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sábado, 18 de julho de 2020

LEBLON - LAGOA


Na foto de hoje vemos a região onde se instalaram diversos clubes do Rio. Era a Freguesia da Gávea, que consistia nos bairros do Jardim Botânico, Gávea, Lagoa, Ipanema, Leblon, São Conrado, Joá.

O “Plano Agache”, da primeira metade do século XX, era um projeto da Prefeitura do então Distrito Federal, somente aprovado em 1942, para urbanizar a área da Lagoa Rodrigo de Freitas. Foram feitos aterros, em sua maioria destinados "à construção de sedes e praças de esportes de entidades desportivas de primeira categoria", como previA a Lei 770. O terreno, então, mal podia ser chamado de terreno, tal a quantidade de água que precisava ser aterrada. Havia lixo, lodo e brejo.

Na vizinhança já havia o Jockey Club desde os anos 20, o Flamengo e o Caiçaras dos anos 30. Aí chegaram, nos anos 50, o Paissandu, o Monte Líbano e por fim a AABB.

Na foto vemos também a Favela Praia do Pinto, encravada no meio do Leblon. De todas as favelas extintas nos anos 60, o caso mais polêmico foi a da Praia do Pinto, no Leblon. Os moradores souberam dos planos da Prefeitura de acabar com a comunidade ainda na década de 50, mas houve forte resistência. Segundo dados do Censo de Favelas de 1949, pelo menos 20 mil pessoas moravam no local. A remoção só foi concluída após um polêmico incêndio, em 1969, durante o mandato do governador Negrão de Lima. Em seu lugar foi construída a “Selva de Pedra”, conjunto de 42 prédios.

Na foto vemos também a “Cruzada São Sebastião”, obra de D. Helder nos anos 50, para onde foram removidos parte dos moradores da Praia do Pinto e da Ilha das Dragas, outra favela que existia perto do Caiçaras. Também desta época é o “Conjunto dos Jornalistas”, na Av. Ataulfo de Paiva nº 50.

O Jardim de Alá foi urbanizado na gestão de Dodsworth, em 1938.

Vemos também a “Pedra do Baiano”, quase toda demolida, com o espaço hoje em dia ocupado pelo teatro Casa Grande e pelo Shopping Leblon. 

Podemos ver, também, a Igreja dos Santos Anjos, na Avenida Afrânio de Melo Franco.

A Av. Afrânio de Melo Franco tem este nome desde 1939, antes era Av. Melo Franco.

A Av. Borges de Medeiros até 1961, neste trecho onde estão o Monte Líbano, a AABB e o Paissandu, ainda era o antigo trecho final da Av. Epitácio Pessoa.


sexta-feira, 17 de julho de 2020

CARROS PELA CATACUMBA


Foto enviada pelo GMA. Vemos a Favela da Catacumba provavelmente nos anos 60. À direita vemos o Posto Policial e, ao lado, a construção onde funcionava um templo.


Foto de 1969, de O Globo. Como curiosidade vemos o tráfego em mão-dupla na pista oposta à Lagoa quando, na época, este era um dos únicos trechos em que havia mão única. Suponho que a pista mais perto da água estivesse interrompida por conta das obras da duplicação da Avenida Epitácio Pessoa no seu trecho entre a Favela da Catacumba e o Jardim de Alá. Podemos ver somente carros nacionais.

A maioria dos barracos desta favela era de madeira, mesmo em seus últimos tempos de existência. A construção parecendo uma chaminé era o local do incinerador de lixo (lembram-se que quase todos os edifícios tinham o seu próprio incinerador e contribuíam enormemente para a poluição ambiental?). Na calçada, esperando condução, alunos com o antigo uniforme das Escolas Públicas e diversos trabalhadores. Já estão instaladas as novas lâmpadas de iluminação pública
 


Esta fotografia do Arquivo Nacional mostra um trecho da Avenida Epitácio Pessoa, na Lagoa, em frente à favela da Catacumba, por volta de 1960. Vemos as precaríssimas condições de habitação neste local. Na época não havia maiores riscos à segurança ao se passar por aí. Diariamente, quando eu ia para o colégio, os ônibus paravam aí, em dois pontos, e nunca tive problemas. Da mesma forma quando, frequentemente, passava de bicicleta. O carro de frente é um Nash 1946. O rabo-de-peixe  é um Plymouth Fury Sedan 1959. 


Esta foto, do Arquivo Nacional, da Coleção do Correio da Manhã, mostra um aspecto da Favela da Catacumba, em 1964. O carro à esquerda seria um Ford 1953. Atrás, um caminhão F-350 (1958-1961).

Do lado esquerdo, fora da foto, às margens da Lagoa tínhamos dois campos de futebol onde nos finais de semana se disputavam animadas partidas dos times “Sete de Setembro” e “Brasil Novo”. Durante a semana serviam para as lavadeiras estenderem lençóis dos "bacanas" para secar ao sol. As pistas não tinham ainda sido duplicadas, o que só ocorreria uns 6 anos depois.  

O letreiro SOMAC seria da Sociedade de Moradores e Amigos da Catacumba?

Naquela casa grande ao fundo, na curva, aconteciam cultos religiosos. À direita vemos um ponto de ônibus, onde parava o "157"- Estrada de Ferro e, dois postes depois, a parada do ônibus elétrico, o "16 - Largo do Machado-Ipanema". 

quinta-feira, 16 de julho de 2020

CURSO DE BOTINHOS





Este tradicional curso ministrado na Praia de Copacabana, no Posto 6, teve início em 1958, quando o "banhista" (hoje chamado de "guarda-vida") Sebastião David Cavalcanti criou um programa de aulas, que era levado a efeito no mês de janeiro de cada ano, objetivando ensinar natação e técnicas de salvamento de afogados para crianças e adolescentes.

Assim, com o Curso de Botinhos, nasceu o primeiro CURSO DE NATAÇÃO INFATIL do Brasil, tradição mantida durante décadas (não sei se ainda está em funcionamento).

O curso é extremamente útil, pois ali se aprende como se comportar no mar. Coisas que antes apenas se aprendiam com os mais experientes ou "apanhando" muito com "caixotes", "valas" e alguns sustos.

Ou até necessitando da ajuda dos "banhistas" para voltar à areia (embora ser recolhido por uma daquelas lanchas com dois "banhistas", que ficavam navegando logo após a arrebentação, tinha lá seus atrativos).

Na minha opinião, neste último caso, acho que a vergonha perante os amigos não compensava o "passeio" até a área de desembarque no Posto 6.

Havia níveis para diferentes idades (golfinho, “moby dick” e tubarão).

Dica: para escapar de uma correnteza temos que nadar na diagonal do seu sentido e sair dela aos poucos, sem pânico, mesmo que tenhamos que nadar para alto-mar ou nos afastarmos muito do ponto de origem. Enfrentar as ondas e saber quando não devemos cair na água são outros aspectos importantes.

O escudo da primeira foto foi enviado pelo GMA, um “botinho”. Assim como o Joel.

quarta-feira, 15 de julho de 2020

PRAIAS DE RECREIO









No final dos anos 50, por iniciativa da Divisão de Educação Física do MEC, começaram a funcionar as “praias de recreio” em Copacabana e Ipanema, para atender cerca de 3 mil frequentadores.

As atividades eram de sete às nove e meia da manhã, de segunda a sexta, com a presença de professores de Educação Física e instrutores de outras disciplinas, como de danças folclóricas. Eram dedicadas a escolares de todos os bairros, que poderiam inscrever-se em quatro turmas: infantil (curso primário), juvenil (curso secundário), adulta (superior) e de aprendizagem e orientação recreativa infantil. Eram abordados quatro temas: ginástica, dez modalidades de jogos desportivos, recreação e danças folclóricas.

Quanto à complementação alimentar dos frequentadores ficaria a cargo da Campanha Nacional de Merenda Escolar do MEC. Era Ministro da Educação o Sr. Clovis Salgado.

Tal foi o sucesso que o Prof. Alfredo Colombo, responsável pelo projeto, estendeu as atividades para os domingos com convidados especiais, como Ademar Ferreira da Silva, o consagrado atleta do salto tríplice. E o período de funcionamento, inicialmente previsto para 30 dias em janeiro, foi prorrogado até o final do mês de fevereiro, para atender às crianças ainda de férias.

Por conta do acolhimento da ideia o Prof. Colombo então programou para as futuras férias de julho as “ruas de recreio” e para o verão seguinte atividades também na Zona Norte, para os que não pudessem frequentar as praias da Zona Sul.

Era uma época em que o Ministério da Educação funcionava.

terça-feira, 14 de julho de 2020

CASA MAUÁ


Vemos a Av. Rio Branco junto à Praça Mauá. 

À esquerda a Casa Mauá, que era uma casa comercial cujo prédio era de propriedade do Mosteiro de São Bento. Foi demolida nos anos 80 e em seu lugar foi construído o feioso edifício RB1.

A foto é anterior a 1945, pois ainda existia o canteiro central da Av. Rio Branco. A estátua de Mauá ainda dava as costas para a avenida. 



Postal da coleção de Klerman W. Lopes,  com vista do Centro com o Edifício A Noite e, à sua esquerda, a Casa Mauá.

A Casa Mauá era legitima representante da arquitetura ecletica do inicio do século 20. 

Em setembro de 1962 a greve geral convocada para a Guanabara e que envolvia os transportes ferroviários (Central e Leopoldina) além das barcas, foi esvaziada porque funcionaram os serviços de ônibus, lotações e bondes, além da Marinha ter colocado à disposição da população 5 "avisos". O embarque dos passageiros com destino a Niterói foi efetuado no Arsenal de Marinha, como vemos na foto.

Ao fundo vemos a Casa Mauá.




segunda-feira, 13 de julho de 2020

MERCADO DAS FLORES



Vemos hoje o Mercado das Flores, no Centro.

Anteriormente funcionou neste endereço a “Companhia Editora Americana”, na esquina da Rua Buenos Aires com a Praça Olavo Bilac. Esta editora publicava a "Revista da Semana" e o “Eu sei tudo.”

Ao fundo vê-se o prédio da Casa Raunier onde Rui Barbosa era freguês e o famoso cantor Orlando Silva era entregador. Orlando Silva, inclusive, sofreu nesta época um grave acidente ao tentar subir num bonde, ficando com uma sequela no pé esquerdo que fazia com que mancasse.

A segunda foto é do Malta, do acervo do IMS, mostra o Mercado das Flores da Praça Olavo Bilac, ali junto à Rua Buenos Aires, no Centro.

Este mercado era citado diariamente e por anos a fio no rádio, pois era um dos patrocinadores “master” do programa do Washington Rodrigues, o Apolinho, através da loja “A Camélia Flores”, do Álvaro.

domingo, 12 de julho de 2020

FLA x FLU


Hoje é dia de Fla x Flu decisivo no Maracanã.

Nada comparado com o de 1963, que também decidiu o campeonato, quando quase 200 mil pessoas foram torcer no Maracanã (se olharem com cuidado podem me ver ali atrás do gol, dez degraus acima da boca de entrada). Aliás, o Menezes também já disse que estava por ali.

Jogo duro, o Fluminense atacando muito pois precisava da vitória, mas o empate de 0x0 deu o título ao Flamengo. Com Marcial de um lado, Castilho do outro.

Tudo muito diferente de hoje, quando um campeonato carioca falido, sem público por causa da pandemia, vai ser visto somente pela TV.

E com esta história de ser o clube mandante que transmite, a locução é pífia, às vezes nem mencionando o time adversário. Total falta de profissionalismo, privilegiando imagens só do próprio clube. Imaginem que nem repetem lances duvidosos se eventualmente possam favorecer o adversário.

Triste espetáculo.