção Brasileira, campeã do mundo de futebol em 1958, ao Galeão. É de chamar a atenção a improvisação na cobertura televisiva: em cima de uma grua da Panair vemos uma câmera da TV Rio filmando os jogadores. À direita, embaixo, um repórter (de óculos) segura o enorme aparelho "portátil" com o qual efetuava entrevistas para sua emissora de rádio (seria um BTP1A?).


FOTO 10: Quando vemos a imagem na TV não imaginamos como pode ser precário o cenário verdadeiro. Duas enormes câmeras, uma parede escorada, tudo muito simples.


FOTO 11: Houve um tempo em que um político, independente do seu viés ideológico, atraía a atenção dos telespectadores. Na foto vemos Carlos Lacerda, como poderíamos ver um Lott, um Negrão de Lima, um Sergio Magalhães, deputados e senadores bem diferentes dos atuais.


FOTO 12: o inesquecível Ronald Golias. O "professor" talvez seja o sem-graça Carlos Alberto de Nóbrega.


FOTO 13: três senhoras caminham despreocupadas pela Av. Atlântica, nos anos 60, quase em frente à Rua Rainha Elizabeth. O logotipo da TV RIO é visto ao fundo.


FOTO 14: arquivo da família Gustavo Ferreira, em foto publicada no "Carioca da Gema". 

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As duas fotos seguintes, uma do Decourt e outra do Tumminelli, foram compradas na Praça XV há quase 20 anos. Era comum os "fotologueiros" (Decourt, Tumminelli, Luiz D´, Rouen, JBAN, tia Lu, JRO, entre outros) irem lá buscar fotos antigas aos sábados pela manhã. Hoje em dia o trabalho é mais fácil, pois há muita coisa disponível na Internet. Nos primeiros tempos dos blogs a busca era na Praça XV, nos sebos, em poucos livros antigos e nos arquivos particulares.


FOTO 15: Conta o Decourt:

Uma foto e duas histórias.

História número 1

Esta foto coloca uma bela pá de cal nas especulações a respeito do deslocamento do arremate curvo da velha Av. Atlântica quando do alargamento nos aos 70.

Na foto vemos perfeitamente a velha avenida à direita totalmente intacta, inclusive o velho calçadão que ficava junto a areia, ficando hoje junto ao estacionamento lateral.

Ou seja, pelo menos no Posto VI, as dimensões da velha Atlântica estão perpetuadas no calçadão junto aos prédios.

A foto ainda nos mostra mais detalhes, como a casa que resistiu até os anos 80, na esquina com a Rua Joaquim Nabuco, representante das pioneiras do bairro, pois aparece em fotos já do final dos anos 10 do século XX. Vemos também o prédio do Cassino Atlântico, nessa época sede da TV RIO e que em breve seria demolido, ao seu lado vemos uma ponta do telhado de uma grande casa normanda, demolida junto com o prédio do cassino para a construção do Hotel Sofitel.

História número 2

No sábado passado eu e Roberto Tumminelli fomos garimpar material na Praça XV, quando nos deparamos com várias fotos, aparentemente de uma família. Olha daqui, mexe dali, achei um passaporte que confirmou a identidade dessa senhora, Sara Gandelman, moradora da Rua Saint Romain, nos aprazíveis anos 30 e 40, quando a favela ainda não tinha fagocitado aquela via.

Além de suas fotos em Copacabana e no Rio, havia todo um histórico de várias viagens, desde mocinha até idosa, por vários lugares do Brasil e do mundo, como cartões, folhetos e lembranças. Em suma, toda a memória de uma pessoa foi para o lixo, certamente descartada pelas gerações mais novas que acham que esse material é velho e não serve para nada.

Uma pena!


FOTO 16: Conta o Tumminelli:

A foto acima e a postada por Andre Decourt, pertenciam a uma mesma família, que se desfez do arquivo de imagens deixando-as numa banca da Feira de Antiguidades da Praça XV. 

Vendo as fotos podíamos ver que as imagens abrangiam desde a década de 40 até anos 70, no bairro de Copa, além de outras de viagens da família. Havia também o passaporte da matriarca, Sra. Sara Gandelman, que deduzimos ter morrido há pouco. Com certeza as gerações mais novas descartaram as fotos como lixo. Coisa muito comum de acontecer. Uma história de uma família jogada no lixo e muitas vezes perdida para sempre. É o que sempre digo, muitas fotos de família, revelam coisas interessantíssimas ligadas à história de uma cidade, conforme prova a foto acima.

A velha máxima está certa: o lixo de uns é tesouro de outros...