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sábado, 3 de outubro de 2020

PRAIAS DE ANTIGAMENTE

Fotos do acervo do Silva, enviadas pelo prezado Francisco Patricio, a quem o SDR agradece.

Consta que a toalha apareceu na praia em 1902, levada pelo barbeiro inglês Wallace Green, que fora fazer a barba de seu patrão, dono da Royal Mail Steam Co., ali onde hoje é o Copacabana Palace. Somente oito anos depois da toalha é que surgiu a barraca. Admite-se que o primeiro modelo não passava de um modesto guarda-chuva. Foi introduzido em Copacabana por Firmino Gurgel, nacionalidade desconhecida, dono de uma fábrica de polainas, que só ia à praia nos dias em que o Serviço de Meteorologia anunciava "pancadas esparsas". Nos anos 30 apareceram as bóias (câmaras de pneus usados), nos anos 40 os óleos de bronzear, em 1955 o Biscoito Globo.

Se non è vero è ben trovato!


Vemos a Praia do Flamengo, na altura do Hotel Central.

 Uma pequena multidão de banhistas aproveita a pequena faixa de areia, junto à desembocadura do Rio Carioca. Aparentemente há boias e toalhas penduradas na parte de baixo da mureta. E, junto da escada de acesso, estrategicamente colocada, uma carrocinha de sorvete. 

 

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

CINEMA ROXY parte 2

Nosso grande colaborador Carlos Paiva nos mandou as fotos e o texto do “post” de hoje, complementando o de ontem sobre o Cinema Roxy. Nosso muito obrigado.

As fotos referem-se ao Edifício Roxy, situado na esquina das ruas Bolivar e Copacabana, de propriedade do Dr. Abel de Rezende Costa. Ocupando quase completamente a área do terreno, que mede 50m x 50m, ele se destina a apartamentos pequenos, possuindo ainda lojas e sobrelojas para comércio leve, além de um moderno cinema no pavimento térreo.

O projeto é de autoria dos arquitetos Ruderico Pimentel, Firmino F. Saldanha e Annibal de Mello Pinto, do escritório de B. Dutra e Cia. Ltda. A construção iniciada por Kemnitz & Cia., está sendo concluída pelo proprietário sob orientação dtécnica do engenheiro Jorge Furquim Werneck e do engenheiro Ruderico Pimentel. A estrutura em concreto armado foi calculada e executada pelo escritório técnico Emilio H. Baumgart.


Vemos o espaço que ocuparia o Edifício Roxy. Os fundos dão para os prédios da Rua Aires Saldanha. Há, ainda hoje, um grande espaço vazio entre os arranha-céus da Av. N.S. de Copacabana e os da Aires Saldanha e Bolivar. Um problema do local é, há décadas, as centenas de pombos que ali vivem.

Nos pavimentos superiores do edifício há 128 apartamentos de aluguel e um para residência do proprietário. Foram projetados três tipos diferentes de apartamentos, todos pequenos, sendo, porém, a maioria composta de quarto, sala, banheiro e cozinha, além de um pequeno hall de entrada. No último pavimento há dois apartamentos maiores sendo um para residência do proprietário e outro para aluguel.

O cinema, projetado inicialmente para comportar cerca de 2000 lugares, com uma disposição aceitável para permitir boa visão de qualquer uma das localidades (embora não tenha sido bem estudado o escoamento rápido da sala), foi mais tarde alterado pelo arquiteto Raphael Galvão, com o intuito de aumentar a capacidade para 2800 lugares, o que prejudicou sensivelmente as condições de início.



Além do mais, para obter este acréscimo de lotação praticamente inútil, foi sacrificada a área destinada à garagem, o que é outro mal que não pode ser deixado de apontado. Em um prédio de 130 apartamentos, situado em um bairro afastado do centro da cidade, não é admissível não haver garagem. Pelo menos 30 moradores terão automóvel e terão que procurar vaga em outro lugar.

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

CINEMA ROXY

O cinema RoxY fica na Av. N.S. de Copacabana nº 945 e foi inaugurado em 1938, com cerca de 1800 lugares. Em 1991 foi dividido em três. Grande cinema lançador de sucessos, ficou na memória a abertura das cortinas e a apresentação da Rank Filmes, com a cena de um gongo sendo tocado. 


Foto de 1971, uma das estupendas do Giorgy Szendrodi. À esquerda, fora da foto, logo depois da loja de roupas, ficava o teatro Jardel Filho. Era minúsculo e funcionava no sobrado de nº 921 da Av. N.S. de Copacabana.

Nesta foto vemos a bela escadaria "art déco" do Roxy. José Carlos Avellar nos conta que Hollywood desde sempre, e não apenas Hollywood, procurou encaixar na sala de espera dos cinemas uma série de elementos que faziam parte do espetáculo que seria visto em seguida. Não que o espaço da sala de espera, com seus espelhos, tapetes, lustres, tivesse a ver necessariamente com o mundo de ficção em que iria se passar o filme. Era como se o espectador, estimulado por tudo o que decorava o espaço antes do filme, fosse aquecendo o olhar para a projeção. A ante-sala para mergulhar no cinema foi durante longo tempo um espaço arquitetônico "art déco". Hoje o espectador não vai mais ao cinema como quem vai a um templo, nem mais existem tantos templos como os de outrora. Hoje os templos se reduziram a uma espécie de loja, dentro de shoppings. Nada a ver com a experiência de décadas passadas, quando subíamos escadas como a do cinema Roxy.


Uma enorme fila se estende pela Rua Bolívar, em Copacabana, para comprar ingressos para o cinema Roxy.  Nosso prezado e sumido “obiscoitomolhado” em outra ocasião falou sobre os automóveis. Do lado do cinema: Vauxhall Velox 1948, Skoda 1102 barata, Dodge 1953. Do lado de cá, Armstrong Siddeley Lancaster, 1946, Morris Ten series M 1947, Cadillac 1950 (as garras do parachoques verticais são só do 50) e o Ford.  



 Nesta foto do acervo do Francisco Patricio podemos ver a movimentada esquina da N.S. de Copacabana com Bolivar. Após o cinema, era programa obrigatório fazer um lanche no Bob´s da Rua Domingos Ferreira ou ir comer uma pizza no Caravelle, na mesma rua.

Neste quarteirão da Av. N.S. de Copacabana ficava a Papelaria Iracema, referência na época, e, no próprio edifício do Roxy, alguns estúdios onde os copacabanenses posavam para fotos (coisa comum até meados dos anos 60). Ali faziam aquelas fotos com 7 carinhas das crianças, além de outras posadas.

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

RUA FRANCISCO OTAVIANO

                 Rua Francisco Otaviano, esquina com Av. N.S. de Copacabana


                      Rua Francisco Otaviano, esquina com Av. Atlântica


                À esquerda, a Rua Francisco Otaviano, no Posto 6, Copacabana




O foco hoje é a Rua Francisco Otaviano entre a Av. N.S. de Copacabana e a Av. Atlântica, no início do século passado.

Numa Copacabana que, segundo o censo municipal de 1906, tinha 297 moradores, Edmundo Bittencourt comprou toda a quadra da Francisco Otaviano entre as avenidas N.S. de Copacabana e Atlântica como investimento.

Na esquina da N.S. de Copacabana ficava a casa que vemos na primeira foto (garimpada pelo prezado M. Zierer) e na esquina da Atlântica ficava a casa da francesa Mère Louise, que se tornou um dos cabarés mais famosos do país.

Em 1902, o jornalista Edmundo Bittencourt, proprietário do Correio da Manhã e morador de Copacabana, adquiriu a casa e alugou-a para a francesa Mme. Louise Chabas (ou Louise Beroit Dubilffe), que chegou ao Rio em 1875, e que instalou um restaurante no local.

A casa começou a funcionar em 1907, com o objetivo de ser um "café-dançante", no estilo dos cabarés parisienses e organizava festivais (como vemos abaixo).

Após Mme. Chabas ter vendido seu estabelecimento em 1910, o Mère Louise sobreviveu algum tempo, mas a casa se transformou num hotel suspeitoso, sendo fechado pela polícia em 1931.

Em 1934, neste local se construiu o Cassino Atlântico. Depois, com a proibição do jogo no Brasil, o prédio do Cassino foi ocupado pela TV Rio até a década de 1960 e há décadas abriga um hotel de luxo.

terça-feira, 29 de setembro de 2020

AVENIDA RUI BARBOSA - CASA DE AVELINO MESQUITA






 

O “Saudades do Rio” agradece a gentileza de Marina Hermanny Freire, neta do construtor desta casa, por autorizar a publicação desta e de outras fotografias do acervo dela.

Vemos a Av. Rui Barbosa, no Morro da Viúva, e nela a residência de Avelino Mesquita. O projeto dos interiores da casa da Rui Barbosa é atribuído a John Graz.

Construído na década de 1920, o imóvel foi vendido em leilão em janeiro de 1952 e o mobiliário em março de 1952. É provável que tenha sido demolida ainda em 1952. No mais tardar no início de 1953. Em seu lugar está o Edifício Zamudio, que foi entregue no início de 1957

À esquerda da foto vemos o Hotel Sete de Setembro/Escola de Enfermagem Ana Nery.

Esse recuado na pedreira é onde há uma entrada de automóveis para um prédio encostado no morro.

José Alberto C. Maia descobriu que o comendador Avelino Mesquita, falecido em 1950, era dono da Fábrica de Calçados Ferreira Souto, que fabricava os calçados Souto muito vendido até os anos 60. A fábrica era na Rua Fonseca Teles nº 18 a 30.

O meu muito obrigado a todos os colegas do FB Rio Antigo pelas informações.

As duas últimas fotos mostram as obras para a construção da Avenida do Contorno (Av. Rui Barbosa), com o terreno ganho às custas de parte do Morro da Viúva, em 1921/1922, na administração Carlos Sampaio na Prefeitura Esta zona era um depósito de lixo. Depois, abrigou o Hotel Sete de Setembro, de padrão internacional, feito para hospedar visitantes estrangeiros nas comemorações do Centenário da Independência.

O antigo Hotel Sete de Setembro teve uma existência efêmera na função de hotel, praticamente desconhecida. Inaugurado em 15 de julho de 1922, sábado, com um chá dançante beneficente embalado pelos acordes da Orquestra do Country Club, foi fechado e teve seus prédios desmembrados em 1924 para que parte deles passasse a abrigar um hospital infantil denominado Hospital Abrigo Arthur Bernardes (atual Instituto Fernandes Figueira). Em 1926, outra parte dos prédios foi cedida e adaptada para abrigar o Internato da Escola de Enfermagem Anna Nery, que ali permaneceu até 1973.


segunda-feira, 28 de setembro de 2020

AVENIDA BEIRA-MAR


 Esta fotografia da Praia do Flamengo foi publicada recentemente no Facebook pelo W. Keifer.

Ficou uma dúvida: haveria alguma razão especial para ela ter sido tirada?

Pois o excelso amigo Andre Decourt deu a explicação:

“Depois da primeira experiência realizada com as lâmpadas de vapor de mercúrio na remodelação do Túnel Novo, em 1930, não houve nenhum a outra tentativa até a instalação experimental, na Av. Beira-Mar, em 1953, de dez luminárias de fabricação nacional,  equipadas com lâmpadas de 400 Watts, substituindo os postes e as lâmpadas incandescentes ali existentes.

A instalação, realizada em conjunto pela General Electric S.A. e a Société Anonyme du Gaz, funcionou por vários anos com sucesso.”

domingo, 27 de setembro de 2020

PRAIA DO LEME



 Na primeira foto de hoje vemos uma propaganda do Dauphine, também conhecido pelo apelido de “Leite Glória”, na Praia do Leme. Esta foto deve ser dos anos 60.

Neste local do Leme, perto da antiga Praça do Vigia, atual Praça Julio de Noronha, já funcionou uma estação de bondes e o Bar da Brahma. Nesta época a estação de bondes tinha três fachadas: uma para a Avenida Atlântica, outra para a Praça da Vigia e outra para a Rua Gustavo Sampaio. Na calçada da praia, ficavam as cadeirinhas do Bar da Brahma, já que a Cia. Ferro Carril do Jardim Botânico elevara o nível da praia, de modo a formar uma espécie de terraço. Na área do bar havia um palco para apresentação de variedades e orquestras, assim como um "stand" de tiro ao alvo e aparelhos para exercícios de musculação.

A partir de 1945 e até 1970 ali funcionou a sede da Sociedade Pestalozzi do Brasil.

Nos anos 70, como podemos ver na segunda fotografia (de autoria de M. Conde), no local foi construído o enorme edifício Regina Feigl.



A pedido do Conde di Lido aí estão duas fotos do Bar da Brahma, depois sede da Sociedade Pestalozzi.