Total de visualizações de página

sábado, 27 de abril de 2019

CATAVENTOS

Hoje é sábado, dia da série "DO FUNDO DO BAÚ".
 
Houve um tempo em que as brincadeiras das crianças eram mais ingênuas, brincadeiras na rua ou na praça, tempo do "racha" com bola de borracha, bola de gude, pião, corridas, carniça, polícia e ladrão, amarelinha, queimado, pipa, etc.
 
E também ganhar um catavento era gostoso, mesmo com toda limitação da brincadeira.
 
Hoje é só iPad, iPhone, Play Station , games épicos tipo Fortnite, FIFA e assemelhados. É impressionante a qualidade destes jogos, é verdade.
 
Tudo mudou. Para melhor? Para pior?
 
Colorização do Conde di Lido, da época em que ele ainda sabia fazê-las.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

CENTRO

 
Fotos do acervo do Nickolas.
A primeira mostra o Centro em 1976. Observar o sistema de lâmpadas fluorescentes da Praça dos Expedicionários. O colorido dos ônibus, em especial o laranja e azul da Viação Ideal. A senhora de blusa vinho parece estar carregando um recipiente na cabeça, mas, pela sombra, isto não se confirma. Deve ser ilusão causada pelo poste do sinal lá atrás. O outdoor ao fundo mostra um toca-fitas Bosch ao lado de um anúncio da Cerveja Caracu.
A segunda mostra o bonde 4-Praia Vermelha no Tabuleiro da Baiana. É possível ver as faixas de propaganda política de Mario Martins e de Afonso Arinos. Era ainda um tempo em que fazia frio no Rio.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

ATERRO

 
 
Foto 1: do Arquivo Nacional mostrando a inauguração das pistas do Aterro do Flamengo em 05/08/1960.
 
Foto 2: de 29/01/1959. O Aterro do Flamengo, ou parque Brigadeiro Eduardo Gomes, se estende do aeroporto Santos Dumont até o início da praia de Botafogo, e seu trecho principal fica entre a praia do Russel e a do Flamengo. O início do aterramento dessa área remonta aos anos 1920, quando o material que começava a ser retirado do morro do Castelo foi utilizado para a construção da avenida Beira-Mar, da Praça Paris, do aterro da Glória e das vias no Flamengo. Também para a Urca.
 
Uma parte foi para a Praça Paris e outra para a Lagoa, para as obras de aterro e retificação da orla entre a Fonte da Saudade e a Fazenda da Bica. Nos trechos restantes utilizou-se o que havia sido retirado do morro de Santo Antônio, já na década de 1950.
 
Grandes monumentos foram erguidos ao longo do novo terreno, como o Museu de Arte Moderna e o Monumento aos Pracinhas. Além das longas pistas expressas que ligariam o Centro à Zona Sul e visavam à melhoria do trânsito, foi criado um parque destinado ao lazer e à prática de esportes, com projeto paisagístico de Burle Marx.
 
 

quarta-feira, 24 de abril de 2019

FUTEBOL DE PRAIA

 
A foto acima foi enviada pelo Gugu. Mostra a seleção de futebol de praia do Estado da Guanabara, que conquistou o campeonato brasileiro de 1965, disputado no Rio Grande do Sul. Na foto aparecem: em pé: Rubinho (Lá Vai Bola), Paulo Roberto (Guaíba), Jonas (Lagoa), Tonico (Lá Vai Bola), Potoca (Lá Vai Bola) e Cicarino (Dínamo);agachados: Gugu (Lagoa), Geraldo (Real Constant), Horácio (Guaíba), Tuca (Real Constant) e Lula (Lagoa).
 
Passei a acompanhar o futebol de praia, não este tal “beach soccer”, a partir do final dos anos 50, tempo do Lá Vai Bola do Marechal (Posto 6), Pracinha do “Vasquinho”, ou era “Russo”? (Posto 5), Maravilha do Jaime “Pafúncio” e Dínamo do Tião (perto da Constante Ramos), Ouro Preto (perto da Siqueira Campos), Real Constant do Paulistinha e do Brandão, Copaleme do delegado Luis Mariano, Juventus do Tião, Radar do Eurico (Posto 2), do Guaíba do Leoni (na Urca), do Tatuís e do Lagoa (Ipanema), Grêmio, do Columbia do Edu (no Leblon), entre outros. Havia o Columbia de Copacabana (República do Peru), mais modesto.
 
Foi a época de ouro, que durou até o final dos anos 60 (inclusive a TV RIO transmitia, ao vivo, aos sábados, com o Luiz Mendes irradiando). A direção do futebol de praia era do Major Torres Homem.
 
O futebol de praia gerou muitos craques para o futebol profissional. Lembro do goleiro Renato, que era do Lá Vai Bola, e chegou à nossa seleção principal. Mais tarde o Junior, que jogava no Juventus. O Paulo Cesar (Columbia), ainda garoto jogava peladas comigo e o filho do Bria numa quadra de salão no Flamengo. Só o chamávamos de Pelé. O Fred, irmão dele, era outro bom de bola. Lidio, um promissor goleiro do Flamengo, começou no Lá Vai Bola. O Lula foi para o Botafogo, mas não deu certo. O Lelé, goleiro do Dínamo, jogou no São Cristóvão e, acho, no Botafogo. E o Marco Aurelio, do Dínamo, também foi para o Botafogo, com mais sucesso. Outro que foi do Columbia para o futebol de campo foi o Rocha, para o Botafogo.
 
Craques não faltaram na praia: o Jerson, goleiro do Guaíba, Canolongo e Pelicano do Copaleme, Kolinos e Tatinha do Lagoa. Brucutu (Lagoa), Marconi, que começou com o Jaime no Maravilha (quantos não tiveram que subir na casa de máquina dos elevadores da Constante Ramos para poder jogar no Maravilha?), o Rony, goleiro do Dínamo do Tião. Os gêmeos Dica e Mano, canhotinhos da Farme. Tuca do Tatuís? Difícil dizer quem foram os melhores das diversas épocas, mas entre eles certamente estariam Paulo Tovar, Gugu e Geraldo Mãozinha.
 
Gugu, ex-aluno do Santo Inácio foi um senhor meio-de-campo. A família era de craques (Paulinho, Joninhas, Dadica, Marcelinho). Tovar também foi aluno do Santo Inácio e brilhante médico ortopedista.
 
Quem lembra do Torneio Interpraias no final dos anos 50? Patrocinado pelo Jornal dos Sports e pela Coca-Cola era um grande sucesso. Na primeira edição, se não me engano, jogavam Copaleme, Radar, Ouro Preto, Pracinha e Dínamo (de Copacabana), Tatuís, Lagoa, IAPETEC, Milionários e Grêmio (de Ipanema e Leblon), Cobras (onde na época jogava o Tovar) e Guaíba (da Urca). O Lagoa foi campeão, seguido do Cobras, Grêmio, Radar e Ouro Preto.
 
No ano seguinte, no Torneio Interpraias, o campeão foi o grande Pracinha, do qual eu era torcedor. Jogaram também o Arsenal e o Gatos, da Urca. Jogavam pelo Pracinha: Castilho (João Luís), Eurico, Santoro, Brandão e Paulinho. Danilo e Nelito. Paulo Portugal, Ivan Portugal, Áureo e Nando Portugal. Quando esta geração acabou o time ficou mais fraco, embora tivesse Boneco, Flavinho, Huguinho, Nelito.
 
O III Interpraias teve o seguinte resultado: Radar, Tatuís, Guaíba, Grêmio, Copaleme, Lagoa, Dínamo, Pracinha, Nacional, Arsenal, Gatos e Paredão. Não sei a razão do Maravilha não participar.
 
O “clássico” Pracinha x Radar era um acontecimento nos anos 60. Radar em que jogaram o Rafael Almeida Magalhães e o Eurico “Louro”. O outro Eurico, o Lyra, era dono do time e beque do time “aspirante”.
 
Muita gente pode ser citada. No Dínamo, por exemplo, jogaram Chiquinho, Samuca, Claudio, Cicarini, Bene, Flavio, Renatinho, Pavane, Marquinhos, João Carlos Barroso, Baba, Neném, Mengalvio, Fefeu, Marco Aurelio tatu, Marconi, Pará, Potoca, Murilo, Gago, Rubinho, Arnaldo, Jorginho, Ivan, Baby, Franklin.
As camisas eram entregues pelo Tião sempre fedidas e secadas ao sol. Para irritar o Tião era só assobiar o hino do Flamengo...
 
No Lagoa do Teo jogaram Gugu, Paulinho, Rui, Pepa, Manoel, Lula. No Arsenal jogaram Pitomba, Ivano, Almir, Silvinho, Miguel, Nelson e Nelsinho.
 
Jogar no final do Leblon e na Urca era quase certeza de ter briga no final (estes campos eram considerados os mais difíceis). Pior era ser juiz desses jogos na praia: frequentemente o árbitro tinha que sair correndo e fugir a nado para evitar apanhar. Entre eles o Arnaldo (o Armando Marques foi técnico do Lagoa), o Margarida, o Xuxu e o “Filho do Sol”, cujo nome já não lembro.

Além dos times já mencionados, em épocas diferentes havia ainda: Areia e Fiorentina (Leme), Botafogo (Siqueira Campos), Chelsea (Constante Ramos), Montenegro (Ipanema), Cobrinhas e Colúmbia (Leblon). O Juventus era da Figueiredo Magalhães (Edifício Camões). Alguém lembra do Alvorada, do técnico Alcides?

O Gugu disse que jogou mais de 10 anos no primeiro time do Lagoa e nunca teve  briga na Urca ou no Leblon. Mas teve uma enorme no campo do Juventus e outra grande briga num jogo Lagoa x Radar, em 1960, no Lido. O problema da Urca era que o acesso à praia se dava por duas escadas apenas. Assim, quando havia uma briga, a saída mais rápida era pelo mar mesmo.
 
Muito conhecidos foram o Paulada (Columbia), o Ligeireza (Gremio - Leblon), o Finn (Columbia). E o Esquerdinha, o Tubarão, o Motorzinho, o Canário. Américo e Pará jogaram no Lá Vai Bola no final dos anos 60, época depois que o Candeias esteve por lá. Wadinho no Radar. Zé Brito no Lagoa.
 
No Real Constant jogaram o Denio (Baiano), o Geraldo Mãozinha, Renato (goleiro do Fla e da sel. brasileira), Tuca que veio do Tatuis, Sérginho Cachaça idem, o Aru, Carlinhos, Nandoca, Dica (irmão do Mano de Ipanema, da Farme).
 
O Paulista conta que durante um jogo Columbia x Real Constant o Geraldo Mãozinha deu um lençol no Bosco e começou a gozação. Aí o Bosco grita para o Paulista: “Joga muito, não é? Agora pede para ele cobrar um lateral!”. O Geraldo se atracou com o Bosco e os dois foram expulsos.
 
Outros craques ainda não citados: Nandoca, Rigoni, Ronald Paraíba, Rodrigo Tovar, Armandão, Siggia, Lauro, Sergio Cachaça.
 
Este “post” é uma homenagem a várias gerações do verdadeiro futebol de praia do Rio.

terça-feira, 23 de abril de 2019

ROUEN

 
O "post" de hoje, com um dia de atraso, é uma homenagem ao aniversariante de ontem, o prezadíssimo mestre Rouen, ora exilado naquela estranha cidade da América do Norte, adorada pelos brasileiros.
Mostra o restaurante "Farol da Barra" no final dos anos 70. O anúncio publicitário dizia: "Restaurante Farol da Barra - Comida típica baiana - Comida típica alemã - Piano Bar - Av. Sernambetiba 1700 - RJ - Brasil.”
O prezado Conde jurava que comia lá salsichão ao dendê (mas vindo do Conde nunca se pode saber se é verdade mesmo...). Os camarões e casquinhas de siri do "Farol da Barra", acompanhados de um chope bem tirado, eram um ótimo programa para o final de semana.
Destaque para o Puma, ao lado de um Fiat Spazio e de um Opala.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

ADEG X SANTO INÁCIO



 
Em maio de 1964 o campo de futebol do Colégio Santo Inácio foi palco de um jogo histórico. O forte time dos alunos, habitual vencedor de jogos contra outros colégios, jogou contra o time da ADEG (Administração dos Estádios da Guanabara), composto de veteranos jogadores profissionais que trabalhavam lá na ADEG.
O jogo, assistido por cerca de duas mil pessoas, foi organizado pelo ex-aluno e grande craque do futebol de praia, Rafael Almeida Magalhães, vice-governador do Estado da Guanabara.
Na foto do time da ADEG vemos grandes craques, alguns pouco depois de se aposentarem dos gramados, como, em pé:  XX, Esquerdinha (Fla), Tomé (Botafogo), Paulinho de Almeida (Vasco e Sel. Brasileira), Telê (Flu) Paraguaio (Botafogo), Claudio (goleiro do Flu, Santos e Sel. Brasileira). Agachados: Barbosa (Vasco e Sel. Brasileira)), Nilton Santos (Botafogo e Sel. Brasileira), semiagachado Castilho (Flu e Sel. Brasileira), Ademir (Vasco e Sel. Brasileira), Orlando Pingo de Ouro (Flu) e Lima ((?).
O ótimo time do Santo Inácio jogou com: Seixas, Pacheco, Pontes, Pinto, Roberto Zagari, Mauricio Souza. Agachados: Tatavo Hermeto, Paulo Rodrigues, Luiz Sergio Zagari, Eugenio Decourt e Nico Parente.
Um profissional recém-aposentado é muito melhor que amadores em forma. Não houve jeito. Um contundente 7x1 para o time da ADEG.
Ademir fez 1x0 e Roberto Zagari empatou. Mas depois foi um massacre. Ademir, Esquerdinha e Castilho (que jogou na ponta-esquerda) marcaram ainda no primeiro tempo. No segundo tempo Nilton Santos fez dois gols e Orlando encerrou o placar.
A primeira foto mostra o atual renomado Urologista Paulinho Rodrigues disputando um lance com o grande Nilton Santos, que apenas dois anos antes tinha sido campeão do mundo no Chile e bicampeão carioca pelo Botafogo.
 
Grandes jogadores de futebol passaram pelo Santo Inácio. A maioria não seguiu carreira profissional, mas não posso deixar de citar alguns reconhecidos no meio futebolístico como Luiz Paulo Tovar que, mesmo amador, chegou à Seleção Brasileira como reserva de Zizinho e atuou como grande craque no Botafogo. Ao se formar médico abandonou o futebol.
 
No futebol de praia grande destaque para os ex-alunos Rafael Almeida Magalhães (no Radar), Gugu (no Lagoa) e Mosquito. Tovar e Gugu talvez estejam entre os 10 melhores do século XX na praia.

domingo, 21 de abril de 2019

FUTEBOL DOMINICAL


 
Até a década de 60 era obrigatória a presença dos alunos do Ginásio do Colégio Santo Inácio à missa dominical. Usávamos um uniforme de gala, sapatos e meias pretos, camisa branca, calça e paletó creme. Era um transtorno acordar muito cedo para estar antes das 8 horas no colégio.
 
Mas o que mais gostávamos é que após a missa havia o campeonato de futebol dominical. Naqueles tempos, anos 50 e 60, quando pouquíssimos tinham camisas de times de futebol, para estas partidas o colégio fornecia camisas de times brasileiros ou diversos uniformes do próprio colégio (eram lindas as camisas grenás e as brancas com escudo do colégio).
 
Nada de "dry-fit" ou similares. Eram camisas de malha, bem raiz.
 
As partidas eram disputadíssimas, nove contra nove, com juiz (geralmente o padre encarregado de cada série) e tinham meia hora de duração. Jogávamos das 9 horas até meio-dia. Campo de terra batida, mas muitos usavam chuteiras, aquelas pretas de antigamente. Outros jogavam com tênis.