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quinta-feira, 18 de abril de 2024

REVISITANDO A ZONA NORTE

Revisitamos a Zona Norte com fotos do acervo do Correio da Manhã. A maioria apareceu no saudoso 1º Concurso Sherlock Holmes do “Saudades do Rio”, muitas enviadas pelo Helio.


FOTO 1: Vemos o Largo do Engenho Novo, em 01/09/64. Situado no limite entre as ruas Arquias Cordeiro e Sousa Barros. À direita deste largo existe o acesso às plataformas da estação de trens do Engenho Novo. A cerca de 80 metros à frente dobra-se à direita e passa-se sob a linha férrea, em passagem inaugurada em 1921 e que permitia também o tráfego de bondes. Essa passagem é impropriamente chamada de "buraco do padre".



FOTO 2Largo do Estacio, em 1940. O fotógrafo está na Rua Joaquim Palhares; os cavalarianos estão entrando na Rua do  Estácio; o desvio dos trilhos dos bondes, à esquerda, levam à Rua Machado Coelho. O gradil, à direita, é da igreja do Divino Espírito Santo.

FOTO 3Largo dos Pilares em 12/03/53. A rua em frente é a João Ribeiro, direção  Thomaz Coelho; à esquerda, Avenida Suburbana, direção Abolição; à direita, Rua Alfredo de Souza Mendes, direção Inhaúma. A moça, com o pezinho no meio-fio, faz charme para o fotógrafo.


FOTO 4Passagem de nível na estação Irajá, em 13/08/1950, da antiga Estrada de Ferro Rio d'Ouro. Os trilhos do bonde estão na Avenida Monsenhor Félix; os do trem, na avenida Automóvel Clube. A locomotiva está vindo da Estação de Colégio e se dirigindo para a de Vicente de Carvalho.

Os trilhos do bonde eram da linha 98 - Irajá, que saía de Madureira (posteriormente, de Magno) e terminavam em Irajá, perto do cemitério, num percurso de aproximadamente 5,5km. Esse ramal de bonde originalmente pertencia à Linha Circular Suburbana de Tramways, subsidiária de uma firma inglesa, e foi inaugurado em 28/09/1911 usando bondes puxados a burro comprados de segunda mão da Companhia de Carris Urbanos, cujos trechos já tinham sido eletrificados pela Light.

Curiosamente, foi o último ramal a burro inaugurado no Rio de Janeiro e também o último a ser desativado já pela Light, em 28/03/1928.

Também curiosamente, constata-se que os ingleses construíram o primeiro e o último ramal de bondes puxados a burro na cidade do Rio de Janeiro.


FOTO 5Praça Barão de Drummond, em 04/03/51, em Vila Isabel. Os ônibus estão parados na Rua Barão de São Francisco, em direção à Rua Teodoro da Silva. Vê-se a escadaria que dá acesso ao Convento de N. Sa. da Conceição da Ajuda. O antigo nome da praça era Sete de Novembro, em comemoração à lei promulgada em 07/11/1831 e que considerava livres os escravos importados da África a partir daquela data. Vulgarmente a praça era chamada apenas de Praça 7.


FOTO 6Vemos a Rua Domingos Lopes, em 15/02/1964. O fotógrafo está olhando em direção ao Largo do Campinho. A rua cuja esquina se vê à direita é a Maria José. O ônibus é da linha 689 – Méier x Campo Grande e está indo em direção à Rua João Vicente, que beira a linha férrea da Central. 


FOTO 7: Esta foto também fez parte do Concurso. É o Boulevard 28 de Setembro. Me diverti muito lendo o "tiroteio" que aconteceu quando foi publicada em 18/11/2010. A briga começou na identificação do local exato da foto e prosseguiu quando divulguei os pontos que cada um dos comentaristas fez. O número de inconformados com o resultado foi enorme.


FOTO 8: Olha à direita!!! Não se sabe se todos que estavam no estribo do bonde passaram ilesos. 

Estamos na Rua Barão do Bom Retiro, já no bairro do Grajaú, entre as ruas Alexandre Calaza e Nossa Senhora de Lourdes. O prédio baixo que se vê acima da Rural é na curva de chegada ao cruzamento triplo com as ruas Alexandre Calaza, Engenheiro Richard e Teodoro da Silva.

A foto foi tirada durante uma greve de transportes, ocorrida em 10/10/1961. O bonde da linha 68 - Uruguay x Engenho Novo está se dirigindo para o Largo de São Francisco, via Grajaú, Tijuca e Estácio. Normalmente as ruas de ida do trajeto dos bondes eram as mesmas de vinda, mas este trecho da Barão de Bom Retiro era de mão única. Nota-se pintada na carroceria do bonde, acima da mulher que aparece imprensada dentro na cabine do motorneiro, uma letra "B", indicativa de que o bonde pertencia à Seção de Tráfego do Boulevard 28 de Setembro, localizada onde atualmente se encontra a quadra da escola de samba Unidos de Vila Isabel e responsável pelas linhas de número 60 (Muda x Marquês de Abrantes) até 75 (Lins de Vasconcellos).

terça-feira, 16 de abril de 2024

ARCO E FLECHA EM COPACABANA


Há coisas que, contando, ninguém acredita: pois o grupo da foto praticava arco e flecha em plena Praia de Copacabana na década de 50, como podemos ver nesta fotografia do acervo da "Última Hora".

A casa lá atrás era formada por duas residências geminadas e pertenceu em épocas distintas às famílias Ludolfi, Melo Cunha, Martineli e Cauí. Dava frente para a Gustavo Sampaio e fundos para a Atlântica. Hoje o local é ocupado pelo Edifício Sayonara, na Av. Atlântica nº 880 que, durante algum tempo, ostentou uma cor rosa. 

Ficava ao lado de onde é hoje o Supermercado Zona Sul.



O arqueiro parece usar um calção de cetim. Outro tipo de calção daquela época era o usado pelos "banhistas" (salva-vidas), que era feito de lã. Ambos muito estranhos.

segunda-feira, 15 de abril de 2024

COLÉGIO MILITAR

 

Em 1889, oito meses antes da República, foi instalado o primeiro Colégio Militar brasileiro, no Rio, dedicado sobretudo à educação dos filhos dos oficiais do Exército.

Em 09 de março de 1889, Sua Majestade, o Imperador Dom Pedro II, dispôs-se a assinar o importante Decreto de nº 10.202 que aprovou para o Imperial Colégio Militar o seu primeiro regulamento.

Sua divulgação ocorreu em 05 de abril de 1889 por intermédio da Ordem do Dia para o Exército de nº 2251.

A ânsia do Ministro da Guerra, Thomaz Coelho, de colocar em funcionamento o Colégio, levou-o a fazer, em 07 de abril de 1889, sua primeira visita oficial ao Palacete da Baronesa de Itacurussá, cujo terreno fazia esquina com as ruas São Francisco Xavier e Barão de Mesquita, e se prestava a servir de sede do Colégio Militar.

Em 29 de abril de 1889, foi lavrada a escritura de compra e venda do Palacete da Babilônia.

Por fim, no começo de maio de 1889, dois avisos importantes do Ministério da Guerra: o do dia 02, concedia licença aos candidatos inscritos para serem matriculados e o do dia 04 determinava que a abertura das aulas se realizasse dois dias depois.


Postal da coleção do amigo Klerman W. Lopes - 1904


Gabinete de Física, Química e História Natural do Colégio Militar do Rio de Janeiro, parte de um álbum comemorativo do 17° aniversário de fundação do Colégio Militar, de 1906, doado por um ex-aluno da turma de 1906, cujo fotógrafo foi J. David, édit., Levallois - Paris.


Aula de esgrima em foto do mesmo álbum citado anteriormente.


Sala de aula em foto do mesmo álbum citado anteriormente.


O "Palacete da Babylonia" em foto do mesmo álbum citado anteriormente.


O dormitório em foto do mesmo álbum citado anteriormente.


Alunos da Bateria de Artilharia em foto do mesmo álbum citado anteriormente.


Recebi o seguinte texto de meu amigo Dr. Odone: "Como você sabe, fui aluno do Colégio Militar do Rio de Janeiro e pertenci o Esquadrão de Cavalaria. Fazíamos várias atividades equestres: instrução, salto, basquete a cavalo e volteio. Esta última modalidade de equitação está exemplificada na foto. O volteio é uma espécie de ginástica a cavalo. Existem exercícios com o animal parado e galopando. A sela possui uma alça na frente e outra atrás. As ditas "figuras" do volteio são várias: terra-cavalo, terra-pescoço, terra-rim, terra-invertido, 360, e terra-terra do outro lado-cavalo. Fazíamos também as figuras com o cavaleiro em pé na anca do cavalo. Tínhamos uma tira de lona forte atada na alça dianteira para ajudar no equilíbrio. 

Esta foto é do acervo do meu colega de turma Marcos da Fonseca Elia, professor de Física e Ciência da Computação da UFRJ. Esta foto foi tirada no dia 6 de Maio de 1965, quando se comemora o aniversário do Colégio. Será que conseguimos impressionar as normalistas?"


Esta foto foi tirada no mesmo dia 6 de Maio de 1965.  É uma parte da demonstração da Cavalaria denominada Salto Fantasia porque saltávamos obstáculos como: dois canhões pequenos juntinhos apontados um para o outro, dois jipes colocados na mesma posição - frente a frente- arcos de fogo, e este muro humano todo formado por alunos da Cavalaria. Repare que a cabeçada e as rédeas eram confeccionadas em nylon para dar a impressão que o cavalo não estava arreado. Nesta foto podemos ver dois cavaleiros em salto simultâneo e "no pelo". Hoje em dia o Estatuto da Infância e do Adolescente não permite mais estas travessuras de meninos de 17anos. Também do acervo do Prof. Marcos da Fonseca Elia.