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sábado, 23 de março de 2019

GLADYS E SEUS BICHINHOS


 
Marcou época na TV dos anos 50 e 60 o programa “Gladys e seus bichinhos”.  Grande contadora de histórias, ilustrava as mesmas com seus próprios desenhos, executados de improviso ante as câmaras.
A partir de 1955 o programa era exibido na TV Tupi, canal 6, logo após o “Falcão Negro”. Depois Gladys levou o programa para a TV-Rio, canal 13, TV Continental, canal 9, e TV Excelsior, canal 2, sempre com sucesso.
Contava que suas histórias tinham, com sutileza, uma boa dose de didatismo, com seus personagens deixando sempre uma resposta sincera a uma pergunta, que bem podia não ter sido feita ainda, mas que um dia seria.
Dizia ela: “Se fiz alguma coisa em favor do público infantil foi apenas tirá-lo do contato diário com a violência, com os falsos heróis e, principalmente, com um mundo fantasioso demais para a sua perfeita evolução mental e educacional.”
Seus personagens funcionavam como símbolos de fenômenos humanos nem sempre compreendidos pela criança. Assim, a figura do leão encarnava a autoridade e a sapiência dos pais; a da coelhinha de rabo-de-cavalo simbolizava a ingenuidade e lirismo das meninas de oito a doze anos; a raposa, a esperteza sempre lograda porque a serviço da traquinagem. Outros personagens marcantes foram a esperta e meiga formiguinha Gida, a gatinha Clarinha, a peixinha Marci, a abelhinha Domi, a cachorrinha Lelete, e o sapo Godô.
Adorava as crianças e suas tiradas, como a acontecida num aeroporto: “Sabe, Gladys, eu gosto tanto de você, mas tanto mesmo, como gosto de pastel!”.
Além de se apresentar em teatros, também gravou discos pela Musidisc, contando suas histórias. Escreveu 38 livros, divididos em três coleções: "Gladys e seus Bichinhos", "Histórias do meu Jardim" e "Mundo Infinitamente Pequeno”.
 
 
 

sexta-feira, 22 de março de 2019

BONDE GÁVEA

 
 

 


 

Esta foto de Malta, do acervo do IMS, mostra um bonde “Gávea” na Praia de Botafogo, nos anos 10 do século passado.
Quando a primeira foto foi publicada no “Saudades do Rio” gerou dúvidas sobre o local exato, sendo especulado que seria perto da Voluntários. Entretanto, a Cristina Coutinho mandou a segunda foto em que se vê a igreja da Imaculada Conceição e dirimiu todas as dúvidas.
Recentemente a Christiane Wittel, a pedido do A.J.Caldas, fez mais uma bela colorização, que vemos na terceira foto.
A foto é dos anos 10, na altura da Rua Marquês de Abrantes. Bonde modelo "standard", de 10 bancos, com reboque de segunda classe.
Além de apreciar a beleza da foto fiquei curioso com o que teria acontecido com o homem de terno branco e gorro. Todos olham para ele: será que tinha pisado num cocô de cachorro? Ou teria, por acaso, sido atropelado pelo bonde? Ou teria caído ao tentar saltar do bonde andando e torcido o tornozelo? O puxador do burro-sem-rabo, ao lado do condutor e do fiscal, parece tentar ajudar a "vítima".
Na tabuleta do bonde está escrito "Via Cattete", "M. Abrantes", "G. Polydoro".
 

 

 

quinta-feira, 21 de março de 2019

CARROCINHAS DA KIBON




 
Hoje temos várias fotos das inesquecíveis carrocinhas da Kibon.
O sorveteiro, que sempre usava um uniforme branco, além do Chica-Bon e Eski-Bon, vendia os picolés Já-Já (de côco), Ka-lu (de abacaxi) e Ton-Bon (de limão). E em cima da carrocinha tínhamos KiKoisa, Kibamba, Delicado, Jujuba, Lingote, amendoim coberto de chocolate.
Espetados nas caixas de papelão, os pirulitos de variados sabores - os de morango deixavam a língua vermelha.
A primeira foto é na Praia do Arpoador; a segunda é no Centro; a terceira é na esquina de Rainha Elizabeth com Canning e a última é na Praia de Ipanema.

quarta-feira, 20 de março de 2019

ÔNIBUS ELÉTRICO


 
 
Nesta bela colorização do Reinaldo Elias vemos o ônibus elétrico da linha 16, Largo do Machado-Ipanema, via Copacabana (circular). Ele tinha um "irmão", o Largo do Machado-Ipanema, via Botafogo, que fazia o percurso inverso, na linha E-15.

Estas duas linhas eram as únicas que atendiam a Lagoa (da Rua Montenegro, atual Vinicius de Morais, até a Rua Fonte da Saudade).

A Lagoa, nesta época, tinha um tráfego muito reduzido, pois o Túnel Rebouças só seria aberto em 1967. Na década de 1960 havia um grande número de colégios em Botafogo (Santo Inácio, Santa Rosa, Jacobina, Brasil-América, Pedro II, Padre Antonio Vieira, Resende, Virgem de Lourdes, Andrews, Anglo-Americano, Imaculada Conceição, etc) e quase todos os alunos que moravam em Ipanema e Lagoa usavam este ônibus. Como o trajeto era relativamente pequeno, estas linhas tinham poucos veículos e conhecíamos os motoristas.

Os ônibus elétricos foram um salto de qualidade no transporte da época. Eram padronizados, novos e só trafegavam com as portas fechadas, parando somente nos pontos - uma raridade na época, onde os demais ônibus e lotações paravam em qualquer lugar e pareciam cair aos pedaços. O motorista e o cobrador trabalhavam uniformizados, com camisa de manga comprida e gravata. Era gostoso escorregar no couro lustrosíssimo dos bancos ônibus elétricos. Quando o ônibus entrava na curva a gente suichhhhh, deslizava às gargalhadas.  

A primeira viagem do "via Copacabana" iniciava-se às 5h45min no Largo do Machado. Ao passar pela Praça General Osório pegava o Rogério, o Oscar e o Márcus (Santo Inácio), além das meninas do Jacobina (Andreia, Lulude, Solange). Ia pela contra-mão na Visconde de Pirajá, dobrava na Farme de Amoedo onde subiam o Renato e o Paulo Renato (Santo Inácio). Na Alberto de Campos, a Suzana e Beth (Imaculada Conceição). E o Guilhon (acho que do Brasil América). Dobrava na Rua Montenegro por volta das 6h25min e, no 1º ponto na Lagoa, Flávia e Verinha (Sion). No 2º ponto, antes de chegar na Gastão Bahiana, Michael, Doug e eu (Santo Inácio), Lilian (Jacobina), Silvia (Imaculada Conceição).

Passava, então, pela Favela da Catacumba, onde entravam os operários, porteiros, empregadas domésticas, que iam para o trabalho (nunca houve nenhum assalto ou qualquer incidente - eram tempos de paz). A zona mais próxima a Ipanema era chamada de Passarinheiro, a do meio conhecida por Maranhão e a terceira, mais perto da Curva do Calombo, era chamada de Café Globo. O acesso a favela da Catacumba se dava por 15 entradas que levavam às suas 1500 casas, 80% das quais de madeira. Lembro de um simpático morador, muito forte, que levava uma caixa de ferramentas onde sobressaía um enorme serrote, e que sempre cumprimentava a nós todos.

Na Lagoa, perto da garagem do Botafogo, Vanda e Vandinha (Pedro II). Na Fonte da Saudade, Sonia e Zenir (Imaculada Conceição) e outro Renato (Santo Inácio). Dobrava no Humaitá para pegar as "três mosqueteiras", musas de muitos, Helia, Tininha e Regina (Santa Rosa de Lima). Às vezes alguém se atrasava e o motorista dava um jeito de fazer hora no ponto, dando um tempinho. Nos conhecia a todos.

Na volta, a farra era maior ainda. Alguns que pegavam carona com os pais na ida para o colégio, voltavam no ônibus. A farra era tanta que alguns que moravam em Copacabana pegavam o ônibus via Lagoa para não perder a paquera. Faziam toda a volta por Ipanema até chegar em casa! Como a maioria dos colégios femininos terminavam as aulas às 11h30min e o Santo Inácio às 11h45min, dávamos uma gorjeta para o motorista de modo que não passasse pelo Santo Inácio antes das 11h50min, para podermos encontrar com as meninas... Muitos namoros aconteceram - tempos bons.

terça-feira, 19 de março de 2019

LARGO DO MACHADO


 
 
 
Três fotos do Largo do Machado, em diferentes épocas, e três estupendas colorizações dos mestres Reinaldo Elias, Nickolas Nogueira e Conde di Lido.
 
Contam que nos primórdios da cidade o Largo do Machado era ocupado por uma lagoa, formada pelo Rio Catete, braço menor do Rio Carioca. Um tal Francisco Machado tornou-se dono do Largo por volta de 1700. Um neto abriu um açougue (onde ficava o cinema São Luiz) e colocou um machado na fachada. Daí, ou do nome da família, veio o nome do Largo.
 
Em 1813 foi assassinada neste local D. Gertrudes Angélica, esposa do diretor do Banco do Brasil Fernando Carneiro Leão, amante da Rainha Carlota Joaquina (conta M. Teixeira). Teria sido responsável o bandido "Orelha", supostamente contratado pela rainha.
 

segunda-feira, 18 de março de 2019

BONDE 29



Eu tinha nos meus arquivos a 1ª foto de hoje, retirada do acervo do Correio da Manhã. Mas semana passada vi que fazia parte de uma foto maior do Arquivo Nacional, garimpada pelo A.J. Caldas e colorizada pela Christiane Wittel.
 
Foi uma agradável surpresa conhecer o trabalho da Christiane que agora está colorizando fotos do Rio Antigo sob encomenda. É um belo trabalho de resgate, iniciado aqui pelo Conde di Lido e seguido por mestres como o Nickolas Nogueira, o Reinaldo Elias, o Marcelo Fradim, entre outros poucos. Parabéns para ela.
 
Vemos a estação de bondes da Lapa, com destaque para o bonde 29 - 1º de Março, Praça Duque de Caxias, Lapa.
 
O trajeto deste bonde era:
 

IDA: Largo da Lapa – Mem de Sá – Gomes Freire – Constituição – Praça da República (Bombeiros e Casa da Moeda) – Praça Duque de Caxias – Marechal Floriano – Visconde de Inhaúma – 1º de Março (até a esquina de Buenos Aires).
VOLTA: Buenos Aires – Praça da República (igreja de São Jorge e Casa da Moeda) – 20 de Abril – Senado – Gomes Freire – Riachuelo – Mem de Sá – Largo da Lapa.

 

domingo, 17 de março de 2019

BONDE NA PRAÇA PARIS

 
 
 
Fotos dos anos 40 publicadas no Correio da Manhã com a seguinte legenda:
 
"Quem habita a Zona Sul da cidade amanheceu com os bondes da Jardim Botânico, na sua viagem para a cidade, passando a trafegar pela nova linha que corre pela Praça Paris.
 
Damos dois aspectos fotográficos do acontecimento, sendo que a fotografia de cima revela que o tráfego, nas horas de maior intensidade, à tarde, não escapou ao congestionamento."
 
A explicação do que aconteceu somente o Hélio Ribeiro tem condições de informar.
 
A segunda notícia mostra que nem tudo eram flores naquela época.