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sábado, 5 de setembro de 2020

IGREJA POSITIVISTA - TEMPLO DA HUMANIDADE

A fotografia de hoje, de Max Rosenfeld, mostra o templo positivista da Rua Benjamin Constant, com a inscrição "O Amor por Princípio e a Ordem por Base; o Progresso por Fim".
Em 1891, a Rua Santa Isabel, no bairro da Glória, teve seu nome mudado para Rua Benjamin Constant, em homenagem ao recém-falecido político e positivista Benjamin Constant Botelho de Magalhães. 

No mesmo ano, e na mesma rua, foi inaugurada a parte frontal do Templo da Humanidade, imóvel pertencente à Igreja Positivista do Brasil. Isto ocorreu em 15 de agosto, dia da Festa da Mulher no calendário positivista e dia consagrado a Nossa Senhora da Glória, no catolicismo. O prédio completo foi inaugurado em 1897, no dia 1º de janeiro, data correspondente à Festa da Humanidade, naquele calendário.

Integra, no Brasil, a primeira leva de edifícios religiosos não-católicos, com aspecto exterior de templo, antes proibidos pela Constituição Imperial de 1824.

O Positivismo, criado por Augusto Comte, "é um culto de amor e reconhecimento pelos parentes, pelas instituições sociais, pela pátria, pelos antepassados e pelos grandes homens; é uma filosofia real, útil, certa, precisa, orgânica, relativa e sobretudo simpática; é um sistema de vida moralizador, um regime conveniente para todas as raças, todos os povos, todas as classes sociais, de convivência sem conflitos, sempre oriundos dos excessos egoístas e que desaparecem quando se subordina o egoísmo ao altruísmo. Seu lema fundamental é "O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim". Suas regras básicas são "Viver para outrem" e "Viver às claras". Como divisa Política, abrangente e sociológica, aconselha "Ordem e Progresso".”

“Ao nosso distinto considadão
O engenheiro Rufino Augusto de Almeida
Em sinal de gratidão dos pozitivistas brazileiros, pela generoza iniciativa com que assegurô o êxito do empréstimo levantado para a construssão da Capéla da Humanidade.
Pelo Apostolado Positivista do Brazil.
Miguel Lemos, diretor.
Rio de Janeiro
3 de Gutemberg de 103
(15 de agosto de 1891)” 
- Documento do acervo da tia Milu.


MÁXIMAS POSITIVISTAS:
- ORDEM E PROGRESSO
- O PROGRESSO SUPÕE A LIBERDADE.
- O CAPITAL É SOCIAL EM SUA ORIGEM E DEVE TER DESTINAÇÃO SOCIAL.
- A MULHER DEVE SER POSTA AO ABRIGO DAS NECESSIDADES MATERIAIS PARA QUE POSSA SE DEDICAR ÀS ATIVIDADES PRÓPRIAS DO LAR.
- O MUNDO É GOVERNADO POR LEIS IMUTÁVEIS E NÃO PELA VONTADE DE DEUSES. 
- Foto do ano de 2000, do acervo da tia Milu



Na foto acima, de Malta, do acervo da Biblioteca Nacional, feita em 1926, podemos ver como era a Igreja Positivista. Publicação original no "Carioca da Gema", do Tumminelli.


sexta-feira, 4 de setembro de 2020

ONDE É?



Onde é?

Este bar era frequentado por gente boa como o ilustre causídico Dr. Decuca, o famoso cabeleireiro Tutu La Minelli, a Mme. Simmons, o JRO, o polêmico JBAN, o Jaymelac, o Rockrj, o Mauro AZ, o Der-Ani editor-chefe d´O Pharol, o jovem Rafa Schwarzenetto, as Tyas, o Celsão da Demolidora Cerqueira, o Menezes, o Bispo Rolleiflex, o xerife McCandles, o Lino, o Thor da Praia do Canto, o fantasmagórico AG, M. Rouen da França Antártica, a Dra. Psicóloga, a Dra, Eve-Lyn, o prezado Conde di Lido, o Richaaaard, a Nana, o primo Bouhid, o Francisco Patricio, o FlavioM, o Gustavo L&B, a Madame Frusca, o Prof. Jaime, o GMA, o Ponce de Leon, o P. Gomes, o Helio, o Waldenir e tantos outros, além dos atuais e resilientes comentaristas.

Não faltavam figuras pitorescas como o Professor Pintáfona, o General Miranda e seu irmão Eleutério (Teco), Eusebius Sophronius, Finólia Piaberelina, Frei Henrique Boaventura, Josafá Pederneiras, Mente, Karina, Manitu, Tertuliano Delacroix, o garçon Moisés, Claude Maurice, Pimpolho e Juquinha, Lulu & Dudu, Creusa, Guilherme Portas, Tijucano Empedernido,  Fidelino Leitão de Menezes,  Colaborador Anônimo e seus irmãos, Ariovaldo Brochado, Dona Neuza, Soninha, Aparecido, Floriano Flores (o Flô-Flô),  piloto Jbandeira de Mello, Abdullah o terrorista que tinha horror a sangue,  Perikytta Gladys, Tonho Treispeidim, Anão Duarte, Giseli Loira, Incrédulo do Irajá, Anta Copacabanensis, Peixe-Boi Niteroiense, etc.

Veedol e Hemo-Kola eram as bebidas preferidas ao lado do JWBL e das “mofadas”. Temas transcendentais eram discutidos nas mesas deste bar tais como "park-way", "empena-cega", "Parafuso de Arquimedes", "tecido urbano", "não-rua", "Chuva de Perseidas", "fonte Wallace", "lâmpadas Thompson", "super-largura", "jornada nas estrelas", "brise-soleil", "town-house", “Zeppelin”, “B.R”, “Fonte Wallace”, etc.

Mais tarde a resposta da pergunta.



quinta-feira, 3 de setembro de 2020

AVENIDA ATLÂNTICA

O palacete ao fundo. Em primeiro plano meu irmão em 1945.

O palacete em foto do acervo do A. Decourt, colorizada pelo Conde di Lido. 

Foto do quarteirão entre Constante Ramos e Santa Clara identificada pelo M. Zierer.

As fotos de hoje sempre foram motivo para falarmos do Edifício Guarujá, ignorando o palacete da Av. Atlântica que também aparece na foto.

Recentemente o prezado Maximiliano Zierer fez uma espetacular pesquisa, publicada no Facebook, sobre este palacete e descobriu uma história novelesca, resumida abaixo.

Tratava-se de propriedade do tenente do Exército Palmyro Serra Pulcherio que morava com sua família no Leme, na Rua Gustavo Sampaio número 110. Entre 1913-14, mandou construir um novo palacete de três pavimentos em estilo eclético na Av. Atlântica, localizado em um terreno adjacente ao lote de esquina da Av. Atlântica com a Rua Constante Ramos, vizinho do Edifício Guarujá.

O tenente não chegou a morar no recém-construído palacete Pulcherio. Logo depois da sua morte, que se deu de forma violenta, numa briga na Rua São José, no Centro, na madrugada do dia 15/11/1914, uma série de denúncias veio à luz nos jornais.

O primeiro tenente de Engenharia Palmyro Serra Pulcherio foi autor dos projetos e engenheiro-chefe de diversas obras: a Villa Proletária Marechal Hermes, em Deodoro, a Operária Villa D. Orsina da Fonseca, no Jardim Botânico (em homenagem à primeira esposa do Marechal Hermes, falecida em 1912), a estação de Marechal Hermes e a nova Imprensa Nacional. Era homem de confiança do presidente Hermes da Fonseca, sendo encarregado de outros projetos, tais como a construção de um quebra-mar na Av Atlântica (no Leme, onde residia), obras de saneamento na Lagoa Rodrigo de Freitas, e mais tarde obras militares no Estado de Mato Grosso.

Em janeiro de 1917, houve a execução judicial contra os herdeiros do tenente (sua viúva e os três filhos), com a penhora do palacete na Av. Atlântica em decorrência de supostos desvios verificados na construção da Villa Marechal Hermes (A Rua - Semanário Illustrado, 24-1-1917).

Porém, passados 17 anos da morte do tenente Pulcherio, o Supremo Tribunal Federal rejeitou os embargos opostos pela Fazenda Nacional e anulou o processo movido contra o espólio do tenente. Deste modo, o STF deu ganho de causa à viúva e seus filhos, com a total restituição do dinheiro e dos bens penhorados no ano de 1917 (A Noite, 27/8/1931).


quarta-feira, 2 de setembro de 2020

COPACABANA - RUAS TONELERO E MARECHAL MASCARENHAS DE MORAIS




As três fotos de hoje fazem referência à Rua Marechal Mascarenhas de Morais, em Copacabana. As duas primeiras são as casas de cada esquina do lado par da Rua Tonelero.

A primeira mostra a casa que existia na Rua Tonelero nº 90. A foto é de 1961, feita pelo Plinio, meu amigo desde o Jardim de Infância. A casa pertencia ao avô dele, o Sr. Fidelis Botelho Junqueira. Durante muitos anos a frequentamos, explorando seus diversos andares, brincando à vontade, e, na adolescência, desfrutando de uma ótima mesa de bilhar.

A foto foi feita do apartamento do Plinio, que era do lado ímpar da Rua Tonelero, também na esquina. Na época da construção da casa, em 1947, a Rua Mascarenhas de Morais chamava-se Rua Otto Simon (inicialmente tinha sido a Rua Tibiriçá) e ainda não tinha sido aberta morro acima.

A segunda foto, de época mais recente, mostra uma das últimas casas do trecho, na outra esquina do lado par da Tonelero, onde funciona atualmente o restaurante "Peixe Vivo”, cujo endereço é Rua Tonelero nº 76. Se não me engano, antes do restaurante a casa pertenceu à família Chame.

A última foto é de uma outra casa já na subida da Rua Mascarenhas de Morais. Propriedade do Sr. Jacques Singery, foi edificada em 1936, na então Rua Otto Simon. Projeto de Robert Prentice, arquiteto escocês de atuação marcante no Rio de Janeiro até os anos 1940, que projetou importantes edifícios como o conjunto Nilomex, Castelo e Raldia, na Esplanada do Castelo, Estação Barão de Mauá da Estrada de Ferro Leopoldina, na Rua Francisco Bicalho, edifício Sulacap e edifício-sede da Esso, no centro,  Edifício residencial Itaoca, em Copacabana, e dos famosos cinemas Metro.

A especulação imobiliária dos anos 60 e 70 destruiu praticamente todas as casas desta região de Copacabana.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

MESBLA






A primeira foto de hoje, enviada pelo prezado Carlos P. L. de Paiva, mostra o interior do Restaurante Panorâmico Mesbla. Este simpático local ficava no topo do edifício da loja Mesbla, no Passeio Público.

O prédio da Mesbla é do arquiteto Henri Sajous. Segundo o Guia de Art-Déco do Rio de Janeiro trata-se de "composição típica d um grande número de edifícios Art-Déco: corpo baixo, marcado por dominantes horizontais (no caso, varandas semi-embutidas), violentamente contrastado com elemento vertical que assinala o acesso principal.

A torre do relógio tinha, aproximadamente, o dobro da altura do prédio e é o elemento mais destacado da composição, dominando ainda a paisagem ao redor. Em reforma posterior, o edifício recebeu o acréscimo de dois pavimentos sobre o bloco original e foi ampliado lateralmente. A mudança também alterou seu uso, que de misto (residencial e comercial) passou a exclusivamente comercial.

A Mesbla vendia de tudo, como vemos nas fotos que mostram o "hall dos acessórios" e o "hall dos automóveis". Temos, também, uma Nota Fiscal de uma compra milionária feita pelo prezado Alvaro, da Ilha do Governador, e um cartão-postal da região.

A loja Mesbla-Passeio era de alto gabarito, ao subir pelas escadas rolantes se via o primor que era a disposição das gôndolas e seções da loja como um todo, o visual não era pesado, perfeitamente harmônico. Era uma loja popular sem ser populista.

"Na Mesbla, na Mesbla o maior Natal do Brasil. Compre agora sem entrada e só comece a pagar em abril, abril, abril..." . E ainda havia a possibilidade das crianças fazerem uma foto com Papai Noel...

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

RUA 13 DE MAIO?


A foto de hoje, enviada por um prezado colaborador que prefere ficar no anonimato, é de 23/06/1938 e consta que foi tirada na Avenida 13 de Maio, no Centro. Nela aparece um bonde da linha Ipanema, numa época em que os bondes ainda não ostentavam a capelinha com o número da linha, o que somente passou a ocorrer no início de 1943. 

Nesta foto há algo raríssimo: o bonde está com duas alavancas encostadas na rede elétrica. Além disso, olhando-se com detalhe, vê-se que o reboque também ostenta o nome da linha (Ipanema). Outra raridade.

Ao fundo vemos a "Colchoaria Mechanica - Casa Souza Baptista Ltda", que ficava no nº 45 e, na loja ao lado, uma tabuleta onde está escrito "Camisaria Alberto". 

O poste com a faixa branca indica uma parada de bondes e a elegância dos cariocas de então chama a atenção.

Exatamente em que local da Avenida 13 de Maio está o bonde?

Pesquisando no Google encontrei uma "Casa Souza Baptista com o endereço de Largo da Carioca 9/11 (seria esta aí de cima?).

DÚVIDAS: se é a 13 de Maio, que rua é esta à esquerda da foto? Pelo visto, é uma rua bem larga. Em 1938 o Teatro Municipal já existia, o que elimina a hipótese de ela ser a Evaristo da Veiga ou a ruela que existe atrás daquele teatro.

Na época da foto ainda não estava em funcionamento o Tabuleiro da Baiana e, portanto, os bondes da Zona Sul faziam o retorno na Galeria Cruzeiro, a qual alcançavam vindo pela 13 de Maio e dobrando à direita no que é hoje a Almirante Barroso. Mas na foto não se vê curva nos trilhos, o que nos faz deduzir que ele seguirá em frente, sem dobrar na rua lateral vista na foto e que, portanto, essa lateral não é a Almirante Barroso. 

Não sendo a 13 de Maio poderia ser a região da Marechal Floriano com Uruguaiana? Mas, neste caso, o que o bonde "Ipanema" estaria fazendo por ali? 

Ou pode ser a embocadura da Senador Dantas com a Ladeira de Santo Antônio, pouco antes do bonde ir para a Zona Sul?

domingo, 30 de agosto de 2020

POSTO 1 - COPACABANA





Nestas quatro fotografias de hoje, da Revista "O Cruzeiro" de fevereiro de 1961, vemos os "banhistas" (guarda-vidas) que trabalhavam no Posto 1, no Leme. Na época eram o Aldir, o Dorbiratan, o Paixão, o Italo e o Severiano, que eram responsáveis por cuidar dos 700 metros de areia vizinhos ao Posto 1, do Bar Alpino até o Sacha´s.

Com seus uniformes de calção azul e camiseta branca com a cruz vermelha no peito garantiam o banho de mar, como se dizia naquela época. 

Na primeira foto vemos um menino perdido que aguarda a família no segundo andar do Posto 1 (observar que, preso à grade, ficava o relógio que servia de orientação para a maioria dos frequentadores da praia).

A seguir vemos o menino no colo da irmã, já devolvido à mãe preocupada.  Do outro lado da avenida vemos um JK.

Na terceira foto um solícito guarda-vida auxilia a saída da praia. O carro em que embarcam é um Ford 39 sedan.

Finalmente vemos na quarta foto um salvamento de um adolescente que tinha caído numa "vala".

No ano de 1917 foi criado pela Prefeitura o serviço responsável pela segurança dos banhistas das praias cariocas. Os primeiros guarda-vidas foram pescadores, recrutados no Posto 6. Só em 1931 se abriu o primeiro concurso público para guarda-vidas.