Total de visualizações de página

sábado, 11 de fevereiro de 2023

DO FUNDO DO BAÚ - ANTIGUIDADES

 

POT-POURRI DE ANTIGUIDADES, por Helio Ribeiro

Essa postagem resgata vários itens do passado, sem preocupação com a categoria deles. É um apanhado geral, naturalmente incompleto, mas suficiente para nos levar de volta a algumas décadas. Alguns dos itens resistiram ao tempo e ainda podem ser encontrados, mesmo que um tanto diferentes do original. Os itens escolhidos são os de uso popular. Para os visitantes mais sofisticados deste blog, muitos itens serão totalmente desconhecidos.

1) AÇÚCAR PÉROLA


Quem não se lembra do famoso bordão "Saco azul, cinta encarnada"? O saco era de papel, na época da foto. A fábrica era em frente à estação ferroviária da Leopoldina. A chaminé espalhava uma fumaça branca, com cheiro de açúcar. Quem se lembra?

Luiz: um amigo era chefe do Depto. Médico desta empresa e me convidou a visitá-la.

2) SABONETES


Tanto a embalagem do Cinta Azul quanto a do Palmolive era de um papel corrugado. O fabricante do Cinta Azul era Carlos Pereira Indústrias Químicas S.A., situada na Rua Doutor Rodrigues de Santana, número 31, no bairro de Benfica. Essa rua liga a São Luiz Gonzaga à General Gustavo Cordeiro de Farias. No local, atualmente, existe um grande edifício, com o número 53. Se ele foi construído no local da fábrica, esta era bem grande.


A fabricante do Eucalol era a Perfumaria Myrta, que durante algum tempo patrocinou o programa "Balança-mas-não-cai", da Rádio Nacional. Quando o sabonete foi lançado, o público o rejeitou em virtude de sua cor verde, incomum numa época em que os sabonetes ou eram brancos ou rosa. Depois de algumas tentativas infrutíferas de alavancar as vendas, em 1930 o fabricante teve a ideia de lançar as Estampas Eucalol, seguindo uma moda de sucesso na Europa. Daí em diante foi um sucesso estrondoso. As estampas foram impressas entre 1930 e 1957 e até hoje são itens colecionáveis muito valiosos. Foram lançadas 54 séries, num total de 2.400 estampas.

O Vale Quanto Pesa já havia saído da minha memória. Foi uma surpresa redescobri-lo durante a confecção desta postagem.

Luiz: lembranças antigas são o sabonete Lux e o Phebo que, naqueles tempos, só tinham na cor preta. Hoje há em várias cores.



Usei muito o Spree, cujo nome é o de um rio que banha Berlim. O Solis, nem me lembrava mais dele. Redescobri-o ao preparar esta postagem.

3) TV's


À esquerda uma Invictus e à direita uma Admiral. A Invictus, fundada pelo ucraniano Bernardo Kokubej, foi a primeira fabricante de TVs em nosso país. Em 1951, ano seguinte ao início das transmissões de TV pela Tupi do Rio de Janeiro, já havia um televisor da marca Invictus no mercado. A Admiral era a marca da TV fabricada pela Springer Admiral, mais conhecida como fabricante de aparelhos de ar condicionado e recentemente comprada pela chinesa Midea.

A primeira TV da minha família foi uma Philips de 17 polegadas. Infelizmente não encontrei fotos desse modelo na Internet, mas ela se parecia bastante com a Invictus acima. 

Luiz: e os mais jovens nem sabem o que é seletor de canal, botões de horizontal e vertical, acertar o posicionamento da antena para o Sumaré, etc, etc.


Dois televisores Philco: à esquerda o modelo Predilecta, de 1958, e à direita o 3D. Do Predilecta eu me lembro, mas o 3D para mim é novidade. A Philco dominou o mercado de TV durante décadas. Hoje a banda toca para a Samsung e LG. O resto é o resto.

Luiz: este modelo da esquerda teve vida longa lá em casa. 


Acima temos uma Emerson e uma Colorado RQ "colorida". Quanto àquele papel celofane pregado no cinescópio, quem não se lembra desse estratagema pueril, mas que fazia a alegria da garotada?

Quando eu era criança nosso vizinho tinha uma Emerson, mas não era o modelo da foto. De vez em quando meu irmão e eu íamos, junto com o filho desse vizinho, ver TV na sala deles.

A Colorado surgiu em 1970. RQ era a abreviação de Reserva de Qualidade, teoricamente um atestado de qualidade do produto. Dizem que o Baú da Felicidade aos poucos foi comprando toda a produção da Colorado, fazendo com que ela paulatinamente deixasse de vender para o varejo. Um dia o Sílvio Santos fez uma proposta de compra da Colorado, o que não foi aceito. Então o Baú deixou de comprar a TV, e como esta havia se afastado totalmente do mercado varejista, a fábrica faliu no início dos anos 1980. Não sei se é verdade essa história.

4) GELADEIRAS KELVINATOR e CROSLEY SHELVADOR

Minha tia possuía uma Kelvinator, mas o modelo não era o da foto. Já lá em casa tínhamos uma Crosley Shelvador exatamente igual à da foto, só que de cor branca, posteriormente repintada em azul. Essa geladeira foi comprada de segunda mão pela minha tia, vendida por um chefe dela, em meados dos anos 1950. Ficou conosco até meados da década de 1980, só tendo dado problema uma única vez.

Luiz: de geladeiras antigas só me lembro de uma GE.

5) GRAVADOR DE ROLO AKAI 4000 DS


Famosíssimo na sua época. Qualidade de gravação e reprodução muito boa, segundo constava. O advento das fitas cassette pela Philips "matou" os gravadores de rolo. Porém até certo ponto o tiro saiu pela culatra. O mercado consumidor e industrial se dedicou de corpo e alma às cassette. Um dia, alguns consumidores mais exigentes começaram a se queixar de que a qualidade do som das fitas cassette não era nem perto das de rolo. Só que havia um impedimento técnico para igualar ambos: a largura da fita, que era patenteada pela Philips. Os fabricantes tentaram melhorar a qualidade do som alterando a formulação do material das fitas: originalmente de óxido de ferro, eles tentaram ferricromo, dióxido de cromo e ferro puro. Mas nunca conseguiram igualar a qualidade à das fitas de rolo. O advento dos CD's "matou" as cassette.

Luiz: tinha inveja de meu irmão mais velho que ganhou um gravador de rolo, não lembro se Philco ou Phillips, e raramente deixava eu usar...

6) SABÕES EM PÓ RINSO e MINERVA


A propaganda do Rinso dizia "Rinso lava mais branco". A briga entre as duas marcas era ferrenha. A Rinso saiu do mercado, mas a Minerva acho que continua até hoje. Atualmente, a OMO domina o segmento, mas outras marcas surgiram, como Tixan, Minuano, Urca, Brilhante, etc.

7) CIGARROS




Eu nunca fumei. Meu tio costumava fumar Elmo, Luiz XV e Continental. As marcas mostradas nas fotos eram as mais populares.

Luiz: também sou não fumante.

8) LEITES CCPL e VIGOR


Quantas histórias sobre essas garrafas de leite deixadas pelo padeiro na porta de casa, pela manhã cedinho! Antes disso, lá na rua passava um caminhãozinho bem velho, com um tipo de tonel na carroceria e com uma buzina imitando o mugido de uma vaca. Era chamado de vaca leiteira. Quando as pessoas ouviam o mugido saíam de suas casas com recipientes para comprar o leite. O tonel possuía uma torneira através da qual saía o leite. Era batizado? Provavelmente.

O Ronaldo, no seu excelente livro "Portão da Casa Rosa", cita algo muito parecido que ocorria lá em Irajá. Só que ao invés de um caminhãozinho o leiteiro usava uma carroça puxada por burro. Se não me falha a memória.

Agora vou divagar: em 1983 eu estava viajando de carro pelo interior da Nova Zelândia. Cheguei num fim de dia a uma cidadezinha chamada Kurow, na ilha do Sul. Tentei acampar num caravan park na entrada da cidade, mas não havia ninguém na recepção. Desci então ao longo da estrada/rua principal e me deparei com um motel. Parei lá e me dirigi à recepção, que era também a residência do dono do motel. Ele me alugou um quarto, bateu um papo comigo e disse que na manhã seguinte deixaria uma garrafa de leite na porta, pois ele era o motorista do ônibus escolar e sairia bem cedo. Esse ônibus estava estacionado numa rua lateral ao motel.

Dito e feito: na manhã seguinte, abrimos a porta e encontramos uma garrafa de leite de 600 ml.

E não deixa de ser interessante o fato de o dono do motel, teoricamente alguém de posses, ser ao mesmo tempo o motorista do ônibus escolar da cidadezinha. 

Para quem for curioso, o motel ainda está lá, porém bem diferente da época em que ali me hospedei. O link é https://tinyurl.com/5n7kkdfn. A casa que servia também de recepção está aqui no link  https://tinyurl.com/yftw32x6.

Luiz: gostava de ver aquela carrocinha com múltiplos compartimentos, azul e branca, que o leiteiro puxava como os burros sem rabo.

9) DESODORANTES

Marcas de desodorantes era o que não faltava. Ainda hoje, a profusão é imensa. Algumas das marcas mostradas nas fotos abaixo sobreviveram até hoje.






Ao longo da minha vida usei vários deles.

10) ELETROLA


Dispensa explicações. Havia muitos modelos diferentes. Os rádios costumavam ter três faixas de onda: longas, médias e curtas.

Luiz: saudade dos arrasta-pés de sábados à noite, que acabavam na hora em que hoje a garotada ainda está no aquecimento para sair.

11) RÁDIOS DE PILHA


Quem não se lembra desse famosíssimo rádio de pilha? Acho que foi o primeiro a surgir aqui no Brasil. Minha tia comprou um e quando íamos à praia o levávamos a tiracolo. 

Luiz: grande presente que ganhei. E ainda vinha com uma caixinha de couro, presa na alça, com um único "egoísta". Nada de um para cada ouvido. Era um só e pronto.


Posteriormente minha tia comprou exatamente esse modelo da Kobe Kogyo. Sem tirar nem por. Ele também nos acompanhou muito à praia.


Já minha esposa teve esse modelo acima, só que na cor vermelha.

12) BANHAS


Nos bons tempos em que a espada de Dâmocles do colesterol e triglicerídeos não estava sobre nossas cabeças, esses produtos eram usados na cozinha.

Luiz: esta lata de gordura de côco Carioca era um ícone nos armários da cozinha.

13) FERROS DE PASSAR ROUPA


Minha mãe usou muito esses dois modelos de ferro de passar roupa. O primeiro era a carvão e volta e meia ela o levava até a janela e soprava, não sei bem para quê. O segundo tinha a resistência de mica, e esta volta e meia queimava. Era preciso abrir o ferro para trocá-la. A fiação era de pano e de vez em quando dava problema no contato da tomada com o ferro. O modelo da foto me parece menor do que o usado por minha mãe.

14) CERA E ESCOVÃO


Esse era o terror de meu irmão e de mim. Toda sexta-feira minha mãe ia à feira-livre e nos incumbia de encerar a casa toda. Eram duas salas, três quartos e um longo corredor. Meu irmão e eu passávamos a cera e depois dávamos lustre usando escovões. Um deles era idêntico ao da foto. 

Luiz: escovão era sinônimo de férias em Petrópolis. 


Tempos depois foi comprada uma enceradeira Arno idêntica à da foto acima, para nossa alegria. Mas continuávamos tendo de passar a cera. O problema é que depois de algum tempo a enceradeira passou a nos dar choque. Aí foi comprado um modelo parecido, porém mais atualizado.

Para lustrar o chão encerado havia um feltro que era encaixado na escova da enceradeira. Só que esse feltro pulava fora com o giro da escova, obrigando-nos a toda hora desligar a enceradeira e recolocar o feltro. Ô, saco!

Abaixo, foto do feltro.

15) INSETICIDAS


Pernilongos são um aborrecimento antigo. Para dar conta deles, a ciência inventou vários apetrechos. Abaixo encontram-se dois deles. Quem não se lembra dessas espirais fumacentas e com cheiro forte? 

Luiz: era impressionante a quantidade de mosquitos e moscas. Flit e espirais eram imprescindíveis.

16) TELEFONES


Na postagem do dia 18/01 deste ano, no meu comentário das 13:52h, citei um telefone antigo existente na casa de uma tia-avó. Se não era igual, era muito parecido com o primeiro da foto acima. Não me lembro se havia dial para discar os números ou se era a magneto. Pela época em que o via, meados da década de 1950, talvez tivesse dial e assim seria parecido com o da segunda foto.


Esses tipos de telefone foram usados durante décadas. O primeiro deles era de parede e foi o que instalaram lá em casa, na Tijuca, em meados da década de 1950. O número era 58-8514, posteriormente 258-8514. Quando nos mudamos para o Engenho Novo, em 1973, o número permaneceu o mesmo, porém já era telefone de mesa (igual ao da segunda foto). Em meados de 1975 o número mudou para 201-1718 e assim ficou até fins de 1998, quando minha mãe se mudou para a Tijuca e cancelou o número.

Luiz: meu número era 57-9489, Copacabana.

17) MOEDOR DE CARNE E RALADOR DE CÔCO/QUEIJO PARMESÃO


O moedor era muito comum nas casas; o ralador, nem tanto. Quantas vezes eu moí carne no nosso amigo aí de cima. Já o segundo lá em casa era mais usado para ralar queijo parmesão. Poucas vezes o usamos para ralar côco.

Luiz: como me lembro de minha avó usando o moedor de carne. O segundo acho que é mais recente.

      --------------------  FIM  DA  POSTAGEM ---------------

Aproveitando o tema. tomo a liberdade, em homenagem ao Conde di Lido, colocar a imagem de um frasco do perfume Lancaster. Quem sabe das histórias deste perfume é o comentarista Menezes.




quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

IGREJINHA DE COPACABANA

Voltamos a falar da Igrejinha de Copacabana para dirimir uma dúvida de muitos: “A Igrejinha foi demolida para a construção do Forte de Copacabana?”. 

A resposta é “não”. E está descrita sob a penúltima foto, num texto do prezado M. Zierer, a quem o "SDR" agradece.

Como conta Julia ´Donnell em “A invenção de Copacabana”, desde o século XVIII havia notícia da capela de N.S. de Copacabana, que reunia romeiros de diversas partes da cidade. Era uma atração, especialmente nos dias 13 de setembro, festa da padroeira. Para tais ocasiões, a Igrejinha contava com uma casa para romeiros que, ao lado das choupanas de pescadores, foi uma das poucas edificações no distante areal.

Acho que a foto é de 1912, época em que a Igrejinha de Copacabana estava sob administração do Almirante Guillobel, provedor, Dr. Eduardo França, vice-provedor, e Mme. Eduardo França, provedora. 

O fundador da primeira ermida e a data em que foi edificada ficaram perdidos no tempo. Sabe-se apenas que era antiquíssima. Já em 1732 o bispo Frei Antônio de Guadalupe, estando a ermida em ruínas, ordenava consertos no telhado, paredes e alpendres.  


Foto de Malta, de 1905. No começo deste século - é Gastão Cruls quem conta - quando já se chegava mais facilmente a Copacabana, era muito do gosto da nossa gente ir assistir à Missa do Galo na pitoresca Igrejinha, que se destacava muito branca sobre o socalco rochoso constantemente batido pelas ondas. E dessa mesma gente, não poucos eram aqueles que, depois de ficar bem com Deus, iam beber e dançar no "Mere-Louise", um restaurante-bar que, ali bem perto, funcionava dia e noite e, previdentemente, tinha uns aposentos para "descanso" dos casais que se sentissem afrontados pelo ar do mar... 


Foto de Marc Ferrez, de 1900.

Em 1910, quando um eminente pensador católico, o Abade Gaffre, esteve no Rio, disse que "jamais um templo, uma igreja, me deu, como essa, tamanha impressão de paz, de serenidade e poesia. Que órgão mais solene, mais imponente, do que dia e noite, sem cessar, o envolvia com sua selvagem melodia! O marulhar do oceano ouvido do seu interior silencioso! Quantas vezes não penetrei nela para ouvi-lo como se ele fosse a própria voz de Deus?".

Uma de suas palestras mais aplaudidas foi "Como deve ser a mulher no mundo para desempenhar seu papel social". Em 1912 escreveu um livro chamado "Visions du Brésil".


A seguir temos o texto do M. Zierer "Para desfazer um mito, pois o Forte de Copacabana não foi construído no local onde estava a antiga igreja.

Quem teve a "genial" ideia de demolir a antiga Igrejinha do Posto 6?

A demolição foi péssima, e foi uma decisão do Exército. É preciso entender que o Forte de Copacabana não ficava localizado onde estava a antiga Igrejinha do Posto 6. 

O Forte de Copacabana foi construído mais adiante, na extremidade do promontório rochoso que avança em direção ao mar. 

O Forte de Copacabana e a Igreja coexistiram por alguns anos (ver a foto para compreender). O Forte teve sua construção iniciada em janeiro de 1908 e foi inaugurado em setembro de 1914. 

O que aconteceu é que o Exército tinha necessidade de espaço para construir alojamentos e instalações de apoio para a guarnição do Forte de Copacabana. Também havia a possibilidade dos disparos dos grandes canhões Krupp de 305mm provocarem o abalo da estrutura da antiga igreja, o que a tornaria insegura para a população. 

Assim, o Exército adquiriu as terras da igrejinha junto à Mitra e mandou demolir a igreja em 1918. Além da necessidade de mais espaço para o quartel, infelizmente também não havia naquela época uma mentalidade de preservação do patrimônio histórico.

A Igreja era um marco de origem do bairro e o sentido do nome Copacabana, pois era nela que repousava a imagem da virgem Nossa Senhora de Copacabana, de origem boliviana e que foi trazida e instalada ali por pescadores. 

Já o Forte de Copacabana foi construído numa época em que as eventuais invasões pelo mar já não aconteciam. Um elefante branco, que se tornou obsoleto em poucos anos e com um custo alto e desnecessário. 

A demolição da Igrejinha de Nossa Senhora de Copacabana no Posto 6 foi mais um episódio lamentável, porém recorrente, em uma cidade que foi capaz de demolir até mesmo o seu local histórico de fundação, o Morro do Castelo.

(Foto do disparo dos canhões de 305 mm do Forte de Copacabana ainda com a Igrejinha de pé em 1916)


Foto de uma família frequentadora da Igrejinha.

Na época da demolição o jornal "A Cidade" disse: "Copacabana vai perder a sua poética igrejinha porque Marte, como Júpiter tonante, cheio de vontades assim o exige. Que os reliquiaristas recolham as lendas romanescas do pobre santuário, erguido muito próximo das ondas e um pouco distante dos homens, quando, outr´ora, no dobrar dos anos, conservavam n´alma - repleta de suave misticismo - a ilusão das primeiras crenças" (24/04/1918). 


 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

CHUVAS DE VERÃO


Estamos na época dos temporais. Este trecho da Lagoa, vizinho ao Corte do Cantagalo, há muitas décadas fica alagado com qualquer chuva. Se coincide com a maré alta, o caos é completo.

A foto, feita da janela de casa, mostra a Av. Epitácio Pessoa nos anos 60, ainda antes da duplicação. A enorme e bela praça em frente ao Corte do Cantagalo desapareceu com a construção do viaduto Augusto Frederico Schmidt.

A rua à direita, para onde se dirige uma Kombi, é a Gastão Bahiana.


Esta foto já é da época da construção do viaduto, por volta de 1970. A Epitácio Pessoa ainda em mão-dupla, mas já havia começado o aterro para o viaduto.


Rua Rodolfo Dantas com Barata Ribeiro totalmente alagada.


Ipanema, perto do hospital, cheia de lama.


O DKW enfrentando dificuldades na Rua Tonelero.


O Karman ali atrás estava em dúvida se arriscava passar pela "piscina" ou não. Aliás, o motorista já devia estar sobrendo, pois se estivesse com os vidros totalmente fechados, tudo já estaria embaçado. E se abrisse a janela se molharia, pois a inclinação do teto permitia a entrada de água. E não parece que tinha as antiestéticas calhas.  Uma solução paliativa era a colocação de calhas que não eram muito estéticas. 


Alguém sabe se o "piscinão" resolveu o problema dos alagamentos da Praça da Bandeira?


Vemos a enchente da Rua Santa Luiza, onde um ônibus da Light e um caminhão Chevrolet ficaram presos na água.