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sábado, 12 de agosto de 2023

DO FUNDO DO BAÚ: TRÂNSITO


 Hoje é sábado, dia da série "DO FUNDO DO BAÚ". E de lá saem estes cartazes de placas de trânsito, enviados pelo prezado Ruy P, a quem o "Saudades do Rio" agradece.

Estas reproduções eram facilmente encontradas no final das pequenas agendas anuais que eram distribuídas como propaganda pelas empresas. Aliás, essas agendas também são "do fundo do baú", se comparadas com as agendas eletrônicas de hoje em dia. Nas antigas, a parte final tinha muitas informações, tais como o calendário do ano seguinte com os feriados, como dados geográficos ou históricos, pequenas histórias.

Quanto ao trânsito, para obter carteira de motorista, lembro que a prova teórica era concentrada nas instalações do Departamento de Trânsito na Rua do Resende, na Lapa, num velho prédio. De posse de um "papagaio" (por que teria este nome?), era então permitido treinar "baliza" e trafegar acompanhado por qualquer pessoa que já tivesse carteira de motorista.

Era um tempo ainda em que todos dirigiam com os vidros abertos e a sinalização para troca de pista era feito colocando-se o braço para fora da janela (que perigo!): para dobrar à esquerda, o braço ficava a 90º do corpo; para dobrar à direita, levantava-se o braço praticamente a 180º, com a mão ficando perto do teto do carro; para sinalizar "parada", o braço descia também quase 180º, colado à porta.

Você, exímio motorista, sabe o significado de todas estas sinalizações?

Por falar em trânsito, quem se lembra deste sinal em miniatura descrito no texto acima? Foi enviado pelo Pgomes. Era para ser colocado dentro do carro, junto ao vidro traseiro, sendo acionado quando se pisava no freio.

Quando o acelerador era pisado acende a lâmpada verde.

Tirando o pé do acelerador, acenderá a lâmpada amarela.

Quando pisar no freio (no caso do Conde, oriundo daquele estranho estado do Sudeste, quando pisar no breque), acenderá a lâmpada vermelha.

O Conde di Lido, durante muito tempo, em vez deste aparelho, usava um gatinho que acendia os olhos quando se pisava no freio.

Esse Conde...

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

NICKOLAS - O RIO COLORIDO

Hoje temos algumas fotos conhecidas, mas que talvez não tenham sido publicadas no Blogspot, apenas no "Terra".

Vemos a arte do Nickolas Nogueira.


Segundo o Decourt, vemos, em destaque, o Villino Silveira, projetado pelo mestre Virzi, bem como a casa da família Pareto e uma grande área verde nas encostas do Morro da Glória. Fora a substituição de algumas construções por prédios, como o Hotel Londres pelo edifício número dois da Praia do Flamengo a disposição espacial da área ainda remete ao período Passos, inclusive o monumento a Barroso se encontra em seu lugar original, antes de ter sido levado para a Praça Paris nos anos 70, o curioso que os postes com refletores, os quais vemos na direita da foto estão lá até hoje, vandalizados como quase toda essa área que sofre uma grande pressão de decadência urbana. 
 
O tráfego é um desfile para os fãs dos carros americanos dos anos 40 e 50. Outro ponto de nota é robustez da amurada no início do séc XX construída com o claro intuíto de resistir a fortes ondas e que deve estar até hoje por lá, soterrada pela terra do Morro de Santo Antônio que fez o Aterro.
 
Tanto a área verde, como a casa da família Pareto, deram lugar, em duas etapas distintas, para o prédio da Editora Manchete, outro fantasma na região desde que mais um grupo de comunicação morreu nesta cidade há anos atrás, permanecendo o enorme prédio projetado por Niemeyer e antes recheado do que melhor existia, inclusive em obras de arte, e com um belo teatro, insepulto como outros monumentos a decadência desta cidade que tanto alegra certas pessoas.


A pista do Aterro contornando o Morro da Viúva. Falta a identificação dos automóveis.


A colorização desta foto do José Medeiros, feita pelo Nickolas, não agradou a alguns comentaristas do "Saudades do Rio". Exigentes, como o Conde di Lido, por exemplo, queriam algo mais vibrante.


Só ficaram satisfeitos quando o Nickolas refez a colorização. Haja paciência para aturar alguns comentaristas...



O automóvel em destaque na cor vinho é um Standard Vanguard 50-51. O automóvel à frente, teto branco e azul piscina ( este tipo de pintura é conhecido como saia e blusa), lembra mais um Ford Fairlane 50-51 (formato do vidro traseiro e lanternas traseiras grandes e redondas ). O automóvel amarelo ao lado do Vanguard lembra muito um Chevy 52. Lá na frente, o automóvel colorizado de azul marinho, tem uma traseira característica de modelos 1957, o que nos leva a supor que esta foto foi batida de 57 para cima. As identicações foram feitas pelo sumido Renato Libeck.


O aspecto da Av. Atlântica antes de 1938, quando foram retirados os postes do meio da rua.


Vemos a saída do Túnel do Pasmado ao lado do campo do Botafogo. 




quarta-feira, 9 de agosto de 2023

BONDES ANTIGOS (2)

 Aproveitando o embalo de ontem, mais algumas fotografias dos bondes antigos.

Bonde 766, CASCADURA, na Praça XV.

Bonde 121, VILA ISABEL-ENGENHO NOVO, na Av. Passos.

Bonde 473, SÃO FRANCISCO XAVIER, onde?

Bonde 129, LARGO DO MACHADO, no Largo da Carioca.


Bonde 122, linha ???, no Largo da Carioca.


Bonde 79, linha ???, no Largo da Glória.


terça-feira, 8 de agosto de 2023

BONDES ANTIGOS

Bonde 646, PIEDADE, no Largo de São Francisco.

Bonde 379, destino?, no Largo de São Francisco.

Bonde 374, BARCAS, na Praça Tiradentes.

Bonde 163, SÃO JANUÁRIO, na Praça Tiradentes.


 Bonde 194, LEME, no Passeio Público.


Bonde 154, MATTOSO, na Praça XV.

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

HOTEL RIVIERA


Nesta imagem da “Aviação Naval” vemos a região do Posto 6, com as ruas Francisco Otaviano e Joaquim Nabuco. Bem à direita vê-se, parcialmente, a Rua Rainha Elizabeth. À esquerda, o Cassino Atlântico junto à Francisco Otaviano e, à direita, o Hotel Riviera perto da Rainha Elizabeth.


Desde 1936 já se viam anúncios do Hotel Riviera, na Av. Atlântica nº 1046 (numeração antiga). É o prédio à direita, de propriedade do Sr. Aldo Rosso. Foi inaugurado em janeiro de 1938.


Em destaque, bem à direita, o Hotel Riviera em terreno recuado. O Andre Decourt chama a atenção para o fato de que vemos na imagem dois prédios na Av Atlântica. O primeiro, à direita, já está construído e ao seu lado outro prédio sobe nas estruturas. Reparem que na frente dos dois vemos jardins. No prédio pronto este detalhe é flagrante. Vemos os jardins e a entrada do prédio com pé direito maior e marquise. No em construção vemos só árvores e um portão, não há casa, o que significa que o prédio também será alinhado com o seu vizinho.

O mais impressionante é que, certamente logo depois de o Plano Agache ser revogado, esses jardins rapidamente foram ocupados por novos prédios, possivelmente já nos anos 40.

A impressão do Andre é que na frente do prédio que aparece em construção há hoje um prédio bem antigo revestido de pastilhas verdes, e o que já está pronto tem na sua frente o hotel hoje chamado de Orla Rio, totalmente reformado, mas seu imóvel sempre foi ocupado pelo Hotel Riviera.


Em 2006 o Rafael Netto fez esta foto a fim de esclarecer o que o Andre havia comentado. Conta ele: “O Plano Agache previa que os prédios da orla de Copacabana fossem recuados para que não projetassem sombra na areia, que na época ficava onde hoje estão as pistas de rolamento. Os (poucos) prédios construídos na época ficaram então com grandes jardins entre a fachada e a Av. Atlântica, e com a revogação do Plano, nos anos 40, estes terrenos acabaram sendo ocupados, encobrindo a fachada dos edifícios, que foram feitos para ter vista para o mar.

O caso mais famoso (e que pensávamos que fosse o único) foi o Ed. Guarujá, já amplamente mostrado nos FRA-Fotologs do Rio Antigo, cujos jardins sobreviveram até os anos 60.

Com a foto anterior o Decourt descobriu que ainda sobrevivem mais dois prédios "emparedados" no Posto 6, que tiveram os jardins ocupados já nos anos 40. Hoje, seus endereços e fachadas "de facto" ficam na Av. Nossa Senhora de Copacabana.

Na Av. Atlântica, como vemos nesta foto, hoje existem um grande edifício na esquina da Rua Joaquim Nabuco (que fica no lugar de uma grande casa com dois torreões), os dois prédios que foram construídos sobre os antigos jardins, e o Orla Hotel, ocupando o lugar do Hotel Riviera. Os outros dois prédios não aparecem na foto antiga.


Nesta foto de 1936 podemos já ver, ao fundo, o prédio do Hotel Riviera, na altura do Posto de Salvamento nº 6.


O M. Zierer fez uma montagem de duas fotos separadas, as quais foram publicadas no nº 3, de 1936, do periódico “Brasil Revista”. Podemos apreciar a predominância de casas e poucos edifícios na Av. Atlântica desde a esquina com a Rua Francisco Otaviano, passando pela Joaquim Nabuco, Rainha Elizabeth até a Júlio de Castilhos. Podemos ver o prédio do Hotel Riviera na "meia-direita" da foto.


 Diz o texto: "O presente de Anno Bom do Posto Seis, em Copacabana, foi seguramente o otel Riviera. Inaugura a 3 do corrente, o novo hotel da praia começa possibilitando a estação de verão num ponto maravilhoso, que incompreensivelmente, não tinha ainda sido descoberto pelos hoteleiros. Installado em predio novo, frente ao mar, quasi na ponta da Avenida Atlantica, domina esta e a Rua de Copacabana. Dirige-o o Sr. Aldo Rosso, um homem que se fez, que se criou no meio hoteleiro, com profundo conhecimento do metier e que durante longos annos foi o Chefe de Recepção do Copacabana Palace Hotel. Isto tudo se revela, na mais ligeira visita, na entrada, mesmo, do Hotel Riviera. Seu hall elegantissimo amplo, com seu mobiliario requintado, sua recepção, tudo patenteia que a Direcção conhece o que é um grande hotel moderno, que sabe realizar um ambiente de conforto como o turismo contemporaneo exige."


Foto do acervo de M.C. Oliveira. Vemos o Hotel Riviera na década de 40. Reparem o agradável bar-restaurante ao lado. Segundo o Andre Decourt, este espaço existia, tal como aquele que ficava ao lado do Edifício Guarujá, na esquina da Constante Ramos, por seguir as regras do Plano Agache, que determinava que os prédios com mais de 5 andares na orla de Copacabana deveriam ir recuando para o fundo do terreno, até o gabarito máximo que era de 8 andares. Quando o Plano Agache foi revogado, por esta época, logo os arranha-céus tomaram conta dos terrenos vazios.


Foto de Kurt Klagsbrun mostrando o Hotel Riviera por volta de 1950. O Hotel Riviera, além de turistas, recebia muitas delegações de esportistas estrangeiros, autoridades e artistas internacionais, bem como servia de concentração para times de futebol brasileiros. Era considerado um dos mais importantes da orla de Copacabana nos anos 40 e 50.


Uma explicação para o “mistério” dos prédios emparedados é que todo o terreno pertencia a um só proprietário. Em 1946 o “Correio da Manhã” noticiava que o empresário Aldo Rosso iria construir o “Grande Hotel Rosso”, apelidado de “Palácio do Turista”, numa área de 2000 metros quadrados, estendendo suas frentes sobre a Av. Atlântica, Rainha Elizabeth e Av. N.S. de Copacabana, sendo a superfície de construção de 30 mil metros quadrados. 

Teria 330 apartamentos, já com ar condicionado, dotado de serviços e instalações acessórias das mais modernas. O enorme edifício conteria casas comerciais, lavanderias, cabeleireiros, tinturarias, agência de bancos e de turismo, ginásio, vários salões para noivados e casamentos, e um luxuosíssimo salão para refeições a “la carte”, além de uma boate. No 13º andar haveria um grande salão para banquetes e festas, com capacidade para mil pessoas. Uma verdadeira cidade em miniatura levada a efeito pela firma Hotel Riviera S.A., da qual é presidente o Sr. Aldo Rosso, proprietário do terreno e seu maior acionista.

Seria um hotel do padrão do Statler e do Waldorf Astoria, de Nova York, erguido no Rio, por uma grande companhia encabeçada pelo Sr. Aldo Rosso, proprietário do Hotel Riviera, em Copacabana, e do Grande Hotel de Petrópolis.


Comunicação dos edifícios que seriam demolidos para a construção do grande empreendimento do “Hotel Rosso”. O arquiteto Luiz Fossati era bem conhecido por seu envolvimento no projeto do Hotel Quitandinha, em Petrópolis.


Comunicação ao público da possibilidade da subscrição de ações por aumento de capital da empresa. Diversos anúncios na Imprensa falavam da busca de acionistas para a construção deste empreendimento, sendo proposto um aumento de capital do Hotel Riviera. A empresa "Hotel Riviera S.A. foi fundada em 1945.

A Imprensa publicava com frequência anúncios sobre como seria bom investir em ações do Hotel Riviera. A edição de 06/10/1946 do “Correio da Manhã” continha anúncio que dizia: “O Grande Hotel Rosso oferece vantagens exclusivas aos portadores de suas ações: terreno valiosíssimo terreno com face para a Av. Atlântica. Dividendo mínimo garantido de 9% ao ano para as ações preferenciais. Favores concedidos pelo Governo para a construção de hotéis, pelo Decreto nº 8295, de 21/11/1945, assegurando grande rendimento ao capital invertido. Cotação normal das ações nas Bolsas de Valores. Facilidade e rapidez para a liquidação, resgate ou reembolso. Inscrições e depósitos: Banco Andrade Arnaud, Banco do Comércio, Banco de Crédito Pessoal, Banco Nacional da Cidade de São Paulo.”


Para a construção do Grande Hotel Rosso, em abril de 1945 constituiu-se a Hotel Riviera S.A. e em apenas 8 meses auferiu Cr$ 801.711,70 de lucro. No balanço de junho já alcançava Cr$ 802.794,20, o que faz prever para o ano um saldo aproximado de Cr$ 1.700,000,00.

Em 1947 foi pedida a Concordata Preventiva da "Hotel Riviera S.A.", segundo notícia do "Jornal do Commercio".

Entretanto, como se pode ler no anúncio acima, foi decretada a falência da empresa no ano de 1949. 


Anúncio publicado no "Jornal do Commercio" sobre Leilão Judicial. Não achei outros detalhes, mas o hotel continuou funcionando.


Anúncio do ano de 1951 já indicando a Av. Atlântica com nova numeração. O nº1010 passou a nº 4122. O telefone 27-0010 permaneceu inalterado. E o Sr. Aldo Rosso continuava na direção do hotel.


Em 1955 o Hotel Riviera passou a funcionar sob nova direção, tendo assumido o Sr. João da Silva Valente Filho, presidente do Banco Agro Industrial e Mercantil.


Cartão postal do Hotel Riviera.


Cartão de visita do Hotel Riviera.


Caixa de fósforo com propaganda do Hotel Riviera.

PS: não consegui descobrir quando mudou o nome de Hotel Riviera para Orla Hotel.