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sábado, 19 de setembro de 2020

ARPOADOR - GALAXIE


 Vemos hoje o novo Galaxie 500 de Monsieur Rouen estacionado bem perto da pedra do Arpoador. Ele disse que ficou até o pôr do sol observando o surf com as novas pranchas, menores e mais leves. Essas pranchas pequenas eram chamadas na época de "mini model" e foram as responsáveis pela popularização do surf no Brasil. Antes, só os pranchões, que eram importados em sua grande maioria e muito caros.

Lamentou muito não haver ninguém descendo as ondas de peito, o famoso “pegar jacaré” de sua adolescência.

Fico aqui pensando quantos km/l fazia este carro? 3 a 5?

 Uma dúvida: quando fecharam a Francisco Bhering ao tráfego, permitindo somente a passagem dos carros dos moradores?

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

LIMPEZA URBANA






As fotografias de hoje mostram aspectos da Limpeza Urbana no Rio de antigamente.

Desde o embarque do lixo, em Botafogo, em 1914, até equipamentos e equipes de limpeza já da década seguinte.

Até uns 50 anos antes desta data o lixo domiciliar era guardado em barris, que permaneciam nas residências, até encherem. A remoção era feita à noite, por negros escravos, que levavam os barris para terrenos baldios ou para o mar, onde a imundície era despejada.

Consta que a Praça da República era um vasto depósito de matérias fecais. O conjunto negro-barril foi apelidado de "tigre", pois se assemelhava a uma fera para os transeuntes das ruas desertas, de precária iluminação. Um choque, involuntário ou proposital, tinha consequências devastadoras.

Curiosamente o Rio de Janeiro, ao lado de Hamburgo, Londres e Brooklyn, N.Y., foi um dos primeiros lugares do mundo a ter serviço de esgoto. As primeiras experiências foram realizadas na Casa de Detenção, em 1855, por John Russel. Dois anos depois um Decreto Imperial concedeu-lhe o privilégio exclusivo por 90 anos para "construir e estender todas as obras necessárias para o estabelecimento de um sistema completo de despejos e esgotos das habitações".

Entretanto, nada de prático se fez, sendo a concessão transferida, em 1862, para a The Rio de Janeiro City Improvements Co. Ltda. (a City), que iniciou as obras e inaugurou a primeira etapa do serviço em 1864.

 

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

AEROPORTO SANTOS DUMONT - PANAIR

Hoje temos cenas do filme “L´Homme de Rio”, uma coprodução franco/italiana de 1964, dirigida por Philippe de Broca e estrelado por Jean-Paul Belmondo e Françoise Dorléac. O filme foi rodado em ParisRio de JaneiroPetrópolisBrasília e interior do Amazonas. O elenco inclui vários atores brasileiros em papéis secundários.

Esta foto fez parte de postagem do “Voando para o Rio”, do JBAN: a imagem mostra uma cena extraída do filme L´HOMME DE RIO da Metro-MGM, onde a equipe de terra da Panair do Brasil dá embarque aos passageiros do voo. O uniforme é muito semelhante ao das aeromoças.

A protagonista da cena é a mãe do prezado Rouen, que fez uma ponta nessa cena do embarque. Segundo ele, Mme. Rouen aturou muitas brincadeiras em casa dizendo que finalmente tinham descoberto uma nova estrela depois da Bardot!

Ela trabalhou na Panair até 1965, mas ainda continuou lutando pelo retorno da empresa participando dos comícios, missa e campanha de rua em frente à loja na Graça Aranha. Ela fazia parte do que chamam de FAMÍLIA PANAIR, família esta que nunca se separou e continua se reunindo até hoje.

Publicada no “Voando para o Rio”.


O terraço/restaurante do aeroporto Santos Dumont

Publicada no “Arqueologia do Rio”


O prédio rosa hoje em dia está completamente anexado ao Museu Histórico Nacional e sua aparência externa também foi igualado ao MNH. Do lado direito um pouco do Ministério da Agricultura, o qual chamávamos de ‘Bolo de Noiva’.

Na base da imagem, de camisa branca, o Ator Jean Paul Belmondo, sentado, cansado, pois não encontra sua namorada.

Publicada no “Arqueologia do Rio.



 Vemos aqui o Constellation estacionado perto do hangar da Panair do Brasil. 

Ao fundo DC3s, Lockheeds L-188c, Catalinas, Viscounts, Convairs, Curtiss Commandos, etc...

Publicada no “Arqueologia do Rio.


quarta-feira, 16 de setembro de 2020

BOTAFOGO - MOURISCO

 


Capa da edição de outubro de 1958 da revista "Três Américas", editada pela Varig.

A foto mostra a região do Mourisco com os jardins de Burle Marx, a sede do Botafogo (ginásio e piscina) à direita, ainda em construção, o Clube Guanabara ainda um tanto incipiente, a Policlínica de Botafogo, o anúncio da Salutaris, o acesso ao túnel do Pasmado e a pista que vem da Av. Pasteur.

Um dos destaques é o Clube Guanabara, que estava em pleno período de transição. O clube havia perdido a antiga sede para a abertura do túnel do Pasmado, mas a nova ainda não estava pronta. Vê-se do lado direito a laje do salão velho (acho que ele foi inaugurado ainda nos anos 50, talvez esta foto seja mais antiga que 1958) e do lado direito a garagem de barcos provisória, que ficava no lugar da atual piscina social. Entre eles a veterana piscina olímpica que já tinha 20 anos na época.

Antes da propaganda do Mido Multifort dá para adivinhar que antes da palavra Mido havia aquele robozinho que era parte da logomarca deles.

Foto: acervo Voando para o Rio.



 Nesta segunda foto vemos o mesmo local alguns anos depois, já com a conclusão das obras dos clubes Guanabara e Botafogo (sede Mourisco), bem como do Viaduto Pedro Alvares Cabral.

Nesta segunda foto vemos o mesmo local alguns anos depois, já com a conclusão das obras dos clubes Guanabara e Botafogo (sede Mourisco), bem como do Viaduto Pedro Alvares Cabral.

Foto: Manchete

terça-feira, 15 de setembro de 2020

M. ROUEN

Hoje revisitamos o saudoso “ARQUEOLOGIA DO RIO”, o famoso e saudoso blog do “Francês”, M. Rouen de Michelin, de Mont-de-la-Veuve, remanescente das tropas de Villegaignon no projeto da França Antarctica.

Esta primeira foto é de fevereiro de 1952, foi colorizada pelo Conde di Lido e mostra a saída em família e amigos de uma rua do Leblon para conhecer o final do Recreio dos Bandeirantes e suas praias.

No primeiro plano temos um Citroën onde estão amigos dos pais do nosso M. Rouen, depois temos o próprio, muito jovem e precoce, já com uma Rouanette, filha destes amigos.

Em seguida, o 2º Citroën 11 BL, com pneus Michelin modelo X na dimensão 145x400, onde vemos o Rouenzão pai, como sempre verificando água e óleo.

Amantes de Citroën, verifiquem que o 2º Traction Avant possui duas entradas de ar laterais no capot tipo "quebra vento" e não diversas fendas de entrada como nos modelos mais novos (como o da frente por exemplo).


Nesta rua tranquila e repleta de casas e edifícios de três andares do Leblon, vemos o  Rouenzão que nos olha e minha irmã Rouenzinha. O seu amigo completa o óleo do motor enquanto que a Mme. Dupont, esposa M. Dupont, opina sobre a quantidade de óleo a ser colocada.  “Um pouquinho mais Chéri !”. “Cuidado para não pingar óleo na tampa dos tuchos!”.

E vamos embora para o Recreio, a viagem é longa e o tempo não está bom.

Mais adiante, do outro lado da rua parece um Kaiser.

 

Estamos em 1952, Rouenzão, com um ano de Brasil, sai pela Rodovia Rio-São Paulo (Rodovia Pres. Dutra) que ainda não foi duplicada e enguiça na altura de Pindamonhangaba. Ele somente conseguiu falar o nome desta cidade depois de 3 lições de “Português sem mestre” !!!).

Ia para Sampa nomear um revendedor para as Suspensões Gregoire que se adaptavam ao veículo acima. Anos mais tarde ele vem a ser o diretor da Citroën até a sua aposentadoria.

(Foto de Mme. Rouen-mãe)

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

DESINFECTÓRIO DE BOTAFOGO



O destaque da foto colorida é o estádio do Botafogo no ano de uma grande remodelação de projeto de Raphael Galvão, bem como o casarão sede do clube em toda sua imponência, construída há apenas 10 anos.

Mas as cercanias do estádio nos mostram pequenos detalhes muito interessantes: na parte inferior direita da foto vemos que grande parte das construções não existe mais, talvez tendo sido demolidas quando a favela do Pasmado foi removida, podemos só identificar entre elas os angulosos telhados de um prédio que flerta em estilo normando que hoje abriga um departamento do governo federal dedicado a energia nuclear, acho que é a CNEN.

Na parte inferior esquerda vemos o prédio do Hospital Rocha Maia, antigo DESINFECTÓRIO DE BOTAFOGO, inaugurado no período Passos cujo terreno é do Botafogo Futebol e Regatas, algo que pouca gente sabe, pois o Dec. 289/36 dá ao Clube o aforamento de toda a área contígua ao seu campo, com a ressalva que a unidade de saúde pública ali existente permanecerá, e não sendo mais necessária, o domínio do terreno retornará ao Alvinegro. Na realidade toda a área antes do aforamento pertencia ao Ministério da Justiça que o cedia à Saúde e lá funcionou por anos o desinfectório, na chegada do Botafogo já abandonado e em ruínas. Na década de 30 o Botafogo pediu formalmente para ter o direito de assumir esta área, mas tal não foi concedido.

Ali funciona até hoje o Hospital Rocha Maia que serve como emergência clínica, transferindo os casos graves e de especialidades para o Miguel Couto ou para o Souza Aguiar.

Bem à direita da foto a grande construção foi o Educandário Santa Therezinha, mantido pela Santa Casa, e que tinha a função primordial recolher e dar educação a órfãs abandonadas. O edifício foi projetado por Bitencourt da Silva e inaugurado em 1866. Com a saída da instituição religiosa, o prédio foi por muitos anos arrendado pelo colégio Anglo Americano, depois foi a Casa Daros e hoje acho que é a escola ELEVA.

Em termos de urbanismo temos muitos pontos curiosos, logo na parte inferior da foto vemos que a rua General Severiano era servida por bondes, que aparentemente seguiam até a rua da Passagem, dando a volta e só na praça Juliano Moreira, vindo pela atual rua Gal Góis Monteiro chegava a Av. Lauro Sodré para aí seguir para Copacabana via túnel Novo, pois aparentemente a Lauro Sodré não tinha sido aberta no trecho entre o campo do Botafogo e o educandário.

A própria praça Juliano Moreira como as construções que a envolvem são completamente diversas de hoje, pois havia um grande número de casas no sopé do morro de São João, que certamente foram demolidas quando da “quaduplicação” do Túnel Novo (cujas fotos já vimos este ano por aqui). Hoje as fraldas do morro dão diretamente na rua, a praça também praticamente não existe mais sobrando uma pequena nesga na frente da sede social do clube, atrás das construções vemos uma escadaria e um pedaço de pista que certamente faziam parte do conjunto do Hospital dos Ingleses.

Constatamos também que a Av. Wenceslau Brás possuía um canteiro central, com árvores e postes de iluminação, onde hoje fica o Canecão era um grande terreno baldio.

Colaborações: Conde di Lido (na colorização), Andre Decourt (no texto), "Saudades do Rio - O Clone" (nas fotos P&B).