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sábado, 27 de março de 2021

GARAGE AVENIDA


A fotografia de hoje mostra o automóvel, a ser alugado na "Garage Avenida".

Há 100 anos, quando se precisava de um automóvel, não se ligava para o Uber ou para o Cabify, mas para a Garage Avenida, na Rua da Relação nº 16, telefone 474, ou na Avenida Rio Branco nº 161, Centro.

Qualquer problema era resolvido pelo gerente, o Sr. José Maria da Silva. Infelizmente não mais será possível encontrar na Garage Avenida o Sr. Placido Durand, que se transferiu para a Garage Cruzeiro, na Rua Menna Barreto nº 17, em Botafogo.

E quem estivesse interessado, na garage da Rua da Relação havia para a venda um  do “fabricante Gregoe, de 40 HP, duble phaeton, completo e por preço vantajoso” ou um “do fabricante francez “Gregoire”, em optimo estado, carros-serie gênero “barata”, a preço de ocasião”.


sexta-feira, 26 de março de 2021

LA CAVE AUX FROMAGES

Ontem o “Saudades do Rio” mais uma vez recebeu um email com pedido de ajuda. Desta feita para informações para um filme sobre o Leblon. O assunto estava relacionado com a área onde funcionou a “La Cave aux Fromages”, cuja foto me foi enviada pelo prezado GMA.

Na foto de hoje, então, revemos o restaurante que ficava na Praia do Leblon, na esquina da Delfim Moreira com Almirante Pereira Guimarães. Fez grande sucesso nos anos 70, por vender queijos franceses. Também a adega de vinhos era bem interessante.

Seu dono era Monsieur Pierre Bloch, um francês que lutou na Resistência, na 2ª Guerra Mundial. Era um local muito agradável. No final dos anos 70, com restrições às importações, o restaurante fechou.

Houve lá, certa noite, quase uma tragédia. Ao chegar a conta numa mesa em que estavam dois jovens e famosos professores de Economia, da PUC e da FGV, começou uma discussão sobre os valores cobrados. Do salão, a discussão foi para este pátio onde se veem os "ombrelones". De um lado M. Bloch e seu "staff", do outro os dois professores. Troca de desaforos, um "quem não tem dinheiro não deve vir aqui" prá lá, um "restaurante de merda" prá cá, a discussão evoluiu para tapas e pontapés. A tragédia quase se consumou quando um dos empregados apareceu com um facão de cozinha. Nisto, a namorada de um dos professores se coloca à frente do empregado e com grande autoridade lhe grita: "Largue isto, agora!". Foi quando todos "caíram na real" e, felizmente, a situação se acalmou.

Acho que o La Cave aux Fromages chegou a funcionar por um tempo na Bartolomeu Mitre, onde mais tarde se estabeleceu o Un Deux, Trois, mas não tenho certeza. O La Cave foi uma vez assaltado à luz do dia e Monsieur Pierre Bloch covardemente agredido.

Também acho que esta casa foi onde durante algum tempo morou a família do deputado Rubens Paiva.

E, como o mundo é pequeno, a empresa do pai do prezado Mauro Marcello, como ele já mencionou num comenário há anos, era responsável pelos desembaraços aduaneiros de seus maravilhosos queijos e vinhos franceses. Antes deste restaurante da foto, Pierre Bloch começou com uma pequenina loja na Almirante Guilhem, onde comercializava suas iguarias. Após o encerramento das atividades do restaurante ele se mudou para Búzios.

 

quinta-feira, 25 de março de 2021

PAVILHÃO DE REGATAS

Vemos o Pavilhão de Regatas, construído na época de Pereira Passos, nos primeiros anos do século XX, na Praia de Botafogo.  Como os orçamentos para a construção foram caríssimos, Passos importou a estrutura na Antuerpia, na Bélgica. Vieram no vapor “São Paulo”. A iluminação elétrica do Pavilhão de Regatas ficou a cargo da firma Siemens & Halske. Nesta época o remo era o esporte que atraía o maior público no Rio. 

Nosso comentarista Eleuterio Miranda, irmão do falecido General Miranda, assim comentou esta foto: " ROWING - Com extraordinaria concurrencia do que de mais distinto e elegante possue a sociedade carioca, realizou domingo ultimo, num dia de luminoso sol bafejado por uma viração benigna a vida sportiva do Rio de Janeiro, a Federação Brasileira das Sociedades do Remo a sua magnifica regata para a corrida do Campeonato do Rio de Janeiro. Como attesta a photogravura hoje estampada, estiveram repletas as archibancadas e o pavilhão destinados aos convidados e à direcção da regata. No mar feria-se o prelio das sociedades de remo e era grande tambem a animação e além das barcas "Mauá", com os sócios do Club de Regatas Boqueirão do Passeio, "Segunda", com os do Club de Natação e Regatas, "Quinta", com os do Club de Regatas de Icarahy, e "Sexta", com os do Grupo de Regatas Gragoatá, cruzaram-se com os rebocadores dos clubes de Regatas do Flamengo, Internacional, Vasco da Gama e S. Christovão, muitas lanchas com familias em toilettes alegres, escaleres remados por aspirantes, alumnos da Escola Militar e marinheiros de guerra e guigas guarnecidas de robustos amadores de regatas. Ao longo do caes da Avenida de Botafogo extendia-se longa fila de curiosos em um vae-vem incessante, logrando todos um espectaculo infinitamente bello favorecido pela amavel temperatura e pelo pittoresco do local a que a linda enseada proporciona um scenario imponente dotado pela natureza das mais ricas tonalidades" 

As pessoas ficavam aglomeradas diante da murada de pedra do cais de Botafogo durante um dia de regatas. Ao fundo, a igreja da Imaculada Conceição, projetada pelo Padre Clavelin e inaugurada em 1892. As regatas passaram a ser oficialmente disputadas a partir de 1851, transformando-se em ponto de encontro da população carioca no início do século XX. Inaugurado em 24 de setembro de 1905, teve o C.R. Vasco da Gama como o primeiro campeão.


Em 1931 o Pavilhão de Regatas foi demolido. Estava velho e necessitando de urgentes consertos, pois sua manutenção deixava a desejar. Outro motivo para a demolição é que consideraram que no local onde estava situado não correspondia às exigências do serviço para que fora designado. A Prefeitura estudava a construção de outro, em estilo moderno, num lugar mais apropriado, talvez à altura da Av. Pasteur. Mas este projeto não foi adiante. O novo Estádio de Remos só foi concluído na década de 50, na Lagoa.

O Pavilhão de Regatas também era utilizado em inúmeras ocasiões para festas com música. Seja em atividades políticas, festas de carnaval como "batalha de confetes", comemorações como a chegada do Dornier DOX ou procissões marítimas.


Aspecto da Av. Beira-Mar em dia de regata.


O público, elegantemente vestido, se debruçava sobre a amurada então existente na Praia de Botafogo. 
 

quarta-feira, 24 de março de 2021

RESTAURANTE E BAR BOLERO

Vemos  o Bar e Restaurante Bolero, que ficava em Copacabana, na Avenida Atlântica nº 1910, entre as ruas República do Peru e Fernando Mendes. O antigo telefone era 37-9915. Esta rara fotografia noturna do Rio de antigamente, mostra o Bolero, que era conhecido, segundo o Conde di Lido, como um reduto da prostituição em Copacabana. Neste imóvel funcionaram as boates Espírito da Coisa, Catavento, Bolero e, mais recentemente, o bar Top Beer. O carro parece ser um Chevrolet Bel Air 1952 cujas saias traseiras foram retiradas, me disse um especialista.

Nesta foto já publicada por aqui vemos o toldo do Bar Bolero mais ao fundo na foto. Era uma “Help” dos anos 50 e 60.  Em identificação feita pelo obiscoitomolhado vemos, de frente, um Buick 1952, com para-brisas único. Mais atrás, o que parece ser um Henry J, de cor clara, e um Oldsmobile escuro. De traseira, inconfundível, um Henry J, com a janela traseira dividida e muitos cromados, provavelmente de 52 em diante. Um lindo Cadillac 50 conversível, um Chevrolet 49, com uma Rural americana escura ao lado. Mais à frente, visível logo após o Buick, um Jaguar Mk VII preto.


 Nesta foto mais recente vemos o letreiro "Boite Restaurante Bolero". Nos jornais da época eram muitos os registros policiais relacionados com acontecimentos dentre deste local. A boate do segundo andar tinha pequenas luzes no assoalho. Consta que na tentativa de recuperar o lugar, diferentes artistas se apresentavam na boate. Entre eles o cantor Cy Manifold (lembram-se dele?) e Suzy King, a mulher-faquir e encantadora de cobras.  

Suzy King foi protagonista de inúmeros eventos como desfilar fantasias no Baile dos Artistas, passear semi-despida montada num cavalo na Av. Rio Branco, além de exibições de jejum. Na ocasião, em 1959, assinou um contrato para bater o recorde mundial de jejum numa urna na Galeria Ritz, em Copacabana. A proposta era ficar 110 dias sem comer. A firma contratante colocou o Nocaute Jack para vigiar Suzy King. O caso acabou na delegacia, pois houve um grande atrito entre vigilante e vigiada, pois esta foi surpreendida burlando o jejum combinado.


terça-feira, 23 de março de 2021

DESFILE DE MAILLOTS







As fotografias de hoje são do acervo da Última Hora. Mostram uma promoção da Mesbla, em outubro de 1956, para lançar a coleção de “maillots” de Rose Marie Reid.

Inicialmente, nos dias 11 e 12 de outubro houve um “Chá Musical no Salão Panorâmico Mesbla”. A seguir, no dia 14 o desfile ocorreu pela orla, como mostram as fotos na Praia do Leblon. Podemos observar que o pavimento da Av. Delfim Moreira era feito com placas de concreto.  Ao fundo vemos as quadras da praia praticamente só com casas. Finalmente, na semana seguinte houve mais desfiles no prédio da Mesbla.

PS: segundo o Conde di Lido, assessor especial do “Saudades do Rio” para assuntos de moda, “de meados dos anos 1930 a meados dos anos 1960, o nome Rose Marie Reid foi sinônimo de trajes de banho femininos bonitos, funcionais e inovadores. Rose Marie acreditava que toda mulher deveria se sentir glamorosa em um maiô, e ela projetou de acordo, revolucionando os trajes de banho femininos de maneiras que consideramos naturais hoje. Rose Marie estabeleceu um império mundial da moda multimilionário. Seus maiôs dominavam o mercado americano e eram populares em todo o Canadá, Europa Ocidental, América do Sul e Austrália. Revistas de moda divulgaram amplamente sua marca e ela colaborou com algumas das agências de publicidade mais criativas da América do Norte.”

segunda-feira, 22 de março de 2021

GRANDE HOTEL - LAPA

Hoje veremos um pouco da história do “Grande Hotel” que ficava no Largo da Lapa. Foi o sucessor do “Hotel Freitas”, o primeiro hotel do Império, único edifício construído expressamente para hotel de primeira ordem, com todas as comodidades indispensáveis e luxo apropriado, como dizia o cartão de visitas do proprietário João Francisco de Freitas.

O postal da Casa Staffa, do Rio de Janeiro, mostra no início do século XX o Largo da Lapa, cujo nome deve-se à Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Lapa do Desterro. No seu entorno foram instalados restaurantes e famosos cafés, onde artistas, sambistas e intelectuais davam ares de boemia ao local. Neste postal, circulado em 1908, vê-se o luxuoso "Grande Hotel", construído em 1896 como Hotel Freitas. Com a mudança do arrendatário o nome mudou para "Grande Hotel da República". Neste local funcionou a partir da década de 1940 o Cinema Colonial e, desde 1964, a Sala Cecília Meireles.

Ao centro, o monumental Lampadário da Lapa, inaugurado em 1905. À direita, o prédio do Grande Hotel Bragança. 

Anúncio do "Grande Hotel" onde consta: salões de restaurante, leitura, banquetes, fumantes e bilhar. Higiene, quartos confortáveis, banhos frios e quentes, bondes para todos os pontos.

Outro aspecto do Largo da Lapa com destaque para a igreja, lampadário e o hotel.

Convite para o "Banquete do dia 9 de Abril de 1891.

Desprestigiado, mais tarde, com a transformação da vida noturna da Lapa, o “Grande Hotel” esteve ameaçado de demolição em 1939. Nos anos seguintes foi adaptado para cinema e para teatro. O “Grande Hotel” da Lapa (havia outros com este nome) deu lugar ao “Cine Colonial” na década de 1940 e, finalmente, em meados da década de 1960, à “Sala Cecília Meireles”.

Entre o "Grande Hotel" e o "Hotel Bragança" ficava o prédio da "Grande Refinaria Nacional - Companhia Assucareira".

Na transformação para "Cine Colonial" a fachada foi bem modificada, perdendo as características do século XIX. 

Nesta foto, anos depois da anterior, vemos à direita, a bela construção em “art-noveau” do Hotel Bragança, com seus dois torreões. Este local ficou abandonado por muitos anos, mas em tempos recentes foi restaurado, como podemos ver na última foto de hoje.



Esta foto do Google Maps mostra o excelente trabalho de "retrofit" feito no local, recuperando o prédio do "Hotel Bragança" que estava totalmente deteriorado. Ficou tudo muito bonito. 

domingo, 21 de março de 2021

COPACABANA

Vemos hoje postais colorizados de Copacabana

Posto V e Posto 6

A Igrejinha

Lido e Leme

Leme e Copacabana


O Copacabana Palace

Do Posto VI para o Leme


 Do Leme para o Posto VI